Teológico Pastoral

Teológico Pastoral

sábado, 29 de junho de 2013

Homilia Dominical - 30 de junho de 2013



"Tu és Pedro"

 

Celebramos hoje a festa de dois Apóstolos marcantes

da Igreja primitiva: São Pedro e São Paulo.

 - Diferentes: na vocação, no caráter, no estudo, na missão...

 - Unidos: no Amor e na Fé a Cristo e à Igreja...

 

- PEDRO, a rocha firme, conhece Cristo às margens do lago,

o segue desde o começo durante toda a vida apostólica

e em Cesaréia de Filipe o reconhece como o "Cristo, o Filho do Deus vivo.

- PAULO, o anunciador incansável, não o conheceu pessoalmente.

Inicialmente até o perseguiu, porque anunciava um Deus diferente.

Um dia, iluminado por uma luz do alto, compreendeu que Jesus era o Messias. A partir de então mudou radicalmente sua vida...

 

Pedro e Paulo representam duas dimensões diferentes,

mas complementares e viveram com alegria a comunhão na diversidade...

 

As Leituras bíblicas falam desses dois Apóstolos:

 

Na 1a Leitura, PEDRO está preso, com data já marcada para morrer,

guardado como "perigosos" por 16 soldados.

A Comunidade reza... Deus intervém em favor do seu servo... (At 12, 1-11)

 

A libertação de Pedro foi um fato histórico, mas muitos pormenores

foram introduzidos apenas para dar mais vivacidade à narrativa.

O texto mostra duas coisas:

- Deus escuta a Oração da Comunidade e

- não abandona seus discípulos nos momentos de provação.

 

Na 2a Leitura, PAULO está preso, aguardando o julgamento final.

Escreve a Timóteo, seu companheiro no trabalho missionário.

Faz um balanço de sua vida. Compara-se a um atleta no estádio:

"Combati o bom combate, terminei a minha carreira, conservei a fé..."

Agora velho e cansado pelo trabalho e pelas lutas que teve de enfrentar,

confia no Senhor, justo Juiz e aguarda o prêmio merecido... (2 Tm 4,6-8.17-18)

 

* O texto mostra a serenidade e a confiança de Paulo, diante da morte iminente.

 

No Evangelho temos um episódio de Jesus com os apóstolos: (Mt, 16,13-19)

 

- A 1ª parte, de caráter cristológico, centra-se em JESUS e

  na definição de sua identidade: "Quem sou eu?"

- A 2ª parte, de caráter eclesiológico, centra na IGREJA,

  que Jesus convoca ao redor de Pedro:

  "Sobre essa Pedra edificarei a minha Igreja".

 

1. Quem é JESUS?

Na perspectiva dos "homens", Jesus é, apenas, um homem bom e justo,

que escutou os apelos de Deus e se esforçou por ser um sinal vivo de Deus, como tantos outros homens antes dele. É muito, mas não é o suficiente.

Significa que os "homens" não entenderam a novidade do Messias,

nem a profundidade do mistério de Jesus.

 

Na opinião dos discípulos Jesus, vai muito além.

Pedro resume o sentir da Comunidade na expressão:

"Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo".

Para os membros da Comunidade, Jesus não é apenas o Messias esperado:

é também o "Filho de Deus".

 

* Quem é Jesus para mim?

É uma pergunta fundamental para a vida cristã.

Deve ecoar sempre em nossos ouvidos e em nosso coração.

Não bastam as respostas da catequese ou dos tratados de teologia.

Devemos interrogar o nosso coração e tentar perceber

qual é o lugar que Cristo ocupa em nossa existência...

Devemos gastar a vida inteira confrontando e purificando nossa resposta,

sempre de novo, no seguimento do Filho de Deus feito homem.

 

2. O que é a IGREJA?

O texto responde de forma clara: é a Comunidade dos discípulos

que reconhecem Jesus como "o messias, o Filho de Deus".

- É uma comunidade organizada, onde existem pessoas

  que presidem e desempenham serviços.

  A ela Cristo conferiu poderes de "ligar e desligar" e

  a garantia de que nem "as portas do inferno terão vez contra ela".

 

Jesus não fundou muitas igrejas...

A verdadeira IGREJA, fundada por CRISTO,

foi confiada a Pedro e seus sucessores.

Por isso, no dia de hoje, celebramos também o DIA DO PAPA.

 

O Papa é Sinal de unidade, aquele que confirma a fé de seus irmãos.

O Papa continua sendo o chefe visível da Igreja na terra.

Sua missão é espinhosa, sobretudo hoje, pelas mudanças rápidas e violentas...

pelas contestações dentro e fora da Igreja...

 

Demonstremos concretamente nosso amor para com ele,

"rezando" para que Deus...

- lhe dê muita LUZ... para apontar sempre o melhor caminho para a Igreja...

- e muita FORÇA... para enfrentar com otimismo e alegria

  as contestações do mundo moderno...

 

Relembrando hoje o ardor missionário de Pedro e de Paulo,

demonstramos o mesmo entusiasmo de "Discípulos e Missionários de Cristo"?

 

Relembrando o Nascimento da Igreja,

aceitamos uma Igreja REVELADA, fundada por Cristo,
ou preferimos uma "igreja" mais cômoda, CRIADA pelos homens

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Oração do texto do Evangelho - 30 de junho de 2013

AUTORIDADE A SERVIÇO DA VIDA


“Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que tu ligares na terra...” (Mt. 16,19)

O texto nos ajuda a ler nossa vida. Afirma-se nossa identidade; e a identidade de uma pessoa é dada por aquilo que é sólido, consistente... no seu interior, que não se desfaz com as adversidades do mundo no qual vivemos (crises, fracassos...).
Toda pessoa possui dentro de si uma profundidade que é seu mistério íntimo e pessoal.
 “Viver em profundidade” significa “entrar” no âmago da própria vida, “descer” até às fontes do próprio ser, até às raízes mais profundas.
A própria interioridade é a rocha consistente e firme, bem talhada e preciosa que cada pessoa tem, para encontrar segurança e caminhar na vida superando as dificuldades e os inevitáveis golpes da luta pela vida. É no “eu mais profundo”  que as forças vitais se acham disponíveis para ajudar a pessoa a crescer dia-a-dia, tornando-a aquilo para o qual foi chamada a ser.
A oração é a chave interior que faz a pessoa chegar até o próprio “eu original”, aquele lugar santo, intocável, onde reside não só o lado mais positivo de si mesma, mas o próprio Deus. Este é o nível da graça, da gratuidade, da abundância, onde a pessoa mergulha no silêncio, à escuta de todo o seu ser.

Temos em nossas mãos as chaves da vida. O que fazemos com elas? Podemos abrir ou fechar, ligar ou desligar, atar ou desatar.... Ter a chave da vida: abrir ou fechar as portas do futuro, das relações, dos sonhos, da missão... Dar direção à vida. Atar e desatar os nós da vida.... Aqui está o grande desafio: abrir-se ou fechar-se. Abrir-se à vida, ao novo, ao outro, ao desafiante ou diferente... ou fechar-se...
Deus confiou e colocou em nossas mãos a chave da vida. Ele não impõe, não obriga. Corre o risco de nos criar livres. Aqui está a grandeza do ser humano: optar por uma vida aberta ou fechada, ser nó ou desatar, ligar ou desligar, expandir ou retrair...
Sempre há o perigo de construir, dentro de nós, um condomínio onde portas se fecham, chaves se perdem, segredos são esquecidos... e, com isso, mergulhamos na mais profunda solidão.

Pior ainda é quando confundimos o “poder das chaves” com a “chave do poder”. Quem tem a chave tem o poder.
 “Ter poder”: esta expressão ecoa forte no coração humano. O poder deslumbra, ofusca e pode facilmente se tornar o centro da identidade de uma pessoa. O poder é objeto de desejo de extraordinária magnitu-de e fascínio para o ser humano. Seu brilho encanta e seduz; sua proposta é extremamente atraente; para muitos, ele é a suprema ambição. Não há ser humano que não tenha sido tentado pelo canto desta sereia.
O coração humano sofre ao ver-se dominado por este desejo de poder que intoxica suas aspirações mais profundas de comunhão e solidariedade. A vida se torna uma arena de disputas. Talvez não exista relação mais ambivalente que aquela existente entre a pessoa e o poder. Os relacionamentos são balizados, tanto no espaço institucional como nos encontros interpessoais, pela disputa do poder; o exercício do poder se expressa nas atitudes de dominar, manipular, subjugar e definir tudo segundo os próprios interesses.
A perversidade do coração humano encontra no exercício do poder o campo mais propício para a reve-lação de suas mazelas, autoritarismos, vaidades... Em nome do poder gera-se a morte, a divisão, a solidão.

Nenhum exercício do poder é evangélico. Não há nada mais contrário à mensagem de Jesus que o poder. Jesus não transfere “poder” a Pedro; reforça nele a liderança para o cuidado e o serviço aos outros.
Nenhum ser humano é mais que outro, nem está acima do outro. “Não chameis a ninguém de pai, não chameis a ninguém chefe, não chameis a ninguém senhor, porque todos vós sois irmãos”. A única autoridade que admite é o serviço.
Jesus não exerceu poder porque o poder nunca é mediação para a libertação do ser humano (seja poder político, religioso, ou qualquer outra expressão de poder).
Jesus despoja-se do poder; Ele tem autoridade: “ensinava-lhes com autoridade e não como os escribas”. Sua autoridade é  caminho para o serviço e a promoção da vida.
Por isso a autoridade de Jesus não tem nada a ver com o poder que domina ou a liderança que se impõe.
Jesus tem “autoridade”  porque o “centro” está no outro; Ele veio para servir.
Quem tem “poder”, ao contrário, o centro está em si mesmo; por isso é que toda expressão de poder é violenta, exclui, decide pelo outro...
A palavra “autoridade” vem do verbo latino “augere”, que significa literalmente: aumentar, acrescentar, fazer crescer, dar vigor, robustecer, sustentar, elevar, levantar o outro, colocá-lo de pé, impulsioná-lo para frente... É a qualidade, a virtude e a força que serve para apoiar, para alentar, para ajudar as pessoas a serem elas mesmas, para fazê-las crescer, desenvolvendo suas próprias potencialidades.
“Autoridade” significa recuperar a autoria, devolver a autonomia àquele que está impedido de op-tar e de fazer seu caminho. Nesse sentido, a autoridade nunca é perigosa para a pessoa, jamais é impo-sição ou atentado contra sua legítima autonomia ou liberdade. A autoridade é essencialmente amor.

Também o exercício da autoridade deve ser medido pela palavra e pela obra de Jesus Cristo. E não pode ser de outra maneira, já que, se a origem da autoridade na Igreja é divina, também deveria ser “divina” o modo de exercê-la. Se toda autoridade provém de Cristo, deveria ser exercida à maneira como Cristo a exerceu, e isto vale tanto para aqueles que detém uma autoridade instituída como para aqueles que, devido às suas qualidades e carismas, exercem, de fato, autoridade de serviço nas comunidades cristãs.
Neste “como” se exerce e deve ser exercida a autoridade na Igreja está o desafio que as comunidades cristãs devem assumir.
O Evangelho de hoje é claro quanto à maneira como se deve exercer a autoridade: a partir do serviço. Aquele que serve não domina, convertendo-se no centro, mas anima e integra o diferente. Aquele que serve, despoja-se de seus interesses privados e investe sua vida em benefício de todos.
Isto significa que todos aqueles que exercem a autoridade hão de voltar sempre ao manancial de onde brota o autêntico ser da Igreja, que é a palavra e a ação de Jesus. Não deve existir autoridade na Igreja que esteja por cima da ação do Espírito; ela não deve buscar outra coisa a não ser a vinculação de todos os membros da Igreja no amor e no serviço mútuo. Uma autoridade que se desvincula do “carisma de autoridade” do Espírito tende sempre a converter a instituição em um fim, esquecendo que só pode ser justificada na medida em que serve à obra do Espírito.
A autoridade deve ser exercida no marco da visão de Igreja que o Vaticano II nos deixou, ou seja, potenciar a comunhão. É urgente que o exercício da autoridade na Igreja vá assumindo os traços caracte-rísticos de uma Igreja de comunhão, se queremos ser fiéis ao “modo de proceder” de Jesus.

Texto bíblico:  Mt. 16,13-19

Na oração: Muitos caminhos conduzem à própria interioridade. A oração é a chave de acesso; ela é esse silen-
cioso exercício de deixar que Deus me habite para que eu possa abrir as portas do coração e jane-
las da mente àqueles com quem me encontro.
Onde o Deus de Jesus tem liberdade de atuar, ali desaparece todo resquício de poder que desunamiza.

domingo, 23 de junho de 2013

Homilia dominical - 23 de junho de 2013

Tu és o Cristo

Estamos aqui reunidos em oração, porque somos "cristãos".
Mas quem é Cristo para você?

A Palavra de Deus nos propõe a descobrir em Jesus
o "Messias" de Deus, que realiza a libertação dos homens
através do amor e do dom da vida,
e convida cada "cristão" a fazer da própria vida um dom generoso aos irmãos.

A 1ª Leitura apresenta o profeta anuncia e descreve a imagem do Messias:
um homem justo e inocente "transpassado", um servo sofredor,
que desperta uma atitude de conversão e volta a Deus.
João identificou esse misterioso personagem com Jesus. (Zc 12,10-11;13,1)

A 2ª Leitura afirma que, pelo Batismo, fomos "REVESTIDOS de Cristo".
Por isso, devemos renunciar à vida velha do egoísmo e do pecado,
para viver a vida nova da entrega a Deus e do amor aos irmãos. (Gl 3,26-29)

No Evangelho temos a profissão de fé de Pedro no Messias
e o anúncio da Paixão. (Lc 9,18-24)

No final de sua atividade na Galiléia, Jesus, depois de ter ORADO,
provoca os Apóstolos a dizer o que pensam dele, de sua identidade e Missão:

"Quem sou eu no dizer do POVO?"
Estranha curiosidade: Cristo interessado em saber o que os outros pensam dele.
Até parece um levantamento de IBOPE para verificar sua popularidade...
- Responderam-lhe: "João Batista... Elias... ou um dos antigos profetas..."
* Reconhecem em Jesus um grande Mestre, um grande operador de milagres,
mas um HOMEM apenas...

- Os DISCÍPULOS deviam ter uma idéia mais amadurecida,
pois foram testemunhas de seus milagres e
destinatários privilegiados de sua doutrina. Por isso, acrescenta:

"Mas PARA VÓS, tornou Jesus, QUEM SOU EU?”
- Pedro, em nome de todos, responde: "Tu és o CRISTO de Deus"
A resposta era exata, eco da profecia de Isaías...
Pedro reconhece o Messias...  - Mas que Messias?
Como esperavam todos os judeus e os demais apóstolos:
um "messias" político, poderoso e vitorioso? Por isso não era tudo...

E Jesus completa, apontando "O Caminho de Jesus",
falando pela primeira vez de sua Paixão...
Apresenta-se como o "Servo Sofredor",
desprezado e rejeitado pelos homens, na expressão usada pelo profeta...
Para os discípulos, que esperavam um Messias-Rei,
tal afirmação deve ter sido dura e decepcionante...

Mas Jesus não volta atrás, pelo contrário,
reafirma que o Caminho do Discípulo é o mesmo:
"Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo,
tome a sua cruz de cada dia, e siga-me".

Ele irá à frente para dar o exemplo: Será o primeiro a levar a cruz.
Quem quiser ser seu discípulo, há de imitá-lo.
E conclui: "Aquele que quiser salvar a sua vida, vai perdê-la;
mas quem a perder, por minha causa, esse se salvará".

Isso implica TRÊS COISAS:
- "Renuncie a si mesmo..."
    Libertar-se de toda ambição pessoal. Libertar-se de todas as seguranças
    em que se apoia o próprio eu, para estar disponível a seguir a Jesus.
- "Tome sua cruz cada dia"
    Libertar-se continuamente do apego à vida e estar pronto a morrer...
    nos compromissos diários do cristão.
    A Cruz é Sinal do cristão. Está presente em toda parte, com muitos nomes...
- "E Siga-me..."
    Só quem se libertou do eu e do apego à vida, pode seguir Jesus até o fim,   
    abandonando-se a Deus em favor dos homens.

Seguir Jesus não é apenas reconhecê-lo como Messias...
acreditar apenas num pacote de verdades aprendidas na catequese...
é segui-lo no caminho do amor, da verdade e da justiça.

Ainda Hoje,
- muitos o reconhecem como um grande Mestre
  que pregou o amor, a fraternidade, a paz, a justiça;
- o admiram pela atenção dada aos pobres e excluídos;
- o apreciam pela sua coragem, pela sua coerência,
  pela sua nobreza de espírito, pela sua fortaleza diante da morte...
- Mas continuam acreditando que os verdadeiros messias são outros:
  os políticos, os generais, os donos das multinacionais...

Quem é Jesus para nós?

A pergunta de Jesus é ainda atual. Não é apenas uma sondagem de opinião...
Não é suficiente saber o que os outros dizem...
é fundamental o que diz a nossa experiência de fé, de esperança e de amor...
Cristo é alguém, que está no centro de nossa existência,
cuja vida circula em nós e nos transforma, com quem dialogamos,
com quem nos identificamos e a quem amamos?

- Estamos dispostos a segui-lo, também na cruz?
- Reconhecemos Cristo no irmão necessitado, sofredor...
   no MIGRANTE, cujo Dia Nacional hoje comemoramos?

                              Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 23.06.2013

sexta-feira, 21 de junho de 2013

UM NOVO BRASIL


O QUE MESMO ESTÁ EM CRISE NO BRASIL?
O QUE MESMO PRECISA SER MUDADO PARA
TERMOS UM NOVO BRASIL?
Adroaldo Lamaison*
Os 4 pilares que sustentam o Brasil estão em crise e ai se entende todos os problemas que estamos vivendo. São eles: a família, a educação, a religião e a política.

A FAMÍLIA é a primeira grande escola da vida. Ali aprendemos o gosto pela leitura, o respeito pelos mais idosos. Aprendemos a ser honesto, a amar o país, a tratar bem todas as pessoas, a cuidar da natureza. Na família aprendemos a auto estima, recebemos amor, carinho e atenção para SERMOS PESSOAS HARMONIZADAS. Os filhos aprendem a ter limites, a cumprir regras, a respeitar, as noções de certo e errado, a poupar e a ser feliz. Eles aprendem que a felicidade não está nas coisas, mas no amor. Como a maioria só tem coisas e falta amor, muitos jovens são alvos fáceis para as drogas, para o álcool e a violência. Os pais são os primeiros professores das nossas vidas. ISSO ESTÁ FUNCIONANDO BEM? Os pais realmente estão assumindo a educação e formação dos filhos? Uma criança assiste em média 3 horas de televisão por dia. São 21 horas por semana e no mês são 100 horas. Quantas horas os pais ficam juntos com os filhos conversando e ensinando alguma coisa? Sem essa escola a solução fica mais complicada.

A EDUCAÇÃO - Muitas crianças já vão para escola desajustadas, sem limites, sem respeito, sem vontade. Os pais entregam as crianças na escola para QUE A ESCOLA EDUQUE SEUS FILHOS. Alguns chegam a dizer: “dá um jeito neles que eu não consigo”. O MÉTODO DA ESCOLA NÃO FUNCIONA. Uma criança entra na escola com 7 anos (sem falar da escolinha). Até lá ela já assistiu 5 mil horas de televisão. Ela é visual, dificuldade de pensar e se concentrar. O método da escola é abstrato. A forma de dar aula é chata e não atrai o interesse. Professores mal pagos, escolas sucateadas, falta de material não estimulam uma aula diferente. Vários professores são heróis, pois apesar de tudo fazem o melhor que podem. A criança domina muito mais as novas tecnologias que os professores. A criança descobre que a coisa mais importante é a nota. Aluno quer nota. Para isso ele decora a matéria para fazer a prova e poder passar. Decorar não desenvolve a inteligência. A função da escola é desenvolver a inteligência, fazer pensar. E os pais? Os pais não participam da escola, não acompanham seus filhos, não olham o material escolar. E na faculdade é pior. Estamos formando SÓ mão de obra para o mercado de trabalho e não cidadão para construir um novo país. Quantos alunos se formam em universidades públicas e depois NÃO FAZEM NADA DE GRAÇA, não devolvem nada para a sociedade. Saem de uma universidade SEM CONCIÊNCIA SOCIAL nenhuma.

AS RELIGIÕES - O que ensinam as religiões? O que querem as religiões? Algumas só querem dinheiro, ganhar dinheiro com o sofrimento e a desilusão das pessoas. A cada esquina se abre uma nova Igreja. Outras se acham AS ÚNICAS DONAS DA VERDADE. Outras são apenas ritualistas, cheias de regras e normas. A maioria das religiões não está cumprindo o seu papel de ajudar as pessoas a se encontrarem CONSIGO MESMAS, COM DEUS E COM AS PESSOAS. A religião deveria formar homens novos, acolhedores, amáveis, fraternos, solidários e que ajudem a construir um novo país. Isso está acontecendo? Algumas Igrejas estão formando fundamentalistas, pessoas fechadas, rígidas e nada ecumênicas. O Brasil é o maior país católico do mundo. As Igrejas evangélicas crescem a cada dia. Em cada esquina há uma Igreja. A Cruz está em toda parte. Deus está na cabeça, nos pescoços, nas paredes, MAS NÃO ESTÁ NO CORAÇÃO DAS PESSOAS. O que fazem as religiões?

POLÍTICA - A CRISE É DE LIDERANÇA, DE BOA VONTADE E DE UNIÃO. Falta isso para a maioria dos nossos políticos. Eles sabem o que precisa ser feito. Não são burros. Para termos um novo Brasil no futuro, temos que ter um NOVO POLÍTICO. Partidos temos de sobra? Qual é o melhor? Qual a diferença entre um e outro? Eles cobram dos seus políticos? Querem de fato um novo Brasil? Com raríssimas exceções são todos iguais. O PT era uma grande esperança, pois era um partido que nasceu do povo, de baixo. Grandes cabeças e intelectuais estavam juntos. Virou uma grande decepção. Esses que estão aí deixaram o Brasil chegar onde está. Falta tudo, desde a vergonha, educação, saúde, transporte, segurança etc. A corrupção corre solta. Em qualquer obra, alguém deles tem que levar uma parte. São desunidos, cada um só olha para o seu partido, só apóiam um projeto se ganharem um cargo ou uma vantagem. Quanto custa para o país um deputado? E um senador? Diárias, ajuda de custo, apartamentos, carros, empregos É UMA VERGONHA. O que os partido dizem disso? Por que os partidos não espulsam os membros corruptos ou acusados de corrupção? Qual o resultado disso tudo? Resolvem as coisas? O País precisa urgente de grandes reformas: a reforma política, reforma trabalhista, reforma tributária, reforma do judiciário. Todos concordam com isso? Então por que não saí? POR QUE ELES NÃO QUEREM Vai mexer com eles mesmos.
Só mudar os políticos vai ajudar, mas não vai resolver. Vamos repensar a sociedade como um todo. Vamos repensar nossas famílias, nossas escolas e nossas Igrejas. Pense o que precisa ser mudado primeiro em você, na sua família, na sua escola e na sua Igreja. Se todo mundo acha que já está certo e só quer mudar os outros, não vai funcionar. VAMOS TODOS MUDAR JUNTOS. Por enquanto as passeatas estão pacíficas na sua maioria, mas um dia o dragão pode cuspir fogo.

Adroaldo Lamaison
Conferencista e humanista.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Oração do Evangelho dominical

SEGUIMENTO: dizer “sim” à pergunta que vem das entranhas

“E vós, quem dizeis que eu sou?” (Lc. 9,20)


Jesus, ao longo do percurso de sua vida pública, revela-se como uma “presença instigante”, ou seja, com suas “perguntas” ajuda cada pessoa a des-velar e aprofundar sua vivência no seguimento, a descrever seus “estados de ânimo”, a vislumbrar o sentido daquilo que estão buscando...
A originalidade da presença de Jesus não consiste em comunicar uma doutrina, uma teologia, uma moral... nem oferecer “respostas prontas”, mas em ser “pro-vocador” das grandes questões existenciais e desafia-doras dirigidas a cada um, possibilitando-o acesso às reservas interiores de criatividade e imaginação.
Mais ainda: a presença “pro-vocativa” de Jesus reacende no discípulo este atributo tão humano, que é a capacidade de questionar-se para buscar um sentido para a própria existência. As perguntas feitas pelo próprio Jesus  colocam o seu seguidor em  contínua busca, sintetizada na expressão “buscar e encontrar a Vontade de Deus”. São perguntas que o abrem para o futuro, para o novo, para uma decisão...

A pergunta é movimento, é vida... e suscita resposta viva, criativa, surpreendente... e inesgotável.
De fato, habitamos nas perguntas. Viver à escuta das interrogações nos mantém despertos no caminho.
São as perguntas que suscitam em nós o assombro frente à realidade interior e à riqueza da realidade exterior, exigindo-nos assim viver continuamente numa atitude de escuta. Com as perguntas fazemos história, e a história é abertura para a aventura. “Perguntar é aventurar-se”.
A pergunta nos faz descobrir a grandeza no pequeno e o mistério naquilo que é óbvio; ela nos faz ficar admirados pela percepção do extraordinário presente naquilo que é cotidiano.
A mediocridade das respostas formatadas paralisam e fecham as portas às novas possibilidades. As perguntas, ao contrário, são o fio de ouro em meio ao cascalho que mobilizam o garimpeiro a buscar sem cansar. As respostas cortam o movimento, atrofiam a curiosidade, matam a criatividade e o espírito de aventura; elas impedem a mobilização dos recursos interiores da pessoa na construção de seu projeto de vida, levando-a à apatia e à acomodação.

Questionar-se é provocar a interioridade e descobrir-se na interioridade. Questionar-se é ser profundo, é tocar a intimidade mais sagrada de si mesmo, é captar a efervescência criativa da existência.
Por isso, questionar-se é reconhecer-se como pessoa profunda e não superficial; inquietar-se é sair do imobilismo tradicional para assumir o potencial humano criativo.
Questionar-se é um gesto ousado para despertar o sentido da vida pessoal, para buscar um objetivo mais sério, é ser mais humano. Quando a pessoa não se questiona, é porque prefere o desânimo, a acomodação.
O ser humano deve perguntar-se sempre a respeito da vida, da missão, do futuro,... Por isso, interrogar-se é possuir sabedoria, ciência, arte, ética.
Perguntar-se também é um fenômeno inteligente para reativar as decisões pessoais.

É das profundezas de nossas entranhas que nascem as “perguntas” existenciais mais decisivas e inquieta-doras: quê devo fazer? quê estado de vida assumir? quê opções concretas viver? quais valores internalizar?...
Em nosso contexto atual, somos constantemente empurrados para fora de nosso ser mais interior, e incentivados a procurar “respostas” em vez de ouvir as “perguntas”. Não fomos educados a elaborar perguntas, mas quase que somente a conservar respostas.
Introjetamos respostas de perguntas que não foram feitas.
Muitas vezes procuramos, sem descanso, por respostas, indo de porta a porta, de livro a livro ou de mestre a mestre, sem termos escutado com cuidado e atenção as “perguntas” do interior.
“A tarefa do sábio é enredar-se em perguntas, desvencilhar-se de respostas”  (Nilton Bonder)
É lógico que as respostas são essenciais na vida, mas elas podem bloquear a capacidade criativa e o dinamismo da vida de cada um, fechando-nos num ciclo enfadonho de rotinas e ritualismos.
Quantas vezes nos surpreendemos fazendo perguntas existenciais para nós mesmos: quem somos? para onde vamos? tem sentido o que fazemos?...

Nós nos aproximamos da verdade graças às nossas perguntas.
As perguntas são, às vezes, mais importantes que as respostas, porque as respostas passam. E o que em um dado momento é uma boa resposta, pode não ser depois. É a pergunta que permanece.
E a pergunta é esta fome de verdade que nos faz escavar por dentro. Uma pergunta é como uma ferra-menta que nos permite escavar nosso poço interior. E cada golpe nos aproxima da fonte. Cada questão profunda nos aproxima da resposta. A resposta é a vida, é a fonte que jorra do fundo do poço.

Se nossas questões, nossos problemas, nossas perguntas existenciais não são testados e amadurecidos na oração e na solidão silenciosa, não é realista esperar por respostas verdadeiramente nossas.
Quantas pessoas podem dizer que suas decisões são realmente suas!
Afirma o poeta Rilke: “Quero pedir-lhe ao máximo... para que seja paciente com tudo o que não está resolvido em seu coração e que tente amar as perguntas por si mesmas...
Não busque respostas que não lhe podem ser dadas agora, pois não seria capaz de vivê-las”.

A Pedagogia de Jesus, portanto, se constitui numa atividade interrogante, que muitas vezes incomoda nossos “hábitos normóticos” de viver a vida cristã.
Sua pedagogia nos coloca diante do mistério das coisas, das pessoas, dos fatos, da criação... Por isso, em toda resposta, por mais objetiva que seja, ainda resta o inexplicável. Em toda clareza persistem as sombras, em toda convicção permanece uma dúvida.

O caminho de Jesus é um caminho de perguntas, um convite a situar-se como discípulo e  caminhar com o coração aberto a novas perguntas.
A resposta à pergunta de Jesus (“e vós, quem dizeis que eu sou?”) implica a adesão à pessoa d’Ele e ao seu projeto, o Reino; signfica fazer o caminho com Ele, colocar-se onde sempre se colocou, na margem, na periferia... Isso acarreta oposição, perseguição, cruz.
Tomar a Cruz significa prontidão, estar preparado...
A pergunta de Jesus – que Lucas apresenta em um contexto de oração – é uma pergunta expansiva e nos afeta a todos nós, seguidores d’Ele: É uma pergunta onde não valem respostas secas (“um profeta”) nem respostas aprendidas (teologicamente corretas), porque remetem à vivência pessoal e única de cada um. Quem é Jesus para mim? Pergunta instigante que nos ajuda a captar a originalidade de Sua vida, a escutar a novidade de Seu chamado, a deixar-nos atrair pelo Seu projeto, contagiar-nos por Sua liberdade, empenharmos por viver seu caminho.
Cada um de nós deve se colocar diante de Jesus, deixar-se olhar diretamente por Ele e escutar, a partir do mais profundo de si mesmo, Sua pergunta: “Quem sou Eu realmente para você?”
A esta pergunta responde-se mais com a vida que com palavras sublimes.
Texto bíblico:  Lc. 9,18-24

Na oração: Dá-nos cada dia, uma pergunta que nos
                         escave e que nos aproxime de Ti! De Ti que és a Fonte, o Pai de nossa inteligência, de Ti que colocaste em nós este desejo de verdade.



segunda-feira, 17 de junho de 2013

 

Promessas do Sagrado Coração de Jesus

                                                                                          por Irmã Ofélia de Carvalho, ASCJ


A devoção ao Sagrado Coração de Jesus tem suas raízes na Sagrada Escritura e na Tradição. Existem vários textos no Antigo e Novo Testamentos que se referem ao Coração de Cristo, textos proféticos falando deste Coração humano-divino que pulsa por nós e no meio de nós. “O Verbo de Deus se fez Homem e habitou entre nós” (Jo 1, 14). Alguns textos são, por exemplo, os que falam do Sagrado Coração de Jesus como Fonte de Água Viva. São eles: Apocalipse 22, 1; Isaías 12, 3; Zacarias 14, 8: Jeremias 2, 13; Isaías 44, 3; Salmo 77, 15-16; Êxodo 17, 1-7. João 7, 37-39; João 4 (a Samaritana).
            O texto de João 19, 34-37 apresenta o Coração de Cristo transpassado pela lança do soldado. Quem dá testemunho deste fato é o Evangelista João que, na última Ceia, recostara a cabeça no lado do Senhor e, aos pés da cruz, viu correr SANGUE e ÁGUA desta fonte de SALVAÇÃO.
            A devoção ao LADO ABERTO de CRISTO vem desde os primeiros tempos do cristianismo; começou na cruz; São João, que viu o Coração de Cristo sendo transpassado, confirmou a profecia de Zacarias 12, 10 que diz: “Olharão para aquele que transpassaram”.

 

Doze Promessas


As doze Promessas do Sagrado Coração de Jesus estão ligadas a Santa Margarida Maria Alacoque, que viveu de 1647 a 1690 e teve papel importante na propagação da devoção ao Sagrado Coração de Jesus. A Igreja foi levada a refletir sobre esta devoção e aprovou as seguintes práticas confiadas a Santa Margarida pelo Sagrado Coração de Jesus: a Reparação; a Hora Santa; a primeira Sexta-feira do mês; o culto público ao Coração de Cristo; a imagem do Sagrado Coração (entronização nas famílias); a Festa universal do Sagrado Coração de Jesus.
            Os teólogos e a Igreja reconhecem o fato e afirmam: “A devoção ao Sagrado Coração de Jesus significava para Santa Margarida uma nova vida, em união com o Coração amoroso e ferido de Cristo; significava sentir o que Ele sentiu, querer o que Ele quis, amar o que Ele amou. Experimentar o seu amor e amá-Lo também”.

 

Primeira Promessa

do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria

“Eu lhes darei as graças necessárias para cumprirem os deveres de seu estado”. “Sem mim, disse Jesus, nada podeis fazer”. (João 15, 5).

A promessa é para todos. Em cada estado de vida, em cada vocação de profissão assumida, a pessoa devotada ao Coração de Jesus recebe Dele as graças para cumprir os deveres de seu estado; saber discernir o que é bom; obter as luzes para o entendimento e a força para que a vontade realize o que é certo.
            As palavras de Jesus: “Eu lhes darei”, são claras e significam que esta promessa é para todos os estados de vida, na missão própria que cada pessoa desempenha, na profissão que exerce.
            Cumprir os deveres de estado exige esforço, doação, generosidade, perseverança, sacrifício, força de vontade, amor, responsabilidade e fé.
A fé sem as obras é morta, não salva. É necessário agir retamente de acordo com o plano de Deus, com intensa caridade (João 14, 23).
            Sabemos que nem sempre é fácil o cumprimento dos deveres. Certos deveres são difíceis e por vezes exigem heroísmo. A cada passo, a cada instante precisamos da graça de Deus, pois o próprio Cristo afirmou que sem Ele nada podemos fazer. (Jo 15)
            O nosso querer, o nosso esforço, são indispensáveis, mas sempre com a graça de Deus. “Tudo posso naquele que me fortalece.” (Filipenses 4, 13)
            Textos para meditar e rezar: Ev. de João 15 e Filipenses 4.


 

Segunda Promessa

do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria

“Eu darei paz às suas almas”.
“Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz.” (Jo 14, 27)

A PAZ é preciosa. Sem ela é impossível viver. Somos impelidos a rezar pela paz, a trabalhar pela conquista da justiça, cujo fruto é a PAZ.  Paz no mundo, na sociedade, nas famílias e ao mesmo tempo lembramos a Palavra de Jesus, o Único capaz de nos encher de paz. “Eu vos dou a minha PAZ! Eu darei paz às almas”.
            Todos precisamos de paz para viver e temos de buscá-la, promovê-la, conquistá-la. Se não a encontrarmos no âmbito internacional, nem na sociedade ou nos meios de comunicação social, temos que criá-la e podemos criá-la no recinto do nosso lar.
            A promessa de Jesus é infalível. Ele está a nos dizer: “Eu darei paz às famílias que Me acolherem, que me invocarem, que confiarem em Mim, que me consagrarem o lar. Eu darei paz às suas almas”.
            O Coração de Jesus é um Seguro de PAZ para as famílias que respeitam a sua Lei, que entronizam a Sua Imagem não só num determinado lugar da casa, mas no próprio coração.
            São causas da falta de união e de paz nas famílias: a falta de Religião, pois, os ímpios não têm paz, diz a Sagrada Escritura.
A falta de espírito de sacrifício, para suportar com paciência e caridade os defeitos dos outros. O egoísmo (leia Tiago 4, 1).
A desordem. Santo Agostinho afirma: “A paz é a tranqüilidade da ordem” e aconselha: Organizai vossa vida. Vivei segundo as Leis e inspirações de Deus.
            O Remédio é o Coração de Jesus. Ele nos dá graças especiais para conseguirmos o dom da PAZ. Ele é a Nossa PAZ e Reconciliação. Ele é o Príncipe da PAZ.
            Na Escola do Coração de Jesus aprenderemos a prática da verdadeira Religião do Amor; aprenderemos a mansidão, a humildade; o perdão e a partilha; o serviço alegre e desinteressado; a doação e generosidade. Tudo isto gera na família o fruto delicioso da PAZ.
            Textos sobre esta Promessa de PAZ: Tiago 4, 1; Lucas 2, 14; Mt 5, 9; Lucas 10, 5

 

 

Terceira Promessa

do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria

“Eu os consolarei em todas as suas aflições”.   “Vinde a mim vós que estais atribulados e cansados e Eu vos aliviarei”. (Mt 11, 28)

Conhecemos e experimentamos a realidade da dor em nossa vida. Quem mais, quem menos, cedo ou tarde, todos passamos por tempo de provas, dificuldades, dores, preocupações.
            Só compreendemos o sentido da dor, que é inevitável, pela fé. A cruz, esse símbolo que a maioria dos cristãos leva ao pescoço, não é um enfeite – tem muito a ver com a vida humana e encerra um profundo significado quando nos reportamos à CRUZ REDENTORA  do Salvador Jesus Cristo. Nossa cruz deve ter também o mesmo sentido e valor de redenção, de salvação, de reparação.
            A figura de Jó, homem bíblico provado pela dor, é um exemplo de como devemos acolher o sofrimento, as purificações, provas e perdas em nossa vida. Jó, diante de todos os tipos de provações, respondia: “Deus me deu, Deus me tirou – bendito seja o seu santo nome”. (Jô 1, 3). Ficamos admirados com o heroísmo dos mártires, a coragem dos Profetas, dos Apóstolos, dos Santos, todos com um amor incondicional a Deus e ao próximo. Nossa Senhora teve o privilégio de ser Mãe do Filho de Deus, porém, bebeu o mesmo cálice de seu Filho, o fel amargo da dor e é chamada a Mãe das Dores – Mater Dolorosa.
            São Paulo, homem experimentado no sofrimento (cadeias, açoites, naufrágios, prisões, fome, penúrias...) alegra-se em poder sofrer por Cristo e exclama – “Eis porque sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto sofrido por amor de Cristo. Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte”. (II Cor. 12, 10).
            A dor é algo que nos repugna. Também Jesus, Nossa Senhora e os Santos fizeram violência para abraçar as cruzes da vida. Mas a força do amor é capaz de santificar qualquer dor e dar-lhe o sentido de ressurreição, de méritos e conquista da glória futura, na eternidade feliz. Quem ama não foge da cruz. Os verdadeiros devotos do Coração de Jesus acolhem a dor com fé, com paciência, com humildade e esperança confiante, com amor e até com alegria. Não se trata de resignada acomodação, mas de fé laboriosa e perseverante, de liberdade e fortaleza interior, de robustez espiritual.
            Chega-se ao júbilo interior percebendo-se amado por Cristo, nesta participação de sua cruz Redentora. Compreende-se melhor o sofrimento do outro, quando já se fez a experiência da dor.
“Quando se ama não se sofre; e se há sofrimento, até o sofrer é gozo”.
            Textos para aprofundamento: Livro de Jó, capítulo I; I Pd 4, 12-14; 3, 12-17; Heb 2, 5-18; 4, 14-16; 5, 1-10; 6, 9-20; 12, 1-11; Tg 1, 2-12

 

Quarta Promessa

do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria

 “Serei refúgio seguro durante a vida e sobretudo na hora da morte.”

A raiz bíblica desta promessa está no Evangelho de João 14, 18 que diz: “Não vos deixarei órfãos.” Em João 14, 3 diz: “Tomar-vos-ei comigo, para que onde eu estou vós estejais também.”
            Entrevistando uma pessoa, que passou pela terrível experiência da segunda guerra mundial (1939-1945) pude entender melhor esta promessa de Jesus – “Serei refúgio seguro durante a vida e sobretudo na hora da morte.” Penso no que significava, em tempo de guerra, poder abrigar-se num refúgio seguro, em momentos de bombardeios aéreos e navais. A pessoa entrevistada contou-me que quando ouviam o alarme anunciando que os aviões de guerra se aproximavam, todos corriam até o refúgio escavado na rocha, a fim de se protegerem das bombas.
            Aplicando esta realidade à nossa vida espiritual, vemos que o Coração de Jesus é o REFÚGIO seguro para os seus devotos, um Refúgio de segurança, de paz; um Refúgio durante a vida, e especialmente na hora da morte. É Ele o REFÚGIO que nos abriga contra os ataques de inúmeros inimigos, que estão dentro e fora de nós.
São eles: o egoísmo, o orgulho, a vaidade, a inveja, o ciúme, os sentimentos de desamor e de vingança.
Os inimigos de fora são: o mundo e seus atrativos perigosos, o consumismo, a moda extravagante, os ambientes e companhias perigosas e sedutoras, a mídia, as ideologias materialistas, as idolatrias do sexo, do dinheiro e do poder.
            É preciso REFUGIAR-SE no Coração transpassado de Cristo. Na cruz, a lança do soldado abriu-lhe o lado. Não diz-se que a lança feriu, mas que abriu o lado de Cristo. Isto aconteceu para que pudéssemos entrar neste seu Coração, neste REFÚGIO de paz. Como é bom estar dentro deste Sagrado Coração! Refletindo esta maravilha nós cantamos:
            Olhando a cruz, vemos uma porta aberta; É o Coração de Jesus Cristo transpassado, RESSUSCITADO! GLORIOSO CORAÇÃO!
            Santo Agostinho dizia que a morte é a mais terrível de todas as coisas. É neste momento que mais precisamos de um refúgio. Que alegria e que consolo saber que o Coração de Jesus é este Refúgio Seguro, a Porta aberta, a entrada certa para a nossa SALVAÇÃO. Confiemos!


Quinta Promessa

do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria

“Derramarei abundantes bênçãos sobre seus empreendimentos”.

Para compreendermos esta promessa de Jesus, vamos lembrar a passagem do Evangelho que narra a pesca milagrosa (Lucas 5, 10-7).

Jesus disse a Simão Pedro: “Lançai as redes”.
            Simão respondeu: “Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas por causa da tua palavra lançarei a rede”. Feito isto, apanharam peixes em tanta quantidade que a rede se rompia.
            Jesus nos pede para depositar nele plena confiança. Sua promessa não falha.
Ele está constantemente derramando bênçãos sobre seus devotos, ajudando-os em todos os seus empreendimentos, abençoando todas as suas tarefas.
            Bênçãos são tudo o que nos incentiva ao bem; são desejos de fazer o bem, de louvar o Criador, de agradecer-lhe; de bendizer seu santo nome, de ajudar a construir o seu Reino, de melhorar o mundo, de fazer apostolado, de cumprir com amor as tarefas do dia a dia. Sim, o Sagrado Coração de Jesus pode e quer abençoar as pessoas de boa vontade que recorrem a Ele e nele confiam.
            Em muitas famílias cristãs há a prática de os pais abençoarem seus filhos. Isso é muito bom. Eles desejam que os filhos consigam a prosperidade e a proteção. Nem sempre estas bênçãos são eficazes, porque dadas por pessoas limitadas; O pai e a mãe podem desejar ao filho uma boa viagem e no entanto ocorrer-lhe acidentes ou a saúde e a doença acontecer. Não esqueçamos que só Deus é todo poderoso.
            Jesus nos promete bênçãos abundantes para conseguirmos os bens que desejamos. Esses bens devem de fato ser inspirados pelo Coração de Jesus. A pessoa deve estar em constante conversão, no caminho do Senhor, vivendo a verdade, a vida cristã.
            Jesus não nos promete êxito nos empreendimentos, mas a sua bênção. Muitas vezes em nossa apreciação errada das coisas, tomamos por êxito o fracasso e por fracasso o êxito. Lendo a vida do General Inácio de Loyola, tomamos conhecimento de que ele quebrou a perna numa batalha e precisou afastar-se para um longo tratamento. No hospital foi tocado pela graça de Deus. O que parecia um fracasso em sua vida, tornou-se motivo de bênção, porque Inácio se converteu justamente a general de Deus. Foi o fundador da Ordem dos Jesuítas e tornou-se um grande santo. O Sagrado Coração de Jesus não falha.

Sexta Promessa        

do Sagrado Coração de Jesus  a Santa Margarida Maria

“Os pecadores acharão em meu coração a Fonte e o Oceano infinito de misericórdia”.

Você já pensou como deve ter sido comovente ouvir dos lábios de Jesus a narração da Parábola do Filho Pródigo? (Lc. 15, 11-32)
            Em Mateus 9, 13, encontramos esta frase de Jesus: “Quero misericórdia e não sacrifícios; porque eu não vim chamar os justos, mas os pecadores”.
            Parábolas são histórias que se aplicam à nossa vida. A Parábola do Filho Pródigo é uma das parábolas da misericórdia narrada por Jesus. Somos pecadores e precisamos da misericórdia e do perdão de Deus, nosso Pai. A alegria do perdão é tão grande que chegamos a dizer após uma confissão bem feita: “Agora sim, eu me sinto leve!” Isto acontece após experimentar na alma o abraço misericordioso do Pai, através do Sacerdote, homem revestido do Poder de Cristo, para nos perdoar em seu nome.
            As promessas do Coração de Jesus são de origem bíblica, nada têm de sentimentalismo ou fantasia humana. Deus sempre cumpre as suas promessas, mas quer a nossa fé, a nossa confiança e a nossa plena adesão a Ele.
            A misericórdia de Deus Pai revela na pessoa, ou seja, no Coração de Cristo seu Filho, que tem duas qualidades especiais que precisamos conhecer: compaixão e doação. A compaixão é um sentimento nobre, delicado e solidário diante de quem sofre. (Mt. 9, 35-38)
A doação é fruto da compaixão, é uma atitude prática de solidariedade, de ajuda. Jesus Cristo dizia ao ver as multidões: “Tenho compaixão desta gente”. Jesus, ao ver a multidão com fome, multiplicou os pães e os peixes (Mt. 15, 29-38).
            O Evangelho mostra-nos a compaixão do Coração de Cristo no seu encontro com a Samaritana, com Maria Madalena, com o paralítico da piscina probática (João 5, 1-9) e tantos outros.
            O Pai nos enviou o seu próprio Filho que a tal ponto nos amou, que até seu coração foi transpassado por uma lança; Neste ato de absoluta entrega, Jesus nos deixou a Igreja e os Sacramentos, Sinais de Salvação, simbolizados no seu lado aberto, no sangue e na água jorrados desta fonte de misericórdia.
            Prezado leitor, você e eu somos filhos da misericórdia. Temos um Pai que nos acolhe no Coração de seu Filho e, neste Coração, temos a Fonte da Vida que jorra para a feliz Eternidade.

Sétima Promessa
do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria

“As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas”. “Eu vim para que todos tenham a vida, e a tenham em abundância” (João 10,10)
            Esta promessa do Coração de Jesus está relacionada a uma das invocações da ladainha que diz: Coração de Jesus, “fornalha ardente de caridade”...
De fato, quem passa a viver, a praticar fielmente a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, tem dele a garantia do fervor espiritual, porque Seu Coração Humano – Divino é a fonte da Caridade, é a fonte de Vida, de onde transbordam fervor, dinamismo, entusiasmo e zelo.
            A tibieza espiritual é comparada à água morna. A pessoa tíbia é mais ou menos piedosa, faz pouco esforço para dominar as paixões, evitar os pecados veniais, corrigir os maus hábitos e não se esforça para progredir na virtude.  A pessoa tíbia não é assídua na prática da caridade e no trabalho de conversão pessoal; é uma acomodada no sentido de não batalhar pelo Evangelho e transformação do mundo. É mais ou menos cristã, sem muita convicção nem caridade a toda prova. A tibieza enfraquece a alma; ela é como a anemia que vai cada vez mais tirando as forças ou como a tuberculose que vai destruindo e corroendo lentamente, até causar a morte.
            A sétima promessa do Coração de Jesus prova que uma pessoa tíbia poderá se tornar fervorosa se tiver devoção ao seu Sagrado Coração. É uma devoção que garante a graça do fervor espiritual, e muito mais, intensifica o desejo à santidade e a prática das virtudes.
Devotos do Sagrado Coração de Jesus adquirem: o fervor; a alegria, a força para combater o mal, o zelo pela salvação de todos, o forte desejo de santificação, a perseverança e a maturidade espiritual.

Oitava Promessa
do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria

“As almas fervorosas elevar-se-ão a uma grande perfeição. Sede perfeitos como é perfeito vosso Pai do céu” (Mateus 5, 48).

Quando refletimos sobres as doze Promessas do Sagrado Coração de Jesus, notamos que todas têm seu fundamento no Evangelho, o que nos assegura a sua legitimidade.
            As doze Promessas são reafirmações do que Jesus ensinou e pregou. A oitava nos lembra esta Palavra de Jesus. “Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai do Céu”. Se Jesus nos propõe a santidade, Ele a promete particularmente aos que são devotos de seu Coração. É claro que a santidade exige de nós uma vontade firme e perseverante, uma enorme confiança e fidelidade no segmento e imitação de Cristo. Os devotos do Coração de Jesus procurarão entrar na Escola do seu Coração, aprendendo Dele a mansidão, a humildade, a caridade e demais virtudes.
            Você quer santo?  Então diga sempre:
- Quero ser santo! Posso ser santo!  Devo ser santo!
A santidade requer de nós perseverança e os santos nos ensinam isto. São Francisco de Sales levou vinte anos para vencer a ira e tornou-se o santo da mansidão.
            Elevar-se à grande perfeição é ter os mesmos sentimentos e atitudes de Cristo. Padre Zezinho tem um canção que diz assim: Amar como Jesus amou; Viver como Jesus viveu... Sentir o que Jesus sentia... Isto implica na perfeição da mente, perfeição da vontade, perfeição do amor.
            O Papa Pio XII dizia que a devoção ao Coração de Jesus é a norma de vida mais perfeita. Santa Margarida escreveu ao Padre Croiset o seguinte: “O Coração de Jesus me fez entender que Ele quer, através dos Padres da Companhia de Jesus (Jesuítas), estabelecer em toda parte esta sólida devoção e, por meio dela, formar um número infinito de servos fiéis, de perfeitos amigos, de filhos verdadeiramente agradecidos. Os tesouros de bênçãos e graças que este Coração encerra são infinitos. Não sei, diz ela, se existe na vida espiritual um outro exército de devoção mais apropriado para elevar, em pouco tempo, uma alma à mais alta perfeição e fazê-la saborear as verdadeiras doçuras que se encontram no serviço de Jesus Cristo... Fazei, diz ela, com que todas as pessoas religiosas pratiquem esta devoção, porque terão tantos auxílios, que não fará falta outro meio melhor para leva-las à mais alta perfeição.

Nona Promessa
do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria

“Abençoarei a casa em que a Imagem do meu Coração se achar exposta e honrada”.

Todos nós enfrentamos grandes dificuldades na travessia da vida. Quantas vezes temos a sensação de que o nosso barquinho vacila e que vai naufragar... Chegamos a gritar como os apóstolos na tempestade do Mar da Galiléia: “Senhor! Salva-nos!”  Este sentimento de temor e insegurança é próprio de quem vive “neste vale de lágrimas”! Contudo, precisamos acreditar firmemente nas palavras do Divino Mestre e nas suas maravilhosas promessas: “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mateus 28, 20).

Realmente, no Coração de Cristo encontramos toda a segurança, porque seu Coração Humano – Divino é um Oceano de Paz. Olhando sua Imagem, entendemos melhor o seu convite: “Vinde a mim vós que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei”(Mateus 11, 28).
            Amados leitores, nos lares onde estiver entronizada a Imagem do Coração de Jesus, com certeza experimenta-se a paz, porque Jesus cumpre suas promessas, concedendo bênçãos e graças abundantes a estas famílias, a estes lares.
A Imagem do Coração de Jesus não é um quadro qualquer; é sim um  sinal religioso visível e sensível de nossa fé, que acolhe a presença real do Coração de Cristo transpassado de amor por nós; do Cristo vivo e glorificado, vencedor do pecado e da morte. A Imagem do Coração de Cristo é um sinal de sua presença e é uma demonstração interna e externa de nossa adesão a Ele e de nossa resposta ao seu amor.
            Entronizar o Coração de Jesus no lar supõe não só ter a sua imagem num quadro, mas tê-la no próprio coração. A respeito do culto à Imagem do Sagrado Coração de Jesus, o Concílio Tridentino deixou-nos esta explicação: “Ao contemplarmos a imagem, não a vemos separada da Pessoa Divina do Verbo; e quando a veneramos não é a imagem em si e por si que veneramos, mas o amor infinito que ela nos representa e recorda.”
            Santa Margarida, a quem o Coração de Jesus fez as doze promessas, assim nos explica: “Precisamente esta lembrança de seu amor infinito, facilmente esquecível, é o que Jesus Cristo quer suscitar pelo culto à Imagem do seu Divino Coração, a fim de tocar os corações sensíveis”
De fato, quando olhamos a Imagem do Coração de Jesus, ficamos sensibilizados ao perceber que Ele nos amou com amor sem medida.

Décima Promessa
do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria

“Darei aos sacerdotes a graça de converterem os corações mais endurecidos.” “Muito lhe foi perdoado porque muito amou” (Lc. 7, 47)

Esta promessa do Coração de Jesus não é exclusiva aos sacerdotes mas a todos aqueles que trabalham pela salvação das almas. Santa Margarida assim se expressa: “Meu divino Mestre deu-me a conhecer que os que trabalham pela salvação das almas conseguirão êxito neste apostolado e conhecerão a Arte de tocar os corações mais endurecidos, se estiverem possuídos de grande devoção ao seu Coração e trabalharem por inspirá-la e difundi-la por toda a parte”.
            Os sacerdotes têm uma vocação e um ideal único que é “Ser outro Cristo na terra”, “Ser Salvador”. São Pastores que vão em busca das ovelhas, conduzem-nas, cuidam de seu rebanho, querem que todas as ovelhas se salvem e voltem ao aprisco, à Casa do Pai. Também o são os Religiosos(as), pois sua Vocação é a do seguimento radical de Cristo, que deu a vida pela salvação do mundo.
            E os demais batizados, os cristãos leigos? Esta promessa lhes é também dirigida? Com certeza! No batismo todo cristão recebe um Sacerdócio régio e espiritual (1º Pedro 11, 9).
Todo cristão participa da Missão Salvadora de Cristo e tem parte neste ministério de salvar, de buscar as ovelhas para o seu rebanho. Essas pessoas que trabalham pela salvação e conversão do próximo devem ser, de fato, devotas do Sagrado Coração de Jesus; Viver voltadas para Ele que é Modelo Supremo de Amor, perdão, bondade, compaixão e misericórdia; Imitá-lo sendo Coração para todos; Precisam trabalhar para difundir esta devoção em todos os corações, em toda a parte.
            Em troca, promete extraordinário êxito na vida de apostolado e particularmente a conversão dos pecadores mais endurecidos.
Muitas vezes achamos que um milagre material é o mais difícil de acontecer, como por exemplo, a cura de uma doença maligna – Entretanto, o mais difícil é a conversão de alguém. Tocar, converter os corações mais endurecidos é, na verdade, a vitória mais esplêndida com que se pode sonhar. Nem o ouro, nem a espada, nem a palavra do homem a garantem.
Contudo, num instante, a Graça de Deus o consegue por meio de pessoas de grande devoção ao Coração de Jesus. Basta conhecermos a vida de alguns santos, como por exemplo: São João Maria Vianey.


Décima primeira Promessa
do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria

“As pessoas que propagarem esta devoção terão seu nome escrito para sempre no meu Coração, e dele jamais será apagado.”
“Eu não apagarei o seu nome do livro da vida, e o confessarei diante de meu Pai e dos seus Anjos”. (Ap. 3,5).

É uma grande honra, “a maior de todas”, ter o nome gravado no Coração de Cristo, nosso Deus Salvador. Sinto-me imensamente feliz em saber que milhares de pessoas têm seu nome escrito no Coração de Deus, porque são propagadoras desta devoção, dão testemunho do seu amor vivendo a caridade, fazendo da vida uma constante oração, assumindo os trabalhos do Reino, em colaboração com a Igreja. São luzes em seus lares, falam do Coração de Jesus com alegria plena e fé profunda, sem medo, convictas de que esse Coração é o Centro do Amor Trinitário, onde o Pai, o Filho e o Espírito Santo se revelam como Fonte da Vida, “Torrente de Água Viva que jorra até a vida eterna”.
            Disse-me uma senhora que as graças do Coração de Jesus são abundantes na sua vida e na de sua família, pois, sente que caminha rumo Àquele que é Vida, Luz, Verdade e é nesse Coração que encontra abrigo, fortaleza, segurança, paz, coragem e alegria.
            Pessoas famosas, aquelas que marcaram a história da humanidade, da pátria, de formas diferentes, edificantes, são lembradas e homenageadas com placas de bronze, onde se escrevem frases de gratidão.  É uma homenagem justa, bonita! Contudo, é infinitamente mais importante ter o nome gravado no Coração de Deus. O Batismo nos confere essa honra; a Crisma nos confirma essa pertença; a promessa do Coração de Jesus reforça essa verdade e destaca o compromisso: “Os que propagarem essa devoção terão seu nome gravado em meu Coração”.

As condições para usufruirmos desta promessa são: propagar o amor ao Coração de Jesus através da nossa oração, da palavra escrita ou falada, da contribuição destinada a essa propagação, do sofrimento acolhido com fé, do bom exemplo, da dedicação ao Reino, da caridade ao próximo, da imitação das virtudes do Coração de Jesus!
            Santa Teresinha do Menino Jesus desejava ardentemente ser sacerdote para expandir o reinado de Cristo no mundo inteiro. Esse desejo valeu-lhe o título de Padroeira das Missões. Cristo escreveu o nome de Teresinha em seu Coração, para sempre. Está canonizada!
Vamos nós também mantermos firmes a nossa decisão de propagar a devoção ao S. C. de Jesus? Teremos nosso nome para sempre gravado no Coração de Nosso Rei e Senhor Jesus Cristo.

Décima segunda Promessa
do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria

“Eu prometo, na excessiva misericórdia do meu Coração, que meu amor onipotente concederá a todos os que comungarem durante nove primeiras-sextas feiras do mês seguidas, a graça da penitência final; não hão de morrer em pecado e sem receber os sacramentos, servindo-lhes meu Coração de asilo seguro naquele último momento.”

Esta promessa é conhecida com o nome de A Grande Promessa e foi-nos transmitida através de Santa Margarida Maria, que a recebeu de Jesus, numa sexta-feira do mês de maio de 1688, durante a comunhão. Todas as promessas feitas pelo Coração Sagrado de Jesus aos seus devotos são muito importantes e consoladoras, mas esta 12ª é muito especial, por se relacionar com os últimos instantes de nossa vida, Jesus diz: “Eu te prometo na excessiva misericórdia do meu Coração”. Isto significa que a graça prometida é efeito de sua misericórdia sem limites. É como se Jesus estivesse jurando por Ele mesmo, para mostrar que vai cumprir fielmente o que está prometendo.
            Jesus promete esta graça a todos os que comungarem durante nove primeiras sextas-feiras seguidas. Essas comunhões devem ser feitas em estado de graça e com a intenção de honrar o Sagrado Coração, reparar por todos os que vivem no pecado, e assim, alcançar a perseverança final, tendo forte desejo e propósitos de servir sempre a Nosso Senhor. Se uma pessoa quisesse apenas garantir a salvação, levando uma vida sem compromissos cristãos, não receberia a graça da 12ª promessa, pois, ofenderia a Deus e estaria abusando da sua misericórdia, brincando com as promessas de Jesus.
            Nesta Grande Promessa, Jesus explica a respeito da penitência final. Ela consiste em morrer em estado de graça, tendo recebido os sacramentos, e assegura que o seu Coração será Asilo seguro para aqueles que sinceramente seguira suas orientações. O que Jesus nos promete é a penitência final. Não nos assegura, pois, que não voltaremos a pecar, mas sim, que não perseveraremos no pecado. Trata-se de uma certeza moral, mas não de uma segurança infalível.
            Esta promessa refere-se ao estado de graça para o último momento de nossa vida. Os teólogos chamam a isto de “perseverança final”. O povo chama de “boa morte”. Para o justo, que sempre vive em graça é a continuação nesse estado de amizade com Deus até o fim da vida. Para o cristão tíbio, que se levanta do pecado e cai nele sucessivamente, há a esperança de uma surpresa feliz na hora da morte. Para o pecador, é a misericordiosa graça de não morrer sem o arrependimento e contrição. É uma promessa especialíssima!

Ir. Ofélia de Carvalho, ASCJ
Curitiba, PR


Fonte: Arquivos do Boletim Triunfo do Coração de Jesus
A partir da edição n° 30 – ano 2002

Explicações elaboradas por Irmã Ofélia de Carvalho, ASCJ
e publicadas em várias edições do informativo Triunfo do Coração de Jesus

Curitiba, PR – BRASIL

http://www.apostolas-pr.org.br
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