Teológico Pastoral

Teológico Pastoral

terça-feira, 30 de abril de 2013

Dia do trabalho

VIVA O TRABALHADOR

Jesus foi um trabalhador manual. Trabalho não é castigo e muito menos mercadoria e mero instrumento de produção e de lucro. A dignidade de todo trabalho esta na pessoa humana que o realiza “O trabalho é para o homem e não o homem para o trabalho” (João Paulo II). O trabalhador é alguém co-criador com Deus e com seu reino, e construtor da comunidade. O trabalho é um “bem digno” e nunca pode servir de opressão, escravização e exploração das pessoas, porque dignifica o trabalhador, edifica a família, constrói a sociedade, transforma a nação. Portanto, o trabalho é algo positivo, criador, educativo e meritório. É preciso defender a prioridade do trabalho sobre o capital. O centro de uma empresa é o trabalhador. O capital é o fruto do trabalho e subordinado ao trabalhador. Por isso o trabalho é a chave central de toda a questão social. A técnica, o lucro, a globalização não podem ser adversários do homem, porque o “sujeito” do trabalho é a pessoa humana. Sem esta defesa do primado da pessoa humana sobre o capital, teremos sempre exploração, escravismo e manipulação de pessoas e de vidas humanas.
O trabalho é fonte de direitos e deveres do trabalhador. A dignidade do trabalhador, confere-lhe direito ao salário justo, à associação sindical, e sabemos que como “último remédio”, existe o direito à greve justa, depois do fracasso do diálogo e das negociações, como afirma a encíclica sobre o “Trabalho Humano” nº 20. Claro que a greve é um meio extremo que não pode se transformar em jogo político, muito menos em abuso de um direito. Enquanto não for respeitada a dignidade do trabalhador e a dimensão social do trabalho, o desemprego, o êxodo rural, o trabalho feminino, a desqualificação do trabalhador, a exploração do trabalho infantil continuarão sendo as grandes ameaças contra a vida e contra os direitos humanos. O Evangelho do trabalho significa “gostar do que fazemos, crer no que fazemos”. Uma nova economia que respeite o primado do trabalhador sobre o capital, uma nova política que se converta para o desenvolvimento social e elevação dos pobres, uma nova mística religiosa forte no profetismo e na opção misericordiosa para com os pobres, são alianças e parcerias urgentes para salvar a humanidade do desemprego, da fome e da exploração. Sem revolução econômica, política e ética, a paz é um sonho e as guerras, os assaltos, os sequestros, as mortes, são o alto preço que iremos pagando até o raiar de um mundo diferente fundamentado no evangelho e na justiça.
A humanidade tem dificuldades para equacionar a questão do trabalho. Ora luta com o desemprego, depois aparece o excesso de ócio. Há lugares onde o trabalho escravo oprime as pessoas e em outros lugares existe a super-especialização do trabalhador que é um fator excludente.
Estamos ainda desconfortados com o trabalho excessivo dos pais e o abandono dos filhos. Vivemos uma era de sucesso empresarial e do fracasso familiar. Surgiram doenças modernas provocadas pelo excesso de trabalho. A divinização da matéria gera idolatria e escravidão. Quanto stress, esgotamento, angustia provenientes do trabalho exagerado e divinizado.
Precisamos recordar a espiritualidade do trabalho que consiste em trabalhar com amor, com o coração, com alegria. O fogão, o volante, as máquinas, o bisturi, o computador, a vassoura são altares que santificam. É pelo trabalho que a pessoa se realiza, a família é sustentada, as potencialidades e criatividades afloram, a matéria é humanizada, a sociedade evolui e o trabalhador se santifica.
Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina
Folha de Londrina, 27 de abril de 2013
Construir a paz

Celebramos o Dia Mundial do Trabalho, homenageando São José Operário, lembrando que todo trabalho é digno, e todas as pessoas têm direito a trabalhar. Ele é fonte de sustento para a vida e faz com que o trabalhador se torne mais humano e realizado como pessoa. Podemos dizer que o trabalho, trazendo condição de vida, constrói a paz.
Jesus cita uma frase muito importante e motivadora de paz: “Dou-vos a paz, a minha paz vos dou” (Jo 14, 27). Paz que é fruto da boa convivência, de não colocar fardos pesados sobre os outros, de viver a nova lei do amor, ensinada pelo Senhor. A paz é fruto também da capacidade de superação das diferenças no seio de uma comunidade.
Estamos ainda em tempo de Páscoa, do projeto de “um novo céu e de uma nova terra”, na construção de um mundo diferente, mas também conscientes de que isto é possível. Não podemos ser intimidados pela constante onda do mal, da destruição e do desrespeito à vida, impedindo a concretização da paz. Muita gente vive em constante guerra interior.
A Páscoa, o trabalho e a paz devem solidificar a esperança do povo. Sem isto, o futuro fica obscuro e desmotiva a luta por uma vida feliz. A sociedade tem a necessidade de se nutrir de potencialidades com princípios de humanidade, tendo como meta a vitória da vida, ou a realização plena da paz interior e comunitária.
No mundo de violência generalizada na sociedade brasileira, também de uma mídia propagadora e motivadora disto, reina um clima de desvalorização da pessoa humana e de insegurança de todos. Podemos quase dizer que não estamos num país de paz. Alguma coisa precisa ser feita para reverter esta situação preocupante.
Apesar de todo desenvolvimento tecnológico nos diversos campos da atualidade, parece que o principal e mais urgente, que é o valor da pessoa humana, não progrediu. Não há verdadeira preocupação com a paz, porque ela não está sendo verdadeiramente construída por quem tem nas mãos o poder de fazê-lo.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Formação humana

A LUTA ENTRE O BEM E O MAL

No inicio da Bíblia tem uma passagem bastante emblemática, e que nos ajuda a entender a luta que existe entre o bem o mal. É a história de Abel e Caim. Abel, um homem bom e trabalhador, agraciado por Deus, um símbolo daquilo que Deus espera de cada ser humano. Caim, pelo contrário, um homem invejoso, que não se alegra com a felicidade de seu irmão Abel e como consequência, acaba tirando a sua vida. Podemos condenar Caim pela sua atitude, mas talvez, agindo assim, estaremos condenando a nós mesmos, que tantas vezes optamos pelo mal e pela destruição do nosso irmão.
Na verdade, Caim e Abel são duas figuras que revelam o intimo de cada um de nós. O bem e o mal, Abel e Caim, estão dentro de cada ser humano, e diariamente devemos escolher a quem seguir e a quem dar mais força e poder.
Existe uma tendência inata ao mal dentro de nós, e que precisa ser enfrentada com coragem e muita persistência. Quantas vezes nos deparamos com realidades que nos deixam um tanto perplexos, tais como alegrar-se com a desgraça do outro. Falamos em amor, em compreensão, em partilha, mas de repente quando sabemos que alguém foi mal, se lascou, parece que nós gostamos e até vibramos. Anormal essa nossa atitude? Diria que não, mas o instinto venceu sobre a razão. Depois, quando paramos para refletir, percebemos o erro que fizemos. Não existe nesse mundo nenhuma pessoa que não tenha feito algo de errado, e se arrependido depois. Faz parte da nossa natureza humana, por vezes tão má e passível de destruição do outro.
Existe também, por outro lado, uma tendência inata ao bem. Mas ela é uma questão de escolha, porque o instinto do mal fala em primeiro lugar. Fazer o bem é escolher a vida, e isso requer um esforço diário, porque por natureza somos mais propensos ao mal do que ao bem. Vibramos mais com a derrota do outro do quem com a sua vitória. Eu não estou sendo trágico e nem fatalista ao falar sobre isso, mas muito realista com aquilo que faz parte da raça humana.
Escolher o bem é na verdade uma atitude que precisa ser retomada, analisada e avaliada diariamente. Requer um grande esforço, porque fazer o mal é muito mais fácil e imediato e não exige nenhuma força extra. Basta simplesmente se deixar levar pelos instintos animalescos, sem colocar a razão em movimento.
No entanto, o que realmente realiza e dignifica o ser humano, é o bem que ele semeou, plantou e realizou ao longo de sua vida. O mal causado pode ser um alivio naquele momento, mas depois se revela prejudicial e um grande problema a ser resolvido. O bem, pelo contrário, nos fortalece e nos deixa com a consciência tranquila e em paz. Talvez diante das críticas recebidas, apesar do bem que foi feito, sentimos uma espécie de arrependimento pelo que fizemos de bom, mas isso é um sentimento breve e passageiro.
Jesus passou pela vida fazendo o bem e é isso que ele quer de nós, porque ele deseja a nossa felicidade. O bem que fazemos volta para nós em dose dupla e o mal, assim como bem, também volta duplicada para quem o faz. Toda vez que praticamos um ato de amor, de bondade, sentimos dentro de nós a alegria e isso nos realiza profundamente; o mal que desejamos e realizamos contra alguém, volta também para cada um de nós, e nos torna pessoas tristes, ruins por dentro, com a sensação de ter feito algo errado provocando consequências negativas.
Viver, portanto, é escolher entre o bem e o mal, diariamente, mas se quisermos a felicidade, a realização plena, não tenhamos dúvidas de que o bem é sempre mais libertador e realizador. Jesus nos deu o exemplo, passando pela vida e fazendo o bem a todos, independentemente de raça, cor, sexo ou posição social. Sal vida foi uma entrega total em prol da realização da raça humana. Façamos o mesmo, se quisermos ser felizes.

domingo, 28 de abril de 2013

Homilia dominical - 28 de Abril de 2013

DEUS É “AMAR”!
(Liturgia do Quinto Domingo da Páscoa)

“Nisto, todos conhecerão que sois meus discípulos”. Não sei qual é a experiência dos outros sacerdotes que preparam a pregação da Palavra de Deus na liturgia, mas para mim, especialmente neste Quinto Domingo da Páscoa, esta não é uma tarefa fácil.
A dificuldade não está no fato de que não se tenha o que dizer ou não se compreenda o seu conteúdo, mas está no fato de que, pensando nesse tempo em que vivemos, inclusive como Igreja local, falar de amor, de testemunho de amor, ou seja, falar de critério de pertença a Jesus Cristo e à Igreja, critério constituído unicamente pelo testemunho de amor é, de fato, algo difícil.
Todavia, a mensagem das leituras deste domingo não poderia deixar de focalizar aquilo que, no final das contas, é o essencial da identidade cristã. O amor!
Jesus, falando aos discípulos durante a última Ceia no Evangelho (Jo 13,31-33ª.34-35), revela-lhes que a Sua morte é o caminho para manifestar a glória de Deus. Depois, resume todos os mandamentos no novo mandamento, que consiste no amor ao próximo como Jesus fez, doando-Se até o fim. Adverte que o que fará com que sejam conhecidos como discípulos Seus será o seu modo de amar, assim como o Mestre amou.
Foi a obediência a esse novo mandamento que levou os discípulos a dedicar a vida ao anúncio de Jesus. Mas hoje todos falam do amor, sabem dizer palavras belíssimas sobre o que seria o amor em si, sobre como deveria ser visto o amor, como é preciso ser concebido a partir das novidades da modernidade. Quase todos pretendem ser mestres neste campo do amor e dos relacionamentos, inclusive, superficializando o que é profundo e simplificando o que é complexo.
Infelizmente, o amor, essa experiência do belo e do infinito de Deus que o ser humano pode fazer, tornou-se expressão comum nos lábios de todos.
Quem de nós já não teve a impressão de que, não raro, o amor se tornou algo banal, peça de publicidade com sentido muito mais exterior, com pouco espaço para algo, de fato, profundo?
É possível também observar na linguagem das pessoas do nosso tempo que o amor é visto somente como substantivo, e não também como verbo. Explico. Fala-se de amor, e nem tanto de amar.
Mas há uma enorme diferença nisso. Chama-se “passivização” do verbo. Ou melhor, se a linguagem apresenta a forma “passivizada”, a partir desse nível já se nota a direção da ação sugerida pelo verbo.
Diversas vezes fiz essa pergunta a um grupo de jovens com quem mantive um contato bem freqüente: “para vocês, o que é mais importante, amar ou ser amado”? Posso testemunhar que, com pouquíssimas exceções, de modo geral, por temor ou por falta de atenção, quase todos expressaram tranquilamente que o mais importante para eles é ser amados. Ou seja, o importante é o amor, não amar.
Essas tendências expressas acima são muito indicativas para a compreensão de tantas coisas tristes que acontecem atualmente.
Certamente, é possível perceber essa atitude em todos os tempos, inclusive no tempo em que Jesus viveu nesta terra. A atitude de Jesus sempre me toca: “Amai-vos uns aos outros, assim como/porque Eu vos amei”!
Isso é estranho! Mas, de acordo com a “compreensão” atual do amor a formulação não deveria ser, então: "Assim como eu vos amei, amai a MIM também”? Não! Jesus ama, não para ser amado! E eis o abismo entre as propostas deste mundo e as propostas de Deus!
Por outro lado, creio que é a partir dessa tendência que um mundo “criado” por nós torna-se sempre mais velho, entediante, finito, palco para a busca do sucesso e do reconhecimento a todo o custo.
Quando se pretende apenas reclamar e se "esquece" que se não existe um movimento de “circularidade” no amor, tudo se arruína, perde o frescor e torna-se monótono.
E quantas faces com estas características vemos hoje! Basta sair às ruas e não precisa muito esforço para ler certos rostos e descobrir o que está por trás daqueles olhos... Quanto vazio existe em seus corações!
E, então, mais do que nunca é necessário deixar ressoar com força a mensagem de Deus: “Eis que faço nova todas as coisas”! Quando Deus está presente na vida de alguém, o que se torna mais importante não é tanto o amor, mas, amar!
Ninguém sentirá mais necessidade de comprar nada para satisfazer-se e realizar-se, ninguém precisará mais atrair para si os holofotes da mídia para se destacar, ninguém mais precisará vilipendiar a boa fé das pessoas para se sentir importante, amado ou realizado, ninguém precisará mais chocar para mostrar algum conteúdo, porque descobrirá que Deus é capaz de preencher todos os vazios do coração com o que Ele é: o Amor. Aliás, a definição de Deus é o amor! “Deus é amor!”.
Aqui alguém poderia contra argumentar que nesta definição fundamental da fé cristã há contradição com o que disse acima, haja vista que a definição “Deus é amor” é baseada no substantivo e não no verbo.
Contudo, mesmo que em nossa língua seja destacada a dimensão passiva na expressão, para quem conhece um pouco que seja do grego, língua em que os evangelhos foram escritos, bem como os outros escritos do Novo Testamento, saberá muito bem que existem três termos para falar de amor.
Focalizemos apenas e de modo muito simples que na definição que o autor da Primeira Carta de São João dá de Deus, usa o temo “agape”, que significa amor doação e não, portanto, amor “recebimento”.
Por conseguinte, Deus é amor porque dá o amor. Por isso, talvez, seria melhor dizer “Deus é amar” ou “Ser Deus é amar”. Ou, para retomar a pergunta feita àqueles jovens: “para Deus, o que é mais importante não é tanto ser amado, mas amar.
Então, talvez, seja o caso de rever o nosso modo de pensar a vida. Talvez seja necessário perguntar-nos se a nossa capacidade de amar não precisa ser um pouco purificada e orientada. Porque o importante na vida, para que seja verdadeiramente plena e realizada, não é tanto o amor, mas amar.
Há mais alegria no dar do que no receber”! Que o Senhor nos ajude a entrar no fluxo divino da generosidade, e que a partir da visão do Apocalipse na segunda leitura (21,1-5ª) nos faça enxergar o ponto de chegada da humanidade, isto é, o amor. Trata-se da Nova Jerusalém que desce do céu como esposa pronta e fiel para o seu esposo. No final da caminhada da humanidade haverá esse encontro de amor, no qual o mal, sofrimento e nossas piores tendências egoístas serão vencidas para sempre, pelo amor! (Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA – Missionário Inaciano – formador@inacianos.org.brwww.inacianos.org.br).

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Homilia Dominical - 28 de abril de 2013

A Despedida

Na Liturgia desses domingos de Páscoa,
podemos perceber a preocupação de Cristo
em formar a sua Igreja, que continuará
a obra de salvação iniciada por ele:
- As aparições no Cenáculo e na pesca milagrosa...
- A imagem do Rebanho, do qual Cristo é o Bom Pastor...

Hoje nos fala do espírito que deve animar a nova Comunidade:
O AMOR MÚTUO.

A 1a Leitura mostra o final da 1a viagem missionária de Paulo e Barnabé,
na qual fundaram e organizaram novas comunidades cristãs. (At 14,21b-27)

Nela podemos notar três elementos:

- O Anúncio da Palavra até os confins da terra:
  anunciar o seu amor e o seu desejo de salvação para toda a humanidade.
- Os Conflitos são superados:
  Os sofrimentos são indispensáveis para entrar no Reino,
  mas confirmam a autenticidade da mensagem e
  possibilitam sentir a presença de Deus na caminhada da comunidade.
- A Organização das Comunidades:
  Paulo cria uma Instituição de Dirigentes ("Presbíteros"),
  que aparecem aqui pela primeira vez fora da Igreja de Jerusalém.
  É um ministério para administrar, vigiar e defender a comunidade.
  A Comunidade não existe para servir quem preside;
  quem preside é que existe em função da comunidade e do serviço comunitário...
  Paulo escolhe diretamente, após uma preparação de oração e jejum...

O Salmo é um canto de louvor a Deus
pois é "bom e compassivo com todas as criaturas". (Sl 145)

A 2ª Leitura mostra o rosto final dessa Comunidade
de chamados a viver no amor. (Ap 21.1-5a)

O autor sonha com um novo céu e uma nova terra.
Deus veio morar conosco.
Cabe à Comunidade cristã transformar a Babilônia em que vivemos
em nova Jerusalém. A Comunidade cristã deve ser um anúncio
dessa comunidade escatológica, dessa "noiva" bela,
que caminha com amor ao encontro do Amado (Deus).

No Evangelho, Jesus, ao se despedir dos discípulos,
deixa em testamento à comunidade o "MANDAMENTO NOVO:
"Amai-vos uns aos outros, COMO eu vos amei". (Jo 13,31-33a.34-35)
Essas palavras soam como um testamento final de uma vida feita amor e partilha.
O Mandamento do amor deve ser o Estatuto da Comunidade cristã.

+ O AMOR MÚTUO:

   - É SINAL da presença de Jesus na comunidade cristã.
     Jesus continua sua presença e sua ação no amor mútuo dos discípulos.

   - É o DISTINTIVO do verdadeiro cristão:
     "Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos,
      se tiverdes amor uns para com os outros".

  - É um MANDAMENTO NOVO:
     MANDAMENTO: não é apenas um conselho... convite...
     NOVO: Onde está a novidade? "Amar o próximo como a si mesmo"
     já existia no Antigo Testamento (Lev 19,18).
     - A novidade está na medida desse amor: "Como EU vos tenho amado..."

O amor de que Jesus fala é o amor que acolhe,
que se faz serviço, que respeita a dignidade e a liberdade do outro,
que não discrimina nem marginaliza,
que se faz dom total (até à morte)
para que o outro tenha mais vida.
- É este o amor que vivemos e que partilhamos?

Neste ponto, a comunidade cristã se apresenta hoje
como um alternativa à visão de sociedade,
que continua baseada na competição, no poder do dinheiro,
mesmo à custa das lágrimas dos pobres,
das angústias e do sangue dos humildes.
Ela deve testemunhar com gestos concretos o amor de Deus;
deve demonstrar que a utopia é possível
e que os homens podem ser irmãos.
- É esse o nosso testemunho de comunidade cristã ou religiosa?

+ O Distintivo da Nova Comunidade:
Os discípulos de Jesus não são os depositários de uma doutrina,
ou de uma ideologia, ou os observadores de leis,
ou os fiéis cumpridores de ritos:
Mas são aqueles que, pelo amor mútuo,
vão ser um sinal vivo do Deus que ama.

A proposta cristã resume-se no amor.
O amor é o distintivo, que nos identifica;
quem não vive o amor, não integra a comunidade de Jesus. 
O amor mútuo é a síntese de toda a Lei da Nova Aliança,
é o estatuto que fundamenta a Comunidade cristã.

- A nossa religião é a religião do amor,
  ou é a religião das leis, das exigências, dos ritos externos?

- Em nossos gestos, as pessoas descobrem
  a presença do Amor de Deus no Mundo?

                              Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa -28.04.2013

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Texto para oração

SÓ O AMOR É DIGNO DE FÉ


“Dou-vos um novo mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo. 13,34)

No evangelho deste domingo Jesus nos coloca diante da realidade mais profunda de sua mensagem e, ao mesmo tempo a realidade que nos faz mais humanos: a vivência do amor. A forma como Ele se expressa é clara e simples: frente aos inumeráveis mandamentos rabínicos, frente ao Decálogo de Moisés, suas palavras soam taxativas: “Eu vos dou um novo mandamento”.
Só há um mandamento, não há outro: amar aos outros, não de qualquer maneira, mas como Jesus nos amou. Ou seja, manifestar esse amor que é Deus, em nossas relações com os outros.
Jesus nos deixa a marca de identidade que nos distingue como cristãos. É o mandamento novo, em oposição ao mandamento antigo, a Lei. Jesus não manda amar a Deus nem amar a Ele, mas amar como Deus e como Ele ama.

No texto se fala de “mandamento”, como querendo destacar a importância daquilo que aí se anuncia. Não se trata de um “conselho” nem de uma “recomendação”, mas de um "modo divino de proceder".
E se diz que é “mandamento novo”, provavelmente um eco daquilo que os próprios discípulos percebe-ram como “novidade” no modo de viver do Mestre, na gratuidade e na incondicionalidade de seu amor.
Jesus é sábio: Ele não quer templos para manifestar esplendorosas adorações, nem estruturas para oficiar ritualismos, nem orações exteriores ostentosas, nem esmolas caras à vaidade...
Temos insistido demasiado no acidental: no cumprimento de normas, na crença de algumas verdades e na celebração de alguns ritos, mais que no essencial que é o amor.
O Reino não se espalha por meio de armas, nem com a propaganda e nem com marketing algum; o Reino se espalha pelo contágio, porque o “Amor é contagioso”.
O mandamento do amor continua sendo tão novo que ainda não foi vivido na sua radicalidade. Não se trata só de algo importante; trata-se do essencial. Sem amor, não há vida cristã.

Naturalmente não se pode impor o amor por decreto. O principal erro que continuamos cometendo é apresentar o amor como um preceito. Todos os esforços que façamos por cumprir um “mandamento” de amor estão fadados ao fracasso. O empenho está em descobrir que Deus é amor dentro de nós.
Na realidade não se trata de uma lei, mas de uma resposta ao que Deus é em cada um de nós, e que em Jesus se manifestou de maneira contundente. Nosso amor será “um amor que responde a seu amor”.
O amor que Jesus nos pede tem de surgir a partir de dentro, não impor-se a partir de fora como uma obri-gação. Trata-se de manifestar o que é Deus no fundo de nosso ser, através das obras.
Por isso, não é um mandato heterônomo, vindo de fora, como uma imposição arbitrária. Trata-se, pelo contrário, de um convite a viver o que somos, conectados com o Mistério amoroso “d’Aquele que é”.
Isso será possível, não tanto através de um voluntarismo moral, quanto graças à compreensão daquilo que somos. Na medida em que vamos conhecendo e vivendo o que somos, o amor abre caminho.

Jesus não propõe como primeiro mandamento o amar a Deus. Deus é dom total e não pede nada em troca. Não precisa nada de nós, nem nós podemos lhe dar nada. Deus é puro dom, amor total. Trata-se de descobrir em nós esse dom incondicional de Deus, que através de nós deve chegar a todos.
Não se trata de um amor humano mais ou menos perfeito. Trata-se de entrar na dinâmica do Amor de Deus. Isto é impossível se primeiro não experimentamos esse amor. Tudo parte do amor do Pai, que se manifestou em Jesus e que agora circulará através dos discípulos.
Trata-se do mesmo e único Amor, que constitui o segredo último do Criador. O que se pede aos discípu-los é que permitam que esse Amor, primeiro e originante, se expresse e seja vivido através deles.
Antes de dizer, antes de pedir, Jesus viveu até o limite a capacidade de amar, até amar como Deus ama: “como eu vos amei”. Mas essa expressão não é comparativa, mas originante e “causal”: porque eu vos amei. Ou seja, que devem amar-se por eu os amei, e tanto como eu vos amei. A tradução mais justa poderia ser esta: “Com o mesmo amor com que eu vos amei, amai-vos também uns aos outros” (Leon-Dufour).
Esta é a marca da identidade dos seguidores de Jesus, a característica mais importante da vida cristã.

João emprega neste relato a palavra ágape que expressa o amor sem mistura de interesse pessoal; seria o puro dom de si mesmo, só possível em Deus. A expressão “agapate” (“que vos ameis”) faz referência ao amor que é Deus, ou seja, ao grau mais elevado do dom de si mesmo. Não está falando de amor de amizade ou de uma ‘caridade’. O amor de Deus é a realidade primeira e fundante.

Ágape é o amor divino. Esse amor é o mais raro, o mais precioso, o mais milagroso.
Seria como que uma renúncia à centralidade do ego, ao poder, à força...
Assim como Deus, que se “esvaziou de sua divindade”, o ágape se esvazia de si mesmo para dar mais lugar, para não invadir, para deixar ao outro um pouco mais de espaço, de liberdade...
É a doçura, a delicadeza de se afirmar menos, a autolimitação de seu poder, o esquecimento de si, o sacri-fício de seu prazer, de seu bem-estar ou de seus interesses...
Estas são algumas características do ágape cristão: é um amor espontâneo e gratuito, sem motivo, sem interesse,  até  mesmo sem  justificação... o puro amor.
“O ágape é um amor criador. O amor divino não se dirige ao que já é em si digno de amor; ao contrário, ele toma como objeto o que não tem nenhum valor em si e lhe dá um valor. O ágape não constata valores, cria-os. Ele ama e, com isso, confere valor.  O homem amado por Deus não tem nenhum valor em si; o que lhe dá valor é o fato de Deus amá-lo. O ágape é um princípio criador de valor” (Nygren).

Descobrir essa realidade e vivê-la é o distintivo do seguidor de Jesus. E é essa qualidade do amor o sinal decisivo pelo qual os discípulos de Jesus deverão ser reconhecidos. Os seguidores dos fariseus eram reco-nhecidos pelas “filaterias” que usavam; os de João Batista, por batizar, os de Jesus, unicamente pelo amor.
O distintivo do cristão é o amor fraterno. E o amor é discreto, humilde, conhecedor de sua insuficiência, não é arrogante, não se derrama em palavras, não faz alarde, não vai se proclamando pelas praças, prefere o silêncio, passa desapercebido, prefere as obras às palavras (“o amor deve-se por mais em obras que em palavras” – Santo Inácio).

O amor ágape é expansivo: nos alarga através dos nossos membros, mãos e pés.
Podemos dizer que o amor tem coração, mãos e pés: coração cheio de compaixão e ternura, mãos que cuidam, curam, abençoam... e pés que nos arrancam de nossos lugares estreitos e nos deslocam para as margens, os pobres... Desse modo, o mandato do amor remete à Fonte que o possibilita, ao Amor originante que tece a unidade de tudo que É e Somos.
   “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”.
O amor que Jesus pede não é uma teoria, nem uma doutrina. Ele se manifesta na vida, em todos e em cada um dos aspectos da nossa existência.
A nova comunidade dos seguidores de Jesus não se caracterizará por doutrinas, nem por ritos, nem por normas morais. O único distintivo deve ser o amor manifestado em todas e em cada uma de suas ações.
Jesus funda uma comunidade que experimenta Deus como amor e cada membro, fazendo-se filho(a) e irmão(ã), prolonga esse amor.

Texto bíblico:  Jo 13,31-35

Na oração: Faça uma leitura das “marcas” do Amor de Deus em sua vida;
                     crie um clima de ação de graças.










sábado, 20 de abril de 2013

Homilia Dominical - 21 de Abril de 2013

 O Bom Pastor


 O 4o Domingo de Páscoa é conhecido
como o "Domingo do Bom Pastor "
porque todos os anos a Liturgia propõe
uma passagem do capítulo 10o de São João,
na qual Jesus é apresentado como "Bom Pastor".

PASTOR é aquele que vai à frente do rebanho para indicar o caminho,
que conduz às pastagens e às nascentes de água.

No Antigo Testamento essa imagem era muito familiar ao povo judeu.
Muitos líderes foram pastores: Jacó, Moisés, Davi...
Freqüentemente Israel é comparado a um rebanho, do qual Deus é o Pastor.
Ezequiel afirma que o próprio Deus assumirá a condução do seu povo.
Ele porá à sua frente um Bom Pastor, que o livrará da escravidão
e o conduzirá à vida. Essa promessa se cumpre em Jesus.

A 1ª Leitura narra a 1ª viagem apostólica de Pedro e Barnabé. (At 13,14.43-52)

Diante da proposta cristã, surgem duas reações bem diversas:
- Os JUDEUS pensam ter o monopólio de Deus e da Verdade:
  são ovelhas fechadas, que ficam indiferentes às propostas cristãs;
- Os PAGÃOS respondem com alegria e entusiasmo:
   são ovelhas atentas à voz do Pastor e dispostas a segui-lo.

* Representam os "praticantes" acomodados, que tem medo da novidade de Deus,   
   e os "afastados" na caminhada da fé, mas abertos à novidade de Deus...

Na 2ª Leitura, Cristo, o Cordeiro pascal, vencedor da morte,
é o Pastor que conduz o seu povo às fontes de água viva."  (Ap 7,9.14b-17)

No Evangelho, Cristo se apresenta como o "BOM PASTOR". (Jo 10,27-30)

O texto é uma Catequese sobre a Missão de Jesus:
consiste em conduzir os homens às pastagens verdejantes
e às fontes cristalinas de onde brota a vida em plenitude.

Na Parábola, vemos DUAS ATITUDES:

1. A Atitude do Pastor (Cristo):

    - "Dá a vida pelas ovelhas..."
    - conhece: "Eu conheço as minhas ovelhas..."
    - cuida delas: "Jamais se perderão, ninguém vai arrancá-las de minhas mãos"

* Muitos ficam perturbados diante das falhas de representantes da Igreja...
   das crises e confusões, que percebem nas comunidades.
   A Igreja não está confiada apenas nas mãos de pastores humanos...
   Estes são apenas instrumentos, necessários e imperfeitos,
   do único pastor que guia a Igreja e que nos garante:
  "Eu mesmo dou a vida para elas, e ninguém vai arrancá-las de minhas mãos..."

Quem são os "Verdadeiros Pastores"?
Hoje muitos se apresentam como Pastores,
prometendo vida, conforto, felicidade...
- Em quem devemos confiar? Quem são os "verdadeiros Pastores"?

- CRISTO: É o único Pastor dos cristãos, da Igreja,
  na qual os demais pastores são apenas instrumentos.

- Pessoas que presidem e animam nossas comunidades cristãs:
  Bispos, Padres, Ministros... apesar dos seus limites e imperfeições;
  mas o único Pastor, que devemos a escutar e a seguir sem condições, é Cristo. 

- Pessoas que ensinam a mensagem de Cristo:
   . Os pais, os mestres, os Catequistas...
   . Os companheiros de trabalho que se comportam com honestidade,
   . A mãe, que marcada pela dor, tudo suporta com paciência e com amor,
   . O Pai que educa o filho para o perdão, para a reconciliação, para a partilha...

Características do Bom Pastor:
  O BOM PASTOR... abre caminho... conhece suas ovelhas...
  é providente... vigia as ovelhas e as cura...
  deseja salvar todo o rebanho; é missionário... é coração....
  O Bom Pastor dá a vida por suas ovelhas...

2. A Atitude das OVELHAS:

- Elas ESCUTAM:
                 Supõe... a alegre adesão ao conteúdo do que se escuta,
                               a obediência à pessoa que fala,
                               a escolha de vida daquele que se dirige a nós...
- Elas CONHECEM: Envolve toda a pessoa humana (mente, coração, vontade),
                                   deixando-se transformar pela sua voz no caminho da vida;
- Elas SEGUEM: Cristo torna-se o único guia de sua vida...

Quem são as ovelhas desse Rebanho?

- Só os que foram batizados e estão associados a uma paróquia?
  Só os que freqüentam regularmente a igreja?

- São todas as pessoas que ESCUTAM A SUA VOZ e O SEGUEM...
  Pode ser discípulo do bom Pastor também aquele que,
  embora não conheça Cristo, se sacrifica pelo pobre,
  pratica a justiça, a fraternidade, a partilha dos bens,
  a hospitalidade, a fidelidade, a sinceridade, a recusa à violência,
  o perdão aos inimigos, o compromisso com a paz.

Celebramos hoje o 50º Dia Mundial de Oração pelas Vocações.
Na mensagem para hoje, o Papa (Bento XVI) convida a todos
para refletir sobre o tema "As vocações, sinal da esperança fundada na fé”,
no contexto do Ano da Fé e no cinquentenário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II.

                                              Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa -21.04.2013

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Artigo

HOMENS E MULHERES DA ESPERANÇA

            Por natureza, somos movidos pela esperança. Sem ela, a vida perde seu sentido, seu brilho, sua razão de ser e nos torna pessoas tristes, carrancudas, desanimadas, sem objetivos, como se tudo fosse uma grande perda de tempo. A esperança, pelo contrário, nos mostra que tudo na vida tem o seu encanto, a sua beleza, e nada melhor do que acreditar que é possível mudar, e que para cada problema existem inúmeras saídas.
            A esperança é fundamental, porque ela nos move em busca de algo que ainda não aconteceu, mas poderá tornar-se realidade. No momento que atingimos, alcançamos aquilo que almejamos, já não esperamos mais, pois já é real. Mas isso não nos acomoda, pois cada projeto realizado, nos abre as cortinas para outros sonhos, outros voos, numa busca interminável do ainda não, querendo sempre mais e mais. Isso sim dinamiza a vida, nos torna pessoas inconformadas, olhando sempre em frente. A esperança é exatamente essa virtude daqueles que acreditam num amanhã melhor, e por isso não fazem do passado o melhor espaço da sua vida e nem o pior. O melhor ainda está por vir, e é com essa vida que nos colocamos sempre a caminho, pois o caminho é caminhar.
            A Bíblia nos apresenta uma história de esperança em dias melhores, em um mundo mais humano, justo e fraterno, onde todos vivam com irmãos, e todos tenham o suficiente para viver com dignidade. Meditando a palavra de Deus, encontramos homens e mulheres a caminho, sempre em busca de uma vida melhor, e isso significa, construção do Reino de Deus.
            Os profetas são os homens da esperança, e aparecem exatamente naqueles momentos em que tudo parece perdido, sem saída, sem um possível amanhã, cercado de tantas dores, sofrimentos e tragédias. Ele surge então para animar, confortar, levantar aquele que está decaído pelo peso da derrota e da descrença. Existem passagens que são verdadeiras flechadas de esperança para o desanimado e para o descrente. Para mim, o profeta Isaías é o profeta da esperança por excelência, o homem que sonha um mundo novo, onde lobo e cordeiro pastarão na mesma relva, onde a criança brincará com a serpente e nada lhe acontecerá, onde haverá vinhos finos e carnes suculentas para todos. É maravilhoso ler Isaías, sobretudo nos momentos de crise, quando tudo aparece negro, confuso e sem grandes expectativas de melhora. Ele nos levanta o astral e nos faz acreditar que é possível recomeçar.
            A esperança é a virtude daqueles que tem um coração jovem, que apesar da idade, continua cheia de sonhos e de projetos. D. Helder Câmara, grande cardeal brasileiro, foi um grande profeta da esperança, um sonhador que costumava dizer, ‘quando se sonha sozinho, não passa de um sonho, mas quando começamos sonhar a dois, o sonho começa a se tornar realidade’. Com 80 anos de idade ainda demonstrava uma garra, feita de muita esperança em um novo amanhã.
            Como passageiros no trem da vida, a exemplo de tantos homens e mulheres que encontramos na Bíblia, e de tantos e tantas que passaram por essa vida, somos chamados a sermos conduzidos pela esperança. É maravilhoso encontrar pessoas que tem um olhar para frente, sempre positivo e cheio de vida. É triste ver tantas pessoas que só sabem se lamentar e reclamar do seu passado, com aquele olhar triste e cheio de desânimo.
            Sejamos sinais de esperança, em um mundo de tantas descrenças, de tantas depressões, exatamente porque perdeu o brilho e o encanto com o amanhã. Vibrantes, animados, cheios de esperança, olhemos sempre em frente, na certeza de um novo amanhecer.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...