Foi o que afirmou, em entrevistaa
GiacomoGaleazzi (VaticanInsider) o pe. Adolfo Nicolás, superior geral dos
jesuítas, sobre o Sínodo da Família. Ele é um dos padres sinodais e acredita
que “o Sínodo está completando o Concilio”.
O padre Adolfo Nicolás, superior
geral dos jesuítas, atravessa a pé a entrada vaticano do “Petrino” com uma
pasta preta na mão, onde se pode ler o lema dos jesuítas escrito em árabe:
“Tudo para maior glória de Deus”.
Será atualizada a moral familiar?
A discussão, livre e franca, está
se dirigindo para uma mudança, ou seja, a adequação pastoral à realidade dos
tempos de hoje. É um sinal histórico, porque nestes anos tem havido forças que
se empenharam em fazer a Igreja retroceder no que diz respeito à grande estação
conciliar.
E, enquanto à comunhão aos divorciados que voltaram a se casar?
Não se pode impedir que o Sínodo
discuta a este respeito, como queriam alguns. Os bispos não foram convocados
para insistir em idéias abstratas a golpes de doutrina, mas para buscar
soluções para questões concretas. É muito significativo que o Papa e muitos
padres sinodais tenham feito referência, em suas intervenções, aos textos do
Concílio Vaticano II. Também o cardeal Martini, até nos seus últimos dias de
vida, esperava que se expressasse essa Igreja que escuta.
Os “conservadores” dizem que a doutrina está em perigo...
Não é correto absolutizar. Por
exemplo, o caso das uniões de fato. Isso não quer dizer que se existe um
defeito tudo está mal. Mais ainda, há algo bom onde não se causa dano ao
próximo. Francisco insistiu a esse respeito: “Todos somos pecadores”. É preciso
alimentar a vida em todas as instâncias. Nossa missão é
fazer as pessoas se aproximarem da Graça, e não rejeitá-las com preceitos. Para
nós, jesuítas, é uma prática cotidiana. A Inquisição sabe muito bem disso.
Cómo?
Nosso fundador, S. Inácio de
Loyola, foi submetido oito vezes ao exame da Inquisição depois de ter falado de
escutar o Espírito. Naquele momento, como agora, para nós conta mais o
Espírito, porque vem de Deus; as regras e as normas, no entanto, vem dos
homens.
O que a moral familiar e sexual
precisa é doçura e fraternidade. Não se trata de dividir, mas de harmonizar.
Não se pode evangelizar as pessoas a golpe de Evangelho. Somente a decisão de
concentrar-se em Cristo nos salva de estéreis disputas, das controvérsias
ideológicas abstratas. As lacunas e as imperfeições não invalidam a inteireza
da evolução da família na sociedade das últimas décadas. Se há algo negativo,
não significa necessariamente que tudo seja negativo.