Teológico Pastoral

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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Formação humana

A LUTA CONSTANTE ENTRE A VIDA E A MORTE 

Dentro de cada um de nós existem dois movimentos totalmente opostos, duas energias que estão numa luta constante: o thanatos, que é a morte, e o Eros, que é a vida. Em cada ser humano eles estão presentes desde o nascimento até a morte. Ninguém é sempre bom, e ninguém é sempre mau; ninguém vive o tempo todo de bom humor, e ninguém vive o tempo todo desanimado, sem vontade de viver. Oscilamos diariamente entre o desejo de viver intensamente, e a vontade de largar tudo e desistir da luta.
Essas duas energias refletem aquilo que é o ser humano em sua essência, um ser dialético, paradoxal, que tende ao bem e ao mal, quase ao mesmo tempo. Em poucos segundos somos capazes de oscilar entre um desejo profundo de amar, e uma repulsa, um ódio que nos leva a querer o mal do outro.
Dentro de cada um de nós existe uma tendência inata ao mal, e uma tendência inata ao bem. Qual das duas é a mais forte? Qual das duas está mais presente na nossa vida? Claro, é aquela que alimentamos mais.
Um cacique dizia aos seus comandados, os índios, que dentro de cada ser humano existem dois cachorros. Um é bem manso, e o outro é muito bravo. Um dos índios se levantou e perguntou qual dos dois era o mais forte, e ele respondeu; o mais forte é aquele que você alimentar mais. Se alimentar o cão bravo, ele será o vencedor; se alimentar o cão manso, esse será o ganhador.
Não existe um modo de afastar de nós essa tendência natural ao bem e ao mal. Então o que fazer para que a tendência de um seja mais forte do que do outro? Com certeza, são as escolhas que fazemos diariamente em nossa vida. Podemos escolher a morte, ou então, escolher a vida. A vida, na verdade, é feita de escolhas diárias, e mais que diárias, de escolhas momentâneas, que fazem a grande diferença.
As escolhas são pessoais e cada um deve responder por elas. Mesmo diante de situações muito difíceis, tais como a doença, eu posso escolher o que fazer com ela. Alguns, diante da dor, do sofrimento, se retraem, abandonam a luta, culpam todo mundo e não fazem nada para enfrentá-la com coragem e muita determinação. Outros, pelo contrário demonstram muita valentia, muita coragem, alto astral, mesmo quando tudo parece estar indo contra a sua pessoa.
Nós podemos escolher diariamente o que fazer com as situações inesperadas que surgem no decorrer da nossa existência. Podemos sucumbir e deixar-nos guiar pela tragédia, reclamar de tudo e de todos, ou então, podemos encontrar razões para viver mesmo diante de realidades aparentemente trágicas e sem solução.
É maravilhoso viver, e é normal que a vida seja essa luta constante entre a morte e a vida, entre a tristeza e a alegria, a coragem e o desânimo, o bem e o mal, a esperança e a depressão e assim por diante. Depende de você o modo como a vida será afrontada, encarada e decidida.
Isso tudo é bem bíblico, pois o próprio Jesus, enquanto caminhava com os seus discípulos, percebeu que no campo havia trigo e cizânia. Quando os seus quiseram que ele tirasse o joio, ele respondeu dizendo que isso faz parte da vida do campo. Os dois devem crescer juntos e serem colhidos no final dos tempos. Ao dizer isso, Jesus fazia uma menção clara ao ser humano, cuja vida é permeada pelo trigo e pelo joio, e ele deverá fazer escolhas diárias, e no final dos tempos, será julgado pelo bem que fez, ou pelo mal que escolheu.
A vida é realmente essa luta diária, mas nós somos chamados a escolher a vida, o bem, o amor, a esperança, a coragem, pois é para isso que fomos feitos por Deus. Isso tudo depende de cada um, e isso que dá valor e sentido para a nossa existência. Sê, portanto sensato, e escolhe a vida.
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