Teológico Pastoral

Teológico Pastoral

sábado, 19 de maio de 2012

Homilia dominical de 20 de maio de 2012


ASCENSÃO DO SENHOR: DESTINO ESCATOLÓGICO DOS QUE CREEM!
(Liturgia da Solenidade da Ascensão do Senhor)
A solenidade da Ascensão do Senhor é, sem dúvida, uma celebração toda especial, à qual devemos dar especial atenção. Principalmente porque é a festa do nosso “destino”, como também porque é nela que está o sentido da escatologia cristã. 
Porém, mais do que deter-se nesse sentido, a liturgia deste domingo e especialmente o Evangelho, se atém às condições apresentadas pelo Senhor, a fim de que essa possibilidade futura se concretize: "IDE por todo o mundo e pregai Evangelho a toda criatura".
A necessidade de partilha e comunhão se manifesta também no último anúncio direto de Jesus aos apóstolos. Cada criatura é convidada a participar, como na parábola do banquete de casamento.  É como se o Senhor dissesse: “Vão e não retenham egoisticamente para vocês o dom da vida eterna”.

O convite não conhece limites! Ide a todo o mundo, até os confins mais extremos da Terra. Isto é, para além do limite pensável pelo ser humano. Aliás, é este o sentido do amor de Deus. Para o Seu amor não pode existir barreiras, ainda que seja uma tentação humana impor-lhe.  Trata-se de um amor que se espalha livremente e sem limites, pois a medida do Seu amor é não haver medida!
"Quem crer e for batizado será salvo, quem não crer será condenado”, anuncia Jesus no Evangelho. Eis aqui a condição para a salvação. Salvação que não pode nascer de restrições ou de mal-entendidos, mas que nasce das boas e puras intenções: quem crer, isto é, quem aderir à salvação voluntariamente, quem responder com generosa prontidão será salvo. É um consentimento interior que depois se manifesta nas formas do amor cristão e que será o distintivo primeiro dos que creem. E é através deste que será medida a nossa fé!
“Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes...” Esta expressão da fé é acompanhada por sinais verdadeiros feitos “em meu nome”. Não se trata de “milagrismos mirabolantes, muito menos de milagreiros, muito menos de espetáculos realizados com a bíblia na mão! Trata-se, pelo contrário, de uma sintonia entre Cristo e os seus discípulos que deverão torná-Lo presente e evidente no mundo, como disse o Apóstolo Paulo, “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo quem vive em mim”. Na verdade é o que o Evangelho confirma: “Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte”. O Senhor os ajudava e confirmava Sua Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam”.
A Ascensão do Senhor, enfim, confirma as Escrituras tornando vivo o passado, abrindo uma janela para o nosso futuro, mas também confirmando e validando a Igreja no presente, que vive e é acompanhada por Cristo, o seu Redentor.
Essa relação entre passado, presente e futuro é testemunhada pela própria Igreja nascente. A primeira leitura, dos Atos dos Apóstolos faz-nos uma intimação que brota, justamente, dela: “... Por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu”!  Mas, quando? Na verdade o próprio Jesus havia avisado anteriormente: "O Pai, na Sua autoridade estabeleceu tempos e momentos que não cabe a vós conhecer”.  E quanto a nós? O que fazer diante disso? A nós cabe dar testemunho da nossa fé, num mundo que o reclama a todo o momento!
            A integridade da nossa fé se mede pelo amor com que vivemos entre nós, realizado na unidade da Igreja. Na segunda leitura de São Paulo aos Efésios (4,1-13 – para o Ano B), o apóstolo nos faz o convite: “Aplicai-vos a guardar a unidade do espírito pelo vínculo da Paz” e, para tanto é necessário agirmos com “Com toda a humildade e a mansidão, suportando-vos uns aos outros com paciência, no amor”.
            Agir assim, certamente, não é tarefa fácil, seja para a vida comunitária, conjugal ou familiar. Mas torna-se possível na medida em que vivemos a partir do Senhor Ressuscitado que, como nos lembra ainda Paulo, é o projeto para a nossa “estatura” a ser alcançada: “homem perfeito em plenitude”. Ele que subindo aos céus capacitou os seus para edificar o corpo de Cristo, isto é, a Igreja, porque mesmo tendo sido elevado no mais alto da glória do céu, continua junto e perto de cada um de nós, apontando-nos o destino traçado para os que creem. (Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA – Superior dos Missionários Inacianos – formador@inacianos.org.br – Website: www.inacianos.org.br).
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