Teológico Pastoral

Teológico Pastoral

sábado, 25 de fevereiro de 2012


Coisas que fazem bem

1. A sabedoria - Grande sabedoria é saber integrar nossas idéias, nossas carências, nosso jeito de ser. A maturidade humana transparece no amor ao outro, no controle dos impulsos, na resistência ao sofrimento, na busca e opção pela verdade, vem reconhecer e agradecer. Integrar nossas sombras, procurar ajuda, assumir valores leva a gente a ter novas atitudes. Precisamos tomar decisões e fazer escolhas. Integrar corpo, coração e alma, só pode fazer-nos bem, ou seja, os bens materiais, os bens afetivos e os bens espirituais, quando integrados, preenchem nossas necessidades básicas e nos tornam pessoas centradas.

2. O principio da realidade - Nosso eu real profundo nem sempre é conhecido por nós. Outras vezes não é aceito. Corremos o risco de viver de imagens, máscaras, projeções. O principio da realidade nos ajuda a enfrentar os problemas, a conhecer-nos com profundidade, a sair dos sonhos, ilusões, desejos descabidos. Enfim, o principio da realidade nos torna realistas, conscientes e mais maduros.

3. Flexibilidade - Para quem é rigorista, perfeccionista, idealista ter flexibilidade parece fraqueza, infantilidade, imprudência. Mas, não é assim, flexibilidade é ter a capacidade de revisar, avaliar, mudar por força das circunstancias e até das surpresas da vida. Flexibilidade é equilíbrio, prudência, bom senso.

4. Confiança básica - Significa confiança em si mesmo, nos outros e em Deus. O desconfiado é inseguro e indeciso, omite-se com facilidade, foge dos compromissos. Sem confiança não é possível o diálogo, a confidência nem a amizade. O desconfiado será facilmente derrotado, porque é fechado, medroso, isolado. Cai na rotina e na mesmice, falta-lhe a coragem para as iniciativas, a comunicação interpessoal e a convivência social.

5. Intimidade adequada - Saber falar o que sentimos, verbalizar emoções, afetos, sentimentos é a condição para criar intimidade, amizades profundas e encontros, experiências fortes e saudáveis. Reprimir o afeto, o sentimento, nos torna doentios. Intimidade é aceitar amar é ser amado, é ter auto-estima, é envolver o coração na convivência pessoal. Nem reprimidos, nem permissivos, mas ser emocionalmente abertos é o que nos permite amar e ser amados.

6. Controle do comportamento - Eis a necessidade da ética, dos valores, da lei, do autodomínio, das virtudes. Não podemos viver só no nível instintivo, pulsional, efêmero, sensorial. O ser humano tende para a verdade, o bem, a justiça. É um ser consciente e responsável. Estes valores nos propiciam a decidir, a corrigir nossas deficiências, a amadurecer, a ter comportamento e atitude adequada. Sem o mínimo de ética permanecemos infantis, imaturos, agressivos, inoportunos. Os Dez mandamentos são o controle do comportamento da humanidade.

7. Responsabilidade pessoal - Sem a responsabilidade pessoal a vida torna-se um caos e uma anarquia. Pessoas irresponsáveis causam mil transtornos e infinitas desgraças. Cumprir nossas tarefas, nossos deveres, é a condição da vida familiar e social organizadas. Pela falta de responsabilidade matamos no trânsito, levamos a vida com banalidade e somos destrutivos, perigosos, fraudadores.

8. Relação interpessoal - Somos interdependentes. Formamos sempre um “nós”. Relacionar-se, comunicar-se, criar laços é uma necessidade inata e que marca a vida humana do inicio ao fim. O caminho do homem tem um nome: eu, tu, nós. O tu me provoca a eu ser eu. Somos o que são nossos relacionamentos, nossos encontros, nossa comunicação. Somos singularidade e alteridade. O outro não apenas um individuo, um estranho, é um próximo, um amigo, um irmão. Sem o outro não somos nada. Daí a importância de cumprimentar, saudar, olhar, acolher o outro.

Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina
Folha de Londrina 18 de fevereiro de 2012
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