Teológico Pastoral

Teológico Pastoral

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Formação humana

A Vida é uma Missão

Todo ser humano veio a esse mundo para cumprir uma missão. Ninguém veio ao mundo por acaso, mas enviado por Deus para semear a paz, o amor, o bem, a justiça e tudo aquilo que ajuda o ser humano a ser melhor. Cada um é diferente, com dons especiais é chamado a colocar a serviço dos outros o que recebeu gratuitamente de Deus. A realização da pessoa está em servir, fazer o bem, deixando marcas por onde passar. Cada vida é uma missão a ser cumprida ao longo da existência. Caso alguém não cumpra aquilo para o qual foi chamado, com certeza ficará um vazio, porque cada vocação é única, especial e irrepetível.
Ao longo da sua passagem por esse mundo, cada um vai descobrindo os seus dotes e aprimorando-os, a fim de ser um servidor qualificado. Não podemos nos contentar com o que somos, conhecemos e vivemos. A vida é sempre um desafio para sermos melhores em nosso trabalho, em nossas ações e assim podermos ajudar a melhorar a vida dos outros.
A missão é sempre um sair de si mesmo, do seu pequeno mundo, das suas preocupações particulares e pensar o outro, com suas necessidades. Para vencer a depressão que tanto assola o mundo de hoje, derrubando e destruindo muitas pessoas, um dos grandes remédios é o voluntariado. Quando saio do meu mundo e vou ao encontro de quem precisa, deixo de lado as minhas carências e me realizo fazendo o bem. Ajudar quem está carente preenche-nos por dentro e elimina uma série de neuroses e dores provocadas pelo nosso vazio existencial.
São Paulo vai nos dizer que existe muito mais alegria em dar do que receber. Quando nos doamos, o bem volta para nós em dobro. Lemos tantas frases sábias nos caminhões que nos fazem pensar. Uma delas diz o seguinte: ‘desejo para você o dobro daquilo que você me deseja’. Claro, essa é uma frase meio faca de dois gumes, porque eu acabo desejando em dobro o mal, e o cristianismo pede que perdoemos quem nos faz o mal. Mas na verdade o mal que fazemos também vem em dobro para nós, porque ele acaba nos afetando e destruindo. Nunca vi alguém se realizar fazendo o mal, desejando o mal, ou sendo possuído pelo mal. Eu vi, sim, pessoas se realizando com o bem feito, com dor e sofrimento.
Dessa vida nós vamos levar o bem que tivermos praticado, porque no céu não existe lugar para a maldade, para a destruição, para a vingança, muito pelo contrário. Seremos julgados pelos frutos que tivermos dado, pelo bem construído, pela bondade semeada, pela esperança, mas sobretudo pela caridade.
Nunca se canse de fazer o bem, pois o bem semeado será também colhido por você, assim como o mal se voltará contra você. Essa é a dinâmica da nossa existência, e é isso que nos faz viver e seguir em frente. Somos chamados a sermos construtores da paz, através de nossas palavras, gestos e ações.
Sair de si mesmo e colocar-se a serviço do outro, é a grande missão de cada um de nós. Não precisam ser coisas extraordinárias, mas fazermos bem mesmo nas coisas simples, do dia a dia. Quantos santos foram maravilhosos porque viveram profundamente na simplicidade, sem grandes alarmes e estardalhaços. A mãe, por exemplo, que com tanto amor e carinho cozinhou a vida toda pensando no bem dos filhos, com certeza viveu plenamente a sua missão. Ou aquele pai que trabalhou sempre pensando no futuro dos filhos, deixando de lado uma série de gostos pessoais, viveu muito bem a sua missão nessa terra.
Viver plenamente a vida é entender que ela é uma missão, sempre em prol do outro, fazendo tudo com amor e alegria. Seja qual for a sua missão, viva-a plenamente, colocando tudo o que você é a serviço do próximo.
Dr. Pe. André Marmilicz

terça-feira, 28 de agosto de 2012

ANO DA FÉ

Mergulhou na eternidade

O filme “Homens e Deuses” (Xavier Beauvois, 2010) conta os últimos dias de sete monges trapistas, assassinados em Tibhirine (Argélia). Na última cena, os mártires, custodiados por seus algozes, caminham para a morte, até perder-se de vista na escuridão da noite. O filme ganhou a palma d’ouro no festival de Cannes do ano 2010.
A morte dos mártires é sempre uma reedição da morte de Jesus. Sua glorificação, na terra, é um testemunho da nossa fé na ressurreição do Senhor. Como Jesus passou do horror da Cruz à luz da Ressurreição, assim também os mártires passam da escuridão da noite para a glória do martírio.
A história de Jesus poderia terminar com o relato de sua morte e ressurreição. Mas São Lucas, autor do livro dos Atos dos Apóstolos, previu que as crianças, na catequese, perguntariam: “Que aconteceu depois? Para onde foi Jesus? E onde está agora?” Então, Lucas acrescentou uma bela página à história de Jesus, contando o mistério da Ascensão do Senhor.
O símbolo apostólico diz que Jesus subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso. “Quarenta dias” após a Ressurreição, Jesus reuniu os discípulos no monte das Oliveiras e “elevou-se à vista deles”, até que uma nuvem o ocultou (At 1,9). Lucas já tinha contado a Ascensão de Jesus no seu evangelho (Lc 24,51), e até Marcos, no final do seu, tinha dito que o Senhor Jesus, depois de falar com os discípulos, “foi levado ao céu” (Mc 16,19).
O mistério da Ascensão não deve ser entendido como um “acontecimento geográfico”. Os textos bíblicos e a tradição da Igreja expressam o mistério com linguagem simbólica: “Subir ao céu”, “elevar-se” e ser ocultado pela “nuvem” são belas imagens. Mas nós poderíamos expressar o mesmo mistério com outras imagens: Jesus mergulhou na eternidade, entrou na vida que não terá fim, desceu até o abismo inefável do amor de Deus.
Quanto à frase “está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso”, muitos padres e até alguns folhetos litúrgicos evitam chamar a Deus de “eterno” e “todo-poderoso”. Preferem dizer “Deus de bondade”, “Pai misericordioso”, etc. Na verdade, a “onipotência divina” consiste na força infinita do seu amor, capaz de atrair nosso coração, mas respeitando sempre a nossa liberdade. Deus é todo-poderoso, sim, mas com a suavidade infinita do seu amor. Pela sua Ascensão, Jesus mergulhou neste mistério de amor eterno e todo-poderoso.
Pe. Luis González-Quevedo, sjluisquevedosj@gmail.com

ANO DA FÉ

Ele ressuscitou

No Símbolo Apostólico, confessamos que Jesus, morto e sepultado, “desceu à mansão dos mortos” e “ressuscitou ao terceiro dia”.
Para os antigos israelitas, o Sheol, a “morada dos mortos”, era um abismo sombrio, onde já não se podia louvar o Senhor, nem fazer o bem. Os salmistas suplicam ao Criador que não os deixe cair nessa região tenebrosa: “acaso criaste para nada todos os homens? Quem é que pode viver e não ver a morte? Quem pode livrar sua alma do poder do abismo?” (Sl 89[88], 48-49).
Também os gregos acreditavam que ninguém poderia escapar do Hades, o equivalente grego do Sheol. Por isso, riram de Paulo quando ele lhes falou da ressurreição dos mortos (At 17,32). Paulo transmitiu o que ele mesmo tinha recebido: “que Cristo morreu pelos nossos pecados (...) foi sepultado e, ao terceiro dia, foi ressuscitado” (1Cor 15,3-4). Tal é o centro da mensagem cristã. Acreditando nesse kerygma, viveram e morreram, ao longo dos séculos, , ao longo dos séculos os apóstolos, os mártires, as virgens e os confessores da fé cristã.
A ressurreição do Senhor Jesus é atribuída a Deus Pai. Só a onipotência divina poderia fazer passar a carne humana, corruptível, para a vida eterna incorruptível. Mas, como o Espírito Santo é mediador de toda a obra da salvação, pode também ser-lhe atribuída a ressurreição (cf. Rm 8,11).
Se Cristo não tivesse ressuscitado, a nossa fé não teria fundamento. Todas as gerações cristãs teriam vivido e morrido à toa, engolidas para sempre pelo “buraco negro” da morte. Mas, “Cristo ressuscitou dos mortos” – proclama Paulo – “primícias dos que morreram” (1 Cor 15,20).
Para todos os pagãos, de ontem e de hoje, a morte é mais forte do que a vida. Ela acabaria vencendo sempre. Para nós, cristãos, não é a vida que é engolida pela morte, mas a morte a que foi tragada pela vitória do Ressuscitado. Paulo confirma: “onde está, ó morte, a tua vitória, onde está, ó morte, o teu aguilhão?” O aguilhão da morte é o pecado (1 Cor 15,54-56).
O pecado consiste em querer-viver-só-para-si, fechando-se ao Outro e aos outros. Na vida e na morte de Jesus, por amor, a carne humana aprendeu a sair-de-si e a viver e morrer para algo ou Alguém, que vale mais do que esta vida terrena.
O teólogo von Balthasar escreveu que, a partir da morte e da ressurreição de Jesus, tudo o que é humano, a nossa vida e a nossa morte, está envolvido e abrigado numa vida que já não conhece limites.
Pe. Luis González-Quevedo, sj

ANO DA FÉ


Paixão de Amor

Jesus Cristo, nascido da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. Antes de ser objeto de nossa fé, a morte de Jesus na cruz foi um fato histórico brutal, testemunhado por historiadores romanos e judeus. Mas por que teve que sofrer tanto o “Bom Jesus”?
A resposta de nossa fé é conhecida: Cristo morreu para nos salvar. Lembro-me de um motorista de praça que, sabendo que eu era padre, perguntou-me “qual é o maior santo?” Eu respondi: “O maior santo é Jesus”. Ele comentou: “Sim, porque morreu por nós!”
O comentário do motorista conserva o essencial da fé da Igreja apostólica: o kerigma, isto é, a “mensagem” cristã primitiva. Por volta do ano 56 da era cristã, São Paulo escreve aos coríntios: “Eu vos transmiti o que eu mesmo recebi: Cristo morreu por nossos pecados” (1 Cor 15,3).
O homem e a mulher de nossos dias, imersos em uma cultura secularizada têm dificuldade em aceitar que Jesus Cristo morreu por causa deles. No início deste ano, o Papa disse que "em grandes regiões do mundo a fé corre o risco de se apagar como uma chama que já não encontra alimento. Estamos enfrentando uma profunda crise de fé, uma perda do sentido religioso, que é o maior desafio para a Igreja hoje”.
A preparação do Ano da Fé é um momento propício para aproximar a fé cristã dos homens e mulheres de hoje. Como? De que maneira? Sem dúvida pela experiência do amor de Deus, que nos foi revelado por Jesus Cristo, crucificado e ressuscitado. Com efeito, Deus se encarnou e veio à terra para que todo ser humano se saiba amado. As pessoas, hoje, não menos do que ontem, têm necessidade de saber que alguém as ama. A mensagem cristã vem ao encontro desta necessidade humana.
“Tanto amou Deus o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não morra, mas tenha vida eterna” (Jo 3,16). Jesus, “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1), até o extremo de entregar a própria vida. Ele morreu, para que nós vivamos uma vida nova, eterna, sem fim.
A palavra “paixão” tem dois sentidos: a) sofrimento, padecimento; b) amor apaixonado. Na Paixão de Cristo convergem os dois sentidos: Cristo padeceu a mais cruel das mortes, por amor à humanidade. Eu faço parte desta humanidade pecadora. Logo Cristo morreu por mim, pelos meus pecados.
Um padre da Igreja antiga disse que, em Jesus Crucificado, “Deus sofre uma paixão de amor” (Orígenes).
Pe. Luis González-Quevedo, sj

ANO DA FÉ


Nasceu da Virgem Maria

A grande tradição católica (tanto no Oriente como no Ocidente) cunhou a expressão: “a sempre Virgem Maria”. Santo Agostinho diz que Maria “permaneceu Virgem ao conceber seu Filho, Virgem ao dá-lo à luz, Virgem ao carregá-lo, Virgem ao alimentá-lo no seu seio, Virgem sempre”.
Pelo contrário, as igrejas protestantes, em geral, não aceitam a virgindade de Maria. Elas invocam a expressão “os irmãos e as irmãs de Jesus”, como prova de que Maria teria tido outros filhos, além de Jesus. Ora, essa expressão, que aparece nos Evangelhos, pode ser entendida, no contexto semítico, como designando os parentes próximos de Jesus.
O biblista Frei Carlos Mesters diz que tanto os católicos como os protestantes têm argumentos tirados da Bíblia e da tradição de suas respectivas Igrejas, mas diz também que não adianta discutir a questão só com argumentos racionais. Trata-se de convicções profundas, que têm a ver com a fé e com os sentimentos religiosos de cada um: “Argumento só de cabeça não consegue desfazer uma convicção do coração! Apenas irrita e afasta!”
Respeitemos, pois, a opinião dos nossos irmãos protestantes, mas exijamos que eles respeitem a nossa fé. E não permitamos ofensas à Virgem Maria, como o chute que um infeliz pastor deu na imagem de N. Sra. Aparecida, Padroeira do Brasil.
Em lugar de brigar entre si, todos os cristãos (católicos, ortodoxos e protestantes) deveriam se unir em defesa da vida, da justiça e da paz. O próprio Jesus, Filho de Maria, rezou a Deus, seu Pai, para “que todos sejam um (...) a fim de que o mundo creia que Tu me enviaste” (Jo 17,21).
A partir do Concílio Vaticano II, de cuja abertura este ano celebraremos o 50º aniversário, a Igreja Católica assumiu uma atitude “ecumênica”, de bom relacionamento com as Igrejas cristãs não católicas. Mas, o mesmo Concílio, na sua Constituição dogmática sobre a Igreja, proclamou que a Santíssima Virgem Maria ocupa o primeiro lugar na Igreja, por ser, de maneira eminente e singular, Virgem e Mãe (LG, 63). Veneremos Maria, Mãe de Cristo, Mãe da Igreja e nossa Mãe.

Pe. Luis González-Quevedo, sj

ANO DA FÉ

Creio em Jesus Cristo

Depois de afirmar nossa fé em Deus Pai, o Símbolo Apostólico acrescenta: “... E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor”. Aqui costumamos inclinar a cabeça, em sinal de respeito e de adoração diante do mistério. Deus se tornou homem.
Nos primeiros séculos da Igreja, houve muitas discussões sobre Jesus Cristo, até que o Concílio de Calcedônia definiu que em Jesus há duas naturezas (divina e humana), mas uma única Pessoa. Todavia, hoje, os teólogos nos apresentam diversas imagens de Jesus.
Segundo uma visão tradicional, Jesus é Deus que “desceu do Céu”. Daí o nome que se dá a essa corrente teológica de “cristologia descendente”. O Filho de Deus teria vivido nesta terra só para nos dar exemplo de humildade e de amor. Desde criança, sabia tudo e podia tudo, mas quis sofrer e morrer numa cruz, para nos salvar. Uma heresia radical chegou a dizer que Jesus, por ser Deus, não podia sofrer, apenas “parecia que sofria”. A Igreja condenou esta heresia, porque Jesus era Deus, mas era também verdadeiro homem.
Outros teólogos preferem uma “cristologia ascendente”. Segundo esta outra visão, Jesus é plenamente humano, “tão humano, tão humano que assim só podia ser Deus”. Ao “Cristo da fé”, contrapõem o “Jesus histórico”, plenamente inserido na história humana. No entanto, temos que evitar cair no extremo contrário ao anterior: Jesus teria sido um homem comum, que só no momento do Batismo recebeu o Espírito Santo e “se tornou Deus”. Não! Jesus é verdadeiro homem, mas também é verdadeiro Deus.
Afinal, qual é o verdadeiro Jesus, em quem os cristãos acreditamos? O “Jesus manso e humilde de coração” ou o “Jesus revolucionário”, com jeito de Chê Guevara?
Anos atrás, um grupo de jovens me pediu que lhes falasse de Jesus, mas do “Jesus espiritual”, não do “Jesus político”. Disse-lhes que Jesus é só um. Mas temos diversas imagens ou retratos d’Ele. A Igreja só aceita, como inspirados, quatro “retratos-falados” de Jesus: os que nos deixaram Mateus, Marcos, Lucas e João.
Nos quatro Evangelhos encontramos as lembranças de Jesus que a primeira geração cristã guardou, com fé e amor. E com fé e amor devem ser lidos e meditados, hoje, por nós. Só assim poderemos nos tornar verdadeiros cristãos, isto é, seguidores de Jesus.
Seguir Jesus supõe aderir à sua causa, identificar-se com o seu projeto, que os Evangelhos sinóticos chamam de “Reino de Deus”. Para isso, temos que entrar em um processo contínuo de “conversão”, isto é, de mudança de vida.
Padre Luis González-Quevedo, sjluisquevedosj@gmail.com

ANO DA FÉ

SUBSÍDIOS E TEXTOS
ANO DA FÉ


Creio em Deus, Creio no Amor

A quem nos perguntasse “em que acreditais os cristãos?”, nós poderíamos dizer as palavras do “Creio” ou “Símbolo Apostólico”: Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra... E se nos replicassem: “Mas quem é o vosso Deus e por que o chamais de ‘Pai’, sem tê-lo visto nunca”, responderíamos: “Deus é amor (1Jo 4,8.16), e nós o chamamos de ‘Pai’, porque foi assim que Jesus nos ensinou a chamar a Deus: Abba, Papai”.
Mas como explicar que Deus seja “todo-poderoso” ou “onipotente”? “Se é ‘todo-poderoso’, por que não impede as catástrofes que acontecem neste mundo? E por que não aparece para defender a causa dos pobres, das vítimas da violência e da injustiça, das pessoas que sofrem abusos sexuais, etc.?” Quem faz tais perguntas nunca entendeu o respeito que Deus tem pelas leis da natureza, nem a liberdade que concedeu aos seres humanos.
Deus é todo-poderoso, mas escondeu seu poder na fragilidade de um recém-nascido, na humildade de Nazaré, na desolação de Getsêmani, na impotência da Cruz, no silêncio e na imensidão do Universo.
Acostumados a que os grandes deste mundo dominem os outros, fazendo-lhes sentir seu poder (cf. Mt 20,25), custa-nos entender que Deus, sendo o Criador de tudo quanto existe, seja tão humilde e discreto.
Os filósofos perguntam: por que existimos? Que sentido tem esta vida? Em que podemos acreditar? Os cientistas constatam que o mundo em que vivemos começou com uma imensa explosão (o Big Bang). Mas, o que existia antes dessa explosão e por que aconteceu? Os nossos conhecimentos científicos não podem responder a todas nossas perguntas.
A ciência explica os fenômenos, mas não a causa primeira ou o sentido final de tudo o que existe. A fé judaico-cristã afirma que este universo imenso em que habitamos foi criado por um Deus que nos ama e quer a nossa felicidade. A ciência e a fé, bem entendidas, não se contrapõem, mas se complementam. “A ciência sem religião está manca. A religião sem ciência está cega” (Einstein).
O único que pode dar um sentido total à existência humana é o amor de Deus. Existir é ser amado por Deus. Cada um de nós, na sua pequenez e fragilidade, é uma pequena faísca da imensa obra criadora de Deus. “Nós não somos o produto casual e sem sentido da evolução. Cada um de nós é o fruto de um pensamento de Deus. Cada um de nós é querido, cada um de nós é amado, cada um é necessário” (Bento XVI).
Luís González-Quevedo, sj
<luisquevedosj@gmail.com>

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Sagrado Coração de Jesus

“A ternura do teu coração e as tuas misericórdias se detêm para comigo!”           Is 63,15
Um pouco de história...

A espiritualidade do Coração de Jesus é uma entre tantas formas de espiritualidade cristã na Igreja. Particularmente, hoje, revela-se sinal e fonte de Graça. Ela tem seu fundamento no mistério, na Pessoa e no lado aberto de Cristo, que contemplamos sobretudo no alto da Cruz.

No primeiro milênio da Cristandade, a Igreja contemplou o mistério da Cruz. Nesse período, como em todo o Novo Testamento, o mistério da Cruz é visto como martírio, como demonstração mais elevada de amor.

No curso da história, o culto ao Sagrado Coração de Jesus conheceu formulações devocionais muito diversas. As etapas principais deste caminho passaram pelo período patrísco, pela mística medieval, pela devocionalidade da Paixão e pela renovação conciliar.

Os Padres da Igreja interpretaram a imagem do Coração transpassado de Cristo como o nascimento da Igreja: "Do Coração transpassado de Cristo, brotou sangue e água". A água simboliza o Batismo e o sangue nos recorda a Eucaristia.

A devoção dos místicos fez com que muitos ficassem em contemplação diante da chaga aberta do Coração de Cristo. Uma contemplação condoída, mas rica de intimidade, de comunhão no amor, indo assim, da ferida aberta até o Coração de Cristo e deste ao Coração de Deus, fonte de toda caridade.

As experiências místicas de Santa Margarida Maria Alacoque contribuíram, sobremaneira, para a difusão e a popularização do culto em nível geral, enfatizando as 12 promessas feitas por Cristo àqueles que honrassem o Seu Sagrado Coração. Em tais promessas estava implícito um ritual de práticas simples e de fácil compreensãoi que, em poucos anos, se difundiu em muitos países. Essas práticas foram muito importantes durante o período, em que a população, de um modo geral, não tinha contato direto com a Bíblia e com a liturgia da Igreja.

Daí para frente, o culto ao Sagrado Coração de Jesus foi difundido largamente. Muitos Institutos religiosos e movimentos leigos foram fundados, tendo como centro essa devoção.

A partir dos anos 50, iniciou-se uma forte renovação bíblica e litúrgica na Igreja, que teve sua expressão máxima no Concílio Vaticano II. Era necessário distinguir a busca científica do Coração humano, da busca teológica sobre o Coração de Cristo e dar-lhe um significado atual, que fizesse com que seu simbolismo correspondesse à espiritualidade do mundo de hoje: um retorno à centralidade da pessoa, ao primado absoluto do amor e a um conjunto de valores que alimentam e animam nossa fé.

A autêntica espiritualidade ao Sagrado Coração de Jesus, hoje, pode ser vista como: a coragem do testemunho, a humildade do serviço, a alegria da gratuidade e o compromisso para a missão. "O Deus da esperança vos encha de toda a alegria e de toda a paz na vossa fé, para que, pela virtude do Espírito Santo, transbordeis de esperança!"(Rom 15,13).

“porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” Mt 6,21


Falar sobre o Sagrado Coração de Jesus é falar sobre a pessoa de Jesus, sua vida, seus feitos, suas experiências, suas relações, suas viagens, seus milagres, seus sentimentos, enfim, é mergulhar nesta misteriosa e encantadora vida de Jesus Cristo, Filho de Deus, o Homem de Nazaré.

Seria um erro apenas destacar a Divindade de Jesus, seus milagres e fatos extra-ordinários, esquecendo sua humanidade, sua vida ordinária. Em Jesus contemplamos o Deus Vivo, o nosso Deus, o Deus de toda a humanidade, o Deus encarnado, que vem nos comunicar sua vida, seu projeto de amor a toda a Criação, a todos os povos de todas as culturas.

“Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifícios; pois não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento.” Mt 9,13.


Já dizia Jon Sobrino ( teólogo - San Salvador) que “O ponto central para nós é este: Igreja verdadeira é, antes de tudo, uma Igreja que “se parece com Jesus”. Todos intuímos que, sem parecer-nos com Ele, não seremos sua Igreja e nem ela será percebida como sua Igreja. Precisamos, portanto, nos perguntar o que significa ser uma Igreja parecida com Jesus?”

Poderíamos dizer tantas coisas, mas olhando para a vida concreta de Jesus encontramos a forte experiência de um homem cheio de misericórdia, cheio de compaixão. Um coração capaz de amar e de ser amado, um coração que vem ao encontro de cada ser humano e o acolhe em sua verdadeira realidade. Esta é a principal ação de Deus na história, amar a humanidade, no ato de criar, de conduzir, de contestar, de salvar, de redimir, um constante re-criar a sua obra. Esta é a ação de Jesus, que se encarna e assume nossa humanidade, a acolhe, a ama e a liberta de todo mal. Assim deve ser a ação da Igreja que quer , sempre mais, parecer com Jesus, igualmente uma Igreja da misericórdia.

“Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai”.Lc 6,36.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

ANO DA FÉ

SUBSÍDIOS E TEXTOS
ANO DA FÉ


Crer, confiar e amar...

A Igreja realizará um “Ano da Fé”, entre os dias 11 de outubro deste ano e 24 de novembro de 2013. O anúncio foi feito por Bento XVI em um encontro organizado pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização.
O Ano da Fé comemorará o 50º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II. “Será um momento de graça – disse o Papa - e de compromisso por uma conversão a Deus cada vez mais plena, para reforçar a nossa fé n’Ele e para anunciá-lo com alegria aos homens e mulheres de nosso tempo”.
O Concílio Vaticano II nos deixou a renovada consciência de que a Igreja somos todos os batizados. Todos nós somos responsáveis pela evangelização do mundo, que é a principal tarefa ou missão da Igreja. Mas muitos batizados parecem ter esquecido seu dever de evangelizar. Por isso, o próximo Sínodo dos Bispos, a realizar-se este ano em Roma, terá por tema a “Nova Evangelização”. Já João Paulo II tinha falado da necessidade de anunciarmos o Evangelho com “novo ardor missionário”.
O Ano da Fé será uma boa ocasião para examinarmos e fortalecermos a nossa fé. Comecemos por esclarecer o que entendemos por “fé”. A fé cristã, em sentido objetivo, é um conjunto de proposições, resumidas no “Creio” ou “Símbolo Apostólico”. Mas a fé, em sentido subjetivo, é uma particular atitude diante da vida, do mundo e da história.
A fé consiste em uma atitude de confiança amorosa. É a atitude da criança que, sabendo-se amada por seus pais, confia plenamente na palavra deles. Jesus disse que “quem não receber o Reino de Deus como uma criança não entrará nele” (Lc 18,17). Mas, será que é justo e até possível que um adulto tenha a confiança de uma criança, neste mundo tão injusto? Confiar assim nos homens, não é possível, mas em Deus, sim!
Sim, nós cremos nas verdades contidas no Símbolo Apostólico, não porque confiemos nos homens, que tantas vezes nos decepcionaram, ao longo da história da Igreja. Nós cremos no conteúdo da fé cristã, porque confiamos em Deus, no Deus que se nos revelou em Jesus Cristo. Cremos, porque confiamos em Deus; e confiamos em Deus, porque sabemos que Ele nos ama e merece todo o nosso amor.
Na minha infância, aprendi do meu pai um ato de fé, de esperança e de caridade, que ainda hoje gosto de repetir: “Senhor, creio em Vós, porque sois a Verdade absoluta; espero em Vós, porque sois fiel às vossas promessas; e vos amo, porque sois infinitamente digno de ser amado”.

Luís González-Quevedo, sjluisquevedosj@gmail.com


14/05/2012 - 10:54

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Hora Santa Vocacional

Anunciar
a Palavra que gera vida
“Eu vim para que todos tenham vida”
(Jo 10, 10)

Hora Santa Vocacional

Canto: Em nome do Pai do Filho do Espírito Santo. Amém
DIR: Queridos em Cristo Jesus, sejam bem vindos para este momento de adoração. Estamos celebrando neste mês as vocações. Peçamos ao Senhor da messe que envie operários: cantado:
Enviai, Senhor, muitos operários, para a vossa messe, pois a messe é grande Senhor e os operários são poucos!
Dir: Ó Senhor, nosso Deus! Que tudo vê e tudo sabe; conhece nossas qualidades e nossas fraquezas e também nossas alegrias e nossas tristezas. Foste tu quem disse Senhor: “Onde dois ou mais se reunirem em meu nome, aí eu estou no meio deles (Mt 18,2).
Canto: A nós descei divina Luz (2x) em nossas almas acendei o amor, o amor de Jesus (2x)
Todos: Senhor nós estamos reunidos em Vosso nome e diante de Vós, estás aqui em nosso meio. Queremos que sejais nosso condutor. Pedimos Senhor que acolha nossas orações em favor das famílias para que “sejam firmes na fé, escola da fé que professam, lugar de comunhão, fonte de valores cristãos, humanos e cívicos”. Lugar onde as novas gerações possam receber pontos firmes para fazer opções e construir a vida seguindo a Ti Jesus. Que sejam geradora de uma nova sociedade.
Canto para Exposição do Santíssimo
MIN: Graças e louvores sejam dados a todo o momento.
T. Ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.
MIN: Gloria ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo.
T. Como era no principio agora e sempre. Amém.
- Momento de Silêncio e Adoração

- Silêncio
DIR: Peçamos perdão a Deus por todas as vezes que distanciamos de nossa fé, dos ensinamentos de Cristo e rompemos com o plano divino. Pelas vezes que não anunciamos a Palavra que gera vida.
Canto penitencial
Silêncio
ESCUTA DA PALAVRA

DIR: Que a Palavra do Senhor fortaleça a nossa missão de cuidar das vocações.
1º Passo: Leitura do Evangelho de João10, 1-10
a) Breve momento de silêncio
b) Repetir versículos ou palavras que mais tocaram.
2º Passo: Meditação Tentar descobrir sua novidade para o momento presente. Trata-se de se perguntar: a que Deus me interpela nesta passagem das Escrituras? O que o texto diz? O que o texto diz para nossa comunidade, nossa vida...
3º Passo: Contemplação
Como passo a ver o mundo, as pessoas, a criação inteira? As Escrituras geraram em mim o olhar de Deus? Consegui perceber sua presença salvadora nos acontecimentos da vida?
- Atitude silenciosa de acolhida
4º Passo: Oração:
Leitor 1: Ó Deus, que desejais a salvação de todos os homens e que cheguem ao conhecimento da verdade, vede a extensão da vossa messe e enviai operários, para que o Evangelho seja anunciado a toda criatura. Fazei que vosso povo, reunido pela Palavra de vida e sustentado pela força do Espírito Santo, possa caminhar com alegria na estrada da salvação e do amor, rezemos:
Todos: Escuta-nos, Senhor da glória
Leitor 2: Ó Deus, que pela vossa lei deste à família um fundamento inabalável, concedei-nos hoje e sempre seguir o exemplo de uma família cristã, vivenciando nossa vocação e praticando as virtudes domésticas e o amor para com todos. Ajudai a todos as famílias, sobretudo aquelas que enfrentam dificuldades, a superarem todas as tribulações e chegarem a paz e o amor fraterno. rezemos:
Leitor 3: Oh Maria, Mãe da Igreja, confiamos a ti toda a vida consagrada, para que tu concedas a plenitude da luz divina: viva na escuta da Palavra de Deus, na humildade para seguir Jesus teu Filho e nosso Senhor, no acolhimento da visita do Espírito Santo, na alegria cotidiana do magnificat, para que a Igreja seja edificada pela santidade de vida desses seus filhos e filhas, no mandamento do Amor, rezemos:
Dirigente: Confiando em Deus as nossas preces e orações, silenciemos o nosso coração e rezemos para o despertar de uma cultura vocacional em nossa família
Silencio
Refrão: Eu confio em nosso Senhor, com fé, esperança e amor... (2x)
Dirigente: Rezemos com amor e confiança.
Todos: Pai Nosso...
Refrão: Ó Vem conosco vem caminhar, Santa Maria vem! (2x)
Todos: Ave Maria...
Canto Louvor
Silêncio
Bento XVI escreveu aos Jovens na ocasião da Jornada Mundial da Juventude em Madri. Sua mensagem é rica de ensinamentos para todos nós em qualquer estágio da vida. Ouçamos alguns trechos da mensagem:
Silêncio
Leitor 1: “Em todas as épocas, também nos nossos dias, numerosos jovens sentem o desejo profundo de que as relações entre as pessoas sejam vividas na verdade e na solidariedade. Muitos manifestam a aspiração por construir relacionamentos de amizade autêntica, por conhecer o verdadeiro amor, por fundar uma família unida, por alcançar uma estabilidade pessoal e uma segurança real, que possam garantir um futuro sereno e feliz.”
Silêncio
Leitor 2: “Gostaria de me deter sobre cada uma das três palavras que São Paulo usa nesta sua expressão: «Enraizados e Edificados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Nela podemos ver três imagens: «enraizado» recorda a árvore e as raízes que a alimentam; «edificado» refere-se à construção de uma casa; «firme» evoca o crescimento da força física e moral.”
Silêncio
Leitor 1: “A primeira imagem é a da árvore, firmemente plantada no solo através das raízes, que a tornam estável e a alimentam. Sem raízes, seria arrastada pelo vento e morreria. Quais são as nossas raízes? Naturalmente, os pais, a família e a cultura do nosso país, que são uma componente muito importante da nossa identidade.”
Silêncio
Leitor 2: “Tal como as raízes da árvore a mantêm firmemente plantada na terra, também os fundamentos dão à casa uma estabilidade duradoura. Mediante a fé, nós somos fundados em  Cristo (cf. Cl 2, 7), como uma casa é construída sobre os fundamentos. Na história sagrada temos numerosos exemplos de santos que edificaram a sua vida sobre a Palavra de Deus.”
Silêncio
Leitor 1: “Queridos amigos, construí a vossa casa sobre a rocha, como o homem que «cavou muito profundamente». Procurai também vós, todos os dias, seguir a Palavra de Cristo. Senti-O como o verdadeiro Amigo com o qual partilhar o caminho da vossa vida. Com Ele ao vosso lado sereis capazes de enfrentar com coragem e esperança as dificuldades, os problemas, também as
desilusões e as derrotas.”
Silêncio
Lado 2: “Vós jovens tendes direito de receber das gerações que vos precedem pontos firmes para fazer as vossas opções e construir a vossa vida, do mesmo modo como uma jovem planta precisa de um sólido apoio para que as raízes cresçam, para se tornar depois uma árvore robusta, capaz de dar fruto.”

Oração Vocacional

Senhor da messe e pastor do rebanho, faz ressoar em nossos ouvidos teu forte e suave convite: "Vem e segue-me". Derrama sobre nós o teu Espírito, que Ele nos dê sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir tua voz. Senhor, que a messe não se perca por falta de operários. Desperta nossas comunidades para a missão. Ensina nossa vida a ser serviço. Fortalece os que querem dedicar-se ao Reino, na vida consagrada e religiosa. Senhor, que a messe não se perca por falta de pastores. Sustenta a fidelidade de nossos bispos, padres, consagrados e leigos. Dá perseverança aos nossos seminaristas e vocacionados. Desperta o coração de nossos jovens para o ministério pastoral em tua Igreja. Senhor da messe e pastor do rebanho, chama-nos para o serviço do teu povo. Maria, mãe da Igreja, modelo dos seguidores do Evangelho, ajuda-nos a responder sim. Amém.
Fonte: CNBB


BENÇÃO DO SANTÍSSIMO

domingo, 19 de agosto de 2012

Assunção de Maria

 Mistérios gloriosos tendo como tema a Assunção de Nossa Senhora
1) RESSURREIÇÃO DE JESUS  -  A Assunção de Maria está radicada na Ressurreição de Jesus. Ela é a primeira entre todos os remidos. A primeira, depois de Jesus, a vencer a morte. Elevada ao Céu, experimenta em plenitude a realidade contida na afirmação de S. Paulo: em Jesus todos serão restituídos à vida."Cada qual, porém, na sua ordem".  Depois de Jesus, contemplamos Aquela que, no desígnio de Deus, esteve mais intimamente ligada a Jesus na realização do plano da salvação. Para nós, Maria constitui um sinal de esperança, porque nEla nos sentimos já todos representados e envolvidos. À luz de Jesus glorioso vemos a glória de Maria e pressentimos a nossa glória e a vitória sobre o pecado e a morte.
2) ASCENSÃO DE JESUS - Maria, humilde Serva do Senhor, é toda relativa a Jesus. Deveria configurar-Se com Ele na vida terrena e na vida celeste. Assim como a Ascensão de Jesus foi a Sua vitória definitiva sobre a morte e o pecado, o Seu triunfo glorioso sobre o Inferno, assim a Assunção de Maria foi também a Sua vitória sobre a serpente infernal, a Sua entrada triunfal na glória, onde o Seu Divino Filho já reinava, sentado à direita do Pai. Depois de Jesus, Deus e Homem verdadeiro, Maria é a primeira criatura a ter assento junto da Santíssima Trindade.
3) PENTECOSTES -  O Pai começou a habitar na alma de Maria no momento da Sua Imaculada Conceição. Passou depois a habitar nEla, de uma maneira ainda mais perfeita, na Anunciação, no nascimento do Seu Filho, no Calvário, no Pentecostes e, finalmente, no momento culminante da Assunção. Ela foi sempre a "cheia de graça" mas esta plenitude era continuamente potenciada. Deus morava nEla cada vez mais e, cada vez mais ,Ela Se tornava templo do Espírito Santo.
 4) ASSUNÇÂO - A Assunção de Nossa Senhora  está unida à Sua Maternidade divina e à Sua perpétua virgindade. Concebida sem mancha do pecado original em previsão dos merecimentos de Jesus, Maria não esteve sujeita à lei da corrupção do sepulcro, à espera da ressurreição final.  A carne de Jesus é a carne de Maria. Essa identidade não cessou com a ressurreição e a ascensão de Jesus, pois a Sua carne glorificada no Céu é a mesma que tomou na terra de Sua Mãe.  Maria conservou-Se virgem no parto e depois dele. Deus quei Maria imune da corrupção do sepulcro. Maria foi  assunta ao Céu porque era imaculada, porque era Mãe de Deus, e porque era Virgem.

5) COROAÇÃO DE NOSSA SENHORA -  O mistério da Assunção proclama e coroa a realeza de nossa Senhora. Subindo ao Céu, entrou no reino do Pai para ser coroada e agora reina com o Seu Filho eternamente. Mas a Sua realeza é amor e misericórdia. O Seu poder real exerce-o dispensando os tesouros do reino do Divino Redentor. Deste poder de intercessão junto do Filho e do Pai esperamos a graça necessária e o auxílio oportuno.


NOSSA SENHORA  -  RAINHA DA ASSUNÇÃO
 
1º MISTÉRIO:   A mensagem da salvação de Cristo chega à plenitude com a sua ressurreição e ascensão aos céus. Após a consumação da obra salvadora, através da humilhação e da morte, Jesus é glorificado e constituído “Senhor”. Torna-se o chefe e centro de tudo. Para Ele tendem todas as coisas.
Maria, que viveu sempre associada ao seu Filho, também o foi na sua glorificação. Esta a verdade que a Igreja professou, ao longo dos tempos, e que Pio XII definiu, como dogma de fé, no dia 1 de Novembro de 1950.
Louvemos Maria associada ao triunfo de Cristo e peçamos-lhe que nos oriente nos caminhos da vida para estarmos um dia com Ela.

2º MISTÉRIO:
    Podemos dizer que a definição do dogma da Imaculada Conceição trazia consigo, de certo modo, a esperança da definição dogmática da Assunção, como diz Pio XII; “Por um privilégio inteiramente singular Ela venceu o pecado com a sua Imaculada Conceição. Por esse motivo, não foi sujeito à lei de permanecer na corrupção do sepulcro, nem teve de esperar a redenção do corpo ao fim dos tempos.
 Quando se definiu solenemente que a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi imune desde a sua Conceição de toda a mancha, logo os corações dos fiéis conceberam uma mais viva esperança de que em breve o supremo magistério da Igreja definiria também o dogma da Assunção corporal da Virgem Maria ao céu”. 
Peçamos a Nossa Senhora, neste mistério, uma grande pureza de vida.   

3º MISTÉRIO:   Ao definir o dogma da Assunção de Nossa Senhora, Pio XII colocou uma viva esperança na sua poderosa intercessão ao afirmar na alocução consistorial de 30 de Outubro de 1950: “Queira a nossa Mãe amabilíssima elevada à glória celeste, conduzir à divina luz que procede do céu o mundo inteiro, envolto ainda, em muitos lugares, pelas trevas do erro, atormentado por cruéis flagelos e angustiado por graves perigos. Possa Ela alcançar para a humanidade as consolações divinas que reconfortam e erguem a alma, mesmo no meio dos mais vivos sofrimentos”.   
Peçamos a Nossa Senhora, neste mistério, que todos os homens cheguem ao conhecimento da Luz do Mundo que é o seu Filhos, Jesus.
4º MISTÉRIO: Na alocução consistorial já atrás citada, Pio XII pedia a Nossa Senhora a paz para o mundo, para a Igreja e para todos os homens. “ Obtenha Ela do seu divino Filho que as nações e os povos, divididos entre si em detrimento próprio, vejam de novo resplandecer a paz: aquela paz que repousa, como no seu mais sólido fundamento, sobre a tranquilidade da boa ordem, sobre a justiça prestada aos cidadãos e aos povos, sobre a salvaguarda da liberdade e da dignidade a todos devidamente garantida.
 Queira a bendita Virgem defender sobretudo com o seu poderoso patrocínio a Igreja Católica, que, em não poucas regiões, é pouco conhecida ou está exposta a falsas acusações ou, finalmente, oprimida por iníquas perseguições. Possa Ela trazer novamente à sua unidade todos aqueles que se extraviaram e se desencaminharam”.   
 Rezemos para que os votos formulados por Pio XII, na véspera da definição dogmática da Assunção de Nossa Senhora, sejam, uma feliz realidade nos nossos dias.

5º MISTÉRIO:   Santa Maria Goretti, nos últimos instantes da vida, apesar do seu delírio, beijava instintivamente o crucifixo e a imagem de Nossa Senhora. 
          No meio de grande aflição, talvez revivendo a cena do crime horrível de que tinha sido vítima, disse em tom de súplica: “Quero estar mais perto de Nossa Senhora!”.
          A aspiração desta menina mártir é a aspiração de todos os cristãos que fazem sua esta confidência de um santo: “Como a terra me parece desprezível quando olho para o céu !”.  
          A consoladora verdade da Assunção de Nossa Senhora convida-nos a olhar para o céu. Ela, como primeira cristã, foi também a primeira a receber a glorificação. Ela é a figura da Igreja e a realização do mistério da glória, no qual todos os que acreditamos em Jesus havemos de participar um dia.
 Rezemos este mistério para que, embora rodeados e, ás vezes, quase submergidos pelas coisas da terra, os cristãos não cessem de olhar para o céu




Homilia da Liturgia do domingo - 19 de agosto de 2012

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA: OLHAR PARA O CÉU PARA AMAR A TERRA
(Liturgia da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora)

De vez em quando me surpreendo a olhar para o céu estrelado durante as noites sem nuvens. Um privilégio de quem mora nas cidades pequenas do interior do nosso Brasil, como o interior de São Paulo.
Parece que é quase possível tocar com as estrelas luminosas que pululam, dando a impressão de que estão bem próximas, ao nosso alcance, não obstante estejam distantes a milhões de quilômetros.
As leituras da festa da Assunção de Nossa Senhora nos convidam a levantar os olhos na direção do céu. Elas não se referem propriamente à Maria Assunta ao Céu em corpo e alma, como afirma o último dogma mariano. Tampouco o Evangelho faz referência a esse artigo da fé católica. Mas a primeira leitura do livro do Apocalipse (11,19; 12,1.3-6.10) contém uma visão celeste e o objetivo final da humanidade, destinada a participar da ressurreição de Cristo e da comunhão com Deus, como lemos na segunda leitura (1Cor 15,20-27).
Na verdade o que o Evangelho contém é, em primeiro lugar, uma "ascensão" de Maria, mas não em direção ao céu e não no final da sua vida: “Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá”. A sua ascensão, mesmo antes da sua Assunção é a subida para a região montanhosa, para que lá no alto, faça o seu Sim virar serviço!
Isso acontece no início, depois de ter recebido a visita do anjo Gabriel, de Nazaré se põe em viagem rumo às montanhas da Judeia, para visitar a velha parenta Isabel, de quem o anjo Gabriel havia falado.
Contemplando esses três quadros que a liturgia “pinta” nesta festa, podemos compreender o seu significado e colher os frutos para a nossa vida.
O quadro do Apocalipse pinta uma luta. De um lado, uma mulher grávida, que dá a luz um filho. Aqui podemos contemplar a humanidade que traz em si o anseio por vida. De outro lado, um dragão que ameaça devorar o filho. Neste quadro podemos ver o mal que atenta contra a vida!
O parto é bem sucedido e o filho é levado diante de Deus, protegido contra os ataques do mal. A luta entre o bem e o mal, que presenciamos todos os dias no mundo e experimentamos na nossa própria vida, já é vitoriosa se olharmos para a visão celeste. O Filho, Jesus, já está na glória de Deus, ainda que a humanidade, representada pela mulher, ainda esteja a caminho nesta Terra, por um tempo transitório.
O quadro da leitura da carta aos Coríntios nos faz contemplar o Cristo ressuscitado, que venceu a morte não só para si mesmo, mas também para todos os membros do Seu corpo, haja vista que a Sua ressurreição difunde os seus efeitos sobre todos aqueles que creem n’Ele.
O presente, tempo em que Paulo escreve aos Coríntios: “Como em Adão todos morrem”, é o tempo no qual Jesus submete a Si o inimigo, até o momento de entregar o Seu Reino (“a realeza”) ao Pai, e a Sua Obra será, então, completada.
Entre aqueles que creem em Cristo e recebem os frutos da Sua ressurreição está a Sua mãe. Maria Assunta ao Céu representa a humanidade que já participa da ressurreição de Cristo. É nela, que representa todos nós, que Jesus cumpre a promessa feita aos discípulos: “Quando tiver ido ao Pai, voltarei e vos levarei comigo”.
A nossa humanidade já se encontra, portanto, no Céu, não somente por que Jesus é o homem, mas também por causa de Maria. 
O terceiro quadro que as leituras da solenidade da Assunção de Nossa senhora pintam é um quadro mais terrestre e mais humilde. Nele a jovem de Nazaré vai visitar uma parente idosa da Judeia. O pintor desse quadro (Lucas) não nos dá muitos detalhes dessa visita, nem da viagem e nem da permanência de Maria naquela casa. Toda a atenção é canalizada para o diálogo entre a idosa Isabel e a jovenzinha Maria.
Isabel bendiz a Maria saudando-a como a “mãe do meu Senhor” e tece o mais belo elogio à Maria: “Bem-aventurada é aquela que acreditou”.
Naturalmente era de se esperar que Maria respondesse ao elogio mas, na realidade, ela abre a boca para louvar o Senhor com o belíssimo cântico do Magnficat. É através do cântico que Maria louva a Deus que realizou maravilhas na sua vida, bem como na história do seu povo, para o qual se revelou como Aquele que faz justiça, exalta os humildes e derruba os poderosos.
Maria reconhece na sua história pessoal e na história do seu povo a ação transformadora de Deus. É por isso que ela crê que isso não é apenas uma ilusão, mas o verdadeiro caminho da história. Maria aponta para nós, portanto, o Deus que olha para a realidade da humanidade: “porque olhou para sua pobre serva”.  A sua fé é uma fé encarnada na realidade. Aliás, foi essa fé que fez com que Maria acolhesse o Filho de Deus; foi a fé que lhe permitiu acompanhá-lo até a cruz e, finalmente, foi a fé que lhe abriu o caminho do Céu.
Um Céu que não é uma realidade somente com o “fim” da nossa caminhada na Terra, mas que começa já aqui para quem sabe “ler” nos eventos da vida e da história a presença libertadora e salifica de Deus.  Este vislumbrar o céu permitiu a Maria viver em plenitude a vocação na Terra, e a humilde obediência à vida quotidiana na casa de Nazaré, a preparou para entrar no Céu com o seu Filho.
Maria antecipa o nosso destino de participação na ressurreição de Jesus, porque nos precedeu no caminho de uma fé plena e total a Deus, que se transformou em obediência à Sua vontade na Terra. (Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA – Superior dos Missionários Inacianos – formador@inacianos.org.br – Website: www.inacianos.org.br).

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Escolhas

A Vida e as suas escolhas

Diariamente somos convidados a fazer escolhas em nossa vida. Algumas são simples, fáceis e quase que evidentes; outras, mais difíceis, complexas e exigem um belo discernimento, pois influenciarão o resto da nossa vida. A vida é feita de escolhas que determinam o rumo da nossa existência. Se voltarmos para trás no tempo, perceberemos que aquilo que somos hoje, aquilo que fazemos, o lugar que moramos, foi tudo fruto de uma escolha. Alguém dizia que não escolher jê é uma escolha, portanto, somos movidos por escolhas diárias, e mais que diárias, escolhas continuas e no mesmo dia, escolhemos diversas vezes. Até a nível material, escolhemos entre algo mais caro, ou mais barato; de determinada cor, tamanho, enfim, escolhas e mais escolhas.
Escolher requer assumir a postura, a decisão tomada. Quando alguém vive justificando suas atitudes, culpando os outros por aquilo que faz, revela a sua imaturidade. A pessoa madura, pelo contrário, assume seus atos e responde por eles. Isso demonstra a sua capacidade de dirigir a sua história, nos bons e maus momentos da sua vida.
Diariamente a vida nos pede escolhas entre o bem e o mal; entre o perdão e a vingança; entre continuar lutar, ou desanimar; entre fugir diante das dificuldades, ou assumi-las com coragem; entre falar mal dos outros ou enaltecer os seus pontos positivos; entre ser uma pessoa boa ou uma pessoa má; entre respeitar e tratar os outros com dignidade ou tratá-lo com grosseria e maus modos etc.
Os amigos que temos, são frutos de uma escolha, porque eles combinam com os nossos gostos, nosso modo de pensar e agir diante do mundo. Ali também escolhemos amigos que nos ajudem a sermos bons, positivos, animados, ou então, amigos que nos conduzem para o mau caminho, ajudando-nos a nos perdermos na estrada da vida. Alguém certa vez disse uma frase muito significativa e muito verdadeira: ‘diga-me com quem andas e eu te direi quem tu és’. Os amigos que escolhemos revelam aquilo que nós somos e desejamos da nossa vida. Aliás, os irmãos que nós temos, a família que possuímos, nós recebemos gratuitamente; os amigos, pelo contrário, nós escolhemos. Não posso escolher meu pai, minha mãe, meu irmão, meu tio ou familiares de modo geral. Amigos, pelo contrário, eu posso e devo escolher, mas escolho baseado em critérios que sintonizam com o meu modo de ser e de viver a vida.
Escolho aquilo que eu quero ser na vida, e devo responder por essa escolha. Muitas pessoas reclamam da sua vida, do marido ou da esposa, mas na verdade, essa mulher ou esse homem, foi uma escolha sua e não uma imposição dos outros. O problema é que muita gente não escolhe por uma livre decisão, mas movido e guiado pela opinião dos outros. Nesse caso, torna-se cômodo dizer quando as coisas não dão certo: ‘eu não queria fazer isso; fui obrigado pelos outros’. Essa resposta demonstra a grande imaturidade da pessoa, pois ela não age por um impulso interno, mas por razões externas a ela.
Sempre que tomamos uma decisão, existem perdas e ganhos. Isso é perfeitamente normal, pois toda escolha limita as nossas possibilidades. A grande verdade é que não podemos escolher tudo, pois isso é simplesmente impossível. O discernimento tona-se vital, para tomarmos a melhor decisão e sermos felizes e realizados com a decisão tomada.
Nada melhor do que com o avançar do tempo, podermos sentir a alegria de termos feito a escolha certa na hora certa. Isso determinou a nossa vida e nos trouxe a felicidade. Pessoa realizada e feliz é aquela que soube fazer as escolhas fundamentais da sua vida, ouvindo a sua consciência e a consciência sempre tem razão. Continue assim, consultando sempre a sua consciência e com certeza, você será muito feliz.
Dr. Pe. André Marmilicz

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Ano da Fé - parte 4



QUEM É DEUS?

Aristóteles: "o homem é um ser religioso".

"Eu Sou Aquele que Sou" - Iahweh

Sl 102,27-28 - "Eles perecem, mas tu permaneces; todos ficam gastos como a roupa... mas tu existes, e teus anos jamais findarão!"

Tg1,17 - "Nele não há mudança, nem sombra de variação".

Papa Pio XII: "A inteligência humana, na aquisição destas verdades, encontra dificuldades tanto por parte dos sentidos e da imaginação como por parte das más inclinações, provenientes do pecado original. Donde vemos que os homens em tais questões, facilmente procuram persuadir-se de que seja falso ou ao menos duvidoso aquilo que não desejam que seja verdadeiro". (Humani Generis, DS 3875).

Joseph de Maistre: "Ninguém afirma: 'Deus não existe' sem antes ter desejado que Ele não exista".

A EXISTÊNCIA DE DEUS

São Tomás de Aquino - Pode-se chegar a Deus pelo uso da razão. (Suma Teológica I, q.2, a.a 1, 2, 3 e 4),

Pelas "mensagens" das criaturas e pela voz de nossa consciência podemos ter a certeza da existência de Deus, causa e fim de tudo.

"O que se pode conhecer de Deus é manifesto entre eles, pois Deus lho revelou. Sua realidade invisível - seu eterno poder e sua divindade - tornou-se inteligível desde a criação do mundo através das criaturas" (Rm 1,19-20).

O Concilio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-1870), declarou: "A Santa Mãe Igreja sustenta e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser reconhecido com certeza pela luz natural da razão humana partindo das coisas criadas." ( Dz 1785).

Santo Agostinho: "Interroga a beleza da terra, interroga a beleza do mar, interroga a beleza do ar que se dilata e se difunde, interroga a beleza do céu... interroga todas estas realidades. Todas elas te respondem: olha-nos, somos belas. Sua beleza é um hino de louvor. Essas belezas sujeitas à mudança, quem as fez senão o Belo, não sujeito à mudança?" (Sermão 241,2).

"Quando eu estiver inteiramente em Vós, nunca mais haverá dor e provação; repleta de Vós por inteiro, minha vida será verdadeira"  (Confissões - 10,28,39).

Concílio IV do Latrão (1215):  "entre o Criador e a criatura não se pode notar uma semelhança, sem que se deva notar entre eles uma ainda maior dessemelhança" (DS 806)

São Tomás de Aquino: "não podemos apreender de Deus o que ele é, mas apenas O que ele não é e de que maneira os outros seres se situam em relação a ele" (Suma contra os gentios, 1,30).

Sem o Criador, a criatura se esvai" (GS 36)

São Tomás de Aquino: "quanto mais o homem se afasta de Deus, mais se aproxima do seu nada".

ALGUNS ATRIBUTOS DE DEUS

 Deus é Infinito, também o são as suas faculdades.

"Mas, será verdade que Deus habite sobre a terra? Se o céu e os céus dos céus não vos podem conter quanto menos esta casa que edifiquei!" (1Rs 8,27).

"O Altíssimo, porém, não habita em casas construídas por mãos humanas. Como diz o profeta: 

"O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. Que casa me edificareis vós?, diz o Senhor. (Is 66,1s.)"?

DEUS É ÚNICO

Tertuliano (?220): "O Ser Supremo e Excelentíssimo precisa ser único, e não pode haver igual a Ele, porque se não for assim, Ele não seria o Ser Supremo, e como Deus é o Ser Supremo, com razão diz nossa verdade Cristã: Se Deus não é o Único, não há nenhum Deus".

Concílio Vaticano I (1870) declarou: "A Santa Igreja Católica Apostólica e Romana, crê e confessa que existe um único Deus Verdadeiro" (DZ. 1782).

"Mas, para nós, há um só Deus, o Pai, do qual procedem todas as coisas e para o qual existimos" (1 Cor 8,6).

"Ao Deus único, Salvador nosso, por Jesus Cristo, Senhor nosso, sejam dadas glória, magnificência, império e poder desde antes de todos os tempos, agora e para sempre. Amém"  (Jd 1,25).

"Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos" (Ef 4,6).

 "Ao Rei dos séculos, Deus único, invisível e imortal, honra e glória pelos séculos dos séculos! Amém". (I Tm 1,17)

DEUS É UM ESPÍRITO PERFEITÍSSIMO E ETERNO

Deus possui todas as perfeições em grau infinito.

"Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e verdade" (Jo 4,24).

São Tomas de Aquino afirmava a eternidade de Deus por sua absoluta imutabilidade e Sua plenitude absoluta que exclui toda sucessão (S.Th. I,10,2-3).

Deus não teve principio e não terá fim;

 Incriado, sempre existiu e sempre existirá.

Concílio IV de Latrão(1215) disse: "A Santa Igreja Católica, Apostólica Romana crê e confessa que existe um único Deus Verdadeiro, Vivo, Eterno, Imenso, Incompreensível, Infinito em Seu entendimento e vontade e em toda perfeição" (Dz. 1782).

DEUS É TODO PODEROSO, ONIPOTENTE

"Teu grande poder está sempre a teu serviço, e quem pode resistir à força de teu braço?" (Sb 11,21).

"Ele faz tudo o que quer" (Sl 115,3)

 "O Senhor Deus realiza tudo o quer tanto no céu como na terra" (Sl 134,6).

"Reconheço que tudo podes e que nenhum dos teus desígnios fica frustrado" (Jó 42,2).

"Antes que os montes, a terra e o universo tivessem sido criados, Tu existias desde a eternidade até a eternidade" (Sl 89,2).

"Para Deus nada é impossível" (Lc1, 37)

"Graças te damos, Senhor, Deus Dominador, que és e que eras, porque assumiste a plenitude de teu poder real (Ap 11,17).

DEUS É ONIPRESENTE E ONISCIENTE

"Sabeis tudo de mim, quando me sento ou me levanto. De longe penetrais meus pensamentos. Quando ando e quando repouso, vós me vedes, observais todos os meus passos. A palavra ainda me não chegou à língua, e já, Senhor, a conheceis toda. Vós me cercais por trás e pela frente, e estendeis sobre mim a vossa mão. Conhecimento assim maravilhoso me ultrapassa, ele é tão sublime que não posso atingi-lo. Para onde irei, longe de vosso Espírito? Para onde fugir, apartado de vosso olhar? Se subir até os céus, ali estareis; se descer à região dos mortos, lá vos encontrareis também" (Sl 138,2-7).

"Poderá um homem se ocultar de tal modo que eu o não veja? - oráculo do Senhor. Porventura não enche minha presença o céu e a terra? - oráculo do Senhor (Jr 23,24).

Karl Rahner:  "Deus é um instante que não passa".

Nada lhe é oculto; conhece todas as nossas realidades passadas, presentes e futuras. Tudo é presente diante dos seus olhos.

Mas não exista o destino. A onisciência de Deus não elimina nosso livre arbítrio.

"Com efeito, o Espírito do Senhor enche o universo, e ele, que tem unidas todas as coisas, ouve toda voz" (Sb 1,7).

DEUS É O CRIADOR DE TUDO

Paulo VI - Profissão de Fé: "Cremos em um só Deus - Pai, Filho e Espírito Santo - Criador das coisas visíveis - como este mundo, onde se desenrola nossa vida passageira -, Criador das coisas invisíveis - como são os puros espíritos, que também chamamos anjos -, Criador igualmente, em cada homem, da alma espiritual e imortal". (CPD, 8)

"No princípio, Deus criou os céus e a terra" (Gn 1,1).

"Respondeu-lhes Jesus: Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher". (Mt 19,4)

 "O meu socorro virá do Senhor, criador do céu e da terra"(Sl 123,8)

"Mas o criador do mundo, que formou o homem na sua origem e deu existência a todas as coisas, vos restituirá, em sua misericórdia, tanto o espírito como a vida, se agora fizerdes pouco caso de vós mesmos por amor às suas leis'. (II Mac 13,14)

PRÊMIOS NOBEL E A VIDA

Dr. Adolf Butenandt, Prêmio Nobel em Química, em 1938, por seu trabalho sobre os hormônios sexuais: "Com o átomos de um bilhão de estrelas, o acaso cego não conseguiria produzir sequer uma proteína útil para a vida".

Dr. Marshall W. Nirenberg, Prêmio Nobel de Fisiologia - Medicina em 1968 pela interpretação do código genético e sua função na síntese das proteínas: "Todo ser vivo possui o próprio programa gravado em fitas DNA, mediante a qual se autoconstrói e a seguir funciona. Desvenda-se assim o segredo da vida. Não existe maior maravilha."

Dr. George Wald, Premio Nobel de Fisiologia - Medicina em 1967 pelas descobertas referentes aos processos visuais fisiológico e químico  no olho: "As maravilhas de nossa técnica estão a nível de brinquedos infantis, se comparadas com as da natureza."

Dr. Francis Compton Crick, Premio Nobel de Fisiologia - Medicina em 1962, por suas descobertas referentes à estrutura molecular dos ácidos nucléicos e seu significado para a transferência de informação em material vivo: "Se as fitas DNA de um homem - de um só - fossem unidas linearmente, poderiam circunscrever todo o Sistema Solar."

Dr. George Beadle, Premio Nobel de Fisiologia - Medicina, em 1958, por suas descobertas que os genes agem regulando definidos eventos químicos: "A programação nas fitas DNA ativa a célula como se fosse uma microscópica fábrica ultra automatizada e cibernética. Movimenta-a de maneira inconcebivelmente exata, veloz e bem organizada.

Dr. Jacques Monod, Prêmio Nobel, em 1965 por suas pesquisas sobre as células da vida: "Chegou-nos uma mensagem dos abismos do tempo".

Do livro: "A Criação não é um mito" , Domenico E. Ravalico, Ed.Paulinas, SP, 1979

Dr. Francis Collins, Diretor o Projeto "genoma humano" e Diretor do Instituto Nacional Americano de Pesquisa do Genoma Humano, afirma que: "o ateísmo é a opção mais irracional" (VEJA, Edição 1992 de  24/01/2007)

DEUS É SANTO E JUSTO

"Estes animais tinham cada um seis asas cobertas de olhos por dentro e por fora. Não cessavam de clamar dia e noite: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Dominador, o que é, o que era e o que deve voltar" (Ap 4,8)

DEUS É AMOR

"Deus amou tanto o mundo, que entregou seu Filho único" (Jo 3,16).

"Mas no meu eterno amor, tenho compaixão de ti" (Is 54,8).

"Eu te amei com um amor eterno, por conservei por ti o amor" (Jr 31,3).

"Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor" (1Jo 4, 7-8).
DEUS É MISERICORDIOSO

"O Senhor passou diante dele, exclamando: "Javé, Javé, Deus compassivo e misericordioso, lento para a cólera, rico em bondade e em fidelidade, (Ex 34,6).

"Se voltardes para o Senhor, vossos irmãos e vossos filhos acharão misericórdia diante daqueles que os levaram para o cativeiro e voltarão à sua terra, pois o Senhor Deus é generoso e misericordioso e não desviará os olhos de vós, se voltardes para ele" (2 Cr 30,9).

"Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso" (Lc 6,36).

"Mas Deus, que é rico em misericórdia, impulsionado pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos em consequência de nossos pecados, deu-nos a vida juntamente com Cristo - é por graça que fostes salvos!" (Ef 2, 4-5)

DEUS É A VERDADE E A VIDA

"Celebro teu nome por teu amor e verdade" (Sl 138,2).

"O princípio de tua palavra é a verdade, tuas normas são justiça para sempre" (Sl 119,160).

"Sim,  Senhor Deus, és tu que és Deus, tuas palavras são verdade" (2Sm 7,28).

"E o testemunho é este: Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. Quem possui o Filho possui a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida." (1Jo 5, 11-12).

"Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (Jo 14,6).

"Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá" (Jo 11,25).

"Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida" (Jo 6, 47-48).

"Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6,54).
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