Teológico Pastoral

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sábado, 15 de fevereiro de 2014

Papa Francisco

Foto: Rádio Vaticano
No final da manhã desta quinta-feira, (13) o Papa Francisco recebeu em audiência os participantes da Plenária da Congregação para a Educação Católica, em andamento no Vaticano.

Como faz habitualmente, o Pontífice salientou três pontos em seu discurso. O primeiro disse respeito ao valor do diálogo na educação.

Francisco recordou que Jesus iniciou a anunciar a boa nova na “Galileia dos gentios”, encruzilhada de pessoas de diferentes raças, culturas e religiões. “De certa maneira, aquele contexto se assemelha ao mundo de hoje. As mudanças profundas que levaram à difusão de sociedades multiculturais requerem dos que atuam no setor escolar e universitário que empreendam itinerários educativos de confronto e de diálogo, com uma fidelidade corajosa e inovadora que saiba promover o encontro entre a identidade católica com as várias ‘almas’ da sociedade multicultural”, analisou o Papa.

O segundo aspecto ressaltado pelo Pontífice foi a preparação qualificada dos formadores, que deve ser permanente e não se pode improvisar. “Educar é um ato de amor, é dar a vida”, disse Francisco, recordando que o amor é exigente, requer empenho, paixão e paciência para poder comunicar com os jovens de hoje.

“O educador nas escolas católicas deve ser antes de tudo muito competente, qualificado e, ao mesmo tempo, rico em humanidade. Os jovens necessitam de qualidade de ensino e os valores não devem ser somente enunciados, mas testemunhados. A coerência é um fator indispensável na educação dos jovens. Não se pode educar sem coerência”, ponderou, sugerindo que os educadores façam retiros e exercícios espirituais.

O último aspecto concerne às escolas e às Universidades católicas e eclesiásticas, sobre as quais exortou: “É preciso que as instituições acadêmicas católicas não se isolem do mundo, mas saibam entrar com coragem no areópago das culturas atuais e colocar-se em diálogo, conscientes do dom a oferecer a todos.”

A Plenária da Congregação para a Educação Católica se realiza de 12 a 14 de fevereiro, no Vaticano. À margem do evento, foi realizada na quarta-feira, na Pontifícia Universidade Urbaniana, um fórum sobre o tema “Educar hoje e amanhã”, com a participação de cardeais e arcebispos membros da Congregação.

Fonte: Rádio Vaticano

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Homilia Dominical - l6 de fevereiro de 2014

O Cristão e a Lei


A Liturgia de hoje nos dá a oportunidade de refletir
sobre qual deve ser a atitude do cristão diante da LEI DE DEUS.
Para muitos, é um tabu, uma série de proibições,
que desaprovam muitas de nossas atitudes ou ações...
- Será esse o verdadeiro sentido dos Mandamentos?

A 1a Leitura apresenta Deus propondo os Mandamentos ao Povo de Israel,
num clima de aliança... E o povo acolhe unânime. (Eclo 5,16-21)

* Para o povo de Israel, o amor e a fidelidade à Lei
constituem toda a justiça e a santidade... apesar de muitas infidelidades...
Mas, com o passar do tempo, reduziu a Lei a uma observância
puramente externa, sem uma convicção interior mais profunda...

No Evangelho, CRISTO censura tal atitude:
"Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos escribas e fariseus,
não entrareis no Reino dos céus!"

* Não é suficiente uma fidelidade material e externa da Lei...
   É preciso uma fidelidade mais profunda, interior...

E Jesus apresenta 6 exemplos concretos.
São Antíteses: "Ouvistes o que foi dito... EU, porém, vos digo..." 
mediante as quais ele proclama o sentido da nova Lei.
Hoje são lidas as primeiras quatro, referentes aos temas:
Homicídio, Adultério, Divórcio e Perjúrio.
As última duas: Perdão no lugar  de vingança (Lei do talião) e
e o Amor ao inimigo, em invés de ódio, fica para o próximo domingo.

1) HOMICÍDIO: "Ouvistes: Não matarás...
                              aquele que matar terá de responder em Juízo..."
EU: "Todo aquele que se encolerizar contra seu irmão,
         terá que responder em  juízo..."

CONDENA: todo tipo de morte: calúnia... mentira... fraude... ofensa...
                      Matar lideranças, não dando espaço na comunidade...
                      E o ABORTO?
(Se houvesse um Raio X capaz de mostrar o cemitério
que criamos dentro de nosso coração, nós nos assustaríamos...
Quantas pessoas estão mortas, para nós!)

2) ADULTÉRIO: "Ouvistes: não cometerás adultério..."
                               (eram bem mais severos para as mulheres).
EU: "Quem olhar para uma mulher com desejo desonesto...
         já pecou em seu coração".
CONDENA: Não só o ato consumado de adultério, mas também o desejo...
                      o adultério de coração.... certas amizades já são adultério...
 Não basta manter escondido da esposa ou do esposo as infidelidades.
"Se teu olho for ocasião de queda... corta-o"...
Não devemos tomar ao pé da letra, mas significa radicalidade.

3) DIVÓRCIO: "Ouvistes: Aquele que repudiar sua mulher,
                          dê-lhe um certificado de repúdio".
           A lei de Moisés "tolerava" o divórcio em certos casos (união ilícita),
           para preservar a mulher nesses casos: direito de igualdade.
EU: "Todo aquele que repudia sua mulher, faz com que ela adultere:
         E quem se casa com ela, comete adultério".

CONDENA: O Divórcio anula a tolerância da Lei mosaica...
                     e afirma a indissolubilidade do vínculo matrimonial...
        * Qual nossa Atitude Pastoral, hoje, para os separados, e os de 2ª União?

4) PERJÚRIO: "Ouviste: Não jurarás falso...”
EU: "Não jureis de modo algum... Vosso SIM seja SIM, vosso NÃO, NÃO.
         Tudo que for, além disso, vem do Maligno..."

CONDENA: A falsidade... - E por que precisa jurar?

Não basta uma prática apenas externa da lei...
temos que obedecer, viver o espírito da Lei.

O Sermão da Montanha nesse trecho nos ensina que a vida espiritual
não está num catálogo de normas perfeitas que proíbem as más ações,
mas limpeza da fonte de todas as ações: o coração.
Pois dele procedem assassínios, adultérios, prostituições,
falsos testemunhos e difamações.

O Salmo afirma: "Feliz quem tem vida pura e segue a Lei do Senhor".

Na 2ª Leitura, Paulo fala da "Sabedoria de Deus",
tão diferente da dos homens.  (1Cor 2,6-10)

E NÓS, como observamos os Mandamentos?
- Com o espírito do Antigo Testamento?  
  (fazer isto ou aquilo porque é lei, porque é "obrigado" ?
- Por que vou à Missa? Porque é um preceito?

"Se a justiça de vocês não for maior que a dos escribas e fariseus...
  vocês não entrarão no Reino dos céus".

"Quem me AMA, guarda os meus mandamentos..."
 Seja a nossa observância uma expressão sincera e profunda
 do nosso amor para com Deus.      


                                            Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa- 16,02.2014

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

JESUS CONVERTE A LEI EM AMOR 

“...se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da lei e dos fariseus...” Mt 5,20)

O Evangelho de hoje apresenta um tema complicado para os primeiros cristãos que eram todos judeus.
Como harmonizar a pregação e a práxis de Jesus com a Lei, que para eles era o mais sagrado.
De fato, os judeus falavam com orgulho da Lei de Moisés. Era o melhor presente que haviam recebido de Deus. Em todas as sinagogas guardavam-na com veneração dentro de um cofre, depositado em um lugar especial. Nessa Lei podiam encontrar aquilo que precisavam para serem fiéis a Deus.
Jesus, no entanto, não vive centrado na Lei. Não se dedica a estudá-la nem a explicá-la a seus discípulos. Nunca o vemos preocupado por observá-la de maneira escrupulosa. Certamente, não põe em marcha uma campanha contra a Lei, mas esta não ocupa um lugar central em seu coração. Jesus não foi contra a Lei, mas foi além da Lei. Quis dizer-nos que sempre temos que ir mais além da letra, da pura formulação, até descobrir o espírito da lei. “A lei mata, o espírito vivifica” (S. Paulo).
Jesus busca a Vontade de Deus a partir de outra experiência diferente, ou seja, procurando abrir caminho entre os homens para construir com eles um mundo mais justo e fraterno. Isto muda tudo. A Lei já não é o decisivo para saber o que Deus espera de nós. O primeiro é “buscar o reino de Deus e sua justiça”.
“Justiça” é um termo particularmente especial para Mateus, e que poderia ser traduzido como “ajustar-se a Deus” “sintonizar-se à sua vontade” – uma justiça que é infinitamente superior à Lei.

Os fariseus e escribas se preocupavam em observar rigorosamente as leis, mas descuidavam do amor e da justiça. Jesus se esforça por incutir nos corações dos seus seguidores outro talante e outro espírito: “se vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino de Deus” (v.20). Eles cum-priam a lei escrupulosamente, mas só externamente, e isso não os fazia melhores mas mesquinhos.
Os “fariseus” e os “escribas” são os típicos representantes de uma espiritualidade legalista, distante da realidade humana. Eles não percebem que, observando detalhadamente todas as leis, não estão pensando em Deus, mas, sim, em si mesmos. No fundo, não tem necessidade de Deus. Acreditam que, cumprindo perfeitamente todos os mandamentos por suas próprias forças, tem o direito de exigir de Deus uma recompensa. Estão menos interessados no encontro com Deus do que no cumprimento minucioso da lei.
O que mais lhes interessa é o cumprimento das normas e ideais que se impuseram a si mesmos.
De tanto se fixarem sobre as leis, esquecem o que Deus realmente deseja do ser humano, tornam-se frios, insensíveis... e assumem o papel de juiz para julgar o comportamento dos outros.

É preciso superar o legalismo que se contenta com o cumprimento literal de leis e normas. O empenho de Jesus consistiu em fazer as pessoas passarem de uma religiosidade externa a uma religiosidade interna, ou seja, passar de um cumprimento de leis a uma descoberta das exigências de nosso próprio ser.
Nesse sentido, o Sermão da Montanha não é Lei, mas Evangelho.
Esta é a diferença entre a Lei e o Evangelho: a Lei deixa a pessoa abandonada às suas próprias forças,  impõe-lhe preceitos que é preciso esforçar-se por cumpri-los, ameaça-a, premia-a, exige-lhe empenho…
O Evangelho, no entanto, coloca a pessoa diante do dom de Deus, faz-lhe conhecer seu Pai, converte-a em filho(a), transforma-a por dentro… e não a obriga a nada. No amor não há imposição, mas acolhida.

Deus só pode comunicar sua Vontade na intimidade do nosso coração. Em cada um de nós está a “marca” da presença de Deus. Essa presença é sua “vontade”.
Se fôssemos capazes de descer até o fundo do nosso ser e compreendê-lo no essencial, descobriríamos ali essa vontade de Deus; ali Ele está nos dizendo o que quer e espera de nós. A vontade de Deus não é nada diferente ou acrescentado ao nosso próprio ser, não nos vem de fora, senão que está sempre aí.
Esta é a razão pela qual tantos homens e mulheres foram capazes de descer até a “marca” de seu ser e descobrir o que Deus espera de um ser humano.
A expressão desta experiência é Vontade de Deus, porque a única coisa que Ele quer de cada um de nós é que sejamos nós mesmos, ou seja, que cheguemos ao máximo de nossas possibilidades.

Quê significa, então, “cumprir a lei”?
Uma lei de trânsito, por exemplo, pode-se cumpri-la perfeitamente só externamente; ela é para facilitar o fluxo dos carros e pedestres.
Quando falamos de “lei de Deus”, as coisas não funcionam assim. O objetivo desta lei é a mudança profunda de nosso ser até ajustá-lo ao que Deus espera de nós. Se não interiorizamos o preceito até o ponto de deixar de ser preceito e, se não nos convencemos de que isso é o melhor para nós, o mero cumprimento da lei nos deixa como estávamos, não nos enriquece nem nos faz melhores.
Quando buscamos a Vontade do Pai com a paixão com que Jesus a buscava, vamos sempre mais além do que dizem as leis. Para caminhar em direção a esse mundo mais humano que Deus quer para todos, o importante não é contar com pessoas observantes de leis, mas com homens e mulheres que se pareçam com Ele.
Aquele que não mata, cumpre a Lei, mas se não arranca de seu coração a agressividade para com seu irmão, não se parece com Deus. Aquele que não comete adultério, cumpre a Lei, mas se deseja egois-ticamente a esposa de seu irmão, não se assemelha a Deus. Nestas pessoas reina a Lei, mas não Deus; são observantes, mas não sabem amar; vivem corretamente, mas não construirão um mundo mais humano.

 Temos de escutar bem as palavras de Jesus: “Não vim abolir a Lei e os Profetas, mas dar plenitude” (v. 17). Não veio a lançar por terra o patrimônio legal e religioso do Primeiro Testamento. Veio para “dar ple-nitude”, alargar o horizonte do comportamento humano, libertar a vida dos perigos do legalismo.
Nosso cristianismo será mais humano e evangélico quando aprendermos a viver as leis, normas, preceitos e tradições como Jesus os vivia: buscando esse mundo mais justo e fraterno que o Pai quer.
Cumprir só a Lei evita o castigo. Isso não é boa-notícia.
O amor nos faz humanos e essa é sua verdadeira recompensa. O amor não é um meio para alcançar um prêmio. É o caminho e a meta de todos os caminhos.
As leis, normas religiosas são “andadores” que impedem uma queda; podemos precisar deles por um bom tempo. Mas o dia que aprendemos a andar, eles serão um grande estorvo. E se um dia pretendemos correr, será impossível. Quando chegarmos a um conhecimento profundo de nosso próprio ser não precisaremos de apoios externos para caminhar para a verdadeira meta. “Ama e faze o que quiseres” (S. Agostinho) ou “Quem ama cumpriu toda a Lei”.

No Evangelho de hoje há também um matiz que costumamos passar por alto e que é a essência da proposta de Jesus. O texto não diz: “Se tu tens alguma queixa contra teu irmão”, mas “Se teu irmão tem alguma queixa contra ti”. Trata-se de olhar a própria vida na perspectiva do outro. De fato, quão difícil é nos deter a examinar se nossa atitude prejudicou o irmão. Damos por suposto que quem falha é sempre o outro. A culpa é sempre dos outros.

Texto bíblicoMt 5,17-37

Na oração: Diante de Deus, deixar aflorar os sinais de “farisaísmo”, presentes no seu cotidiano.
                       Frente às limitações do outro, o que prevalece? O peso da lei ou a força da misericórdia?


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Papa diz que grandes pecadores podem ser grandes santos

Na homilia de segunda (03), na Casa Santa Marta, Francisco comentou o comportamento do Rei Davi diante da traição do filho Absalão
Atualizada em 03/02/214 às 10h35

Em sua homilia na missa celebrada na na Casa Santa Marta, onde reside, o Papa disse que “não se deve usar Deus e o povo como uma defesa, nos momentos difíceis”. Comentando o comportamento do Rei Davi diante da traição do filho Absalão, Francisco apontou que é sempre melhor escolher o caminho da entrega a Deus.

O Rei Davi fugiu porque seu filho Absalão o traiu. O Livro de Samuel narra esta grade traição e suas consequências: Davi ficou triste, sentia como se seu filho tivesse morrido, mas como homem de governo, decidiu que seu povo não devia morrer. “Ele – observou o Papa – podia lutar contra as forças de seu filho em Jerusalém, mas decretou que a cidade não fosse destruída”. Francisco descreveu os três comportamentos de Davi:

“Para se defender, ele não usou Deus e nem o seu povo. Era apegado a eles. Em momentos difíceis de nossas vidas, pode acontecer que em meio ao desespero, tentamos nos defender como podemos, usando Deus e as pessoas. Ele não o fez”.

Davi optou por fugir. Esta segunda atitude foi ‘penitencial’. Ele subiu a montanha chorando, com a cabeça coberta e os pés descalços. “Quem sabe – sugeriu Francisco – ele pensou tantas coisas tristes, nos pecados que cometera; talvez achasse que não era ‘inocente’. Pensou também que não era justo que seu filho o tivesse traído, mas, reconhecendo que não era um santo, decidiu pela penitência”.

“Nós, sempre que acontece uma coisa assim em nossas vidas, tentamos, como um instinto, nos justificar. Davi não se justificou, foi realista, tentou salvar a arca de Deus e seu povo, fazendo penitência naquele caminho. Era um grande pecador e um grande santo. Como podem estar juntas estas duas coisas, só Deus sabe!”, exclamou Francisco na homilia.

O Papa continuou lembrando que em seu caminho, Davi encontrou Simei, que jogou pedras nele e em seus oficiais, amaldiçoando-os. O rei negou aos seus amigos a permissão para matá-lo, certo de que o Senhor percebia a sua aflição. “Davi se entrega a Deus, disse o Pontífice, ressaltando que este comportamento di Davi pode nos ajudar a todos, quando passamos por momentos escuros, de provação”.

Concluindo a homilia, o Papa resumiu as três atitudes de Davi, citando-as como exemplo de beleza: “um homem que amou Deus, amou seu povo e não o negociou; um homem que se reconheceu como pecador e fez penitência; um homem que era seguro de seu Deus e se entregou a Ele. Davi foi um santo e nós o veneramos como santo. Pedimos a ele que nos ensine a nos comportar assim nos momentos difíceis de nossas vidas”.

Fonte: Rádio Vaticano

Papa convida fiéis a pedirem a Deus três graças

Na homilia de hoje, o Papa Francisco convidou os fiéis a pedirem a Deus a graça de morrer na Igreja, morrer na esperança e morrer deixando como herança o testemunho cristão

Atualizado em 06/02/2014 às 12h51

Foto: Rádio Vaticano
O Papa Francisco celebrou a Missa na manhã desta quinta-feira (06), na Casa Santa Marta, no Vaticano, e em sua homilia refletiu sobre o mistério da morte. O Santo Padre convidou os fiéis a pedirem a Deus três graças: a graça de morrer na Igreja, morrer na esperança e morrer deixando como herança o testemunho cristão.

Comentando a primeira leitura da liturgia de hoje que fala sobre a morte de Davi depois de uma vida a serviço de seu povo, Francisco sublinhou que Davi morreu “no seio de seu povo”. Ele viveu até a morte “a sua pertença ao Povo de Deus. Ele pecou. Ele mesmo se diz pecador, mas nunca abandonou o Povo de Deus”, sublinhou o Santo Padre que acrescentou:

“Pecador sim, traidor não! Esta é uma graça: permanecer até o fim com o Povo de Deus. Ter a graça de morrer no seio da Igreja, bem no meio do Povo de Deus. Este é o primeiro ponto que eu gostaria de enfatizar. Temos de pedir a graça também para nós de morrer em casa. Morrer em casa, na Igreja. Esta é uma graça e não se compra! É um presente de Deus e devemos pedi-lo: Senhor, dá-me a graça de morrer em casa, na Igreja! Somos todos pecadores, mas traidores não! Corruptos não! Sempre dentro da Igreja e a Igreja é tão mãe que nos quer também muitas vezes sujos, mas na Igreja que limpa, que é mãe.”

No segundo ponto, o Papa destaca a figura de Davi que morre “tranquilo, em paz, sereno” na certeza de ir ao encontro de seus pais do outro lado. Esta é outra graça: a graça de morrer na esperança, na consciência de que do outro lado alguém nos espera, que do outro lado a casa continua, a família continua e não estaremos sozinhos. “Esta é uma graça que devemos pedir a fim de que nos últimos momentos da vida saibamos que a vida é uma luta e o espírito do mal quer o seu prêmio”:

“Santa Teresa do Menino Jesus dizia que nos últimos tempos, em sua alma havia uma luta e quando ela pensava no futuro, no que a esperava depois da morte, no céu, sentia uma voz que lhe dizia: Não! Não seja boba a escuridão te espera. O vazio te espera! É a voz do diabo, do demônio que queria que ela não confiasse em Deus. Morrer na esperança e morrer confiando-se a Deus! Devemos pedir esta graça. O confiar-se a Deus começa agora nas pequenas coisas da vida e nos grandes problemas. Confiar-se ao Senhor sempre! Assim, aprendemos este hábito de nos entregar ao Senhor e aumenta a esperança. Morrer em casa, morrer na esperança.”

A terceira reflexão é sobre a herança deixada por Davi. “Acontecem muitos escândalos por causa de herança. Escândalos nas famílias que se dividem”, disse o Papa. “Davi deixa como herança 40 anos de governo e um povo consolidado, forte. Um dito popular afirma que todo ser humano deve ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Esta é a melhor herança”, sublinhou ainda Francisco.

O Santo Padre convidou a se perguntar: “Que herança eu deixarei para aqueles que virão depois de mim? Uma herança de vida? Fiz tanto bem que as pessoas me vêem com pai ou como mãe? Plantei uma árvore? Doei a vida, a sabedoria? Escrevi um livro? Davi deixa esta herança a seu filho, dizendo-lhe: “Seja forte e comporte-se como homem. Cumpra as ordens do Senhor seu Deus, andando pelos caminhos dele e observando seus estatutos!”

“Esta é a herança. É o nosso testemunho de cristãos que deixamos aos outros. Alguns deixam uma grande herança. Pensemos nos Santos que viveram o Evangelho radicalmente, que nos deixam como herança um caminho de vida e uma maneira de viver. Eis as três coisas que surgiram em meu coração na leitura deste trecho da Bíblia sobre a morte de Davi: pedir a graça de morrer em casa, morrer na Igreja. Pedir a graça de morrer na esperança e com esperança, e pedir a graça de deixar uma boa herança, uma herança humana, uma herança construída com o testemunho de nossa vida cristã. Que São Davi nos conceda estas três graças.”

Fonte: Rádio Vaticano

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Papa Francisco pede que oremos pelos idosos na Igreja e na sociedade

O pedido do Pontífice é intenção para evangelização do mês fevereiro
Atualizada em 31/01/2014 às 10h10 

Foto: Rádio Vaticano
O Apostolado da Oração propõe como intenção universal “Para que a sabedoria e experiência de vida dos idosos sejam reconhecidas na Igreja e na sociedade”.

O cuidado especial em relação aos idosos é um tema recorrente do Pontificado de Francisco, Em inúmeras ocasiões, o Papa ressalta sua importância e adverte para o risco que muitas famílias sentem de “exilá-los”, como fruto da cultura do “descarte”. Segundo o Papa, a melhor maneira para ver como funciona uma família é “ver como tratam as crianças e os idosos”.

No discurso para o Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé, em 13 de janeiro, o Pontífice falou dos idosos como esperança da humanidade, já que “trazem a sabedoria da experiência”

Já a intenção pela evangelização para o mês de fevereiro destaca a colaboração na missão, com o seguinte tema: “Para que os sacerdotes, religiosos e leigos colaborem com generosidade na missão de evangelizar”.
Fonte: Rádio Vaticano

Vaticano se prepara para a canonização de João XXIII e João Paulo II

Serão cunhadas medalhas oficiais para a ocasião de canonização dos Beatos
Atualizada em 29/01/2014 às 11h35

Foto: Rádio Vaticano
O Departamento Filatélico e Numismático do Vaticano informou que serão cunhadas moedas e medalhas comemorativas oficiais, em bronze e prata, por ocasião da canonização, em 27 de abril dos Beatos João XXIII e João Paulo II.

A solene celebração Eucarística de canonização será presidida pelo Papa Francisco, no Vaticano. Será um momento de alegria e de oração para os fiéis do mundo inteiro e de glória para a Igreja Católica.

O Beato João XXIII é conhecido como o “Papa Bom”, um nome que reflete não apenas as suas características físicas tão queridas, mas também o caráter de um pastor carinhoso, que nunca deixou, com palavras simples, de dar conforto a todos os que mais precisavam. Sua intuição histórica fundamental foi a convocação do Concílio Vaticano II, fortemente desejado e inaugurado em 11 de outubro de 1962. O Concílio foi um ponto de partida histórico para a Igreja. O Papa João XXIII faleceu em 3 de junho de 1963. Foi naqueles tristes dias que se pôde compreender aquela figura universal tão amada e a importância fundamental do seu Magistério.

Por sua vez, o Beato João Paulo II foi o pastor que liderou a Igreja e a levou a passar os umbrais do novo milênio. Ele representa um dos mais importantes e influentes personagens da história contemporânea, não só da Igreja, mas do mundo inteiro. Seu pontificado, de quase 26 anos, foi extraordinário: numerosas viagens apostólicas, nacionais e internacionais; diálogo com as outras religiões; defesa constante dos valores morais da vida e da família; relação especial com as pessoas e, em particular, com os jovens; promulgação do Catecismo da Igreja Católica; espírito cristão para enfrentar sua própria doença, especialmente nos últimos dias da sua existência.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Homilia Dominical - 02 de fevereiro de 2012

Apresentação do Senhor

Há aproximadamente 40 dias do Natal, a Liturgia de hoje
nos convida a celebrar um acontecimento da vida
do menino Jesus: a Apresentação ao Senhor
(Antigamente a purificação de Nossa Senhora).

Na Bíblia, o número 40 é um número sagrado...
(Dilúvio, Moisés, Elias, deserto de Jesus).

A Lei mosaica prescrevia que todo filho primogênito do sexo masculino,
40 dias depois do seu nascimento, devia ser levado ao templo,
para ser oferecido a Deus. E a mãe devia nesse dia apresentar-se
para receber a purificação legal, conforme a mentalidade da época…

Na 1ª Leitura, Malaquias apresenta o mensageiro da Aliança,
que entra no templo para estabelecer um pacto renovador
e oferecer a oferenda devida. (Ml 3,1-4)

A 2ª Leitura afirma que Jesus é o Pontífice, que tem estende sua mão salvífica aos homens e expia com sua morte seus pecados. (Hb 2,14-18)

No Evangelho Jesus entra pela primeira vez no templo para ser apresentado a Deus. (Lc 2,22-40)

O texto salienta 4 aspectos que vamos aprofundar:

+ Os pais Maria e José, com o filho Jesus, vão ao templo de Jerusalém
para cumprir a dupla prescrição da lei mosaica: apresentação do menino e
a purificação da mãe aos 40 dias depois do parto.
Assim Jesus desde os primeiros dias de sua vida cumpre a vontade do Pai.

* Esse episódio tem um ensinamento muito importante
   para nós e nossas família
Os pais, geralmente, se preocupam em proporcionar educação, instrução, trabalho e boa posição social para os seus filhos, mas isso não é suficiente.
Devem consagrar seus filhos ao Senhor desde o início de suas vidas.
Devem educá-los para uma vida cristã fiel e coerente com tudo aquilo
que está escrito no evangelho.
Muitos pais se satisfazem em mandar os filhos à igreja ou à catequese.
Essa imposição externa não basta se não for sustentada por uma convicção
mais profunda. Educar na fé é muito mais que ensinar práticas religiosas.

Sabemos que as crianças aprendem muito mais com os olhos
do que com os ouvidos.
A vida cristã dos pais é o melhor método de ensinar catequese aos filhos.
- Se os pais rezam em casa, os filhos aprendem a rezar com eles;
- Se os pais lêem a Bíblia, os filhos aprendem a procurar a luz de sua vida
  na Palavra de Deus;
- Se os pais participam fielmente na comunidade cristã,
  os filhos seguem-nos e tornam-se cristãos empenhados.
- Se os pais praticam o amor, o perdão, a generosidade para com os irmãos,
  os filhos imitam.
É assim que os pais cristãos da atualidade são chamados
a "consagrar" seus filhos ao Senhor.

+ Simeão toma o menino nos braços e o oferece a todos os homens...
Num mundo em que o número dos idosos aumenta (...) ,
Simeão nos é apresentado como um idoso exemplar:
"Justo e piedoso", que compreendeu o sentido de sua existência.
Seus dias estão chegando ao fim, mas está feliz e
pede ao Senhor que o acolha na sua paz.
Não chora os anos da juventude, não vive se queixando da vida;
conversa com Deus e olha para frente.

* Os nossos idosos comunicam aos jovens a mesma alegria,
   o mesmo otimismo, a mesma esperança num futuro melhor?
   Cultivam o mesmo diálogo constante com Deus?

+ A Profetisa Ana: outra pessoa idosa, de 84 anos...
Ela não se afasta do templo do Senhor.
Não anda à procura de amantes, não tem tempo para perder,
Não vai de casa em casa para conversas inúteis, para falar mal dos outros.
Ela sabe que os dias de sua vida são preciosos e devem ser vividos
na intimidade com o Senhor e a serviço da comunidade.
Apesar de seus 84 anos, com renovado ardor missionário,
ela fala do menino a todas as pessoas com quem se encontra...

* As pessoas idosas não se sentem inúteis
   quando vivem na expectativa da vinda do Senhor,
   a serviço dos irmãos e falando de Jesus a todos aqueles
   que estão à procura de sentido para própria vida.

+ A Família voltou a Nazaré: "E o menino crescia em idade,
  sabedoria e graça...diante de Deus e dos homens..."

* Oxalá a Família de Nazaré possa ser um modelo para todas as famílias...
onde os filhos encontram um apoio para realmente crescer,
em idade, em sabedoria, em graça, diante de Deus e dos homens...
E assim ser aquela família que Deus quer...

+ "Luz das Nações"
 A profecia de Simeão transformou hoje uma grande festa da Luz:
 Daí a bênção das velas… as procissões… e
o compromisso de ser no mundo de hoje um reflexo da luz de Cristo,
para que ninguém caminhe nas trevas…

                                                                     AGeDaC - 02.02.2014
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