Teológico Pastoral

Teológico Pastoral

domingo, 16 de agosto de 2015

Dia do Consagrado



CELEBRAÇÃO PARA O DIA DO CONSAGRADO

 Vida Religiosa Consagrada, dom de Deus, estrada  particular de luz!

Mantra: Ó, luz do Senhor, que vem sobre a terra, inunda meu ser, permanece em nós.


Dirigente: Vida Religiosa Consagrada: dom de Deus que enche a vida de sentido e luz, e encontra plenitude em Cristo! (Perscrutai)
A LUZ é Deus. Ela ilumina o rosto de todos os povos em Cristo. Jesus é a luz que ilumina todos os caminhos. Ele disse:  Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue, não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12).

Voz 1: Toda a história da Igreja, desde os primeiros séculos, teve homens e mulheres que seguiram uma estrada particular de luz.
A Vida Consagrada é o prolongamento da luz de Cristo no mundo. É a luz profética para os nossos tempos.

Voz 2: O Papa Francisco teve a intuição de dedicar um ano para que toda a Igreja celebrasse, de maneira particular, a vida de tantos homens e mulheres que consagraram suas vidas a Deus, através dos votos de castidade, pobreza e obediência.

Canto: Vem com teu saber
Enquanto se canta, faz-se a entrada da vela comemorativa.

Dirigente:, Iniciemos esta nossa celebração do Dia dos Consagrados, diante de Jesus Eucarístico, fonte de encontro pessoal, para que n'Ele e com Ele, possamos ser luz,  sinal da esperança cristã. O Senhor é fiel e, na sua bondade, nos acompanha em nossas passagens luminosas e sombrias.   Hoje somos convidadas a voltar os olhos para Ele, centro e motivo da nossa verdadeira alegria. A alegria deve ser o nosso distintivo fundamental porque encontramos o “Tesouro” da nossa existência, razão de nossa alegria!

Cada irmã acende sua vela, na vela comemorativa, enquanto se canta:
Aquele que nos chamou (bis), é fiel, é fiel!
Fiel é Aquele que nos chamou!

Leitor 3: O testemunho da alegria se enraíza “na escuta fiel e perseverante da Palavra de Deus”, na escola do Mestre que, para um religioso, nasce também do momento no qual Jesus olhou para ele e o chamou. A fonte dessa alegria é o contato com o Mestre. A oração é a fonte de fecundidade da missão.
Leitor 4: Os consagrados, para tornar fecunda e verdadeira a sua alegria, são chamados a “levar o sorriso de Deus ao mundo. E a fraternidade é o primeiro e mais credível Evangelho que devem narrar”.
Todas: A alegria “se consolida na experiência de fraternidade”, pois uma “fraternidade sem alegria é uma fraternidade que se apaga”.

Voz 5:  A consagração é dom gratuito de Deus, porém, é ao mesmo tempo, construção humana. A consagração religiosa é uma opção fundamental e decisiva ao chamado que Deus nos faz para servi-lo, e testemunhar, com intimidade e radicalidade, seu projeto do Reino.

Todas: O consagrado busca seguir a Jesus Cristo bem de perto, em uma relação pautada na oração e no testemunho.

Dirigente: Que a riqueza da nossa consagração religiosa enriqueça, cada vez mais, a santa Igreja, multiplicando as vocações sacerdotais e religiosas.

  • Canto: Aclamação à palavra de Deus
  • Leitura: Lc 2, 22-32
  • Reflexão

Leitor: À luz desta cena evangélica, olhamos a Vida Consagrada como a um encontro com Cristo: é Ele que vem a nós, trazido por Maria e José, e somos nós que vamos a Ele, guiados pelo Espírito Santo. No centro está Ele. Ele move tudo, Ele nos atrai ao Templo, à Igreja, onde podemos encontrá-Lo, reconhecê-Lo, acolhê-Lo, abraçá-Lo. Jesus vem ao nosso encontro na Igreja através do carisma fundacional de um Instituto: é belo pensar assim na nossa vocação! O nosso encontro com Cristo tomou a sua forma na Igreja mediante o carisma de um seu testemunho, de uma sua testemunha. Isto sempre nos surpreende e nos faz dar graças. E também na vida consagrada se vive o encontro entre os jovens e os idosos, entre a observância e a profecia. Não os vejamos como duas realidades opostas! Deixemos, em vez disso, que o Espírito Santo anime ambos, e o sinal disto é a alegria: a alegria de observar, de caminhar em uma vida especifica; e a alegria de ser guiados pelo Espírito, nunca rígidos, nunca fechados, sempre abertos à voz de Deus que fala, que abre, que conduz, que nos convida a seguir para o verdadeiro horizonte.
Evangelho.
Reflexão
Canto: Te amarei, Senhor!
Dirigente: "Revistamo-nos com as armas da luz, da liberdade, da coragem do Evangelho para perscrutar o horizonte, reconhecer os sinais de Deus e obedecer a eles; com escolhas evangélicas ousadas no estilo do humilde e do pequeno." (Perscrutai)
Todas:: Jesus, que a luz da tua presença brilhe para nós. À Ti,  o louvor de nossos corações, pois em ti está nossa força e alegria.

Voz 6: Maria, Virgem da Candelária, leva em sua mão uma Candeia que é a luz do mundo, Jesus! Peçamos a ela que nos sustente em nossa vigília da noite, até às luzes da aurora, na espera do dia novo.

Voz 7: Virgem da Luz, "... concede-nos a profecia que narra ao mundo a alegria do Evangelho, a felicidade daqueles que perscrutam  os horizontes de terras e céus novos..." (Perscrutai)

Todas: "Ajuda-nos a confessar a fecundidade do Espírito no sinal do essencial e do pequeno. Concede-nos realizar o ato corajoso do humilde para o qual Deus dirige o olhar (Sl 138,6) e a quem são revelados os segredos do Reino (cfr. Mt 11,25-26), aqui e agora." (Perscrutai)

Canto: Primeira Cristã                             



Homilia dominica - 16 de agosto de 2015

ASSUNÇÃO: uma mulher, uma esperança, uma missão...

“Maria levantou-se e dirigiu-se apressadamente...”

Quando Deus entra e atua na história das pessoas, move-as para irem “apressadamente” ao encontro dos outros, para serví-los nas suas necessidades, para comunicar a alegria pela salvação recebida, e para alegrar-se com os outros pelas graças que elas receberam.
Com a expressão “apressadamente” Lucas quer sublinhar a atitude interior de fé e de prontidão de Maria.
Sua “pressa” não nasce da ansiedade que não encontra repouso nem pode descansar no presente, mas é a expressão de mobilidade e de um amor serviçal que busca ser eficaz.
Sua “pressa” está dinamizada pelo fervor interior, pela alegria e, sobretudo, pela fé.
Quem foi “agraciada” por Deus não fica só contemplando as maravilhas que Deus realizou nela, mas sai para proclamá-las. Quem tem consigo o Sal-vador não o pode guardar só para si.

Maria foi “assunta ao céu” porque “levantou-se apressadamente” em direção ao serviço; ela foi “assunta” porque assumiu tudo o que é humano, porque “desceu” e se comprometeu com a história dos pequenos e marginalizados. Por isso, Deus a engrandeceu plenamente.
Realiza-se em Maria a situação final prometi-da a toda humanidade: “ser um dia de Deus e para Deus”; Maria o é desde o início (imacu-lada) até o final (assunção), através de uma fidelidade servidora de toda sua vida.
Em Maria resplandece o projeto divino sobre a criatura humana: a dignidade do ser humano aparece plenamente iluminada neste destino supremo já realizado na Virgem Maria. Ela deixou-se envolver pelo Espírito – assumida e transformada – no seio da Trindade Vida.

A Assunção não é um privilégio excepcional de Maria, mas a imagem de nosso próprio destino.
Crer na Assunção alimenta a esperança; por isso Maria é o ícone da esperança.
Como disse Pio XII ao proclamar o dogma da Assunção: “o essencial da mensagem é reavivar a espe-rança na própria ressurreição”, ou seja, em sermos assumidos inteiramente no seio do Mistério original de toda vida. Por isso, a festa da Assunção é nossa festa, pois fala de uma fidelidade duradoura, de um além que se faz sempre mais próximo e presente, de uma vida ainda a caminho da plenitude; enfim, ante-cipação do destino último de nossa vida.
Nesse sentido, o cântico de Maria é um resumo de todas as esperanças de Israel e, ao mesmo tempo, uma expressão condensada da fé, da esperança e do amor da Igreja, o novo Povo de Deus.
Maria canta agora a realização das esperas e das esperanças, cantadas nas horas de júbilo e nas horas de pranto, pelo povo de Israel. A esperança se realiza no encontro, que impele a sair, a caminhar,  a ir ao encontro, narrar aos outros o fogo que se acendeu por dentro.
As promessas do Magnificat não são uma utopia nebulosa.
Elas estão fundamentadas na esperança-certeza da fidelidade amorosa de Deus.

A esperança é caminho e meta, posse e dom, destino e encontro, antecipação e cumprimento, expectativa e busca, risco e certeza, ousadia e liberdade. A esperança é brasa, é pés; o ser humano-esperança é o peregrino que caminha, é o artífice que tece o seu próprio existir.
       “O coração do cristão é inquieto, está sempre em busca, em espera: esta é a esperança...
        porque a esperança é aquela que faz caminhar, faz abrir estradas...” (Massimo Cacciari)
O ser humano que espera não tem certeza, não fica seguro, não está satisfeito. Mas a esperança tem fun-damento; não é uma ilusão e nem uma utopia; não é um sonho impossível e nem uma lembrança irre-cuperável; não é só futuro, mas permanece, disfarçadamente, presente; não é uma morada, mas um senti-mento sempre inédito. Não há esperança na solidão das próprias seguranças e das próprias expectativas.

Poderíamos acrescentar que uma humanidade, incapaz de cultivar a esperança, não merece ser olhada, porque lhe faltaria a única razão pela qual vale a pena existir. Sem a esperança, a humanidade perde a iniciativa. Embota-se. A esperança é o canto que desperta coragem frente os corredores escuros da história.
A vida sem desafios não é real; mas a vida sem espera, sem desejo, sem paixão, sem esperança, não é vida.
A esperança mora onde a deixamos entrar: onde lutamos, onde convivemos com o outro diferente de nós, onde a fragilidade e a transição podem desorientar, onde as trevas parecem mais fortes que a luz, onde a vida parece ser ameaçada pela morte, onde a violência pensa levar vantagem, onde o caminho é íngreme, onde a espera se confunde com a angústia...

Mas não basta ter esperança. É preciso ser esperança. O ser humano vive de esperança, acredita na espe-rança, mas, sobretudo é esperança. A esperança leva a querer algo mais. É “antecipação criadora”; ela tem “rosto novo”. É madrugada e não crepúsculo. Jamais “envelhece”. É o futuro que ainda pode ser con-vertido em história nova.
É Assunção: vida plena antecipada.
Celebrar o mistério da Assunção de Maria é também um convite a viver nessa dinâmica do compromisso e não da resignação, da esperança solidária e não da “espera passiva”.
Este mistério celebrado por toda a Igreja é um mistério profundamente enraizado no coração do ser humano, que quer viver sempre, permanecer, ser imortal. Por isso somos convidados a continuar nesse “deslocamento” contínuo a serviço da vida. Assunção é missão.

Texto bíblicoLc. 1,39-56

Na oração: Quem ocupa o centro da cena, do começo ao fim, é a figura de Maria. Nela devem concentrar-se,
                     portanto, nosso “olhar, escutar, observar”.
Nenhum outro texto nos revela de maneira tão densa e tão profunda a vida interior de Maria, os pensamentos e os sentimentos que invadem sua alma, a consciência de sua missão, sua fé e sua esperança, sua experiência de Deus, enfim.
Contra uma concepção cada vez mais “econômica” do mundo, contra o triunfo do possuir, do ter, da escravidão das coisas, o Magnificat exalta a alegria do partilhar, do perder para encontrar, do acolher, do admirar, da felicidade da gratuidade, da contemplação, da doação.
O ser humano, e todo o seu ser, transforma-se então em louvor de Deus.
O Magnificat, é o canto das escolhas caprichosas de Deus, que tem um“fraco” pelos pobres, por todos os infelizes e os oprimidos; poder e riqueza não gozam de nenhum prestígio aos seus olhos.

* Rezar as “marcas salvíficas” de Deus na própria história pessoal. Não podemos esquecer o que Deus fez ao longo da história da salvação e o que fez particularmente por nós na história de nossa vida.
* Quê esperanças carrego em meu interior?




quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Homilia Dominical -9 de agosto de 2015

COM JESUS, DESCER À PRÓPRIA HUMANIDADE

“Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente”  (Jo 6,51)

Com esta afirmação lapidar, Jesus está se manifestando como o Enviado de Deus; mas não usa como sinal o legado poderoso, os atributos régios, os resplendores, as armas, os tronos, as vestes nobres: usa como sinal o pão, ou seja, vida que se desfaz em favor dos outros. Vida expansiva para que outros vivam.
Jesus compreendeu-se a si mesmo no pão, compreendeu-se no vinho, ou seja, ser para os outros alimento e alegria. Grãos e espigas moídos para alimentar; uvas pisadas para expelir o saboroso vinho.
Jesus é reconhecido no pão que “desce” e desaparece nos outros, dissolvendo-se no mais íntimo de cada um, despertando alento, dando calor, força e sentido a partir de dentro.
Jesus Cristo, ao fazer-se pão, acolheu tudo quanto é humano e desta maneira tudo redimiu.
Em sua humanidade, Ele alimentou e saciou nossas carências mais profundas; ao mesmo tempo, ativou e despertou outras grandes “fomes”: comunhão, compaixão, solidariedade...

Com estas duas palavras, “descer” e “subir”, o Evangelho de João  descreve o mistério da Redenção realizada por Jesus Cristo. Se com Jesus quisermos subir ao Pai, temos primeiro que descer com Ele à terra, afundar os pés na nossa própria condição humana.
Todo aquele que pensa que para aproximar-se de Deus tem que se afastar do humano, deforma a própria imagem de Deus, que em Jesus “desce”, faz-se pão para alimentar e humanizar a todos. O caminho para aproximar-se de Deus é o caminho que Deus fez para aproximar-se do ser humano: “humanizar-se”. Não há outro caminho. Esse caminho nos dá medo, porque nossos instintos de “eudeusamento” são mais fortes que a simplicidade própria do humano. E a humanidade de Jesus nos assusta porque des-vela tudo o que há de mais desumano em nós e nas nossas relações.
Nós “subimos” a Deus quando “descemos” à nossa humanidade. Este é o caminho da liberdade, este é o caminho do amor e da humildade, da mansidão e da misericórdia; é o caminho de Jesus também para nós.
O coração, a quem não é estranho nada do que é “humano”, alarga-se, enche-se do amor de Deus, que transforma todo o humano. O caminho da humildade é o caminho da transformação.
Ao fazer, junto com Jesus Cristo, o caminho da “descida”, o ser humano vai ao encontro de sua realidade e coloca-se diante de Deus para que Ele transforme em amor tudo quanto existe nele, para que ele seja totalmente perpassado pelo Espírito de Deus.

 “Descer” e “subir”, portanto, são imagens para descrever o processo de transformação realizado por Jesus no interior de cada um de nós. Não podemos “subir” se não estivermos dispostos a “descer” com Ele ao nosso “húmus”, às nossas sombras, à condição terrena, ao inconsciente, à nossa fraqueza humana.
Jesus curava e ensinava, alimentava (partilhava os pães) e anunciava a chegada do Reino (paz plena, vida partilhada), fazendo-se “alimento” para os outros.
Esta é a verdade, a revelação emocionante, a grande novidade deste evangelho de João, que recolhe o que há de mais profundo da mensagem e da vida de Jesus: para dar alimento é preciso fazer-se alimento.
Jesus não só ensina e dá o alimento, mas Ele mesmo “desce” e se converte em alimento. Esta é a sua novidade “teológica”, sua novidade humana, a verdade mais profunda da Eucaristia: compartilhando o pão de Jesus (em memoria de sua vida e de sua morte), seus discípulos descobrem que Jesus mesmo é alimento e que eles devem se fazer alimento uns para os outros.
Jesus Homem se faz “pão”, humanidade convertida em alimento para os outros. A Vida Eterna não se revela num gesto de pura interioridade, mas no encontro e comunhão de uns com outros... Quem crê nos demais, quem compartilha com eles a vida (fazendo-se eucaristia) tem a vida eterna, porque Deus é Comunhão de Vida e porque Jesus é a revelação mais alta desse Deus entre nós.

Nesse contexto é preciso dizer que o verdadeiro alimento é a vida mesma do ser humano: Jesus se fez alimento para os outros, saciou a fome de justiça e amor. Ele é o alimento que gera vida nova no mundo, vida oferecida e compartilhada. Um alimento “subversivo” porque subverte a tradicional “ordem” das coisas. “Eu sou o pão da vida”. Antes de partir o pão, Jesus parte-se a si mesmo, faz-se alimento. Toda sua vida foi entrega. Sua vida inteira dá significado ao partir, compartilhar e repartir o pão da vida.
Porque Jesus é “pão descido do céu” e porque compartilhamos sua vida, também nós podemos e devemos “descer” e sermos comunhão de vida. Neste sentido, todos somos pão de Eucaristia.
Cada ser humano é “pão vivo, descido do céu” para outro ser humano; cada homem, cada mulher é revelação de Deus, pão de vida eterna para os outros. Por viver neste nível, por entregar-se e compartilhar a vida neste plano, os homens e mulheres “não morrem”, tem vida eterna.

E é isso que, no nível mais profundo, somos todos. Todos somos Vida, todos somos “pão de vida”.
Somos pão quando alimentamos o outro na esperança, no perdão, na acolhida, na compaixão, no compro-misso... Sim, podemos multiplicar o pão da festa, da alegria, o pão da justiça, o pão da ajuda fraterna... Quanto pão para ser dividido! “Tornar-nos pão” significa “descer” em nossa própria condição humana para expandi-la em atitudes de serviço, partilha, solidariedade...

Ser “pão para a vida” é confessar que ser seguidor de Jesus é ser-para-os-demais, é comprometer-se a ser fermento de unidade, de amor, de paz, é consumir-se para que outros vivam. Se nossa participação no “pão da mesa” não colocar em questão nossos egoísmos, nossos preconceitos, nossas rivalidades, nos-sos complexos de superioridade..., não tem nada a ver com o que Jesus quis expressar com o “discurso do Pão da Vida”.
Aproximar-nos do Pão da Vida para sermos “pão de vida” constitui-se como o momento mais “subversivo” que podemos imaginar: fazemos memória do que Jesus foi durante sua vida (pão para os outros) e nos comprometemos a viver como Ele viveu (“fazer-se pão para os outros”).
Ao comer o pão e beber o vinho “fazendo memória”, estamos prolongando um “estilo de vida”, fundamentado no modo de viver de Jesus. O que quer dizer é que fazemos nossa Sua vida e nos comprometemos a nos identificar com o que foi e fez Jesus. Tomar o pão e o vinho da Eucaristia é fazer memória de uma presença  que nos compromete.

Texto bíblico:  Jo. 6,41-51

Na oração: Ser pão em Cristo: os ingredientes de minha massa.
                  Ao “amassar” a minha vida para querer ser pão... de quê sou feito?
A farinha é o que dá consistência e firmeza ao pão, brindando-o com diferentes formas e estruturas.
Minha farinha é aquilo sobre a qual me sustento. É essa voz, no mais íntimo de mim mesmo, que me confirma: “sou eu”. É tudo aquilo sobre a qual posso deter-me sabendo que se trata de terra firme onde colocar-me de pé e levantar-me. É minha palavra, aquela que me pronuncia. É feita de meus valores, minhas crenças, minhas certezas; é o que creio sobre Deus, sobre o mundo, sobre minha identidade; é aquilo que assumo como bandeira de minha existência, aquilo que me faz seguro, confiável, sólido; é aquilo que permanece, atravessando a passagem do tempo e o embate de diferentes tormentas em minha vida.
A farinha é também aquilo que creio sobre mim mesmo, minhas firmezas, minhas convicções: é a imagem que tenho de mim, através de minhas circunstâncias ricas e frágeis, e que constitui minha verdadeira identidade.
Rezar a “farinha” de minha existência.





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