Teológico Pastoral

Teológico Pastoral

sábado, 30 de março de 2013

Domingo de Páscoa - 2013

A vida venceu a morte


Hoje celebramos a FESTA DA VIDA... O túmulo está vazio...
Cristo está vivo para sempre. Como Madalena, Pedro e João,
nós professamos a fé no Senhor ressuscitado.

As Leituras bíblicas aprofundam o sentido desse acontecimento:

Na 1ª leitura, temos o testemunho e a catequese de Pedro
em Cesaréia, na casa do centurião romano Cornélio. (At 10,34.37-43)

Ele expõe o essencial da fé ("Kerigma") e batiza Cornélio e toda a sua família.
O episódio é importante porque é o primeiro pagão
a ser admitido ao cristianismo por um dos Doze.
KERIGMA é um resumo da Mensagem cristã,
que leva à aceitação de Cristo e da sua mensagem, através do Batismo:

* Pedro começa evocando os momentos principais da vida de Jesus.
por anunciar Jesus como "o ungido", que tem o poder de Deus;
* depois, descreve a atividade de Jesus,
   que "passou fazendo o bem e curando todos os oprimidos";
* em seguida, dá testemunho da morte de Jesus na cruz e da sua Ressurreição;
* finalmente, Pedro tira as conclusões de tudo isto:
   "quem acredita nele, recebe, pelo seu nome, a remissão dos pecados".

* Os discípulos são chamados a ser TESTEMUNHAS da Ressurreição,
    da Vitória da vida sobre a morte....

Na 2ª Leitura, temos o testemunho de Paulo.
O Batismo nos introduz na comunhão com Cristo Ressuscitado.

* Nossa vida deve ser uma caminhada coerente com essa vida nova:
"Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto…" (Cl 3,1-4)

No Evangelho, seguidores de Cristo procuram o Ressuscitado
e são convidados a manifestar a sua fé nele. (Jo 20,1-9)

- Maria Madalena, no "primeiro dia da semana" (ou de um novo tempo),
ainda "no escuro" procura no túmulo o Cristo morto.
Diante do túmulo vazio, pensa que haviam roubado o corpo do Senhor.
Mas quando ela o encontra, a fé desponta em seu coração.

* Ela representa a nova comunidade, que inicialmente acredita que a morte   
   triunfou e vai procurar Jesus morto no sepulcro. Diante do sepulcro vazio,  
   percebe que a morte não venceu e que Jesus continua vivo.

- Pedro, para quem a morte significava fracasso,
recusava aceitar que a vida nova passasse pela humilhação da cruz.
Para ele a Ressurreição de Jesus era uma hipótese absurda e sem sentido.
Com surpresa, ele viu o túmulo vazio e os panos dobrados...
Mas continuou "no escuro": "Viu e não creu".
* Ele representa o discípulo que tem dificuldade em aceitar
   que a vida nova passe pela humilhação da cruz.

- "O Discípulo que Jesus amava" (João), diante do sepulcro vazio,
Compreende os sinais e percebe que a morte não pôs fim à vida.
Descobre que Jesus está vivo. Por isso, ele "viu e acreditou".
É a primeira profissão de fé na Ressurreição.
* Ele representa o "discípulo ideal", que está em sintonia total com Jesus.
   É o paradigma do homem novo recriado por Jesus.
   O "Amor" conduz o discípulo pelo itinerário da fé...
* Por que não tem nome?
Para que cada um de nós possa incluir o eu nome e compreender o que deve fazer para ser como Jesus quer.
- E nós conseguimos ver apenas os sinais de morte como Pedro,
ou sabemos descobrir os sinais da Ressurreição?

- As Mulheres: abandonam depressa o lugar da morte e
correm para anunciar aos irmãos que Cristo está vivo.
* Representam os que acreditam na vitória da vida e
testemunham aos seus irmãos essa fé.

- Os Guardas: deixam-se corromper pelo dinheiro.
Simbolizam os que, por amor aos bens desse mundo,
preferem mais a mentira do que a Verdade, mais a morte do que a Vida.

+ PÁSCOA: É o maior acontecimento celebrado pela Igreja, na Liturgia.
- Mas a Páscoa não é apenas um FATO PASSADO...
Cada festa Pascal é um novo apelo de Deus,
que nos convida a morrermos com Cristo,
a nos separarmos do homem velho do pecado,
a fim de nos revestirmos do homem novo e
ressurgir para uma vida nova na graça e na santidade.
- A Páscoa não é apenas UM DIA DO ANO...
É um processo permanente que deve acontecer dentro de nós.
Todos os dias o cristão celebra a Páscoa, quando combate o homem velho
do pecado, para se revestir do homem novo, em Cristo.

TODO DOMINGO, revivendo os mistérios pascais na Eucaristia,
deve ser um momento forte dessa Páscoa, que parece não ter fim...

Prezado irmão, desejo-lhe uma FELIZ PÁSCOA...
não é a de um Cristo morto, perdido no passado,
mas sim de um Cristo vivo, glorioso, atual,
que faz vibrar o seu coração e dar um sentido novo ao seu viver...
Que assim seja!...         
 
                                             Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa -31.03.2013

quinta-feira, 28 de março de 2013

Semana Santa – A semana do Amor

A semana na qual dedicamos grande parte do nosso tempo para a oração, para a adoração, para vivermos um encontro mais intimo com Deus. A semana na qual trabalhamos menos, deixando um pouco de lado as coisas desse mundo, para dedicarmos mais tempo para as coisas do outro mundo.
A semana santa pode ser definida como a semana do amor, da entrega total de Jesus pela humanidade. Toda ela é tomada por esse amor sem limites, de um Deus que nos ama profundamente, a ponto de morrer e dar a vida por nós, para nos salvar.
Na quinta-feira santa, Jesus demonstra o seu grande amor pela humanidade, através daquele gesto máximo do lava-pés. Ele não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos. O grande legado, a herança que Jesus nos deixa, é amar como ele nos amor. Prova de amor maior não há, do que dar a vida pelo irmão, é o que nós vamos cantar e repetir nesse dia.
Nesse dia, celebramos a instituição da eucaristia e do sacerdócio. Jesus quis permanecer em nosso meio, através da santa eucaristia, quando na última ceia repartiu o pão e o deu aos seus discípulos; tomou o cálice com vinho, e também o entregou aos seus. Todas as vezes que fizerdes isso, fazei-o em memória de mim, disse Jesus.
Na sexta-feira santa, o amor de Deus por nós se dá plenamente, morrendo na cruz para nos salvar. A cruz é o maior sinal do quanto Deus nos ama, pois só pode dar a vida aquele que ama profundamente. Um amor doação total, entrega plena, para nos resgatar e nos salvar dos nossos pecados.
Ao adorarmos a cruz, somos convidados a fazer a mesma coisa, dar a vida pelos irmãos. O grande sentido da nossa vida é amar, pois nascemos para amar e ser amados. Fora disso, a nossa vida torna-se fria, insossa, sem vibração e sem entusiasmo.
No sábado santo, celebramos a vigília daquilo que está por acontecer, como prova máxima do quanto Deus nos ama. Ele morreu, deu a vida por nós, mas não permanecerá morto para sempre, pelo contrário, ele vai ressuscitar e permanecer eternamente em nosso meio.
Na noite da vigília, abençoamos o fogo, assim como o círio pascal e renovamos a nossa vida. É uma celebração muito bonita, que nem sempre é bem compreendida pelos cristãos. Nessa noite celebramos a passagem da morte para a vida; das trevas para a luz; da derrota para a vitória. 
E no domingo, somos convidados a participar com muita alegria a ressurreição do Senhor, e a sua permanência para sempre em nosso meio. Depois de termos vivido o tríduo pascal, vivenciamos o maior acontecimento na história da humanidade: a ressurreição, a vitória da vida sobre a morte.
A semana santa é a semana do amor, e nos convida a renovarmos o nosso compromisso de cristãos, que recebemos no dia do nosso batismo de fazermos da nossa vida uma entrega em prol dos irmãos.
A essência da vida é o amor, e é isso que Cristo quer nos ensinar durante essa semana santa. Quem não ama, quem não se doa pelo outro, quem não encontra tempo para a comunidade, quem vive fechado em seu mundo, de modo egoísta e individualista, ainda não aprendeu a viver o essencial da sua existência. Pode até ter tudo aquilo que se refere ao mundo econômico, mas não é feliz e realizado em sua vida.
Vamos na quinta aprender a servir; na sexta, vamos adorar a Jesus e renovar o nosso compromisso de amor e doação em prol dos irmãos; no sábado, em vigília, vamos alegres acolher a ressurreição do Senhor. E assim, a Páscoa será um dia especial, cheio de vida, de alegria e muita esperança. Ótima semana santa para todos.
Dr. Pe. André Marmilicz

domingo, 24 de março de 2013

Domingo de Ramos

Homilia do Papa Francisco na Solenidade de Domingo de Ramos

1. Jesus entra em Jerusalém. A multidão dos discípulos acompanha-O em festa, os mantos são estendidos diante d’Ele, fala-se dos prodígios que realizou, ergue-se um grito de louvor: «Bendito seja o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!» (Lc 19, 38).
Multidão, festa, louvor, bênção, paz: respira-se um clima de alegria. Jesus despertou tantas esperanças no coração, especialmente das pessoas humildes, simples, pobres, abandonadas, pessoas que não contam aos olhos do mundo. Soube compreender as misérias humanas, mostrou o rosto misericordioso de Deus, inclinou-Se para curar o corpo e a alma. E agora entra na Cidade Santa…É um espectáculo lindo: cheio de luz, de alegria, de festa.
No início da Missa, também nós o reproduzimos. Agitámos os nossos ramos de palmeira e de oliveira, cantando: «Bendito o Rei que vem em nome do Senhor» (Antífona); também nós acolhemos Jesus; também nós manifestamos a alegria de O acompanhar, de O sentir perto de nós, presente em nós e no nosso meio, como um amigo, como um irmão, mas também como rei, isto é, como farol luminoso da nossa vida. E aqui temos a primeira palavra: alegria! Nunca sejais homens, mulheres tristes: um cristão não o pode ser jamais! Nunca vos deixeis invadir pelo desânimo! A nossa alegria não nasce do facto de possuirmos muitas coisas, mas de termos encontrado uma Pessoa: Jesus, de sabermos que, com Ele, nunca estamos sozinhos, mesmo nos momentos difíceis, mesmo quando o caminho da vida é confrontado com problemas e obstáculos que parecem insuperáveis… e há tantos! Nós acompanhamos, seguimos Jesus, mas sobretudo sabemos que Ele nos acompanha e nos carrega aos seus ombros: aqui está a nossa alegria, a esperança que devemos levar a este nosso mundo. Levemos a todos a alegria da fé!
2. Há uma pergunta, porém, que nos devemos pôr: Para que entra Jesus em Jerusalém? Ou talvez melhor: Como entra Jesus em Jerusalém? A multidão aclama-O como Rei. E Ele não Se opõe, não a manda calar (cf. Lc 19, 39-40). Mas, que tipo de Rei seria Jesus? Vejamo-Lo… Monta um jumentinho, não tem uma corte como séquito, nem está rodeado de um exército como símbolo de força. Quem O acolhe são pessoas humildes, simples. Jesus não entra na Cidade Santa, para receber as honras reservadas aos reis terrenos, a quem tem poder, a quem domina; entra para ser flagelado, insultado e ultrajado, como preanuncia Isaías na Primeira Leitura (cf. Is 50, 6); entra para receber uma coroa de espinhos, uma cana, um manto de púrpura (a sua realeza será objecto de ludíbrio); entra para subir ao Calvário carregado com um madeiro. E aqui temos a segunda palavra: Cruz. Jesus entra em Jerusalém para morrer na Cruz. E é precisamente aqui que refulge o seu ser Rei segundo Deus: o seu trono real é o madeiro da Cruz! Recordemos a eleição do rei David: Deus escolhe não o mais forte, o mais valoroso, mas o último, o mais novo, aquele que ninguém tinha considerado. O que conta não é a força terrena. Diante de Pilatos, Jesus diz: Eu sou Rei; mas a sua força é a força de Deus, que enfrenta o mal do mundo, o pecado que desfigura o rosto do homem. Jesus toma sobre Si o mal, a sujeira, o pecado do mundo, incluindo o nosso pecado, e lava-o; lava-o com o seu sangue, com a misericórdia, com o amor de Deus. Olhemos ao nosso redor… Tantas feridas infligidas pelo mal à humanidade: guerras, violências, conflitos económicos que atingem quem é mais fraco, avidez de dinheiro, de poder, corrupção, divisões, crimes contra a vida humana e contra a criação! E os nossos pecados pessoais: as faltas de amor e respeito para com Deus, com o próximo e com a criação inteira. Na cruz, Jesus sente todo o peso do mal e, com a força do amor de Deus, vence-o, derrota-o na sua ressurreição. Queridos amigos, todos nós podemos vencer o mal que existe em nós e no mundo: com Cristo, com o Bem! Sentimo-nos fracos, inaptos, incapazes? Mas Deus não procura meios poderosos: foi com a cruz que venceu o mal! Não devemos crer naquilo que o Maligno nos diz: não podes fazer nada contra a violência, a corrupção, a injustiça, contra os teus pecados! Não devemos jamais habituar-nos ao mal! Com Cristo, podemos transformar-nos a nós mesmos e ao mundo. Devemos levar a vitória da Cruz de Cristo a todos e por toda a parte; levar este amor grande de Deus. Isto requer de todos nós que não tenhamos medo de sair de nós mesmos, de ir ao encontro dos outros. Na Segunda Leitura, São Paulo diz-nos que Jesus Se despojou de Si próprio, assumindo a nossa condição, e veio ao nosso encontro (cf. Fil 2, 7). Aprendamos a olhar não só para o alto, para Deus, mas também para baixo, para os outros, para os últimos. E não devemos ter medo do sacrifício. Pensai numa mãe ou num pai: quantos sacrifícios! Mas porque os fazem? Por amor! E como os enfrentam? Com alegria, porque são feitos pelas pessoas que amam. Abraçada com amor, a cruz de Cristo não leva à tristeza, mas à alegria.
3. Hoje, nesta Praça, há tantos jovens. Desde há 28 anos que o Domingo de Ramos é a Jornada da Juventude! E aqui aparece a terceira palavra: jovens! Queridos jovens, imagino-vos fazendo festa ao redor de Jesus, agitando os ramos de oliveira; imagino-vos gritando o seu nome e expressando a vossa alegria por estardes com Ele! Vós tendes um parte importante na festa da fé! Vós trazeis-nos a alegria da fé e dizeis-nos que devemos viver a fé com um coração jovem, sempre… mesmo aos setenta, oitenta anos! Com Cristo, o coração nunca envelhece. Entretanto todos sabemos – e bem o sabeis vós – que o Rei que seguimos e nos acompanha, é muito especial: é um Rei que ama até à cruz e nos ensina a servir, a amar. E vós não tendes vergonha da sua Cruz; antes, abraçaila, porque compreendestes que é no dom de si mesmo que se alcança a verdadeira alegria e que Deus venceu o mal com o amor. Vós levais a Cruz peregrina por todos os continentes, pelas estradas do mundo. Levai-a, correspondendo ao convite de Jesus: «Ide e fazei discípulos entre as nações» (cf. Mt 28, 19), que é o tema da Jornada da Juventude deste ano. Levai-la para dizer a todos que, na cruz, Jesus abateu o muro da inimizade, que separa os homens e os povos, e trouxe a reconciliação e a paz. Queridos amigos, na esteira do Beato João Paulo II e de Bento XVI, também eu me ponho a caminho convosco. Já estamos perto da próxima etapa desta grande peregrinação da Cruz de Cristo. Olho com alegria para o próximo mês de Julho, no Rio de Janeiro. Vinde! Encontramo-nos naquela grande cidade do Brasil! Preparai-vos bem, sobretudo espiritualmente, nas vossas comunidades, para que o referido Encontro seja um sinal de fé para o mundo inteiro.Vivamos a alegria de caminhar com Jesus, de estar com Ele, levando a sua Cruz, com amor, com um espírito sempre jovem!
Peçamos a intercessão da Virgem Maria. Que Ela nos ensine a alegria do encontro com Cristo, o amor com que O devemos contemplar ao pé da cruz, o entusiasmo do coração jovem com que O devemos seguir nesta Semana Santa e por toda a nossa vida. Amém.
Papa Francisco - 24.03.13 - Domingo de Ramos

sábado, 23 de março de 2013

Domingo de Ramos - 2013

Hosana Hey

Com o Domingo de Ramos, iniciamos a Semana Santa.
A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém marca o fim daquilo que Jerusalém representava para o Antigo Testamento e assinala o início da nova Jerusalém,
a Igreja, que se estenderá por todo o mundo
como um sinal universal da futura redenção.

Na Igreja primitiva a celebração desse domingo focalizava aspectos diferentes:
Em Roma, o tema central era a Paixão do Senhor;
em Jerusalém, era a Entrada triunfal de Jesus, destacando a Procissão dos ramos.
Atualmente, as duas tradições se integram numa única celebração.
- Por isso, a celebração começa com o rito da bênção dos ramos,
   a leitura da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e a procissão.
- Termina com a celebração da Eucaristia, com a proclamação da Paixão.

+ Na 1ª PARTE, nos unimos ao Povo de Jerusalém,
   que aclama alegre e feliz: "Hosana ao Filho de Davi".

- O Povo estende seus mantos a Jesus que passa, montado num burrinho,
  e com entusiasmo o saúda com ramos nas mãos.
- Os fariseus reclamam dessa agitação "exagerada".
- E Jesus responde: "Se eles se calarem, as pedras gritarão..."

* É a entrada do "Príncipe da Paz",
   que esconde os trágicos acontecimentos da paixão.

+ A 2ª PARTE nos introduz na SEMANA SANTA.

+ A 1ª Leitura apresenta a Missão do "Servo Sofredor",
que testemunhou no meio dos povos a Palavra da Salvação.
Apesar do sofrimento e da perseguição,
o Profeta confiou em Deus e realizou o Plano de Deus. (Is 50,4-7)

* Os primeiros cristãos viram nesse "Servo" a figura de Jesus.

O Salmo tem grande importância: é mencionado por Cristo na Cruz:
"Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?"

A 2ª Leitura é um HINO, que apresenta o "despojamento" de Jesus.
Humilhou-se até a morte de cruz como o Servo de Javé,
mas foi glorificado como Filho de Deus na Ressurreição. (Fl 2,6-11)

O Evangelho convida-nos a contemplar a PAIXÃO e Morte de Jesus,
segundo a narrativa de Lucas. (Lc 22, 1-49)

+ O Sentido da Paixão e Morte de Jesus:
A morte de Jesus deve ser entendida no contexto daquilo que foi a sua vida. Desde cedo, Jesus percebeu que o Pai o chamava a uma missão:
Anunciar a Boa Nova aos pobres e pôr em liberdade os oprimidos.
Para concretizar este projeto, Jesus passou pelos caminhos da Palestina,
"fazendo o bem" e anunciando um mundo novo de vida, de liberdade,
de paz e de amor para todos.
 - Ensinou que Deus era amor e não excluía ninguém, nem os pecadores;
ensinou que os pobres e os marginalizados eram os preferidos de Deus.
- Avisou os “ricos” e os poderosos, de que o egoísmo e o orgulho,
só podiam conduzir à morte.

- O projeto libertador de Jesus entrou em choque com as autoridades,
que se sentiram incomodadas com a denúncia de Jesus:
não estavam dispostas a renunciar poder, influência, domínio, privilégios.
Por isso, prenderam Jesus, julgaram-no, condenaram-no e pregaram-no na cruz. A morte de Jesus é a conseqüência do anúncio do Reino
que provocou tensões e resistências.

DADOS EXCLUSIVOS DE LUCAS:

- Só Lucas põe Jesus dizendo: "fazei isto em memória de mim".
  Não é apenas repetir as palavras de Jesus sobre o Pão e o Vinho,
  mas também a entrega de Jesus, a doação da vida por Amor.
- Apresenta a discussão sobre quem era o "maior".
  Jesus avisa que o "maior" é aquele que serve.
  Apresenta seu exemplo e convoca os discípulos a fazerem o mesmo.
- No Jardim das Oliveiras, acentua a fragilidade humana de Jesus.
  Fala do anjo, do suor de sangue e da submissão total ao projeto do Pai.
- Aparece a Bondade e a Misericórdia de Deus em gestos concretos:
   . Cura do guarda ferido por Pedro...
   . As Palavras na Cruz: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem".
   . Ao Bom Ladrão: "Ainda hoje estarás comigo no paraíso".
   . Preocupa-se com as mulheres que choram sua morte:
     "Chorai antes... sobre vós... e sobre vossos filhos".
- Simão de Cirene carrega a cruz "atrás de Jesus".
  Modelo do Discípulo, que toma a cruz de Jesus e o segue no seu caminho...

+ Celebrar a Paixão e Morte de Jesus
é abismar-se na contemplação de um Deus a quem o amor tornou frágil...
Por amor, ele veio ao nosso encontro, assumiu os nossos limites,
experimentou a fome, o sono, o cansaço, conheceu a mordedura das tentações, tremeu perante a morte, suou sangue antes de aceitar a vontade do Pai;
e, estendido no chão, esmagado contra a terra, traído, abandonado, incompreendido, continuou a amar.

+ Contemplar a Cruz onde se manifesta o amor de Jesus:
- Significa assumir a mesma atitude de amor, de entrega e
  solidarizar-se com os que continuam sendo crucificados...
- Significa denunciar tudo o que gera ódio, divisão, medo...
- Significa evitar que os homens continuem a crucificar outros homens.
- Significa aprender com Jesus a entregar a vida por amor...
+ Somos convidados a começar a Semana Santa, com um novo ardor...
Que o grito de alegria de hoje, não se converta em "crucifica-o", na sexta feira.
Que os ramos, que são brotos novos de propósitos santos,
não murchem nas mãos e se convertam em ramos secos.
Caminhemos até a Páscoa com amor.

+ Levamos hoje para casa RAMOS BENTOS,
   como lembrança dessa celebração. 
Não devem ser vistos como algo folclórico,
como amuletos da sorte ou de proteção contra os perigos,
mas algo sagrado, que levamos para casa
como um SINAL visível do compromisso assumido
de seguir Jesus no caminho ao Pai.

A presença dos ramos em nossos lares deve ser uma lembrança
de que hoje aclamamos a Jesus, como nosso Rei,
e que desejamos aclamá-lo durante toda a nossa vida, como nosso Salvador.

                    Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 24.03.2013

quinta-feira, 21 de março de 2013

Artigo

Bispo explica a importância da caridade para os católicos

André Alves
Da Redação


A
''Na concepção católica, a caridade é uma forma de amar a Deus e ao próximo, que supera ao gesto de doação de bens, chegando à doação de si mesmo''
Desde sua nomeação como Pontífice, o Papa Francisco tem comovido o mundo com sua simplicidade e seus gestos espontâneos de atenção com as pessoas, e de maneira especial, com os enfermos e os mais necessitados.

Atitudes que faziam parte de sua vivência desde antes de sua nomeação como Papa, e que dizem respeito à vivência que todos os cristãos são chamados a seguir, no exemplo deixado por Cristo. 
A caridade tem uma importância relevante para os católicos. Fato é que Bento XVI, no início de seu pontificado, em 2005, escreveu aos fiéis sobre ela, na Encíclica "Deus caritas est". No documento, ele afirmou: "O amor do próximo, radicado no amor de Deus, é um dever antes de mais para cada um dos fiéis, mas é-o também para a comunidade eclesial inteira. A Igreja também enquanto comunidade deve praticar o amor".

Conforme registram os dados bíblicos, a caridade está presente no Cristianismo desde seu início. E na Quaresma, ela é intensificada como uma prática orientada pela Igreja, unida à oração e ao jejum. Na concepção católica, a caridade é uma forma de amar a Deus e ao próximo, que supera ao gesto de doação de bens, chegando à doação de si mesmo.
De acordo com o Arcebispo de Belém (PA) e membro do Pontifício Conselho Cor Unum, Dom Alberto Taveira Corrêa, a caridade está além do fazer filantropia. Muitos podem fazê-la, explica o arcebispo, mas a Igreja quer externar os gestos sociais com espírito de caridade, ou seja, "amar o próximo com o amor de Deus."
Para o arcebispo, os cristãos são a porção consciente do Reino de Deus que deve procurar viver o amor de forma especial, visto que Seu Pastor, Jesus Cristo, foi quem o ensinou. No entanto, com relação à caridade católica e à caridade exercida por outras religiões, Dom Alberto ressalta não haver nenhuma divisão ou diferença. Segundo ele, o Espírito Santo é o inspirador de todo o bem que existe na humanidade.

"Não existe nenhum bem que é feito no mundo sem a ação do Espírito Santo. Qualquer um que faça o bem, católico ou não católico, tem o Espírito Santo que o inspira. Há pessoas que vão fazer o bem simplesmente para desafogar uma necessidade do próprio coração, outras fazem filantropia, outros fazem serviço social. Nós [Igreja] queremos fazer tudo isso que as pessoas fazem e muito mais, conduzidos pelo Espírito de Deus. E gostaríamos que todas as outras pessoas chegassem a essa raiz do bem que realizam.”
No Concílio Vaticano II, realizado entre os anos de 1962 e 1965, a caridade na Igreja ficou ainda mais enraizada. Segundo Dom Alberto, o Concílio buscou as fontes da própria vida da Igreja, redobrando a preocupação com o social e a opção preferencial pelos pobres. “Cada época isso se concretiza segundo a realidade. Hoje, nós temos problemas que são globais, porém, de uma forma diferente. Nós temos que responder dessa forma”.

Como dito, na Quaresma o exercício da caridade é intensificado e, neste ano, a Igreja propôs um amor voltado para o cuidado com os jovens. A temática da Campanha da Fraternidade, vivida especialmente neste período quaresmal, reflete sobre os jovens e a fraternidade. Dom Alberto explica que além do gesto concreto da coleta feita pela Igreja no Domingo de Ramos, a atenção e a abertura devem estar voltadas para a juventude, a fim de ajudá-la a se sentir acolhida e enviada por Jesus Cristo.

Sobre o Cor Unum

O Pontifício Conselho Cor Unum é responsável por fazer acontecer a caridade no mundo, em nome do Papa e da Igreja. Sob a presidência do Cardeal Robert Sarah, o conselho reuni-se uma vez por ano para discutir as questões que envolvem a concretização do bem no mundo. Ele responde a uma média de 60 situações de urgência e emergência por ano, como terremotos, guerras, etc. Ligado a esse conselho, existem várias fundações para o exercício da caridade.
Uma das funções do Cor Unum é administrar a coleta do óbulo de São Pedro, realizada durante a memória litúrgica de São Pedro e São Paulo, data considerada como dia do Papa. 
Dom Alberto diz que Bento XVI, enquanto Pontífice, teve um olhar especial voltado para a caridade no mundo, inclusive para o Brasil. "Todas as vezes que me encontrei com Bento XVI sempre me impressionaram as frases curtas e densas. Quando eu disse que era arcebispo de Belém, na Amazônia, ele olhou para mim e disse: 'Amazônia... Vocês precisam muito da caridade de Cristo'", recordou o arcebispo.
O Arcebispo de Belém foi nomeado por Bento XVI como membro do Pontifício Conselhor Cor Unum em 27 de outubro de 2012. À frente da Arquidiocese de Belém, Dom Alberto está desde 30 de dezembro de 2009.

terça-feira, 19 de março de 2013

Papa Francisco

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Praça de São Pedro
Terça-feira, 19 de março de 2013
Solenidade de São José

Queridos irmãos e irmãs!
Agradeço ao Senhor por poder celebrar esta Santa Missa de início do ministério petrino na solenidade de São José, esposo da Virgem Maria e patrono da Igreja universal: é uma coincidência densa de significado e é também o onomástico do meu venerado Predecessor: acompanhamo-lo com a oração, cheia de estima e gratidão.
Saúdo, com afecto, os Irmãos Cardeais e Bispos, os sacerdotes, os diáconos, os religiosos e as religiosas e todos os fiéis leigos. Agradeço, pela sua presença, aos Representantes das outras Igrejas e Comunidades eclesiais, bem como aos representantes da comunidade judaica e de outras comunidades religiosas. Dirijo a minha cordial saudação aos Chefes de Estado e de Governo, às Delegações oficiais de tantos países do mundo e ao Corpo Diplomático.
Ouvimos ler, no Evangelho, que «José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor e recebeu sua esposa» (Mt 1, 24). Nestas palavras, encerra-se já a missão que Deus confia a José: ser custos, guardião. Guardião de quem? De Maria e de Jesus, mas é uma guarda que depois se alarga à Igreja, como sublinhou o Beato João Paulo II: «São José, assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo» (Exort. ap. Redemptoris Custos, 1).
Como realiza José esta guarda? Com discrição, com humildade, no silêncio, mas com uma presença constante e uma fidelidade total, mesmo quando não consegue entender. Desde o casamento com Maria até ao episódio de Jesus, aos doze anos, no templo de Jerusalém, acompanha com solicitude e amor cada momento. Permanece ao lado de Maria, sua esposa, tanto nos momentos serenos como nos momentos difíceis da vida, na ida a Belém para o recenseamento e nas horas ansiosas e felizes do parto; no momento dramático da fuga para o Egipto e na busca preocupada do filho no templo; e depois na vida quotidiana da casa de Nazaré, na carpintaria onde ensinou o ofício a Jesus.
Como vive José a sua vocação de guardião de Maria, de Jesus, da Igreja? Numa constante atenção a Deus, aberto aos seus sinais, disponível mais ao projecto d’Ele que ao seu. E isto mesmo é o que Deus pede a David, como ouvimos na primeira Leitura: Deus não deseja uma casa construída pelo homem, mas quer a fidelidade à sua Palavra, ao seu desígnio; e é o próprio Deus que constrói a casa, mas de pedras vivas marcadas pelo seu Espírito. E José é «guardião», porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos, está atento àquilo que o rodeia, e toma as decisões mais sensatas. Nele, queridos amigos, vemos como se responde à vocação de Deus: com disponibilidade e prontidão; mas vemos também qual é o centro da vocação cristã: Cristo. Guardemos Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação!
Entretanto a vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Génesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus!
E quando o homem falha nesta responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da história, existem «Herodes» que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem e da mulher.
Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito económico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos «guardiões» da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo! Mas, para «guardar», devemos também cuidar de nós mesmos. Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem. Não devemos ter medo de bondade, ou mesmo de ternura.
A propósito, deixai-me acrescentar mais uma observação: cuidar, guardar requer bondade, requer ser praticado com ternura. Nos Evangelhos, São José aparece como um homem forte, corajoso, trabalhador, mas, no seu íntimo, sobressai uma grande ternura, que não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura!
Hoje, juntamente com a festa de São José, celebramos o início do ministério do novo Bispo de Roma, Sucessor de Pedro, que inclui também um poder. É certo que Jesus Cristo deu um poder a Pedro, mas de que poder se trata? À tríplice pergunta de Jesus a Pedro sobre o amor, segue-se o tríplice convite: apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas. Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afecto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final sobre a caridade: quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na prisão (cf. Mt 25, 31-46). Apenas aqueles que servem com amor capaz de proteger.
Na segunda Leitura, São Paulo fala de Abraão, que acreditou «com uma esperança, para além do que se podia esperar» (Rm 4, 18). Com uma esperança, para além do que se podia esperar! Também hoje, perante tantos pedaços de céu cinzento, há necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos esperança. Guardar a criação, cada homem e cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança, é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança! E, para o crente, para nós cristãos, como Abraão, como São José, a esperança que levamos tem o horizonte de Deus que nos foi aberto em Cristo, está fundada sobre a rocha que é Deus.
Guardar Jesus com Maria, guardar a criação inteira, guardar toda a pessoa, especialmente a mais pobre, guardarmo-nos a nós mesmos: eis um serviço que o Bispo de Roma está chamado a cumprir, mas para o qual todos nós estamos chamados, fazendo resplandecer a estrela da esperança: Guardemos com amor aquilo que Deus nos deu!
Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: rezai por mim! Amen

segunda-feira, 18 de março de 2013

Confissão

"Lavai-vos, purificai-vos! Tirai vossas más ações de diante de meus olhos.
Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem...

Se vossos pecados forem escarlates, se tornarão brancos como a neve!
Se forem vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã!"
(Is. 1,16-18)
Em preparação à confissão consideremos: Os mandamentos da Lei de Deus,
Os mandamentos da Igreja, as bem -aventuranças....
e tudo o mais que envolve nossa vivência no mundo atual
Deus vai pedir conta do que fizemos com nossos bens, talentos e tecnologias
Jesus deus-nos o exemplo e deixou uma síntese dos mandamentos:
"Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos".
Que Deus tenha um lugar muito especial em nossa vida!
*
 
 
 
Confesse bem!
 
A confissão é o sacramento da misericórdia de DEUS, é a festa do pecador arrependido.
 
"Aqueles que se aproximam do sacramento da penitência obtêm da misericórdia divina o perdão
da ofensa feita a Deus e ao mesmo tempo são reconciliados com a Igreja que feriram pecando
e a qual colabora para sua conversão com caridade, exemplo e orações."
 
 
Como confessar-se?
 
Antes de procurar o sacerdote devemos fazer uma
meditação consciente e compenetrada, de todos os pecados que cometemos
desde a última confissão, até naquela data.
 
O que é exame de consciência?
 
 E
xame de consciência significa fazer uma boa revisão de vida, à luz do Divino Espírito Santo,
penetrando até no profundo da alma, sem esconder nada. É como ficar nu diante de si mesmo,
e mostrar-se a Deus sem fingimentos ou justificativas.
 
 
Aproximando-se do Sacerdote, faz o sinal-da-cruz. Então pode iniciar a confissão
dizendo: "abençoa-me Padre, eu pequei."
 
Em seguida diz com a maior precisão possível o tempo transcorrido desde a última confissão,
seu estado de vida ( celibatário, casado, viúvo, estudante, consagrado, noivo ou namorado...)
e se cumpriu a penitência recebida na última confissão.
 
Pode ainda levar ao conhecimento do confessor os acontecimentos nos quais se sentiu
particularmente perto de Deus, os progressos feitos na vida espiritual...
 
Segue-se a confissão dos pecados, com simplicidade e humildade, expondo os fatos
que são transgressões da lei de Deus e que intensamente pesam na consciência.
 
É difícil saber se o pecado é leve ou grave, portanto não importa, confesse todos os pecados
de que tiver consciência no, momento da confissão.
 
 
Por que confessar-se?
 
Ame a Confissão! Sem ela não há cura possível.
 
Deus jamais irá abandonar ou deixar de atender a um coração contrito e humilhado.
 
Agora dispõe-se a acolher os conselhos e advertências do confessor aceitando a penitência proposta.
 
O penitente despede-se do sacerdote respondendo à sua saudação e permanece
um pouco na Igreja agradecendo ao Senhor. 
 
Neste momento reza-se o ato de contrição, ou faz uma pequena oração de arrependimento:
 
"Meu Deus, eu me arrependo de todo o meu coração de Vos ter ofendido
e procurarei nunca mais tornar a pecar.
Meu Jesus, perdão e misericórdia."
 
Não quero mais pecar!
 
 
(Texto retirado do livro: Confessar-se: Como? Por quê?)
Editora Canção Nova e Edições Loyola
(Em conformidade com o CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA) 
 
"Ele carregou nossos pecados em seu corpo...
Por suas chagas fomos curados"
(1 Pe 2,24)
 

domingo, 17 de março de 2013

Oração do angelus -`Papa Francisco - 17 de março de 2013

Domingo, 17 de março de 2013, 10h31

"Deus nunca se cansa de nos perdoar", disse o Papa Francisco

 


Rádio Vaticano
Com um sorriso largo e acolhedor, Papa Francisco saudou fiéis na Praça São Pedro, em Roma
Uma multidão de pessoas, mais de 150 mil, lotaram a Praça São Pedro e todas as ruas vizinhas, para assistir e rezar junto com o Papa a sua primeira oração do Angelus. Às 12h deste domingo (8h de Brasília), Francisco apareceu na janela de seu apartamento para rezar e abençoar os fiéis, turistas e romanos.

Desde as primeiras horas do dia, o movimento já era grande. Toda a área foi interditada ao tráfico e ao estacionamento. Francisco fez um discurso informal, falando de improviso e apenas em italiano.

Ele saudou com as mãos e um grande sorriso, recebendo em troca aplausos e muito entusiasmo. A popularidade de Francisco tem aumentado a cada dia desde que se tornou, quarta-feira passada, o primeiro Papa latino-americano da história. Chegou ao balcão com o seu modo simples, os braços ao longo do corpo e a mão direita ao alto, saudando o povo. “Bom dia!” – foram as suas primeiras palavras.

Lembrando o episódio da mulher adúltera que Jesus salva da condenação, Francisco ressaltou o valor e a importância da misericórdia e do perdão nos dias de hoje: “Deus jamais se cansa de nos perdoar. Nós é que nos cansamos de pedir perdão. Temos de aprender a ser misericordiosos com todos”, afirmou.

Antes disso, Francisco disse que estava contente de estar com os fiéis domingo, “dia do Senhor, dia de se cumprimentar, de se encontrar e conversar, como aqui, agora, nesta Praça, uma praça que graças à mídia, é o tamanho do mundo!”.

A propósito da leitura evangélica, Francisco encorajou os fiéis citou a atitude de Jesus, que não desprezou nem condenou a adúltera, mas disse apenas palavras de amor e misericórdia, que convidavam à conversão.

“Vocês já pensaram na paciência que Deus tem com cada um de nós? É a sua misericórdia: Ele nos compreende, nos recebe, não se cansa de nos perdoar se soubermos voltar a Ele com o coração arrependido. É grande a misericórdia do Senhor!”.

Dando andamento ao discurso, o Papa citou um livro lido nestes dias sobre a misericórdia, de autoria do Cardeal Walter Kasper, “um ótimo teólogo”. “O livro faz entender que a palavra ‘misericórdia’ muda tudo; torna o mundo menos frio e mais justo” – disse, ressalvando que com isso “não quer fazer publicidade ao livro do cardeal”. Depois, completou lembrando o Profeta Isaias, que afirma que “ser nossos pecados forem vermelhos escarlate, o amor de Deus os tornará brancos como a neve”.

Sem ler um texto preparado, Francisco contou à multidão um fato de quando era bispo, em 1992, e uma senhora de mais de 80 anos, muito simples (uma ‘vovó’, ele disse, ndr) quis se confessar com ele. Diante de sua surpresa, a idosa lhe disse “Nós todos temos pecados! Se Deus não perdoasse tudo, o mundo não existiria...!”. De seu balcão, Francisco brincou com os fiéis arriscando que a senhora “havia estudado na Universidade Gregoriana de Roma”.

Telões foram montados em toda a área para transmitir as imagens do Papa e helicópteros sobrevoavam o centro de Roma enquanto o Papa continuava seu discurso:

“É, o problema é que nós nos cansamos de pedir perdão a Deus. Invoquemos a intercessão de Nossa Senhora, que teve em seus braços a misericórdia de Deus em pessoa, no menino Jesus”.

O bispo de Roma, que é argentino, lembrou ainda que as origens da sua família são italianas, sublinhando, no entanto, que “nós fazemos parte de uma família maior, a família da Igreja, que caminha unida no Evangelho”.

Despedindo-se dos fiéis, Francisco disse palavras ainda mais simples: “Bom domingo e bom almoço!”.

sábado, 16 de março de 2013

Homilia Dominical - 17 de Março de 2013

: A Primeira Pedra

A Liturgia de hoje nos lembra
que a Quaresma não é um tempo para atirar pedras,
mas para construir a fraternidade.
O problema do mal e do pecado não se resolve
com o castigo e a intolerância, mas pelo amor e a misericórdia.

Na 1ª Leitura, Isaías anuncia a libertação do exílio e o retorno a Israel
como um novo Êxodo para a Terra Prometida. (Is 43,16-21)

* Esse "caminho" é imagem de outra libertação,
que Deus nos convida a fazer na Quaresma e
que também nos levará à Terra Prometida, onde corre a vida nova.
- Quais são as escravidões  que impedem, hoje, a liberdade e a vida?
- O que ainda nos mantém alienados, presos e escravos?

Na 2ª Leitura, Paulo afirma que a única coisa que lhe interessa
é conhecer Jesus Cristo. Tudo o resto é Lixo. (Fl 3,8-14)

* Qual é o lixo que me impede de nascer com Cristo para a vida nova?

No Evangelho temos uma comovente cena da vida de Jesus,
diante de uma Mulher PECADORA. (Jo 8,1-11)

No domingo passado, com a Parábola do Filho Pródigo,
Jesus nos mostrou o amor misericordioso de Deus.
Hoje, Ele dá o exemplo, passando das palavras aos fatos...

- Jesus ensinava no templo.
- Os escribas fiscalizavam o Mestre, buscando pretextos para acusá-lo.   
  Trouxeram uma mulher surpreendida em pecado de adultério e
  segundo a lei de Moisés tais pessoas deviam ser apedrejadas.
  Aproveitaram a situação, para deixar o Cristo numa situação embaraçosa:
"Mestre, que vamos fazer dessa mulher,
 perdoá-la ou apedrejá-la, como manda a nossa lei?"

- Para os escribas e fariseus, era uma oportunidade
  para testar a fidelidade de Jesus às exigências da Lei.
- Para Jesus, foi uma oportunidade para revelar
  a atitude de Deus frente ao pecado e ao pecador.

- Jesus não aceita uma lei que em nome de Deus gera a morte,
  por isso não respondeu e ficou rabiscando no chão.
  Diante da insistência dos acusadores, ele se levantou e os desafiou:
 "Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra..."

- E, inclinando-se de novo, continuou a escrever no chão. Não sabemos o que.
  Segundo uma tradição, Jesus escrevia os pecados de cada um deles...
  E então aqueles "cumpridores" da lei, envergonhados,
  foram saindo um a um, começando pelos mais velhos...
  Só ficaram no pátio do templo a mulher, os discípulos e ele, Jesus...

- Então Jesus perguntou:        "Mulher, ninguém te condenou?
  Nem eu te condeno...  Vai e não peques mais..."

* A mulher não tinha manifestado nenhum sinal de arrependimento.
   Assim mesmo, Jesus a convida a seguir um caminho novo de liberdade e paz.
   Jesus não aprova o pecado, mas não condena a pecadora.
   Mostra que o importante é a conversão das pessoas, não sua condenação.
   E ainda hoje, no Sacramento da Reconciliação, Deus continua nos dizendo:   
   "Teus pecados estão perdoados. Vai em paz e não peques mais..."

No episódio, Jesus nos oferece:

+ Uma imagem de Deus,
   Um Deus que é mais misericórdia, do que justiça.
   Não quer a morte do pecador, mas a sua plena libertação.
   A força de Deus não está no castigo, mas no Amor.

+ Um "NÃO" à Hipocrisia fiscalizadora dos escribas, de ontem e de hoje...
   Ainda hoje a intransigência fala mais forte do que o amor.  
   Mata-se, oprime-se, escraviza-se em nome de Deus.
   Todos somos pecadores e não temos o direito de condenar,
   de nos tornar fiscais dos outros...

- Quando os acusadores ouviram as palavras de Jesus,
   largaram as pedras e foram embora.
   Nós, pelo contrário, ouvimos a Palavra do Evangelho,
   mas não soltamos as pedras, nem recolhemos a nossa língua.

+ Um Apelo:
   Não devemos discriminar e condenar a gente caída à beira do caminho.
   Eles não precisam de juizes... mas de salvadores...

* Qual é a nossa atitude, diante dessas pessoas?

     - A de Cristo? Ele teve "compaixão e compreensão..."
       Ele não aprovou o pecado... mas não condenou a pessoa....
"Eu também não te condeno... Vai e não peques mais...”
     - Ou a dos escribas? (com Pedras nas mãos... ou melhor na língua...)

* Em Nossas comunidades, há ainda hoje pessoas,
   que continuam atirando pedras?

- Quais seriam as pedras, que ainda hoje continuamos atirando,
     machucando... e às vezes até destruindo o bom nome delas?

- E o que Cristo poderia estar rabiscando hoje, de nós, no chão?
                       
à Poderíamos enfrentar o desafio de Cristo:
         "Quem não tiver pecado pode atirar a primeira pedra?"

                                         Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 17.03.2013
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