Teológico Pastoral

Teológico Pastoral

sábado, 30 de junho de 2012

Homilia da Liturgia do domingo - 01 de julho de 2012

DA MORTE À VIDA, DO PRANTO À FESTA
(Liturgia do Décimo Terceiro Domingo do Tempo Comum)

A liturgia deste décimo terceiro domingo do tempo comum apresenta-nos a figura da dor da doença e da morte. Somos convidados a lançar o nosso olhar sobre essa realidade, cruel à vida do ser humano, na ótica fé, que faz irromper o poder de Deus, de modo a receber e conceber a mensagem da Palavra de hoje como um hino à vida.
Jesus realiza prodígios às pessoas que n’Ele tem fé. “E criou todas as coisas para existirem, e as criaturas do mundo são saudáveis: nelas não há nenhum veneno de morte, nem é a morte que reina sobre a Terra”. “Deus criou o homem para a imortalidade; foi por inveja do diabo que a morte entrou no mundo, e experimentam-na os que a ele pertencem, argumenta ainda a Sabedoria (primeira leitura).
No caos causado pela doença e pela morte, a mão de Deus intervém como salvação aos que se abrem à experiência da fé verdadeira, triunfando com a força da ressurreição, onde o homem é absolutamente incapaz de agir, porque a morte o atingiu.  A fé n’Ele supera, portanto, aquilo que é impossível ao limite humano.
O Evangelho, de fato, nos apresenta dois casos nos quais o poder humano é limitado. Uma mulher que, para obter a cura, gastou tudo, seu tempo e seu dinheiro, sem nenhum resultado. Apresenta também um homem cuja filhinha havia morrido.
No coração dessas duas pessoas está o segredo, isto é, a chave para obter aquilo que somente Jesus pode dar! Refiro-me àquilo que apenas d’Ele temos a certeza de poder receber. E o segredo é aquela fé capaz de comover o coração de Jesus.
Uma fé explícita encontrada no chefe da sinagoga, que vai até Jesus, e se prostra aos seus pés, suplicando-Lhe com insistência. Isso mesmo! Uma fé como aquela “escondida”, mas concreta, no íntimo da mulher doente há tantos anos. A fé de uma mulher assim que se aproxima, certa de que se conseguir tocar apenas na barra da sua túnica, será curada, ainda que a ciência da época e os anos de experiências frustrantes dissessem o contrário!
Essas duas pessoas obtém de Jesus aquilo que queriam, isto é, a cura da doença e a ressurreição da morte! Isso é confirmado pela palavra de Jesus: “Filha, a tua fé te curou. Vai em paz e fica curada dessa doença”!  e também quando diz ao chefe da sinagoga: “Não tenhas medo. Basta ter fé”!
Aqui está a dinâmica do Êxodo, quando o povo Hebreu se encontrava na escravidão do Egito, que é também metáfora da dinâmica pascal da dimensão cristã. Vivendo situações de angústia, gritos de súplica são dirigidos a Deus, como reza o salmo 106, “Na angústia clamaram ao Senhor e Ele os libertou...”. O Senhor intervém!
O Evangelho começa com uma frase que aparece mais de uma vez no Evangelho de Marcos: “Jesus atravessou de novo, para a outra margem”!
O capítulo 5 do Evangelho de Marcos começa com essas mesmas palavras, narrando o episódio de Jesus com o homem endemoninhado, com um espírito impuro que se chamava Legião, e que é lançado numa manada de porcos. Os donos dos porcos pedem a Jesus que vá embora do seu território. Jesus passa, portanto, de uma situação hostil, de recusa, à uma situação de acolhida, isto é, “à outra margem”, onde muita gente se junta ao redor dele.
Nesse lado da “margem” todos procuram o Senhor. Uma série de verbos tais como “se reuniu junto dele, aproximou-se dele, caiu aos seus pés, pediu com insistência, tocou na sua roupa etc, conotam um movimento que põe em prática todas as faculdades do ser humano movido por um profundo desejo de chegar até a Jesus.
É a força da fé de quem, como disse, se encontra em dificuldade extrema e sente dentro de si algo de irresistível, algo que o impele na direção da verdadeira fonte da vida, para recuperar a vida que está se esvaindo ou que já nem existe mais. É o grito do Espírito que sai do profundo do ser e que se torna explícito na súplica, como nos lembram das palavras do Apóstolo Paulo: “... As aspirações do Espírito levam à vida ... e, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos vivificará também vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós” (Rm 8,6.11). E ainda, “... Gememos em nosso íntimo, esperando a condição filial, a redenção do nosso corpo ... O Espírito vem em socorro da nossa fraqueza, pois não sabemos o que pedir nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis” (Rm 8,23.26).
Todo o nosso ser é chamado hoje abrir-se com fé para acolher o dom da cura e o dom da vida, ou melhor, a acolher o próprio autor da vida, Jesus Cristo, enviado pelo Pai.
Eis aqui algumas perguntas que os personagens do Evangelho nos levam a fazer: quando vamos receber Jesus na Eucaristia, estamos indo, de fato, para tocá-lo com a mesma fé daquela mulher doente do Evangelho? Ao buscá-Lo na Eucaristia, na Palavra e também nas pessoas que encontramos pelos caminhos da vida, sobretudo os mais sofredores, temos a certeza de que, ao encontrá-Lo, seremos curados? Cremos, de fato, que Ele, ressuscitado dentre os mortos, está vivo e vem a nós para dar-nos a vida e a vitória sobre o mal e sobre a morte?
A leitura da segunda carta aos Coríntios (8,7.9.13-15) apresenta-nos o contexto das igrejas provenientes do paganismo, sobretudo as da Macedônia, que socorriam os cristãos da Igreja Mãe de Jerusalém, lugar de origem da evangelização. A situação é a de uma coleta realizada como sinal de unidade e de comunhão para com aquela igreja. Ao mesmo tempo é uma atitude de reconhecimento pelos dons espirituais que dela haviam recebido. É graça de Deus poder doar! Paulo quer fazer com que também os Coríntios participem dessa obra de misericórdia e caridade. Ele, que estava com o relacionamento abalado com a comunidade de Corinto, recebe de Tito a notícia de que a comunidade estava mais serena nos seus confrontos. É com essa consciência que escreve aos Coríntios para manifestar a sua alegria com relação à sua nova postura de vida, mas também pelo desejo de manter a unidade entre as comunidades fundadas por ele e a Igreja de Jerusalém. É por causa da abundância de sua fé, da palavra, do conhecimento de Jesus Cristo, do zelo e do amor que acendeu neles, que os exorta a viverem na abundância dessa graça, isto é, na ajuda aos outros, nesse caso, angariando fundos, "não para colocá-los numa situação aflitiva, mas para aliviar os outros”. Paulo aqui considera a motivação profunda do agir cristão e dá o exemplo que eles conhecem bem: “...Na verdade, conheceis a generosidade de nosso Senhor Jesus Cristo: de rico que era, tornou-se pobre por causa de vós, para que vos torneis ricos, por sua pobreza” (v. 9). O apóstolo, então, acrescenta que não se trata se privar do necessário para enriquecer os outros, mas para criar igualdade entre comunidades.
Significa partilhar fraternalmente tanto os bens espirituais, como os bens materiais. 
É uma graça poder doar! Aliás, o cristão quando doa torna-se semelhante ao seu Senhor, que se doou a si mesmo por amor à nós. Finalmente, que a Palavra de Deus nos ajude hoje a rezar com o salmo 29, aceitando o convite do salmista a louvar ao Senhor, de cuja bondade não conhece limites, agradecendo ao Senhor que, quando encontra em nós a fé típica do Evangelho de hoje, nos conduz da morte à vida, transformando o nosso pranto numa festa! (Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA – Superior dos Missionários Inacianos – formador@inacianos.org.br – Website: www.inacianos.org.br).


terça-feira, 26 de junho de 2012

Família

O Papa João Paulo II, na Carta às Famílias, chamou a família de “Santuário da vida” (CF, 11). Santuário quer dizer “lugar sagrado”. É ali que a vida humana surge como que de uma nascente sagrada, e é cultivada e formada. É missão sagrada da família: guardar, revelar e comunicar ao mundo o amor e a vida.
O Concílio Vaticano II já a tinha chamado de “a Igreja doméstica” (LG, 11) na qual Deus reside, é reconhecido, amado, adorado e servido; nele também foi ensinado que: “A salvação da pessoa e da sociedade humana estão intimamente ligadas à condição feliz da comunidade conjugal e familiar” (GS, 47).
Jesus habita com a família cristã. A presença do Senhor nas Bodas de Caná da Galiléia significa que o Senhor “quer estar no meio da família”, ajudando-a a vencer todos os seus desafios; e Nossa Senhora ali o acompanha com a sua materna intercessão.
Desde que Deus desejou criar o homem e a mulher “à sua imagem e semelhança” (Gen 1,26), Ele os quis “em família”. Por isso, a família é uma realidade sagrada. Jesus começou sua missão redentora da humanidade na Família de Nazaré. A primeira realidade humana que Ele quis resgatar foi a família; Ele não teve um pai natural aqui, mas quis ter um pai adotivo, quis ter uma família, e viveu nela trinta anos. Isso é muito significativo. Com a presença d’Ele na família – Ele sagrou todas as famílias.
Conta-nos São Lucas que após o encontro do Senhor no Templo, eles voltaram para Nazaré “e Ele lhes era submisso” (cf. Lc 2,51). A primeira lição que Jesus nos deixou na família é a de que os filhos devem obedecer aos pais, cumprindo bem o Quarto Mandamento da Lei. Assim se expressou o Papa João Paulo II:
“O Filho unigênito, consubstancial ao Pai, ‘Deus de Deus, Luz da Luz’, entrou na história dos homens através da família” (CF, 2).
Ao falar da família no plano de Deus, o Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que ela é “vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai” (CIC, 2205). E na sua mensagem de Paz, do primeiro dia do Ano Novo (2008) o Papa Bento XVI deixou claro que sem a família não pode haver paz no mundo. E o Papa fez questão de ressaltar que família é somente aquela que surge da união de um homem com uma mulher, unidos para sempre, e não uma união homossexual que dá origem a uma falsa família.
“A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais, em que se pode começar a honrar a Deus e a usar corretamente da liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade” (CIC, 2207).
A Família de Nazaré sempre foi e sempre será o modelo para todas as famílias cristãs. Acima de tudo, vemos uma família que vive por Deus e para Deus; o seu projeto é fazer a vontade de Deus. A Sagrada Família é a escola das virtudes por meio da qual toda pessoa deve aprender e viver desde o lar.
Maria é a mulher docemente submissa a Deus e a José, inteiramente a serviço do Reino de Deus: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra” (Lc 1,38). A vontade dela é a vontade de Deus; o plano dela é o plano de Deus. Viveu toda a sua vida dedicada ao Menino Deus, depois ao Filho, Redentor dos homens, e, por fim, ao serviço da Igreja, a qual o Redentor instituiu para levar a salvação a todos os homens.
José era o pai e esposo fiel e trabalhador, homem “justo” (Mt 1, 19), homem santo, pronto a ouvir a voz de Deus e cumpri-la sem demora. Foi o defensor do Menino e da Mãe, os tesouros maiores de Deus na Terra. Com o trabalho humilde de carpinteiro deu sustento à Família de Deus, deixando-nos a lição fundamental da importância do trabalho, qualquer que seja este.
Em vez de escolher um pai letrado e erudito para Jesus, Deus escolheu um pai pobre, humilde, santo e trabalhador braçal. José foi o homem puro, que soube respeitar o voto perpétuo de virgindade de sua esposa, segundo os desígnios misteriosos de Deus.
A Família de Nazaré é para nós, hoje, mais do que nunca, modelo de unidade, amor e fidelidade. Mais do que nunca a família hoje está sendo destruída em sua identidade e em seus valores. Surge já uma “nova família” que nada tem a ver com a família de Deus e com a Família de Nazaré.
As mazelas de nossa sociedade –, especialmente as que se referem aos nossos jovens: crimes, roubos, assaltos, seqüestros, bebedeiras, drogas, homossexualismo, lesbianismo, enfim, os graves problemas morais e sociais que enfrentamos, – têm a sua razão mais profunda na desagregação familiar a que hoje assistimos, face à gravíssima decadência moral da sociedade.
Como será possível, num contexto de imoralidade, insegurança, ausência de pai ou mãe, garantir aos filhos as bases de uma personalidade firme e equilibrada e uma vida digna, com esperança?
Como será possível construir uma sociedade forte e sólida onde há milhares de “órfãos de pais vivos”? Fruto da permissividade moral e do relativismo religioso de nosso tempo, é enorme a porcentagem dos casais que se separam, destruindo as famílias e gerando toda sorte de sofrimento para os filhos. Muitos crescem sem o calor amoroso do pai e da mãe, carregando consigo essa carência afetiva para sempre.
A Família de Nazaré ensina ainda hoje que a família desses nossos tempos pós-modernos só poderá se reencontrar e salvar a sociedade se souber olhar para a Sagrada Família e copiar o seu modo de vida: serviçal, religioso, moral, trabalhador, simples, humilde, amoroso… Sem isso, não haverá verdadeira família e sociedade feliz.
Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Homilia da Liturgia do domingo - 24 de junho de 2012

A FÉ MADURA NO DEUS QUE NÃO DORME!
(Liturgia do Décimo Segundo Domingo do Tempo Comum)

A dinâmica da liturgia faz hoje uma passagem um tanto quanto brusca entre o clima espiritual do domingo passado, com a singeleza e a potência contida da semente, da qual algo certo era esperado, e este domingo, com a força bruta da tempestade inesperada. Para nos ajudar na reflexão da Palavra de Deus deste décimo segundo domingo do tempo comum, proponho, primeiramente, a oração do Salmo 44:

“Levanta-te, por que dormes, Senhor?
Desperta, não nos rejeites para sempre!
Por que escondes teu rosto
e não te preocupas com nossa miséria e aflição?
Sim, nossa alma está prostrada ao pó,
à terra está colado o nosso ventre.
Surge em nosso socorro;
Resgata-nos pela tua misericórdia”!

A impotência humana diante do impossível torna ainda mais dramática a incapacidade de evitar um evento atroz e injusto. 
E eis que a cena evangélica hoje nos permite perguntar: quanto vale a vida humana ceifada antes da hora nas catástrofes naturais, como os Tsunamis e terremotos? Quanto vale, Senhor, aos teus olhos, a vida humana trucidada pela violência, pela guerra, pela fome ou pelas doenças incuráveis? Quanto vale a vida das crianças que nascem com anencefalia, com chance de sobreviver apenas algumas horas? Onde está Deus, nessas horas? Por que não faz alguma coisa?
O grito dos apóstolos naquela barca atacada por uma violenta tempestade, torna-se hoje o nosso grito: “Mestre, estamos morrendo e tu não te importas”?  É o grito desesperado de tanta gente que ecoa nos quatro cantos do mundo. Se Deus existe, diz-se por aí, parece que está dormindo! Seja pelo fato de não enxergar a nossa dor, seja porque não compreende o nosso sofrimento ou porque não age!
Se Deus existe parece, realmente, ausente dos problemas reais e sofrimentos dos povos e da nossa história. Por quê? O que mais, de tão importante, o Senhor tem para fazer, ao ponto de distrair-se assim das necessidades do ser humano? Para que nos serve um Deus assim? Aliás, precisamos mesmo de um Deus?  O que Ele faz, se realmente, existe? Por que dormes, Senhor? Contudo, reza o salmo 121:

“Levanto os olhos para os montes
De onde me virá o auxílio?
Meu auxílio vem do Senhor que fez o céu e a terra.
Não deixará teu pé vacilar, aquele que te guarda não dorme.
Não dorme, nem cochila o vigia de Israel.

O sono de Cristo na barca tem uma única explicação! Ele quer despertar o grito da nossa fé! A ousadia desta afirmação está nas palavras do próprio Jesus que, quase chocado, pergunta aos apóstolos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?
A fé sincera desperta a consciência de Sua presença na “barca” da nossa história. O ser humano, quando grita, procurando por Deus, aparentemente ausente da história humana e banido da vida do mundo pelos que pregam a doutrina do próprio homem ao homem, deveria gritar para fazer ecoar dentro do seu coração, para “acordar” e despertar a presença do próprio Deus “escondida” dentro de cada pessoa!
A fé imatura supõe um Deus sempre acordado, independentemente da nossa própria fé. Um Deus sempre pronto, mesmo sem o nosso conhecimento ou sem que com Ele nos relacionemos, de fato e frequentemente. Um deus como os muitos deuses da mitologia grega que manipulam as vidas e os destinos dos seus protegidos. Isso mesmo, um Deus que evite as nossas tempestades, a qualquer preço!
Acontece que Deus não é um amuleto de plantão, escolhido entre tantos outros e usado porque dizem que, talvez, pode funcionar melhor do que os outros, para nos proteger de problemas e tragédias da vida! O Deus de Jesus Cristo revelado ao mundo não age assim!
É preciso compreender que a fé se faz extremamente necessária para “despertar” a Sua poderosa presença em nossa vida!
O Deus de Jesus Cristo não é um Deus insensível! Não tenhamos dúvida de que Ele compartilha o gosto amargo de nossa existência, o fel do nosso desespero, a frustração dos nossos projetos sem sucesso, bem como a decepção da nossa falência, causada pelos ventos contrários que pretendem afundar as nossas esperanças e expectativas. 
A resposta de Jesus aos apóstolos parece sinalizar para o que Cristo espera de nós. Isto é, devemos ser capazes de confiar em enfrentar com Ele, toda tempestade difícil, confiando n’Ele sempre, mesmo que a água chegue até o nosso pescoço!
Hoje Jesus nos dá uma lição clara de como enfrentar a história neste mundo. Devemos navegar no mar desta vida com Ele, tê-Lo em nossa “barca” assim como os apóstolos fizeram, antes que o medo tomasse conta deles, “Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava, na barca”, para que Ele faça conosco a travessia durante as passagens mais tempestuosas do nosso navegar neste mundo.
Assim como estava”, ou se quisermos, “assim como Ele era”, isto é, não como um Deus “criado” por nós à nossa própria imagem. Trata-se aqui de compreendermos que não podemos nos salvar agarrando-nos a um deus criado pelas nossas fantasias religiosas, principalmente fundadas na idolatria dos falsos valores, do poder do dinheiro, do deus “alívio imediato” e do prazer fácil!
Somos convidados a superar a tentação da ideia de que podemos nos sentir mais seguros com um deus "programado" de acordo com a nossa lógica e os nossos desejos. Pelo contrário! A fé amadurecida nos leva a, diferentemente, acolhê-Lo incondicionalmente, deixando a Ele a total liberdade de ação!
Portanto, caminhemos, ou melhor, naveguemos cheios de esperança, com a certeza de que, na “barca” de nossas vidas, Cristo está sempre presente! Ainda que a nossa fé imatura, presuma que Ele esteja “dormindo”, pelo fato de não realizar sempre a nossa vontade e de não fazer com que as ondas violentas das tempestades da vida não cheguem até nós. Ele se importa conosco e sabe de tudo o que nos acontece! Ele está vivo e acordado, isto é, ressuscitado, faz a travessia conosco. Ele é Aquele que tem o domínio sobre todas as forças! A Ele, até o vento e o mar obedecem! Quanto à nós, é preciso que sejamos gente de fé madura num Deus que nunca dorme! (Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA – Superior dos Missionários Inacianos – formador@inacianos.org.br – Website: www.inacianos.org.br).





quinta-feira, 21 de junho de 2012

Com Clélia Merloni na escola de Jesus

"Com alegria tirareis água das fontes da salvação. "
(Isaias 12, 3)

O Coração transpassado
Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como
era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes
quebrassem as pernas, e fossem tirados. Foram, pois, os soldados, e, na verdade,
quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que como ele foram crucificados; mas,
vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas. Contudo um dos
soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. E aquele que
viu testemunhou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz,
para que também vós o creiais. Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz:
(Jo 19,31-37)
Nenhum dos seus ossos será quebrado. E outra vez diz a Escritura: Verão aquele que
traspassaram
.
O Coração de Jesus uma fonte
Este Coração divino è uma fonte inexaurível, da qual jorram ininterruptamente três rios: o primeiro
é aquele da misericórdia pelos pecados levando a eles o espírito de penitência e de perdão. O
segundo é o da caridade que jorra trazendo ajuda a todos os que se encontram em alguma
necessidade, especialmente, àqueles que fazem um caminho de santidade: esses encontrarão a força
para superar os obstáculos. O terceiro é aquele do amor e da luz para os amigos perfeitos que Ele
deseja unir a si mesmo, comunicando a eles a sua sabedoria e os seus desejos, porque por um
caminho ou por outro, se consagram totalmente à sua glória. Este Coração divino é um abismo de
bondade, onde os pobres depositam suas necessidades; é um abismo de alegria, onde depositamos
todas as nossas tristezas; é um abismo de humilhação para o nosso orgulho; um abismo de
misericórdia para os infelizes; é um abismo de amor, onde devemos deixar todas as nossas misérias
(Santa Margarina Maria de Alacoque - cfr Carta 2,33).
Carisma de Madre Clélia
O carisma de Madre Clélia tem sua origem no próprio Coração da Igreja que é o Coração de Cristo,
transpassado pela lança, na Cruz, pela redenção do mundo, sinal de morte e de ressurreição, vivo e
presente entre nós, no Sacramento da Eucaristia
(Carisma e Missão, n 2).
E’ para este Coração, sinal de amor e de redenção, fonte de salvação, que se dirige o olhar do
homem, da mulher, de todo tempo e cultura, para atingir a fé que ilumina, a esperança que salva, a
caridade que reúne as pessoas em uma só família e faz do Coração de Cristo, o coração do mundo.
(
Carisma e Missão, n 4).
Reflexão com Papa Bento XVI
O lado traspassado do Redentor é a fonte para a qual nos envia a Encíclica
Haurietis aquas:
devemos haurir desta fonte para alcançar o conhecimento verdadeiro de Jesus Cristo e experimentar
mais profundamente o seu amor. Poderíamos assim compreender melhor o que significa
conhecer
em Jesus Cristo o amor de Deus,
experimentá-lo mantendo o olhar fixo n'Ele, até viver
completamente do seu amor, para depois poder
uma expressão do meu venerado Predecessor João Paulo II, "Junto ao Coração de Cristo, o coração
humano aprende a conhecer o sentido verdadeiro e único da vida e do próprio destino, a
compreender o valor de uma vida autenticamente cristã, a prevenir-se de certas perversões do
coração, a unir o amor filial a Deus com o amor ao próximo. Assim é a verdadeira reparação
exigida pelo Coração do Salvador sobre as ruínas acumuladas pelo ódio e pela violência, poderá ser
edificada a civilização do Coração de Cristo".
Quem aceita o amor de Deus interiormente, é por ele plasmado. O amor de Deus experimentado é
vivido pelo homem como um "chamado" ao qual ele deve responder. O olhar dirigido ao Senhor,
que "tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas dores"
mais atentos ao sofrimento e às necessidades dos outros. A contemplação adorante do lado
transpassado pela lança torna-nos sensíveis à vontade salvífica de Deus. Torna-nos capazes de nos
confiarmos ao seu amor salvífico e misericordioso e ao mesmo tempo fortalece-nos no desejo de
participar na sua obra de salvação tornando-nos seus instrumentos. Os dons recebidos do lado
aberto, do qual saíram "sangue e água" (cf.
para os outros fonte da qual promanam "rios de água viva"
A experiência do amor haurida do culto do lado traspassado do Redentor protege-nos do perigo do
fechamento em nós mesmos e torna-nos mais disponíveis para os outros. Nisto conhecemos o amor:
Ele deu a sua vida por nós, portanto também nós devemos dar a vida pelos irmãos
Enc
2006).
testemunhá-lo aos outros. De fato, para retomar(Mt 8, 17), ajuda-nos a tornar-nosJo 19, 34), fazem com que a nossa vida seja também(Jo 7, 38) (cf. Enc. Deus caritas est, 7).(1 Jo 3, 16) (cf.Haurietis aquas, 38). (cfr por ocasião do 50° aniversário da Encíclica Haurietis Aquas - 15 de maio de
Oração
Salmo 62, 1-9)
Ó Deus, Vós sois o meu Deus,
Com ardor vos procuro.
Minha alma está sedenta de vós,
e minha carne por vós anela
Como a terra árida e sequiosa, sem água.
Quero vos contemplar no santuário,
Para ver vosso poder e vossa glória.
Porque vossa graça me é mais preciosa do que a vida,
Meus lábios entoarão vossos louvores.
Assim vos bendirei em toda a minha vida;
Com minhas mãos erguidas vosso nome adorarei.
Minha alma saciada como de fino manjar,
Com exultante alegria meus lábios vos louvarão.
Quando, no leito, me vem vossa lembrança,
Passo a noite toda pensando em vós.
Porque vós sois o meu apoio,
Exulto de alegria, à sombra de vossas asas.
Minha alma está unida a vós,
Sustentai-me com a vossa destra.
Vivência:
Aprendamos com Madre Clélia
Jesus quer, não somente que eu perdoe de coração todos os meus ofensores, mas que procure fazer-lhes todo
o bem que me é possível, procurando especialmente rezar muito por eles, compadecer-me deles e desculpálos,
desejando-lhes a glória do céu. Ele quer que eu reze sempre por quem foi causa de sofrimento, não mais
falando de suas falhas. Quer que eu ame quem me ofendeu, como Ele nos amou.
(PLM 512).

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Consagração dos filhos a Maria

Consagração dos nossos filhos à Nossa Senhora...
Ó boa Mãe Três Vezes Admirável, que és a Mãe do Filho de Deus e que adotaste a nós como filhos, tu compreendes muito bem quão sublime, grandiosa e bela é a missão que nos foi confiada como pais de família.

Em nossas mãos, Deus colocou o futuro da Igreja e da sociedade.

A nós, deu o poder de colaborar com Ele na criação, na educação e na formação dos homens de amanhã.

Cientes da nossa responsabilidade e conhecendo a realidade da vida, sentimo-nos incapazes de por nós próprios realizar a grande missão que nos foi confiada.

Por isso, Mãe, cheios de confiança, ajoelhamo-nos diante de ti para te confiar e consagrar nossos filhos.
Tu bem sabes a quantos perigos eles estão expostos e como o mundo e o demônio os perseguem querendo destruir
neles a dignidade de filhos de Deus e lançá-Ios na lama do pecado.

Mãe, suplicamos-te humildemente:

Vem em auxílio dos nossos filhos e revela neles a tua admirável arte de educar.

Acolhe-os no teu bondoso coração.

Assiste-os e ampara-os em todas as dificuldades, sobretudo nas horas de tentação.
Conserva-os puros e ensina-Ihes a lutar sempre pelo bem.

Estende-Ihes tua mão e guia-os para Deus.

Afasta-os das más companhias e livra-os de todo mal.

Guarda neles a graça santificante que receberam no
batismo e não permitas que venham a ofender a Deus pelo
pecado grave.

Querida Mãe, zela por nossos lares e por nossos filhos.
Cuida que jamais nos falte o pão material e o alimento espiritual.

Faz crescer em todos nós a fé, a esperança e a caridade.
Suscita entre nós costumes cristãos de oração, prática de boas obras e espírito de sacrifício.

Ajuda-nos a ter sempre atitudes cristãs de caridade fraterna, perdão mútuo e solidariedade.
Sê tu a Mãe e a educadora de nossos filhos.

Que eles vivam realmente como filhos de Deus.
Encaminha-os na vocação que o Pai celeste previu para eles desde a eternidade.

Guia-os pela vida e acompanha-os na hora da morte.
Ajuda-nos, Mãe, para que nós, pais, sejamos para nossos filhos verdadeiras imagens de Deus, a fim de que eles
encontrem em nós todo o apoio, amor, segurança e compreensão de que necessitam.

Vem, fica conosco no nosso lar.Torna-o semelhante ao lar de Nazaré, onde reine sempre a paz, a união, a alegria e o amor.

Amém.

sábado, 16 de junho de 2012

Homilia da Liturgia do domingo - 17 de junho de 2012



A LIÇÃO DA SEMENTE: DO APARENTE INSIGNIFICANTE, AO GRANDE, BELO E FORTE!
(Liturgia do XI Domingo do Tempo Comum)

As parábolas contadas por Jesus neste décimo primeiro domingo do tempo comum, nos convidam a abrir nossas mentes, corações e nossa vida toda a um belo, imprevisível e gratuito dom do Seu Reino e da Sua Palavra!
Jesus nos conta hoje duas parábolas e em ambas a protagonista é a semente que, com sua força cresce, dá seus frutos e torna-se uma grande árvore!
Poderíamos dizer que a característica principal dessas parábolas é a desproporção. Na primeira parábola, na verdade, temos uma desproporção entre as ações do agricultor que semeia e faz a colheita, e tantas ações que, ao contrário, a semente realiza. “A semente germina, cresce, produz fruto, faz surgir as folhas, a espiga e os grãos que enchem a espiga”.
Na segunda parábola temos, por sua vez, uma desproporção de medida entre a condição inicial do grão de mostarda, o menor entre todos, que se torna uma grande árvore, a maior de todas! 
Através das parábolas Jesus nos encoraja a acolher e a continuar a viver o Evangelho em nossa vida, não obstante as nossas debilidades e os nossos medos. O convite é, na verdade, para que busquemos sempre fazer frutificar a verdade de Sua Palavra em nossa própria história.
Ao observarmos os passos dados em nossa caminhada, ao olharmos para o nosso passado, e ao nos determos em nossa história, precisamos compreender, através da Sua Palavra que: “Assim é o Reino de Deus, como um homem que lança a semente sobre a terra...”. 
Olhando para a nossa vida cristã, muitas vezes nos detemos em análises frustrantes e desanimadoras a respeito da vida comunitária. De fato, o que queremos é ver os resultados baseados em nossos parâmetros de sucesso. Queremos frutos imediatos, mas ao contrário das nossas expectativas urgentes, encontramo-nos frequentemente presos em nós mesmos e nas realidades humanas com as quais temos que conviver e que, quase sempre, nos decepcionam.
A parábola da semente que cresce espontaneamente nos lembra que o nosso papel enquanto, formadores, missionários, líderes e mesmo enquanto comunidade deve concentrar-se em "continuar a semear", a proclamar o Evangelho, a Palavra de Deus, lançando sempre as sementes, abrindo-nos às contínuas tentativas e iniciativas, com a certeza de que aí está o segredo da fidelidade e da esperança.
Na certeza de que não estamos sós e de que a Palavra que anunciamos não é nossa e que o sucesso do anúncio não depende apenas de nós mas, sobretudo, do poder de Deus, que nos garante, “o agricultor vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece”.
É claro que isso não significa que devemos ceder à tentação do conformismo, da preguiça ou da superficialidade, deixando tudo para Deus. Pelo contrário! Nós somos portadores da Palavra, enquanto Boa Notícia de Deus para este mundo. Essa é a nossa força, a força das nossas comunidades. Isto é, a Palavra que é a força transformadora de Deus!
Se em nossas comunidades o anúncio da Palavra não ocupar o centro de nossas ações, corremos o risco de anunciar tantas coisas, inclusive, coisas boas e bonitas, usando tantos meios eficientes, porém, perderemos o foco e a centralidade da nossa missão, isto é, o anúncio do Evangelho! A verdadeira semeadura.
Trata-se de um anúncio que não visa o sucesso, mas tem como meta, a verdade! Essa verdade constitui, portando, nossa tarefa e nossa meta, tarefa e meta da qual nenhuma comunidade de fé e nenhum cristão pode fugir.
As parábolas de Jesus nos oferecem a oportunidade para uma reflexão que vai também ao nível pessoal. A parábola da semente de mostarda, por exemplo, nos recorda que basta apenas uma pequena semente, uma motivação aparentemente sem importância, para reabrir a nossa vida a grandes projetos, grandes transformações, com frutos inesperados. Diferentemente do que pensamos, na maioria das vezes, essa transformação e abertura para grandes projetos não brotam de acontecimentos estupendos e fantásticos. Quem espera por isso, certamente, irá frustrar-se, depois ter negado a si mesmo a oportunidade de aprofundar o olhar nos acontecimentos, encontros e situações do cotidiano. O dia a dia é o canteiro no qual a pequena semente pode nos surpreender!
Com a ajuda da Palavra de Deus e da sua graça, basta um pequeno passo em direção ao bem e à verdade, para reabrir a nossa vida aos frutos que antes, talvez, não faziam parte de nossas expectativas.
Há sempre um tempo para compartilhar, para recuperar, para reerguer-se e para lançar-se ao novo! Esse tempo começa com a abertura para acolher a novidade, o inusitado. Começa também quando abrimos um espaço, com humildade, à Palavra de Deus em nossa vida!
Aliás, tudo sempre começa a partir de uma pequena semente, inclusive o bem e o belo, e até mesmo o mal. O bem, a verdade, a justiça, a caridade, o amor, a empatia, a sensibilidade, mas também a raiva desencadeada, um lucro indevido, uma vantagem indevida, a insensibilidade etc desde o princípio não passam de uma pequena semente, mas depois se tornam “árvores incomensuráveis”!
Esta parábola nos coloca diante da grande oportunidade e da responsabilidade que os gestos que podemos ou não realizar nos proporcionam.  São pequenos gestos de bondade que devemos continuar a fazer com fidelidade, continuar a semear com paciência e perseverança, sabendo que amanhã podem tornar-se grandes árvores para a nossa vida ou para a vida dos outros. Ao mesmo tempo, devemos também estar atentos para não permitir que as pequenas sementes ruins sejam semeadas em nossas vidas, na sociedade, no nosso cotidiano porque, a princípio, podem parecer insignificantes, mas depois, também essas podem tornar-se “grandes árvores”. Quanto à semente da Palavra e do bem praticado, aparentemente insignificante aos olhos de um mundo fundamentado no poder e na força, na verdade, estão destinadas ao grande, ao belo e forte, a ponto de nos surpreender! (Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA – Superior dos Missionários Inacianos – formador@inacianos.org.br – Website: www.inacianos.org.br).





quinta-feira, 14 de junho de 2012

Solenidade do Coração de Jesus

Coração, símbolo do Amor 

            A devoção ao Coração de Jesus nasceu ao pé da Cruz, no Calvário. Tem mais de vinte séculos, tem a idade da própria Igreja.
            “Quando chegaram, porém, a Jesus, viram que ele estava morto e não lhe quebraram as pernas, mas um soldado lhe abriu o lado com uma lança, no mesmo instante, saiu sangue e água. Contemplarão aquele que transpassaram” (Jô 19,33-34.35)
            Do Coração de Jesus veio para nós o seu amor através da redenção do mundo. É no coração de Jesus que encontramos a esperança e a vontade de amar, a partir da entrega total de Jesus, por nós na Cruz, onde seu coração foi transpassado, formando então uma aliança de amor eterna para conosco.
            Vivemos em uma sociedade voltada para o egoísmo que leva ao individualismo e o isolamento das pessoas. Jesus mostra a cada um de nós o caminho de vivermos em comunidade, certos que do seu coração vem para nós o maior exemplo de amor pela humanidade.
            Devemos-nos voltar para o bem comum. Os cristãos são chamados a serem agentes transformadores e promotores da paz e da esperança, esperança que brota do Coração de Jesus.
            Confiar é depositar no Coração de Jesus toda nossa fé, que leva a cada um a não desistir e nem desanimar de nosso caminhar com Cristo. Ele nos anima cada dia para superarmos todos os obstáculos e sentirmos sua presença consoladora em nós.
            A espiritualidade do Coração de Jesus não é periferia, mas centralidade da redenção. Não é apenas mais uma devoção popular, ao lado de tantas outras no Brasil e no mundo. É centralidade do Evangelho, do Cristianismo, na vida de cada um de nós.
            Busquemos o amor de Deus através do Coração de Jesus para vivermos plenamente sua Palavra, nos voltando para unidade e aprofundando nossa fé.
SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS,         
                          TEMOS  CONFIANÇA EM VÓS!
Pe. Marcos Pavan

Oração da família ao Coração de Jesus

Oração da Família ao Coração de Jesus

Coração de Jesus, expressão do amor infinito do Pai pelos homens, conscientes de nossos compromissos de batizados, consagramos-te nossa família e imploramos tua proteção sobre ela. Que nossa casa seja a tua casa, nossa mesa seja também a tua. Não sejas hóspede, Jesus, mas um de nossa família, o amigo íntimo, o irmão e companheiro de todas as horas. Cada um de nós, tudo o que somos ou temos te pertence. Faze-nos fiéis até a morte. Que Maria, tua e nossa Mãe nos assista como filhos, abençoe nosso lar e o faça tão feliz como ela fez feliz a Familia de Nazaré. Dá-nos, Jesus, a tua paz e tua bênção. Amém!

Coração de Jesus

Oração dos doentes ao Coração de Jesus

Coração de Jesus, ferido pelos pecados de todos os homens, que padecestes
toda a sorte de sofrimentos, aproximo-me de vós nesta hora de dor.

Dai-me a força necessária para viver este momento de graça e bênção com
os sentimentos que animaram vossa oferenda amorosa.

Concedei-nos vosso consolo nestas horas de tribulação. Que não me abata
a angústia nem me domine o desespero.

Concedei-me, Coração misericordioso de Jesus, pronta saúde, se isto for o que mais convém. Dai-me as graças para aproveitar, mediante esta enfermidade, a ocasião de aumentar mais a minha vida espiritual e participar mais efiscazmente do mistério de vossa dor redentora.

Coração clementíssimo de Jesus, tende compaixão de mim!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Entronização do Sagrado Coração de Jesus

"Fazei-nos, Virgem Maria, Sacrários Vivos da Eucaristia!"
"Coração Eucarístico de Jesus, aumentai a nossa Fé Esperança e Caridade! *
 
Jesus manso e humilde de Coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso!
JESUS tem um LUGAR ESPECIAL em SUA VIDA, em SEU LAR?
*
Nosso Deus também tem coração - o SAGRADO CORAÇÃO de JESUS.

A Entronização do Coração de Jesus é um recurso para expressar nosso amor a Deus,
manter viva a fé, ter presentes os compromissos cristãos dentro e fora do lar.
É abrir as portas do coração e da casa para acolher a mensagem de Jesus.

Consiste em colocar a imagem ou o quadro de Jesus, em um lugar especial da casa,
ou no local de trabalho, para recordar a presença de Cristo na vida e no lar.
A imagem traz em destaque o coração como símbolo do amor de Jesus por nós.
A Entronização do Coração nos lares foi um pedido que Jesus fez,
em uma de suas manifestações a Santa Margariada Maria Alacoque.
Atualmente, a imagem do Coração de Jesus pode estar também
em nossos espaços virtuais e meios de transportes.
Que Jesus esteja bem no centro da família, sendo ponto de união e fonte de amor.
Que o Coração de Jesus tenha um lugar muito especial em nossa vida,
em nossos lares, em nosos ambientes reais e virtuais!

Desejando fazer a Entronização do Sagrado Coração de Jesus:- Informe-se em sua Paróquia sobre os procedimentos.
- Comunique-se com membros do Apostolado da Oração.
- Leia sobre o assunto. Há vasta literatura.
- Escolha um data significativa para a família.
- Adquira um quadro ou imagem do Coração de Jesus.
- Prepare o ambiente e a cerimônia.
Há texto em nosso portal.


Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus

http://www.apostolas-pr.org.br
Província do Paranáhttp://www.apostolas.org.brProvíncia de São Paulo
http://www.ascj.com.ar
Vice-Província Cone Sul
http://www.ascjus.org
United States


http://www.ascj.netSede Geral, em Roma
Portal em 6 idiomas
bênçãos do Coração de Jesus,

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Ao Coração de Jesus

Oferecimento do Dia

Ofereço-vos, ó meu Deus, em união com o Sacratíssimo Coração de Jesus,
por meio do Coração Imaculado de Maria, as orações, obras,
sofrimentos e alegrias deste dia, em reparação de nossas ofensas
e por todas as intenções pelas quais o mesmo Divino Coração está
continuamente intercedendo e sacrificando-se em nossos altares.

Ofereço-vos de modo particular, pelas intenções
do Santo Padre o Papa, neste mês e neste dia.

Ao Coração de Jesus

Ó Coração sacratíssimo de Jesus, fonte viva e vivificante de Vida Eterna,
tesouro infinito de divindade, fornalha ardente de amor divino,
vós sois o lugar do meu descanso, o refúgio da minha segurança.

Ó meu amável Salvador, inflamai o meu coração daquele amor ardentíssimo
do qual arde o vosso; derramai nele as inumeráveis graças
de que o vosso Coração é a fonte.

Fazei que a vossa Vontade seja a minha e que a minha vontade
seja eternamente conforme a vossa!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Santíssimo Sacramento

A Festa de Corpus Christi é a celebração em que solenemente a Igreja comemora a instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas.

Propriamente é a Quinta-feira Santa o dia da instituição, mas a lembrança da Paixão e Morte do Salvador não permite uma celebração festiva. Por isso, é na Festa de Corpus Christi que os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de nossa alma. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, o próprio Cristo.

A Festa de Corpus Christi surgiu no séc. XIII, na diocese de Liège, na Bélgica, por iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon, (†1258) que recebia visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra do sacramento da Eucaristia.

Aconteceu, porém, que quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, aconteceu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Alguns dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia.

O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, informado do milagre, então, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, teria então pronunciado diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.

Em 11 de agosto de 1264 o Papa emitiu a bula "Transiturus de mundo", onde prescreveu que na quinta-feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor.

São Tomás de Aquino foi encarregado pelo Papa para compor o Ofício da celebração. O Papa era um arcediago de Liège e havia conhecido a Beata e percebido a luz sobrenatural que a iluminava e a sinceridade de seus apelos.

Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de Orvieto, em pedras pretas e brancas, chamada de "Lírio das Catedrais". Antes disso, em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e depois, então, em toda o mundo no séc. XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial.

Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas.

A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. A celebração normalmente tem início com a missa, seguida pela procissão pelas ruas da cidade, que se encerra com a bênção do Santíssimo.

Todo católico deve participar dessa Procissão por ser a mais importante de todas que acontecem durante o ano, pois é a única onde o próprio Senhor sai às ruas para abençoar as pessoas, as famílias e a cidade.

Em muitos lugares criou-se o belo costume de enfeitar as casas com oratórios e flores e as ruas com tapetes ornamentados, tudo em honra do Senhor que vem visitar o seu povo. Tudo isto tem muito sentido e deve ser preservado.

Começaram assim as grandes procissões eucarísticas e também o culto a Jesus Sacramentado foi incrementado no mundo todo através das adorações solenes, das visitas mais assíduas às Igrejas e da multiplicação das bênçãos com o Santíssimo no ostensório por entre cânticos cada vez mais admiráveis.

Surgiram também os Congressos Eucarísticos, as Quarenta Horas de Adoração e inúmeras outras homenagens a Jesus na Eucaristia. Muitos se converteram e todo o mundo católico.

O culto eucarístico não começou no século XIII, pois começou desde o Cenáculo, quando Jesus instituiu a sagrada Eucaristia. Mas faltava, porém, uma festa especial para agradecer ao "Prisioneiro dos Sacrários" esta presença inefável que o faz contemporâneo de todas as gerações cristãs.

Era necessário, realmente, uma data distinta para que se manifestasse um culto especial ao Corpo e Sangue de Cristo, atraindo d’Ele novas graças e bênçãos para os que caminham neste mundo. 
 
Irmã Analice Rocha Amorim - ASCJ -
Coordenadora do GFASC/SP

Homilia de Corpus Christi


CORPUS CHRISTI - NO CORPO E NO SANGUE DE CRISTO, A NOVA E ETERNA ALIANÇA
(Liturgia da Solenidade de Corpus Crhisti)

A primeira leitura da solenidade da festa de Corpus Christi no ano B, nos propõe um trecho do livro do Êxodo (24.3 -8). Esta Perícope fala da Aliança celebrada com as palavras: "Faremos tudo quanto nos disse o Senhor", mas também através de um gesto significativo.
Na verdade, Moisés, depois de ter ordenado que fossem oferecidos sacrifícios de comunhão e depois de ter sacrificado touros, despeja a metade do sangue sobre o altar, símbolo de Deus, e com a outra metade asperge o povo dizendo: "Este é o sangue da Aliança que o Senhor fez convosco segundo todas estas palavras”'.
A segunda leitura, por sua vez, nos recorda que Cristo é o mediador de uma nova Aliança porque "Ele entrou uma vez por todas no Santuário, não mediante o sangue de bodes e de bezerros, mas com o Seu próprio sangue, obtendo, assim, uma redenção eterna”. Mais adiante o autor conclui: "por isso Ele é o mediador de uma nova aliança. Pela Sua morte, Ele reparou as transgressões cometidas no decorrer da primeira aliança. E assim, aqueles que são chamados recebem a promessa da herança eterna“ (Hb 9,15).
No final do Evangelho proposto para esta solenidade, a nova Aliança é apresentada nas palavras de Jesus que, em seguida, serão sempre pronunciadas na oração Eucarística: “Isto é o meu sangue, o sangue da Nova Aliança, que é derramado em favor de muitos" (Mt 14,12. 22-26).
É necessário, portanto, ter em mente, antes de tudo, que a Aliança prometida e depois realizada por Jesus através da celebração da Eucaristia continua concreta e operante. Isto é, o pacto de amizade entre Deus e o ser humano, amizade almejada por um lado, e por outro, tão difícil de alcançar, sobretudo pelo próprio homem, se torna possível, visível e concreta em Cristo. 
A vida sacramental e a escuta da Palavra tendem, justamente, à construção e à manutenção deste vínculo com o Senhor, a fim de que a Nova Aliança realizada seja também a obra por excelência na vida dos cristãos e através deles, na vida de todos os homens pelos quais o Senhor deu a Sua vida.
Assim, a participação na Eucaristia, consequentemente, torna-se também uma ocasião para a oração de intercessão por todo o mundo, como a Igreja faz, quando na sua liturgia reza, de modo especial, a oração universal. Aliás, todos os sacramentos repropõem o Memorial de Cristo morto e ressuscitado, através dos quais Ele é o Emanuel, isto é, Deus conosco até o fim dos tempos. É por isso que os sacramentos podem ser chamados também de mistérios. 
A Eucaristia, corpo e sangue do Senhor, comunica-nos toda a vida e toda a vitalidade de Cristo. A Igreja, portanto, celebra a Eucaristia, mas ao mesmo tempo em que a celebra percebe que, na realidade, é a própria Eucaristia que a edifica e lhe dá vida. Isto é, no coração da vida da Igreja está, portanto, a Eucaristia que a mantém viva, porque a torna totalmente de Cristo e através dele, da Trindade.
A solenidade de Corpus Christi chega até nós após a celebração de uma série de outras solenidades importantes como a Ascensão, o Pentecostes e a Santíssima Trindade, justamente porque com a Eucaristia, através do Senhor, estamos em comunhão com a maravilha da vida divina.
No limiar do Ano da Fé e ao celebrarmos esta solenidade, seria o caso de questionarmos, explicita e diretamente, se aquilo que se conhece da Nova Aliança é capaz de “dialogar” com a vida de cada um de nós e de todos, pois é preciso despertar a consciência de que, quem é cristão, não é apenas convidado a participar da celebração da Eucaristia na Santa Missa, mas também é convocado a viver de modo eucarístico, ou eucaristicamente, reconhecendo-a como o “cume e a fonte da vida cristã” (Sacrosanctum Concilium, 10).
É a oração “post communio” (pós-comunhão) no final da própria celebração da Eucaristia que nos ajuda a dialogar de modo a renovar e a desejar uma relação cada vez mais estreita entre a Eucaristia celebrada, a vida presente e a vida eterna ao suplicar: “Dai-nos, Senhor Jesus, possuir o gozo eterno da vossa divindade, que já começamos a saborear na Terra, pela comunhão do vosso Corpo e do vosso Sangue”. Louvado seja o Santíssimo Sacramento do Altar! (Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA – Superior dos Missionários Inacianos – formador@inacianos.org.br – Website: www.inacianos.org.br).

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