Teológico Pastoral

Teológico Pastoral

domingo, 30 de dezembro de 2012

Liturgia - janeiro de 2013

Mãe de Deus

A Liturgia de hoje comemora várias realidades:

- Celebra-se a solenidade da MÃE DE DEUS:
  aquela que, com o seu Sim ao projeto de Deus,
  nos ofereceu Jesus, o nosso libertador.
- Celebra-se o DIA MUNDIAL DA PAZ:
  em 1968, o papa Paulo VI quis que, neste dia, os cristãos rezassem pela paz.
- Celebra-se o PRIMEIRO DIA DO ANO CIVIL:
  é o início de uma caminhada que desejamos percorrer com a Bênção de Deus.

As leituras bíblicas evocam esses fatos...

A 1ª Leitura sublinha a presença contínua de Deus em nossa caminhada,
como BÊNÇÃO que nos proporciona a vida em plenitude. (Nm 6,22-27)

É uma linda oração de Bênção do Antigo Testamento,
sugerida pelo próprio Deus sobre o seu povo:
"Eis como abençoar os filhos de Israel: dizei-lhes:
O Senhor te abençoe e te guarde.
O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face,
e se compadeça de ti. O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz.
Assim invocarão o meu nome, e eu os abençoarei..."

* PEDIR A BÊNÇÃO: é uma maneira de reconhecer
a nossa dependência de Deus em todos os dias do novo ano.
A Felicidade verdadeira só é possível em comunhão com Deus...

A 2ª Leitura afirma que Cristo vem ao mundo, nascido de uma MULHER,
com a missão de libertar os homens do jugo da Lei e torna-los "filhos",
com o direito de chamar a Deus "abba" (papai). (Gl 4,4-7)

É o único lugar em que Paulo faz referência à mãe de Jesus.
Por isso, Maria é chamada verdadeiramente "Mãe de Deus",
como o celebramos na festa de hoje.

O Evangelho: nos apresenta Maria plenamente feliz,
recebendo a visita dos pastores... (Lc 2,16-21)

Lucas apresenta Jesus como o LIBERTADOR,
que veio ao mundo com uma mensagem de salvação para todos,
especialmente para os pobres e marginalizados:

1. Os Pastores, pobres e marginalizados,
    são os primeiros a receberem a notícia e
    dirigem-se "apressadamente ao encontro do menino.

* Sublinha a ânsia com que os pobres esperam a ação de Deus.
  
2. A Reação dos pastores:
   Glorificam e louvam a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido.
* É a alegria pela libertação, que se converte em ação de graças a Deus.
   Tornam-se assim porta-vozes do anúncio libertador,
    provocando admiração dos que escutavam o seu testemunho.

3. A Atitude de Maria:
   Ela "conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração".

* A atitude "meditativa" de Maria,
   que interioriza e aprofunda os acontecimentos,
   complementa a atitude "missionária" dos Pastores,
   que proclamam a ação salvadora de Deus,
   manifestada no nascimento de Jesus.    
   Duas atitudes que deveriam existir em todos nós...

* Qual é a nossa Atitude?
- Como os Pastores, alegres e agradecidos pelo que estamos vendo e ouvindo,
  felizes em poder anunciar a boa nova aos outros?
- Como Maria, atentos aos sinais de Deus,
  conservando e meditando a Palavra de Deus em nosso coração?

+ Hoje também é o Dia Mundial da Paz.
A Igreja quer nos lembrar desde o primeiro dia do ano,
que a paz anunciada pelos anjos em Belém é possível  
e devemos nos esforçar dia a dia para construí-la.
Paz que é antes de tudo obra da justiça e fruto do amor...
PAZ no coração... PAZ na família... PAZ na vizinhança... PAZ na comunidade...
PAZ no trabalho...  INSTRUMENTOS DE PAZ...

"Bem-aventurados os obreiros da paz"
Com esse lema, o Papa dirigiu sua mensagem para o dia Mundial da Paz.
E nos lembra que "a paz é dom de Deus e obra do homem. A paz envolve
o ser humano na sua integridade e supõe o empenho da pessoa inteira:
é paz com Deus, vivendo conforme à sua vontade; é paz interior
consigo mesmo, e paz exterior com o próximo e com toda a criação.
Obreiros da paz são aqueles que amam, defendem e promovem a vida na sua integridade... Devemos construir o bem da paz através de um novo modelo
de desenvolvimento e de economia. E fala do papel da família e das instituições
na educação para uma cultura da paz...

+ Que planos temos para ANO NOVO?

Que tal... COMEÇAR O ANO...
com renovada FÉ, renovada ESPERANÇA e renovado AMOR?

- E, a exemplo de MARIA, Mãe de Deus e Rainha da Paz,
  SEMEAR PAZ, ao redor de nós,
  para que esse ano novo seja mais humano, mais fraterno e mais cristão!...

* É O QUE DESEJO PARA TODOS NÓS!...

                                   Pe. Antônio Geraldo Dalla

sábado, 29 de dezembro de 2012

Liturgia Dominical - 30 de Dezembro de 20102

Família Sagrada

Em pleno clima natalício,
a Liturgia celebra a festa da SAGRADA FAMÍLIA.
O próprio Filho de Deus, vindo ao mundo,
quis seguir o caminho de todos:
fazer parte de uma família simples e humilde,
igual a tantas outras do seu tempo.

As Leituras bíblicas apresentam valores da família:

A 1ª leitura mostra que a fidelidade aos ensinamentos de Deus
assegura a harmonia familiar. (Eclo 3,3-7.14-17)

"Honrar Pai e Mãe" significa reconhecer a sua importância
como instrumentos de Deus, fonte de vida.
Isso supõe uma vida íntegra e correta, ajuda nas necessidades,
amparo na velhice, sem os desprezar nem abandonar.
- Como recompensa desta atitude, terá o perdão dos pecados,
  a alegria, a vida longa e a atenção de Deus.
  * Demonstramos gratidão aos nossos pais, que aceitaram ser,
    em nosso favor, instrumentos de Deus criador?
    O quarto mandamento continua ainda hoje atual...

Na 2ª leitura, Paulo aponta o ideal da vida cristã
como caminho seguro para construir a harmonia familiar. (Cl 3,12-21)

   "Revesti-vos de misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência..."
   "Suportai-vos e perdoai-vos uns aos outros... sobretudo amai-vos..."
   "A Palavra de Deus habite em vós... Cantai a Deus hinos espirituais..."

Conclui aplicando isso à vida familiar, dando recomendações
aos maridos... às esposas... aos filhos... aos pais...

O Evangelho nos apresenta a Sagrada Família de Nazaré,
como modelo de todas famílias. (Lc 2,41-52)

- Fiel às práticas religiosas, vai em peregrinação a Jerusalém
  para celebrar a Páscoa com o filho que já completara 12 anos.
- Quando Jesus se desvia da comitiva,
   vai aflita à procura do filho perdido, por três dias:
  "Teu pai e eu, estávamos angustiados à tua procura..."
- E Jesus faz duas perguntas: "Por que me procuravam?
  Não sabiam que eu devo estar naquilo que é de meu Pai?"

 * São as primeiras palavras de Jesus, no Evangelho de Lucas.
    Elas têm um sentido mais profundo do que um simples relato:
    Deus é o verdadeiro PAI de Jesus e a sua prioridade fundamental
    é realizar a missão confiada pelo Pai.

- Os Pais não souberam responder: "Não compreenderam,
  mas guardavam todas essas coisas no coração."
  Jesus é obediente ao Pai, embora pareça desobediente a eles...
- E o texto conclui dizendo:
   "Jesus voltou a Nazaré com seus pais... e permaneceu obediente a eles...
   e crescia em sabedoria, em idade e em graça... diante de Deus e dos homens."

* OBEDECER significa acolher os ensinamentos e manter fidelidade a Deus.

+ A Família não é mais aquela:

Sobre o tema, o Pe. Virgílio escreveu um belo artigo, que apresento em parte:

Não adianta se iludir: a família cristã não é mais aquela.
E, talvez, nunca mais ela volte a ser a mesma de outrora.
À semelhança da liturgia e da catequese,
a família também percorre o caminho da renovação,
em busca de um novo modo de ser...

Firmes precisam permanecer os valores fundamentais,
como o amor, a fidelidade, a indissolubilidade,
enquanto outros serão fatalmente substituídos.

Assim a obediência dos filhos passará a ser "colaboração".
A autoridade paterna cederá o lugar ao "serviço".
Os filhos deixarão de ser propriedade da família,
para se tornarem membros da comunidade...
A profissão dos filhos não será imposta pelos pais,
de acordo com seus pontos de vista ou suas ambições.
Os filhos vão optar, de acordo com suas aspirações.
A formação e a orientação dos filhos não serão mais
à base de sermões, preceitos e imposições,
e sim de exemplos e do testemunho.
No caso em que o testemunho de vida vier a faltar,
os pais perderão toda a credibilidade e
os filhos acabarão tomando rumos traiçoeiros...

A coragem para se renovar, e assim sobreviver,
a família vai encontrá-la no exemplo da Família de Nazaré.
 Maria jamais considerou seu Filho como propriedade exclusiva
e nunca interferiu na perigosa missão que ele livremente assumiu.
Ainda que, por causa disso,
ela acabasse com o coração traspassado por uma espada de dor,
ao encontrá-lo lá onde nenhuma mãe gostaria de encontrar seu filho:
suspenso numa cruz...

Mas a vida cristã, do serviço e do amor, também é uma cruz.
E nós vamos abraçá-la, assim como Jesus e Maria!

                                     Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 30.12.2012

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Natal

 


Feliz Natal

Há mais de dois mil anos atrás, nascia em Belém, alguém que viria mudar o rumo da humanidade. Seus ensinamentos iriam transformar as concepções até então vinculadas como certas, como verdadeiras; crenças limitantes, que faziam alguns serem maiores do que os outros, numa verdadeira disparidade social, racial e religiosa.
O menino que nascia, trazia consigo a esperança de uma nova sociedade, pautada em direitos iguais, onde todos vivam como irmãos, filhos do mesmo Pai. Com certeza, trazia no bojo uma proposta revolucionária, que tinha como base, como fundamento, como centro de toda a pregação, o amor. O seu amor transformou a humanidade, fez o mundo ser um lugar de irmãos, onde todos possam viver irmanados, um só pensamento e um só coração.
O seu jeito de falar entusiasmava as pessoas, fascinava as multidões, influenciando-as a mudar de direção. Foi, sem dúvida nenhuma, o maior líder de todos os tempos. Hoje, a sua liderança é estudada e seguida em todos os setores, tanto religiosos, como sociais, comerciais e industriais. Ele é o maior modelo a ser seguido, pois a sua fala e a sua prática sempre andaram plenamente unidas. Ele simplesmente fazia aquilo que pregava, e testemunhava com palavras, gestos e ações.
Reviver o clima e a festa do natal, o nascimento do menino Deus, é buscar seguir os seus ensinamentos na vida pessoal, familiar e social. É comprometer-se com a coerência de vida, onde as palavras, os gestos e as ações se complementam, e não se dividem. É sempre um desafio para todos os homens de boa vontade, que querem fazer desse mundo um lugar habitável e digno para todos.
Diante dos olhos do Menino Deus, todos nós somos iguais, sem diferença de raça, sexo, cor ou posição social. Os laços de amizade entre os povos devem se estreitar, numa busca sincera de justiça, onde todos possam ter uma vida digna e feliz.
Esse homem Deus, o menino Jesus, nascido numa gruta em Belém, vem novamente mexer com nossas atitudes de indiferença, de passividade, de soberba, orgulho, auto-suficiência e vem nos trazer a proposta de uma nova humanidade. É preciso que nós continuemos a acreditar que é possível o mundo transformar.
Somos chamados a abrir as portas de um novo tempo, onde reine a fraternidade entre os povos, a harmonia nas famílias, a busca continua de um encontro consigo mesmo, que se espalha num encontro de paz com os outros.
Não bastam palavras, apenas cumprimentos de feliz Natal, que acabam desgastando o verdadeiro sentido desse tempo. Faz-se necessário a mudança de atitudes, indo ao encontro do outro, num desejo sincero de perdão, reconciliação e vivência fraterna. O que realmente o natal nos ensina é que um abraço, um aperto de mão, um sorriso, podem ser decisivos para a construção de um mundo melhor, porque são sinais de um amor verdadeiro e sincero.
O Natal surge então como um tempo especial para mudanças, para renovarmos a nossa vida, porque o verdadeiro natal passa pelo coração, pela mudança de atitudes, pela busca sincera da vivência dos valores evangélicos, pela renovação interior e o desejo autêntico de sermos construtores do Reino de Deus.
Desejo sinceramente que o esse espírito natalino se faça presente em nossa vida pessoal, familiar e comunitária. Vamos acreditar que é possível construir um mundo de irmãos, e fazer das nossas vidas uma continua renovação e esperança de tempos melhores. É isso que deve mover a nossa vida, as nossas ações, a nossa luta diária e continua. É essa a lição que o Menino Deus vem novamente instaurar em nosso meio, tocando os nossos corações.
Feliz e abençoado natal para todos os homens de boa vontade.
Dr. Pe. André Marmilicz


domingo, 23 de dezembro de 2012

Papa Bento XVI

"Deus é acolhimento e alegria": Papa pede que visitemos presos, doentes e idosos no Natal



Cidade do Vaticano (RV) - “Imitemos Maria no tempo de Natal, visitando as pessoas com problemas”. Com estas palavras, o Papa comentou no Angelus o Evangelho deste IV domingo de Advento, que precede de poucos dias o Natal do Senhor, em que é narrada a visita de Maria à sua prima, Isabel.
Diante de milhares de fiéis que participaram do encontro e receberam sua bênção na Praça São Pedro, o Papa disse que “nas duas mulheres se encontram e se reconhecem, antes de tudo, os frutos de seus ventres: João Batista e Cristo”.
“Imitemos Maria neste tempo de Natal, visitando aqueles que vivem com dificuldades, como por exemplo, os doentes, os encarcerados, os idosos e as crianças”.
“A cena da Visitação expressa também a beleza da acolhida: aonde existe acolhida recíproca, a escuta, o ‘ceder espaço ao próximo’, está Deus e a alegria que vem Dele”.
“A mais idosa, Isabel, simboliza Israel que aguarda o Messias, enquanto a jovem Maria traz consigo a concretização daquela espera, para o bem de toda a humanidade”.
As duas mulheres, ambas grávidas, encarnam a espera e o Esperado – disse o Papa, convidando a olharmos também para Isabel:
“Imitemos também Isabel, que acolhe o hóspede como o próprio Deus. Sem desejá-lo, não conheceremos jamais o Senhor; se não O esperarmos, não O encontraremos; se não O procurarmos não O descobriremos”.
Este episódio não foi um gesto de mera cortesia, mas retratou com simplicidade o encontro do Antigo com o Novo Testamento.
“A exultação de João no ventre de Isabel é o sinal da realização da espera: Deus está para visitar seu povo”.
“Na Anunciação – prosseguiu o Pontífice – o arcanjo Gabriel havia falado com Maria sobre a gravidez de Isabel como prova da força de Deus: a esterilidade, apesar da idade avançada, se transformara em fertilidade. Acolhendo Maria, Isabel reconhece que se está realizando a promessa de Deus à humanidade e exclama: “Bendita tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre”.
Partindo daí, o Papa fez o seguinte convite:
“Rezemos para que todos os homens procurem Deus e descubram que é o próprio Deus que antes nos vem visitar. Com a mesma alegria de Maria que corre para visitar Isabel, vamos também nós ao encontro do Senhor que vem” – concluiu Bento XVI.
Depois da oração mariana, foi a vez das saudações em várias línguas: em polonês, o Papa se dirigiu particularmente “às pessoas que se sentem sozinhas, aos doentes, àqueles que enfrentam dificuldades”, desejando “paz, calor humano e amor; a todos a esperança, o perdão e a reconciliação”.
Em francês, o Papa reiterou que a Encarnação de Jesus está “no coração de nossa fé”. Em inglês, pediu que “se faça espaço nos corações para acolher o Deus que vem”. Em espanhol, fez um encorajamento a compartilhar a alegria de Natal. Enfim, em italiano, os votos de um bom domingo e muita serenidade nas próximas festividades de Natal.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Homilia dominical - 23 de Dezembro de 2012

Uma Mulher

A Liturgia do advento nos apresenta várias pessoas
que prepararam o povo para a vinda do Messias:
Jeremias, Baruc, Sofonias, Miquéias, João Batista...
Hoje aparece a figura privilegiada de uma MULHER
que trouxe ao mundo o próprio Salvador.
Quem aguarda o Salvador não pode esquecer a sua mãe.

As Leituras bíblicas nos fazem sentir o clima do Natal.
Deus escolhe instrumentos humildes para realizar suas obras.

Na 1a leitura, o profeta Miquéias fala do ambiente humilde
onde irá nascer o Messias. (Mq 5,1-4a)

Ele não nascerá numa cidade grande e importante, como Jerusalém,
mas num pequeno povoado desconhecido, Belém.
Ele não sairá de uma família rica e poderosa,
mas de uma família pobre e humilde, e agirá como um simples pastor.
O Deus grande e poderoso torna-se presente na pequena Belém, na pequena Maria, porque Deus escolhe o caminho da pequenez, da humildade, do serviço.
É o estilo de Deus.

A 2ª Leitura afirma que Cristo se ofereceu ao Pai para cumprir a sua vontade:
o valor da nossa existência, das nossas orações, dos nossos trabalhos
se encontra no cumprir esta vontade. (Hb 10,5-10)

O Evangelho narra o encontro de duas Mães,
que vibram de alegria com a realização das Promessas. (Lc 1,39-45)

- Após a Anunciação, em que deu o seu "SIM" a Deus,
 "Maria se põe a caminho... e vai às pressas à casa de Isabel".
  Maria nos ensina o melhor jeito de acolher:
  estar atento às necessidades dos irmãos, partir ao seu encontro,
  partilhar com eles a nossa amizade e ser solidário com as suas necessidades.

- "Logo que entrou, saudou Isabel" : "Shallon".
   Shallon sintetizava o conjunto dos bens prometidos por Deus ao Povo...
   Maria era mensageira dessa "PAZ".
   * Em nossas VISITAS, procuramos levar a Paz?

- Isabel, iluminada pelo Espírito Santo, compreendeu os acontecimentos  
  e exclamou com toda alegria: "Bendita és tu entre as mulheres..."
  Lembra as Palavras dirigidas a duas mulheres fracas e desconhecidas,
  Judite e Jael, de quem Deus se serviu para libertar seu povo. (Jt 13,18; Jz 5,24)
  * Maria é o instrumento de Deus para concretizar a salvação dos homens...

- "Donde me vem a honra de que a mãe do meu Senhor me visite?"
   Lembra palavras de Davi ao receber a Arca da Aliança em Jerusalém...
   Maria é a nova Arca da aliança, que traz a presença salvadora do Senhor
   no meio do povo.
   Davi exultou com a presença da arca da aliança...
   Isabel exultou de alegria pela visita recebida...

    * Valorizamos as VISITAS recebidas? (ou toleramos?)
   O menino saltou de ALEGRIA no seio da mãe.  A presença de Jesus
   provoca a alegria nos que esperam a concretização das promessas de Deus
   e que vêem na chegada de Jesus a realização das promessas de um mundo
   de justiça, de amor, de paz e de felicidade para todos os homens.

- "Bem aventurada és tu porque acreditaste..."
  É a primeira bem-aventurança que se encontra no Evangelho...
  Maria é bem aventurada porque confiou na Palavra de Deus.
  Aceitou também as conseqüências de seu consentimento:
  aparecer grávida perante José e o público,
  sem poder explicar o fato e provavelmente sem ser acreditada...
  Daí a sua alegria em casa de Isabel, ao ver-se compreendida por alguém...
 * Nem sempre é fácil acreditar nas promessas do Senhor...
    Maria nos ensina que vale a pena confiar...

- Então Maria responde: "A minha alma enaltece o Senhor..."
É um Salmo de Ação de graças, porque Deus protege os humildes e os salva.
É um Salmo de Esperança e de Confiança, porque Deus se preocupa dos pobres.
Maria é um sinal do amor de Deus, preocupado em trazer a libertação a todos...
* Sabemos louvar e agradecer a Deus pelas maravilhas
   que Deus continua fazendo em nós?

- "Maria permaneceu... três meses... e voltou..."
  * Permanecemos o tempo apenas necessário com os amigos,
     sem perder tempo e sem fazer perder tempo?

+ MARIA NOS ENSINA TRÊS COISAS:

1. Levar JESUS no coração:
   Maria levou a Isabel o que tinha de mais precioso: JESUS.
   Tinha-o em seu seio e o sentia crescer cada dia.
   * Preparar-se para o Natal significa fazer nascer Jesus em nosso coração e
      manifestá-lo com o nosso amor, com o nosso sorriso, com a nossa alegria.

2. A ALEGRIA de encontrar os amigos:
    Quando Maria e Isabel se encontraram, sentiram uma grande alegria.
   * Quando Jesus vive em nós, também nós podemos sentir mesma alegria
      ao nos encontrar com os amigos.

3. A CARIDADE em primeiro lugar:
   Maria "foi às pressas" a Isabel para se colocar a seu serviço.
   * Nesses dias que nos separam do Natal, também nós podemos fazer
      com alegria pequenos serviços para as pessoas que convivem conosco.

Com Maria, chegaremos até Belém...

                                               Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 23.12.2012

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Advento

Advento – Tempo de Paz

Os seres humanos por natureza anseiam por um mundo de paz, onde todos vivam em harmonia, numa relação fraterna, feita de compreensão e valorização do outro. A paz é o que nós desejamos a todos os homens de boa vontade.
Tempo de advento é um tempo por excelência para construirmos bases sólidas de paz, onde cada um viva em paz consigo mesmo, com os outros e com Deus. Não queremos guerras e nem divisões, mas sonhamos com um mundo de paz.
A paz em primeiro lugar é fruto de um continuo encontro profundo consigo mesmo. Quem vive em conflito interior, não se aceita como é, não se valoriza, não se ama e por isso vive em guerra interior.
Para viver em paz, é preciso que cada um aprenda a gostar de si mesmo, com suas qualidades, seus valores, mas também seus limites e seus defeitos. Aprender a elaborar tudo isso é fundamental para trilharmos o caminho da paz. Tem pessoas que se agridem a si mesmas, se auto-destróem e vivem continuamente se comparando com os outros, numa atitude de inferioridade. Sempre se consideram abaixo dos outros, como se fossem injustiçadas por Deus, por tê-las feita do jeito que são.
Cada ser humano é único, especial, com o seu jeito de ser e de viver. Graças a Deus somos diferentes e é isso que dá sentido para a nossa vida. Por causa da diferença é que temos uma identidade própria. Cada um precisa voltar-se para dentro de si mesmo, e ali fortalecer o brilho da sua existência.
A boa relação consigo mesmo, provocando uma paz interior, com certeza será fundamental para uma boa relação com os outros, e conseqüentemente viver em paz com eles. Se eu estou bem comigo mesmo, eu não vejo o outro como um concorrente, mas como um irmão com quem quero trilhar o caminho da vida. Alguém com quem eu divido as minhas alegrias, as minhas dores, as minhas conquistas, os meus sonhos, as minhas angústias e a minhas alegrias. O outro é visto como um irmão que Deus colocou em meu caminho, para juntos sermos construtores de um mundo melhor.
Quando me acolho do jeito que sou, sem brigas internas, acolho também o outro do jeito que ele é. Não busco mudá-lo, pois não tenho esse poder, mas compreendê-lo e acolhê-lo na sua singularidade. É muito bom saber que ele é diferente de mim, pois isso acrescenta muita coisa para a minha própria vida. Com o outro eu tenho muito a aprender e também, muito a ensinar. Interagimos, pois ajudamos e somos ajudados. Esse modo de ser indica que estou em paz comigo mesmo e com o outro.
Enfim, viver em paz com Deus. Significa fazer a experiência de um Deus amoroso, que me acolhe e me ama bem do jeito que sou, pois sou no fundo sua criatura e tudo o que trago dentro de mim, é dom gratuito Dele. Tem gente que briga com Deus, que reclama, murmura, não aceitando os imprevistos da vida. Parece que Deus é culpado de tudo, é o grande causador das desgraças das pessoas. Pelo contrário, Deus é sempre bondade infinita, amor pleno e total.
Quem faz a experiência de um Deus amoroso, vive essa relação com Ele de modo pacifico, e mesmo diante das intempéries, consegue perceber o dedo de Deus. É comum vermos pessoas afirmarem na hora da dor que Deus abriu os seus olhos e mudou a sua vida. Isso é sinal profundo de um encontro harmonioso com Deus.
Tempo de advento é tempo de construirmos um mundo de paz. A para que começa dentro de mim, se dá numa relação de amor com Deus e se expande no encontro com o outro, o diferente. Oxalá o mundo fosse mais pacifico, e tudo seria bem melhor. Jesus, o príncipe da paz nasce para revolucionar o mundo, e o grande anúncio é esse: paz na terra aos homens de boa vontade. Viva o amor e seja um instrumento da paz

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Natal

NATAL ENCONTRO COM CRISTO

O Novo Testamento registra encontros fascinantes e decisivos entre as pessoas e Jesus. O homem moderno aprecia, valoriza e necessita de encontros, de comunicação interpessoal, de aceitação de uma presença, de uma experiência de amizade.
Natal cristão é encontro pessoal com Jesus Cristo, o amigo por excelência porque é o salvador. No rosto de Cristo, o homem sente-se atraído para Deus e impelido para encontrar os irmãos. No olhar de Jesus Cristo, descobrimos quem é Deus e quem nós devemos ser. Jesus é o nosso verdadeiro eu e fascinação da humanidade.
O Documento de Aparecida focaliza algumas características dos encontros com Jesus de Nazaré. Primeiro, um encontro vivo. É uma experiência vital entre um eu e um tu. É um acontecimento que arrebata, fascina, transforma. Um encontro que impacta e causa assombro, admiração, encantamento. Segundo, um encontro decisivo. Que o digam a samaritana, Zaqueu, Maria Madalena, Nicodemos, Paulo e os milhares de convertidos, como também, nossos santos e mártires. Encontrar Jesus foi decisivo em suas vidas.
Terceiro, um encontro persuasivo. Provoca fé, opção, seguimento, rendição. Sentimo-nos conquistados por Cristo Jesus, assumimos seus pensamentos, seus sentimentos, seus critérios, suas atitudes, seu destino. Quarto, um encontro fundante. Jesus Cristo é o fundamento, a raiz, a rocha do nosso existir. Nele encontramos a verdade, a vida, o caminho, a direção, a bússola.
Quinto, um encontro fascinante. Encontramos em Jesus o tesouro, a felicidade, a prioridade de nossas vidas. Ele o Primeiro e o Último. “Nada antepor a Cristo Jesus” dizia São Bento. Podemos assim conhecer Jesus internamente, amá-lo ardentemente, segui-lo generosamente e anunciá-lo corajosamente.
Sexto, um encontro profundo. Tal encontro acontece no íntimo do coração, cria vinculação, intimidade, amizade com o Filho de Deus. Tudo isso torna a vida bela, grande e livre. Jesus Cristo promove, eleva, enaltece a vida humana. Tão profundo é este encontro que nos permite ver Jesus, viver com Jesus, ser como Jesus e permanecer com Ele.
Sétimo, um encontro irradiante. Trata-se de uma experiência inesquecível, envolvente e contagiante porque irradia entusiasmo, alegria, paz. Não é possível esconder o que aconteceu, pelo contrário, a divulgação, o testemunho, a missão evangelizadora torna-se irresistível. “Não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos”  atestam os Apóstolos. Jesus Cristo é então seguido, amado, adorado, anunciado e comunicado.
Oitavo, um encontro fecundo. Produz frutos de conversão, transformação da realidade, promoção humana, profetismo, consciência social, opção pelos pobres, defesa da vida, implantação do reino de Deus. Não é um encontro íntimista, mas, comprometedor, e transformador.
Nono, um encontro libertador. Livres do mal, do egoísmo, do comodismo, podemos servir os irmãos. Percebemos que diante da idolatria, Jesus apresenta o Pai como bem supremo. Diante do erotismo, Ele pede oblação, renúncia e doação de si. Diante do individualismo, Jesus de Nazaré nos convoca à comunhão fraterna. Diante da exclusão, ele defende os fracos e a vida digna. Diante da natureza ameaçada, O Filho de Deus fala do cuidado que o Pai tem pelas criaturas.
Neste Natal procuremos estabelecer um encontro com Jesus para superarmos o cristianismo anêmico e o catolicismo pagão que acontece ao nosso redor. O Natal deste ano tem um toque especial porque acontece dentro do Ano da Fé. Foi exatamente a fé que propiciou o encontro dos pastores e magos com Jesus, a “Criança de Belém”. Os pastores voltaram maravilhados e os magos voltaram por outro caminho, porque Jesus é o caminho, a verdade, a vida.

Dom Orlando BrandesArcebispo de Londrina
Folha de Londrina, 15 de dezembro de 2012

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Natal

Novena em preparação à Festa do Santo Natal

Ó Jesus, Sabedoria incriada, Sol de justiça e Esplendor da luz eterna,
que quisestes assumir a natureza humana para recuperar às nossas almas
o dom inapreciável da vida divina e readmiti-las à herança do Paraíso,
o nosso coração se enche de alegria e de gratidão ao relembrar
o mistério da vossa Encarnação.

Nós vos desejamos, ó Divino Salvador, com o ardor dos patriarcas e dos profetas,
que viveram na esperança da Redenção prometida, e nos unimos aos sentimentos
inefáveis de Maria, vossa Mãe dulcíssima, na espera do vosso Nascimento.

Vinde, ó Senhor, dissipai as trevas do egoísmo e do erro, e levai-nos
à imitação das vossas virtudes.
A vossa humildade cure o nosso orgulho, a vossa pobreza nos desapegue
de todas as coisas terrenas e nos una a vós, nosso único bem.

E quando os Anjos, extasiados diante do mistério da vossa Natividade,
cantarem “Glória a Deus e paz aos homens”, fazei, ó Divino Redentor,
que nossos corações sejam inflamados do desejo de vossa glória e da verdadeira paz,
com Deus e com os irmãos, no vínculo daquele amor que vós
vos dignastes ensinar aos homens com vossa vinda. Amém.
Fonte: Apóstolas em Oração

sábado, 15 de dezembro de 2012

Homilia dominical - 16 de dezembro de 2012

Alegrai-vos

O terceiro domingo do advento é conhecido
como o "Domingo da ALEGRIA".
A chegada do Senhor no Natal, que se aproxima,
provoca em nós uma profunda alegria.

A 1a Leitura é um Hino à ALEGRIA, anunciado por Sofonias,
porque foi revogada a sentença que condenava Judá.
O próprio Deus estará no meio do povo, como Salvador.
"ALEGRA-TE de todo o coração, cidade de Jerusalém...
não tenhas medo, Sião...O Senhor, teu Deus,
está no meio de ti, como poderoso Salvador..." (Sf 3,14-18)
(Palavras semelhantes são pronunciadas a Maria pelo anjo...)

* A fonte da alegria cristã é a certeza de que Deus nos ama e
está no meio de nós com uma proposta de salvação e de felicidade.

O Salmo reforça o motivo da ALEGRIA:
  "Alegrai-vos, habitantes de Sião, porque é grande
   em vosso meio o Deus Santo de Israel..." (Is 12,6)

Na 2a Leitura, Paulo recomenda aos filipenses ALEGRIA,
num momento em que eram perseguidos e ele próprio estava na prisão.
"Alegrai-vos sempre no Senhor, repito, alegrai-vos... (Fl 4,4-7)

* A alegria cristã é sinal visível da presença do Ressuscitado na comunidade.

No Evangelho, João Batista anuncia ALEGRIA pelo Salvador que vem,
mas está preocupado com algo que pode estragar tudo: Os pecados...
E faz um veemente apelo à CONVERSÃO...  (Lc 3,10-18)

- O Povo acolhe o apelo e pergunta: "E nós, o que devemos fazer?"
- João Batista apresenta o caminho da conversão, que garante a alegria:
  aponta 3 atitudes bem concretas para quem quer fazer a experiência
  da conversão e de encontro com o Senhor que vem.

1. Ao povo: Solidariedade e partilha com os necessitados:
   "Quem tem 2 túnicas... comida... reparta."

   * Os bens que temos são sempre um dom de Deus e pertencem a todos:
    Ninguém tem o direito de se apropriar deles em benefício exclusivo.
    - Muitas vezes nos desculpamos que não temos nada para dar...     
    Será que não podemos sempre dar um sorriso, um gesto de amizade,
    um momento de escuta?
                       
2. Aos cobradores de impostos: Honestidade e justiça:
    "Não cobrar mais do que foi estabelecido..."

 * Quem seriam hoje esses publicanos, que usam o dinheiro com esperteza,
    que sonegam os impostos e exploram os humildes?  
    - Para estes, será suficiente apenas recitar umas orações, neste Natal?

3. Aos Soldados: não exercer a violência e o abuso do poder...
    "Quem tem poder...não tomar à força dinheiro de ninguém..."

   * Quem são as pessoas que hoje abusam da força, do cargo que ocupam...
      para se impor... para oprimir os mais fracos?

+ João aponta Três Caminhos para conseguir a alegria
    prometida para aqueles que acolhem o Cristo que vem:
    - O Caminho da Solidariedade (partilha);
    - O Caminho da Justiça;
    - O Caminho da não-violência.

   E aponta 3 pragas, das quais devemos nos libertar:
   a ganância, a injustiça e o abuso do poder,
   realidades que estavam presentes no tempo de Jesus...
   e que continuam presentes ainda hoje...

+ E nós, "o que devemos fazer"
   para poder gozar a verdadeira alegria do Natal?

- Você Pai, você Mãe, o que deve fazer
   para criar esse clima de alegria em sua casa? 
- Você Jovem, que encarna a força e a criatividade,
   já descobriu o que deve fazer para conquistar essa verdadeira alegria?
- Você, que está de mal... e não quer perdoar: o que deve fazer?
- Você, que fala demais da vida alheia: o que deve fazer?
- Você, que bebe demais e inferniza sua família: o que deve fazer?
- Você que não tem tempo para Deus, para a família, nem para a Novena...
            só para os negócios: o que deve fazer?
- Você, que com orgulho gosta de aparecer e discrimina os mais humildes:
             o que deve fazer?
- Você, que não é sincero... nem fiel... nem honesto: o que deve fazer?

 A ALEGRIA CRISTÃ sempre foi um sinal da libertação messiânica...
 Uma grande alegria anunciaram os anjos em Belém aos pastores...

* Damos sempre testemunho dessa alegria?
- Será que as nossas comunidades são espaços
  onde se nota a alegria pelo amor e pela presença de Deus?
- Será que semeamos ao redor de nós mais alegria, ou tristeza?
- Semear mais alegria não poderia ser também para nós
  um gesto concreto de conversão em preparação desse Natal?

 E nós, o que devemos fazer, então?

CANTO: Alegrai-vos sempre no Senhor!...

                                 

                                             Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 16.12.2012

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