Teológico Pastoral

Teológico Pastoral

sábado, 28 de abril de 2012

GFASC

CELEBRAÇÃO PASCAL - GFASC - GRANDE FAMÍLIA DO SAGRADO CORAÇÃO
A ressurreição de Cristo é a nossa esperança! É isto que a Igreja proclama neste tempo Pascal ; com alegria: anuncia a esperança, que Deus tornou inabalável e invencível ao ressuscitar Jesus Cristo dos mortos; comunica a esperança, que ela traz no coração e quer partilhar com todos.
Celebramos com muita alegria a Páscoa do Senhor com os grupos do GFASC de Bauru, foram momentos de oração, partilha e confraternização
Que Jesus Ressuscitado abençoe todas as famílias

Homilia Dominical - 29 de abril de 2012



NO BOM PASTOR! O NOME DA SALVAÇÃO!
(Liturgia do Quarto domingo da Páscoa)

Estamos no quarto domingo da Páscoa e, domingo após domingo, durante este tempo pascal, somos convidados a aprender o significado da ressurreição e também como se vive a partir do Ressuscitado.  No meu entender, a frase que mais caracteriza essa realidade está no discurso de S. Pedro, na primeira leitura, que muitos hoje veem como politicamente incorreta: “Em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos!”.
 Sem dúvida, é uma afirmação forte, como um trovão que sacode e faz tremer! Duas atitudes podem brotar a partir desta afirmação. Ou alguns se levantarão irritados pelo anúncio da exclusividade da origem da salvação, ou outros permanecerão firmes na ansiosa espera por essa salvação. Ao final do discurso cerca de três mil pessoas foram batizadas, mostrando-nos, assim, que quando se fala claro, com franqueza, sem meias palavras e guiados pelo Espírito Santo, os corações se movem. Mas o que significa, de fato, a afirmação no discurso de Pedro?
Em primeiro lugar, significa uma comparação com “outros salvadores”, sejam eles religiosos, políticos, econômicos, ou fundamentados na fama e no sucesso das celebridades.
A verdade do ser humano é que Jesus Cristo é o seu único salvador, porque Ele mesmo é o seu novo nome, dado pelo próprio Pai. Isto significa dizer que somente se e quando o homem direcionar o olhar para o Ressuscitado poderá compreender quem é Deus e, ao mesmo tempo, poderá compreender quem é, bem como qual é o sentido da sua vida!
Trata-se de sair do confronto entre quem discute sobre a fé como se falasse do seu time de futebol preferido, para entrar na verdade de Deus, o que ainda poderia ser um discurso “escorregadio” e, sobretudo, na verdade sobre o próprio homem. E esta o homem conhece muito bem!
A verdade sobre Deus é que a alegria e glória de Deus é ver o homem, sua obra prima, restaurado e pleno de vida. Deus é um Pai bom, é alguém que vive no eterno, capaz de comunicar a Sua própria vida (eterna) aos homens, os mesmos que O recusaram há cerca de dois mil anos, e que, com os seus pecados, continuam infiéis. Esse Pai bondoso e rico em misericórdia, inclusive a essa humanidade que recusa a vida que Ele lhe quer dar, manifesta a grandeza do Seu amor, porque não somente os perdoa, mas reconstrói a integridade da sua vida, como no episódio do homem curado na porta do templo.
É alguém que fez de nós filhos pelo batismo e que está disposto a fazer de nós filhos, todas as vezes que assim Lhe permitirmos; Ele nos faz semelhantes a Ele. Agora o discurso do Evangelho sobre a imagem de Jesus, Bom Pastor, é muito mais clara. Isto é, não apenas uma imagem bucólica, que faz lembrar antigos e românticos sentimentos. De modo algum! Essas imagens publicitárias deixemos com os marqueteiros e publicitários, já que é essa a sua especialidade. Estamos falando de vida real, vida verdadeira!
Assim como o pastor conduz o seu rebanho com o simples som de sua voz, Jesus através de Sua Palavra reúne o Seu rebanho. Ainda é recente em nossa memória o que fez no Evangelho do domingo passado, quando abriu a inteligência dos apóstolos para compreenderem as Escrituras.  O Seu rebanho é composto por aqueles que O conhecem, isto é, O amam porque O conheceram na Sua bondade e, ao mesmo tempo, aprenderam a sair da superficialidade da existência, e já não são desnorteados, como um barco jogado para lá e para, cá embalado por cada vento novo que surge.
O Evangelho chama de mercenários, interesseiros, os pretensos pastores que não agem como Jesus. Trata-se daqueles que não estão preocupados com o rebanho, mas consigo mesmos. Aqueles que não conhecem o Pastor verdadeiro também assim são considerados; como também aqueles que, de fato, sabem onde está a verdade e, mesmo assim, preferem viver na mentira; e aqueles que não têm um nome que seja a referência da sua vida.
É por isso que o nome de Jesus Ressuscitado é o meu novo nome e a minha identidade. É também por esse motivo que sou chamado a viver uma vida nova que se iniciou por um ato de amor, quando Deus me deu a Sua própria vida. Portanto, para corresponder com fidelidade a essa nova maneira de existir, sou chamado a ser fiel e também devo descobrir que devo continuar em mim a obra de Jesus, isto é, doar também a minha vida aos outros.
É claro que isso não se dá do modo violento como se deu a entrega de Jesus. Graças a Deus, neste caso, doar a vida não significa ser torturado pelas forças do mal. Por isso, eu posso ser o Seu rebanho. E por isso também posso descobrir que vou me tornando semelhante a Ele, porque terei aprendido a amar como Ele amou. Destarte, não há nenhum outro que possa me salvar, porque não há nenhum outro capaz de amar do jeito que Ele ama.
A comunidade cristã, isto é, a Igreja, forma o conjunto de pessoas que conhecem a Sua voz, tornam-se rebanho, podem ostentar, humildemente, o nome de cristãos, lembrando o que nos ensina o nosso Patrono e Pai espiritual, Santo Inácio Mártir, que “não basta levar o nome, mas é preciso, de fato, ser (cristãos)”! É dessa forma que esses cristãos, com o seu amor enquanto reflexo do amor do seu Bom Pastor, sinalizam o caminho aos irmãos. É a nova humanidade reconciliada no amor. É coisa séria! Neste domingo o Senhor te chama pelo nome.  Você responderá? A que nome você responderá? Que voz você costuma reconhecer e seguir? Ele, com certeza, reconhecerá a tua voz! (Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA – Superior dos Missionários Inacianos – formador@inacianos.org.br – Website: www.inacianos.org.br).

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Hora Santa


TEMA:
Da Ressurreição até Pentecostes – Perseverança e incertezas no caminho de FÉ
(Texto baseado na Catequese do Papa Bento XVI sobre o Apóstolo Tomé)

DIRIGENTE: O Tempo Litúrgico que estamos celebrando, na Igreja, é o Tempo Pascal. Pensemos por alguns instantes, nos primeiros cristãos, os que conviveram com Jesus. Após a morte de Cristo um clima de incerteza espalhou-se entre a comunidade cristã. Alguns estavam desolados, como os discípulos de Emaús. Eles haviam deixado tudo para estar com Jesus e segui-Lo, mas após a morte Dele, eles sentiram-se sem direção e decidiram retornar à sua cidade de origem, Emaús. Alguns apóstolos resolveram retornar ao seu trabalho como pescadores, dar continuidade à própria vida e esperar para ver o que iria acontecer. Por outro lado, alguns deles viram Jesus ressuscitado e, por isso, sentiam-se fortalecidos na FÉ, pela certeza de que Ele estava vivo! Outros, porém, não o tinham visto, como Tomé, e duvidavam. Antes de Jesus ressuscitado enviar sobre eles o Espírito Santo, o clima era de dúvidas e incertezas; porém, mesmo assim os discípulos se encontravam, falavam sobre Jesus com saudades, e perseveravam na oração, juntamente com Maria, Mãe de Jesus, como nos diz o texto dos Atos dos Apóstolos, cap.1, vers.12 a 14. Ouçamos:

LEITOR 1: “Do monte chamado das Oliveiras, voltaram a Jerusalém. Tendo entrado na cidade, subiram à sala superior, onde costumavam ficar. Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, e Simão, o Zelota; e Judas, filho de Tiago. Todos estes, unânimes, perseveravam na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus”.

DIRIGENTE: Queremos neste momento nos colocar junto aos primeiros cristãos. Por isso, vamos reproduzir o contexto daquela sala onde os apóstolos estavam reunidos com Maria, o Cenáculo. Hoje, não estão fisicamente aqui conosco os apóstolos Pedro, João, etc, mas a Maria Helena, o Júnior, a Rosana, ..., e juntos, perseveramos na oração, com Maria. Por isso, vamos acolher a imagem da nossa Mãe Maria, pedindo a ela que reze conosco nesta noite.
(Entrada da imagem de Nossa Senhora). Música: Senhora e Rainha – CD Pe. Zezinho - Momentos Especiais, faixa 8.

Preparemo-nos para acolher entre nós o Santíssimo Sacramento. Música para exposição do Santíssimo: Diante do Rei – CD Vida Reluz - Deus Imenso, faixa 2.

(Breve momento de ação de graças)
(Apresentação espontânea das intenções pelas quais queremos rezar nesta noite)

DIRIGENTE: Nós, hoje, estamos aqui reunidos como aqueles primeiros discípulos. Jesus está vivo, ressuscitou, mas talvez nós nos sintamos hoje como os discípulos de Emaús, desolados. “Acreditei Nele, mas O perdi de vista. Ele me deixou só, frustrou as minhas expectativas.” Ou talvez nos sintamos como os apóstolos pescadores. “O melhor é esquecer tudo e continuar tocando a vida, da maneira como fazíamos antes de encontrar Jesus”. Por outro lado, pode ser que nos sintamos


confiantes, como as mulheres que foram logo cedo ao túmulo e o encontraram vazio. Isso foi, para elas, suficiente para recordar as palavras de Jesus e acreditar que Ele estava vivo. Para quem tem fé,
um pequeno sinal desperta no coração uma certeza grande, intensa da ação de Deus. Nesta noite, porém, queremos olhar com mais atenção a atitude do apóstolo Tomé e aprender com ele.

Canto: Eu vim para escutar Tua Palavra, Tua Palavra, Tua Palavra de Amor. Eu quero entender melhor Tua Palavra, Tua Palavra, Tua Palavra de Amor. O mundo ainda vai viver Tua Palavra, Tua Palavra, Tua Palavra de Amor. (Louvemos no 366)

LEITOR 2: Em um momento crítico da sua vida, Jesus decidiu ir a Betânia para ressuscitar Lázaro, aproximando-se assim perigosamente de Jerusalém (cf. Mc 10,32). Naquela ocasião, Tomé disse aos seus condiscípulos: “Vamos nós também, para morrermos com ele” (Jo 11, 16). A determinação de Tomé em seguir o Mestre é exemplar e oferece-nos um precioso ensinamento: revela a disponibilidade total a aderir a Jesus, até identificar o próprio destino com o d’Ele e querer partilhar com ele a prova suprema da morte. De fato, o mais importante é nunca separar-se de Jesus.

LEITOR 3: É também muito conhecida a cena de Tomé incrédulo, que aconteceu oito dias depois da Páscoa. Num primeiro momento, ele não tinha acreditado em Jesus que apareceu na sua ausência, e por isso, Tomé disse: “Se eu não vir em suas mãos o lugar dos cravos e se não puser meu dedo no lugar dos cravos e minha mão no seu lado, não crerei” (cf. Jo 20,25).

DIRIGENTE: No fundo, destas palavras de Tomé sobressai a convicção de que Jesus já é reconhecível não tanto pelo rosto quanto pelas chagas. Tomé considera que os sinais qualificadores da identidade de Jesus são agora, sobretudo as chagas, nas quais se revela até que ponto Ele nos amou. Nisto o apóstolo não se engana. Como sabemos, oito dias depois, Jesus aparece no meio dos seus discípulos, e desta vez Tomé está presente. E Jesus interpela-o: “Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!” (cf. Jo 20,27). Tomé reage com a profissão de fé mais maravilhosa de todo o Novo Testamento: “Meu Senhor e meu Deus!” (cf. Jo 20,28). A este propósito Santo Agostinho comenta: “O que via e tocava levava-o a crer naquilo que até àquele momento tinha duvidado” (In Iohann. 121,5). Tomé via e tocava o homem, mas confessava a sua fé em Deus, que não via nem tocava. O evangelista prossegue com uma última palavra de Jesus a Tomé: “Porque me viste, acreditaste. Felizes os que, sem terem visto, crerão” (cf. Jo 20,29). Esta frase também se pode conjugar no presente: “Bem-aventurados os que crêem sem terem visto”.

Tendo escutado sobre estas passagens da vida de São Tomé, vamos agora fazer alguns instantes de reflexão. Pensemos em Tomé, em seu grande amor por Jesus, em seus inúmeros momentos de fé, mas também em sua atitude de incredulidade.
E nós, como vivemos a nossa experiência de fé em Jesus Cristo?
Será que também nós temos, ou já tivemos, momentos de dúvidas?
Vamos refletir um pouco sobre isso.

(Tempo para reflexão)

Música: Deus é capaz – CD Pe. Fábio de Melo - Vida, faixa 4.

(Motivar para partilha)

DIRIGENTE: O apóstolo Tomé é importante para nós pelo menos por três motivos: 1º porque nos conforta nas nossas inseguranças; 2º porque nos demonstra que qualquer dúvida pode levar a um êxito luminoso além de qualquer incerteza; e por fim, porque as palavras dirigidas a ele por Jesus nos recordam o verdadeiro sentido da fé madura e nos encorajam a prosseguir, apesar das dificuldades, pelo nosso caminho de adesão a Ele. Assim, preparando-nos para celebrar o ANO DA FÉ, vamos pedir ao Senhor que aumente em nós o dom da FÉ.

PRECES:
1.      Para que todas as famílias encontrem em Jesus Ressuscitado a resposta para os seus momentos de incerteza, rezemos ao Senhor.
R.: Senhor, aumentai a nossa fé!
2.      Para que todas as famílias que cuidam de seus familiares enfermos encontrem em Jesus ressuscitado a força, a paciência, a disponibilidade e o amor necessários para viver a sua fé, de modo concreto, no serviço ao irmão, rezemos ao Senhor.
R.: Senhor, aumentai a nossa fé!
3.      Para que as famílias cristãs tenham a coragem de testemunhar, com alegria e esperança, a sua FÉ na Pessoa de Jesus, rezemos ao Senhor.
R.: Senhor, aumentai a nossa fé!
4.      Por todas as famílias do GFASC que seguem Jesus, segundo o Carisma de Madre Clélia, para que sejam fortalecidos na sua experiência de fé em Deus, e sejam no mundo sinais luminosos da Ressurreição de Cristo, rezemos ao Senhor.
R.: Senhor, aumentai a nossa fé!
5.      (Preces espontâneas)

DIRIGENTE: Agradeçamos ao Senhor pela oportunidade de estarmos aqui nesta noite! Encerrando este momento de oração, vamos confiar a Maria as nossas famílias, pedindo a ela a graça de sermos famílias cheias de FÉ. Rezemos a CONSAGRAÇÃO A NOSSA SENHORA.

CANTO PARA REPOSIÇÃO DO SANTÍSSIMO: Ilumina, Ilumina - CD Pe. Zezinho – Momentos Especiais, faixa 14.

Enviado por Ir. Ana Cristina Távora - Apóstola do Sagrado Coração de Jesus


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Oração

 


» para a oração Bento XVI pediu «prioridade



(25/4/2012) Bento XVI lembrou hoje as vítimas de acidentes rodoviários e as suas famílias, num encontro com milhares de pessoas, no Vaticano.
“Ao mesmo tempo que asseguro a minha oração por quantos perderam a vida na estrada, recordo o dever de conduzir sempre com prudência e sentido de responsabilidade”, disse o Papa, na saudação em italiano que dirigiu na audiência pública desta semana, na Praça de São Pedro.
Antes, numa advertência dirigida aos católicos, Bento XVI declarou que “sem oração”, qualquer atividade “se esvazia, convertendo-se em puro ativismo”.
Falando mundo “acostumado a avaliar tudo segundo os critérios da produtividade e eficiência”, o Papa afirmou que a oração deve ser “a respiração da alma e da vida”.
A catequese semanal foi dedicada às primeiras comunidades cristãs, sublinhando que “a Igreja, desde o início, se deparou com situações imprevistas, às quais procurou dar resposta à luz da fé, guiada pelo Espírito Santo”.
Nesse contexto, recordou a escolha de “homens de boa fama para o serviço da caridade” junto dos fiéis de língua grega, o que mostra que “os Apóstolos, embora cientes de que a prioridade da sua missão era o anúncio da Palavra de Deus, não ignoravam a necessidade de dar assistência aos fracos, pobres e indefesos”.
O Papa deixou ainda uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa, precedida de uma breve síntese da sua catequese
Queridos irmãos e irmãs,
A Igreja, desde o início, se deparou com situações imprevistas, às quais procurou dar resposta à luz da fé, guiada pelo Espírito Santo. Assim, com o crescimento do número dos discípulos, os fiéis de língua grega começaram a queixar-se que as suas viúvas estavam sendo deixadas de lado. Os Apóstolos, embora cientes de que a prioridade da sua missão era o anúncio da Palavra de Deus, todavia não ignoravam a necessidade de dar assistência aos fracos, pobres e indefesos, segundo o mandato de Jesus: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Por isso, foram escolhidos sete homens de boa fama para o serviço da caridade, ao passo que os Apóstolos se dedicariam inteiramente à oração e ao serviço da Palavra. Este exemplo nos ensina que, no meio das atividades de cada dia, não devemos perder de vista a prioridade da nossa relação com Deus na oração. Num mundo acostumado a avaliar tudo segundo os critérios da produtividade e eficiência, é importante lembrar que, sem a oração, a nossa atividade se esvazia, convertendo-se em puro ativismo, que nos deixa insatisfeitos. A oração deve ser para nós como que a respiração da alma e da vida.
* * * Uma saudação cordial aos diversos grupos de brasileiros e demais peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente aos fiéis da Diocese de Serrinha acompanhados do seu Bispo, Dom Ottorino Assolari. No meio dos inúmeros afazeres diários, é justamente na oração, alimentada pela Palavra de Deus, que encontrareis novas luzes para vos guiar em cada momento e situação. E que Deus vos abençoe a vós e vossas famílias


Fonte: Radiovaticana.org  

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Oração


Tudo pode ser mudado pela oração
Repita com fé esta frase inspirada: "Tudo pode ser mudado pela oração!" Tudo pode ser transformado pela intervenção de Deus.

Leia com fé: "Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai".

Jesus está dizendo com isso que: "Enquanto estou lá, à direita do Pai, e não posso estar aqui; enquanto estou junto do Pai, aqueles que creem em mim farão as obras que eu faço e até maiores. Nesse tempo entre a minha ida e a minha volta, entre a Ascensão e a Parusia, aquele que crer em mim fará também as obras que eu faço".

É por isso que estamos fazendo. Claro, não somos nós, e sim o Senhor! Mas o Senhor está fazendo por meio de nós. Somos as mãos, os braços, a boca do Senhor. Somos os membros do Corpo de Cristo.

Quando Ele voltar, não precisará mais realizar curas, porque então já não haverá doença, nem morte, dor ou pranto. Mas, por enquanto, esta é a lei do Reino de Deus, o princípio eterno: enquanto Jesus está lá, à direita do Pai, os que creem n'Ele deverão fazer as obras que Ele fez. Somos agora, de fato, os membros de Cristo. As nossas mãos é que devem fazer Suas obras.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
(Jo 14,12)

terça-feira, 24 de abril de 2012

Oração do Educador

 Oração do Educador Cleliano, de autoria de Vera Munhoz, coordenadora do Colégio de Marília.

Senhor, Mestre por excelência! Pedagogo do Amor, Educador da Paz e da Harmonia,
Neste dia nos reunimos para que possamos com Tuas bênçãos,
Fazer da EXPERIÊNCIA de cada um, materiais que vão enriquecer a nossa caminhada,
Que possamos através da prática do dia-a-dia,
Sermos mediadores Clelianos com muita alegria!

Queremos, a todo momento fazer da CONTEXTUALIZAÇÃO de
Saberes e Fazeres
Aprendizados e Dúvidas
Sucessos e Tentativas
Percebendo-nos sempre como aprendizes, compositores de uma bela vocação.

Permita-nos Senhor que a REFLEXÃO
Seja Diária e Contínua,
Verdadeira e Singela,
Firme e Amorosa,
Para revelarmos a Educação.

Oportuniza-nos Pais que cada AÇÃO
Por nós desenvolvida seja revestida de paz,
Compreensão humana das diferenças individuais,
Permissão para a sinceridade que alivia e conforta.
Eficaz compreensão dos direitos pessoais, para a íntegra e integral valorização.

Dá-nos Senhor o real entendimento da AVALIAÇÃO
Que valida o SER, constrói o FAZER,
Vivifica o APRENDER e consolida o CONVIVER.
Fortalecendo o lema de Clélia Merloni: "Educar é obra de Amor",
como MISSÃO!


 

domingo, 22 de abril de 2012

O segredo da paciência


“Vale mais ter paciência do que ser valente; é melhor saber se controlar do que conquistar cidades inteiras” (Provérbios 16,32).
Um dos sentimentos mais perturbadores da atualidade tem nome: impaciência! A falta de paciência tem feito com que muitas pessoas se desesperem quando entram em contato com esta realidade na vida. Muitos conflitos, raivas e mágoas têm ganhado vida devido à impaciência. Mas o que desencadeia esse sentimento? Como podemos exercitar a paciência em nossa vida? Como controlar a falta dessa virtude? Quais os segredos para ser paciente?

Paciência é uma virtude. Poderíamos defini-la como a capacidade de autocontrole diante de inúmeras realidades que ultrapassam os nossos limites emocionais, sociais e espirituais.


A falta de paciência nasce na vida em função de inúmeros fatores. Fato é que a paciência faz parte do nosso processo humano. Há dias em que acordamos sem essa virtude. As dificuldades começam a se agravar quando a impaciência começa a ocupar grande parcela de nossos pensamentos e, como consequência disso, desestrutura nossa relação com o próximo, com nós mesmos e também com Deus.

Quando o nível de impaciência adquire espaços indevidos em nossa vida, entramos em um campo complexo que necessita de reflexão e, que, na maioria das vezes, exige mudança de atitudes em relação ao que nos rouba a paz interior. Muitos dizem que não têm paciência, mas quando são questionados sobre o que lhes tira a paciência não sabem responder. Quando esta resposta não é clara temos um quadro bastante complexo e que precisa ser analisado tanto na área humana quanto na espiritual. Geralmente quando definimos um sentimento que nos incomoda e não sabemos de onde ele surge, estamos diante de uma realidade que não conhecemos, ou talvez por medo não queiramos entrar em contato com ela. O medo das próprias sombras nos impede de alcançar a luz que ilumina as nossas mais profundas realidades sombrias.

Nem sempre é fácil aceitar o diferente. E esta é uma das realidades que mais roubam a paz de muitas pessoas. Na maioria das vezes desejamos que o outro seja como nós, pense, sinta e veja o mundo a partir dos nossos olhares. As relações interpessoais estão marcadas pela falta de paciência com o diferente. Muitos casais, após um tempo de namoro ou de casamento, acabam descobrindo que o namorado ou marido, ou a esposa ou a namorada, é uma pessoa diferente daquilo que imaginavam. Quando isso acontece surgem os conflitos internos que desencadeiam, muitas vezes, sérios desentendimentos conjugais e de relacionamento.

Muitos processos de namoro idealizam o outro como o protótipo da perfeição. Imaginam que estão diante de um ser humano perfeito. Quando este mito da perfeição começa a ser desconstruído surge a decepção, a tristeza e a desilusão. Nem sempre é fácil aceitar que durante muito tempo se conviveu com alguém que não era tão perfeito como antes se havia imaginado. Geralmente, quando isso acontece, muitos casais se defrontam com uma verdade com a qual até o momento não haviam tido contato. Superar a ilusão que foi criada e aceitar que o outro não é tão perfeito como se havia imaginado é um processo, muitas vezes, doloroso e que só é superado com muita compreensão e paciência.
Fonte: www.cancaonova.com.br

sábado, 21 de abril de 2012

Homilia dominical - 22 de abril de 2012

A PAZ ESTEJA CONVOSCO! - CEIA QUE RECONSTRÓI!
(Liturgia do Terceiro Domingo do Tempo Pascal)

Neste Terceiro Domingo do Tempo Pascal a liturgia nos traz uma das primeiras pregações do Apóstolo Pedro, depois da Páscoa do Senhor. No tom de sua pregação é nítida a tensão entre a franqueza e a veemência da acusação que faz aos judeus, e depois, quase uma justificativa pelo modo com o qual ele mesmo e os outros discípulos agiram: “E agora, meus irmãos, eu sei que vós agistes por ignorância, assim como vossos chefes”.  
Estas palavras nos fazem pensar que o crucificado nos mostra também do que o homem é capaz de fazer ao seu semelhante. Nas palavras de Pedro está a constatação de que o crucificado denuncia a violência que existe no ser humano, mesmo inconsciente, isto é, quando age na ignorância, e denuncia o que somos capazes de fazer uns aos outros.
O crucificado nos ensina, portanto, quem somos e o que se esconde dentro de cada ser humano. A franqueza de Pedro é capaz desmascarar-nos e trazer à superfície a consciência das possibilidades do mal que também habitam em nós, até mesmo quando o praticamos confundindo-o com o bem e com o que é ético e correto, cegos diante dos nossos limites e erros, mas com a pretensão de saber identificar o mal presente nos outros. Quanto mal a humanidade, no decorrer da história, já cometeu por causa dessa ignorância que cega!
O Evangelho deste terceiro domingo apresenta-nos um Cristo que sempre de novo vai ao encontro dos Seus. A grande diferença na atitude de Jesus é que esses são, justamente, aqueles que O abandonaram, que O traíram. Exatamente! Ele que encontrar-se com os seus amigos, aqueles que, vencidos pela covardia, o deixaram sozinho nos momentos mais difíceis da sua vida na Terra! Aliás, esta é outra forma de violência sofrida por Jesus! E, no entanto, Ele os procura, Ele se deixa ver e tocar por eles e os ajuda a recomeçar.
Para ajudá-los a recomeçar, é a esses que Ele pede algo para comer, recriando assim, aquele jeito de conviver que havia nos momentos que antecederam à traição e ao abandono. Da mesma forma agora é Ele que toma a iniciativa, se aproxima e cria ocasiões de reaproximação. Que lição para nós! Além disso, mesmo depois da Páscoa os discípulos ainda são pessoas cheias de medo e de incredulidade.  A resposta de Deus, portanto, à incredulidade e à falta de consciência dos discípulos é oferecida no encontro!
A condescendência de Jesus diante dos seus amigos traidores é, de fato, um reflexo da humildade com a qual Deus, diante do nosso pecado, sempre nos procura novamente e tenta fazer-nos recomeçar o nosso caminho.
A perturbação e a dúvida, num misto de alegria e surpresa, dos discípulos foram despertadas pelo mistério da ressurreição, mas é também a atitude de quem se vê e se sente amado, mais uma vez, inclusive quando não havia correspondido ao amor recebido e mesmo depois de ter traído.
O Mestre reconstitui a comunidade, procurando por aqueles que tinham dito que nunca o tinham conhecido, para não se comprometerem. Deus age assim, e isso provoca dúvida e perturbação, justamente como apresenta o Evangelho de hoje. É a partir dessa perturbação que pode nascer o arrependimento sincero        no coração do pecador que descobre que, não obstante o seu pecado e traição, é amado.
Aqui brota para nós uma terceira reflexão. Isto é, para criar a oportunidade deste novo encontro, desta nova ceia em torno da qual pode renascer a fraternidade que foi quebrada, Jesus faz um pedido: “Tendes aqui alguma coisa para comer”?
Jesus pede! O Cristo ressuscitado que doa a vida ao universo, Aquele que está criando o mundo novo, pede algo para comer! Como se entre o ato de doar e o de pedir não houvesse nenhuma contradição, mas pelo contrário, como se ambos estivessem intimamente ligados.
Pedir, nesta perspectiva é, ao mesmo tempo, também doar! Doar ao outro a possibilidade de fazer-se sujeito do amor. É possibilidade de despertar dentro de si a possibilidade do amor. O ato de doar tem a ver com o ato de pedir porque o dom pede para ser acolhido, procura uma “casa”, torna-se um apelo à liberdade e à abertura e aceitação do outro para que receba. Portanto, o Ressuscitado é Aquele que doa a vida sem limites e Aquele que pede para ser “nutrido” por quem pode acolher, se quiser, a vida que Ele veio trazer em abundância, a todos. Ele é o mesmo Jesus que esteve fisicamente presente e viveu em sua Comunidade na Galileia e na Judéia, e que frequentemente começava um encontro fazendo um pedido. Assim, ele pediu, "dê-me de beber", à mulher Samaritana no poço. Ou então, como disse a Zaqueu, “hospeda-me hoje em tua casa”! Isto é, Jesus continua a agir de modo a fazer-nos compreender que quer que nós O acolhamos, mesmo depois da ressurreição.
Ao mesmo tempo quer nos ensinar que, aqueles que ousam apresentar as suas necessidades diante dos irmãos, sem medo ou sem o desejo de ter que mostrarem-se sempre extremamente fortes a todo custo, são eles que criam e/ou recriam as oportunidades para que o encontro aconteça, superando os fatos negativos ocorridos no passado remoto ou próximo.
Quem partilha as necessidades, ajuda a recomeçar sempre, sobretudo porque “desarma” e desfaz a impressão de prepotência e de poder, possibilitando assim, que o outro provoque em si mesmo a abertura necessária para o encontro!
Aprender a arte de doar juntamente com a arte de pedir, do amor que procura o seu equilíbrio na espera da resposta, nos permite fazer uma experiência pascal autêntica na trama das nossas relações. (Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA – Superior dos Missionários Inacianos – formador@inacianos.org.br – Website: www.inacianos.org.br).

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Educação

Como evangelizar os meus filhos? 
A Igreja ensina que os primeiros catequistas são os pais. É no colo deles que toda criança deve aprender conhecer a Deus, aprender a rezar e dar os primeiros passos na fé; conhecer os Mandamentos e os Sacramentos.  
Os pais são educadores naturais, e os filhos assimilam seus ensinamentos sem restrições. Será difícil levar alguém para Deus, se isto não for feito, em primeiro lugar, pelos pais. É com o pai e a mãe que a criança tem que ouvir em primeiro lugar o nome de Jesus Cristo, sua vida, seus milagres, seu amor por nós, sua divindade, sua doutrina… Eles são os responsáveis a dar-lhes o Batismo, a Primeira Comunhão, a Crisma  e a catequese.  
Quando fala aos pais sobre a educação dos filhos, São Paulo recomenda: “Pais, não exaspereis os vossos filhos. Pelo contrário, criai-os na educação e na doutrina do Senhor” (Ef 6, 4). Aqui está uma orientação muito segura para os pais. Sem a “doutrina do Senhor”, não será possível educar. Dom Bosco, grande “pai e mestre da juventude”, ensinava que não é possível educar sem a religião. Seu método seguro de educar estava na trilogia: amor – estudo – religião.
Nunca esqueci o Terço que aprendi a rezar aos cinco anos de idade, no colo de minha mãe. Pobre filho que não tiver uma mãe que lhe ensine a rezar! Passei a vida toda estudando, cheguei ao doutorado e pós – doutorado em Física, e nunca consegui esquecer a fé que herdei de meus pais; é a melhor herança que deles recebi. Não é verdade que a ciência e a fé são antagônicas; essa luta só existe no coração do cientista que não foi educado na fé, desde o berço.
Os pais não devem apenas mandar os seus filhos à igreja, mas, devem levá-los. É vendo o pai e a mãe se ajoelharem, que um filho se torna religioso, mais do que ouvindo muitos sermões. A melhor maneira de educar, também na fé, é pelo exemplo. Se os pais rezam, os filhos aprender a rezar; se os pais vivem conforme a lei de Deus, o filhos também vão viver assim, e isto se desdobra  em outros exemplos. Os pais precisam rezar com os filhos desde pequenos, cultivar  em casa um lar católico, com imagens de santos em um oratório, o  crucifixo nas paredes, etc.; tudo isso vai educando os filhos na fé. Alguém disse um dia, que “quando Deus tem seu altar no coração da mãe, a casa toda se transforma em um templo.”

Não apenas leve seu filho à Igreja, mas ensine-o a rezar; leve-o ao grupo de oração, aos Encontros da fé, leia com ele a Biblia e lhe explique, etc. Tudo isso vai moldando a sua fé.

Um aspecto importante da educação religiosa de nossos filhos está ligado com a escola. Infelizmente hoje se ensina muita coisa errada em termos de moral nas escolas; então, os pais precisam saber e fiscalizar o que seus filhos aprendem ali. Infelizmente hoje o Governo está colocando até máquinas para distribuir “camisinhas” nas escolas. Os filhos precisam em casa receber uma orientação muito séria sobre a péssima “educação sexual” que hoje é dada em muitas escolas, afim de que não aprendam uma moral anti-cristã. Outro cuidado que os pais precisam ter é com a televisão; saber selecionar os programas que os filhos podem ver, sem violência, sem sexo, sem massificação de consumo, etc.  Hoje temos boas tvs religiosas. A televisão tem o seu lado bom e o seu lado mau. Cabe a nós saber usá-la. Uma criança pode ficar até cerca de 700 horas por ano na frente de um televisor ligado. Mais uma vez aqui, é a família que será a única guardiã da liberdade e da boa formação da criança. Os pais precisam saber criar programas alternativos para tirar as crianças da frente da TV; brinquedos, jogos, estórias, etc. Da mesma forma a internet; os pais não podem descuidar dela.
Mas, para levar os filhos para Deus é preciso também saber conquista-los. O que quer dizer isso? Dar a eles tudo o que  querem, a roupa da moda, a camisa de marca, o tênis caro…? Não, você conquista o seu filho com aquilo que você é para o seu filho, não com aquilo que você dá a ele. Você o conquista dando-se a ele; dando o seu tempo, o seu carinho, a sua atenção, ajudando-o sempre que ele precisa de você. Saint Exupéry disse no Pequino Príncipe: “Foi o tempo que você gastou com sua rosa que fez ela ser tão importante para você”.
Diante de um mundo tão adverso, que quer arrancar os filhos de nossas mãos, temos de conquistá-los por aquilo que “somos” para eles. É preciso que o filho tenha orgulho de seus pais. Assim será fácil você o levar para Deus. Muitos filhos não seguem os pais até a Igreja porque não foram conquistados pelos pais.
Conquistar o filho é respeitá-lo; é não o ofender com palavras pesadas e humilhantes quando você o corrige; é ser amigo dos seus amigos; é saber acolhe-los em sua casa; é fazer programas com ele, é ser amigo dele.  
Enfim, antes de dizer a seu filho “Jesus te ama”, diga-lhe: “eu te amo”. 
Prof. Felipe Aquino – http://www.cleofas.com.br/ 

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Jesus Misericordioso


Festa da Divina Misericórdia

A partir do Domingo da Ressurreição, cada domingo é uma Páscoa que celebramos.
Faça parte dessa festa cristã!

Foi Jesus, em manifestações a Santa Faustina, quem pediu fosse pintado esse quadro.
Observe a serenidade do rosto da Jesus ressuscitado.

Que rios de misericórdia venham sobre nós e todas as pessoas que fazem parte de nossa vida e missão!

Permita que Jesus Misericordioso presenteie você!
Que a nossa vida possa ser um testemunho alegre da ressurreição de Cristo!


Homilia da Liturgia do domingo - 15 de abril - 2012

VER PARA CRER – A LIÇÃO DE TOMÉ
(Liturgia do Segundo Domingo da Páscoa)

Pobre Tomé! Apresentado ao longo dos séculos como o protótipo da pessoa incrédula, cheia de dúvidas; alguém que precisa que sua fé seja confirmada. Ou seja, alguém como um modelo a não ser seguido. Mas será que é assim mesmo? Outro dia eu me questionava: mas, no fundo, qual foi o erro de Tomé? Ou então, Tomé errou, de fato?
Naturalmente por um lado, a partir da resposta de Jesus é possível entender que a atitude de Tomé não foi das melhores. Por outro lado, quando Jesus diz “Bem aventurados os que creram sem terem visto”, certamente não se referia aos outros discípulos, porque eles também não acreditaram que Jesus havia ressuscitado assim tão facilmente.
Além disso, podemos dizer que os apóstolos fizeram a experiência concreta, ao vivo, de Jesus Ressuscitado, logo, então por que rotular a Tomé como o protótipo da pessoa que não tem fé? E os outros apóstolos? Certamente eles acreditavam... mas acreditaram porque tinham visto!
Imaginem Pedro e João, quando Maria Madalena anunciou-lhes que Jesus ressuscitou, por acaso acreditaram imediatamente? Pelo contrário, vão correndo até o sepulcro para comprovar e só então, enxergam o vazio do sepulcro e só assim, acreditam.
Imaginem os dois discípulos no caminho de Emaús. A eles também as mulheres, bem como “alguns dos nossos”, (outros discípulos) tinham dito que Jesus ressuscitou, e tampouco eles acreditaram nas “coisas que ouviram dizer”, até que não O tivessem reconhecido na “fração do pão”!
Então a pergunta é inevitável! Por que pretender que Tomé creia sem ver? Por que ele deveria ser a exceção, nesse caso? Ou não seria melhor chegar à conclusão que é necessário reconhecer que a fé precisa de confirmação, ainda que seja mais ou menos óbvia?
Sejamos sinceros! Quantas vezes nós também nos aproximamos mais de Deus porque a nossa fé é assaltada pelas dúvidas e Ele, ao invés de confirmá-la, nos pede que tenhamos fé, nos pede para crer sem ver? E nós, por outro lado, quantas vezes também não achamos que é pedir demais? Por que outros puderam vê-Lo e nós, não? Eis, então, a pergunta que não quer calar: a necessidade de ver a Deus, de fazer a experiência da Sua presença é natural? Justifica-se?
Todo o Antigo Testamento tem como perspectiva o pedido do Salmo 31: “Mostra-me, Senhor, a Tua face”. Moisés, Elias, Davi etc, esses grandes personagens, homens de grande fé, todos invocaram a Deus para experimentar a Sua presença. Portanto, para fazer a experiência da Sua existência. E por que com Tomé teria que ser diferente? Por que Tomé deveria fazer tamanho salto de qualidade e crer que alguém tinha ressuscitado, sem que pudesse ter visto pessoalmente?
A história o chamou de Tomé, o incrédulo! Eu não estou muito de acordo, a partir do ponto de vista apresentado, e creio que até teria coragem de acusar a história da falta de realismo!
A vida espiritual, quando bem vivida, de modo geral, não pode deixar apresentar este apelo: “Senhor, fazei-me ver, fazei-me sentir a vossa presença, fazei com que eu seja forte na fé”! Ora, nós somos pessoas concretas! Para nós as palavras ajudam e tem a sua serventia, mas não bastam! Nós queremos ver a palavra atuar, queremos tocar, experimentar!
Pois bem, é exatamente isso que Deus quer fazer com os homens. Eu quero dizer, Deus quer viver em comunhão, em integração, porque Ele é amor, é experiência! Por isso, creio que Deus nunca acusará a nenhum de nós quando no grande amor que temos por Ele, amor manifestado quando o procuramos nas diversas circunstâncias da vida, alguém tiver algumas dúvidas sobre Ele! Creio que Ele não é assim. Pelo contrário, deve até achar graça quando vê que alguns gastam tanta energia passando a vida tentando ignorá-Lo e até mesmo baní-Lo da história humana!
Creio que a dúvida de fé seja um grande sinal do fato de que a nossa fé é viva, dinâmica, busca o verdadeiro Deus e não apenas se preocupa em projetar uma ideia fixa de Deus que rapidamente pode se tornar uma prerrogativa de Deus, isto é, quase um ídolo. O crescimento na fé tem como lei fundamental a busca contínua, o rever as próprias convicções sobre Deus, sobre o modo de agir e relacionar-se; o Dele e o nosso. Aliás, isso é próprio do relacionamento de amor.
Enfim, a dúvida é essencial à fé, quando, obviamente, cremos que Deus é o totalmente Outro, o indescritível, incapturável, e não cabe em nenhum dos esquemas humanos.
É claro que o objetivo da aventura da viagem da fé é “o crer sem reivindicar o ver”. Isto se aplica aqui à vida terrena. Mas imagine que o verdadeiro objetivo da fé é exatamente ver a Deus face a face, fazer experiência Dele no Paraíso. Então, viva São Tomé! Viva aquele que teve a coragem de reconhecer, inclusive, diante dos outros que tinha necessidade de ver Jesus, arriscando passar pela história como o incrédulo, como o duvidoso, o incapaz de confiar em Deus, mas que ao agir assim, fez-nos um grande serviço quando “provocou” Jesus a proclamar a cada um de nós, felizes, bem aventurados, que nunca o vimos em carne e osso e, no entanto, cremos n’Ele! Ademais, nas entrelinhas, o que Jesus diz é que os que não o viram e mesmo assim acreditaram, somos muito mais felizes do que aqueles que O viram! Que São Tomé interceda por nós e, pela nossa fé! (Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA – Superior dos Missionários Inacianos – formador@inacianos.org.br – Website: www.inacianos.org.br).

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