SERMOS SANTAS.
MOTIVAÇÃO:
O fim da vida consagrada consiste em configura-se com Cristo na sua entrega total. Chamado e impelido pelo amor de Cristo, o consagrado busca ser santo o Pai é santo. Visto que somos filhos de Deus, gerados à sua imagem e semelhança trazemos em nós como que a semente da santidade, que faz com que esta seja, ao mesmo tempo realidade concreta e almejada. Tal semente está, certamente, destinada a crescer e produzir bons frutos porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações.
O desejo de santidade, que encontra sua inspiração na perfeição da gratuidade do amor do Pai, alimenta-se da oblação do Filho na Eucaristia e torna-se verdadeira epifania do Espírito Santo na história.
GRAÇA A PEDIR:
Pedir a graça de fazer em tudo a vontade de Deus.
TEXTOS: PM 99; 116; Tm1, 6-18; Mt 5, 43-48
DESENVOLVIMENTO:
Quero ser Santa!
Madre Clélia sentiu-se profundamente tocada e atraída a trilhar o caminho da santidade. Para ela, “a santidade e a perfeição consistem em uma obra íntima e escondida, realizada no interior da alma e na profundidade da consciência, onde só Deus conhece realmente os esforços feitos, e que se conquista com a humildade e a docilidade à vontade de Deus” (Mãe e Mestra, pp. 220-221). Ela continuamente, em suas cartas, exorta à santidade indicando o caminho do escondimento, da renúncia e da consciência constante da presença de Deus.
O chamado à santidade deve inspirar o coração da Apóstola assim como impeliu a Fundadora no afã de amar o Senhor com todas as suas forças. A santidade pode e deve ser adquirida através das pequenas coisas de todos os dias e na medida em que nos dispomos a uma conversão total. À medida em que vamos nos imbuindo dos sentimentos de Cristo a santidade, plantada em nós pelo Batismo, produz frutos e sacia a fome de esperança e de paz da humanidade.
REFLEXÃO PESSOAL.
COMPROMISSO:
Buscar meios para viver a santidade no âmbito pessoal e comunitário.
REFRÃO:
Eis-me aqui, Senhor! Eis-me aqui, Senhor! Pra fazer tua vontade pra viver do teu amor.
A CARIDADE DE CRISTO NOS IMPELE A :
RECOMEÇAR.
MOTIVAÇÃO:
“O navio no estaleiro está seguro, mas os navios não foram feitos para isso” (William Shed). A cada dia somos convidadas a levantar âncora, sair de das “zonas de conforto” e recomeçar. Nossa vida é estar a caminho, navegar outros mares, vencer outras tempestades... somos seres dinâmicos. Como tal, somos constantemente convocadas e estabelecer novas metas e formas para alcançá-las.
Jesus é aquele que cura porque acredita na capacidade de reinício que está em cada pessoa. Cada doente curado, além de dispor-se à cura, precisa recomeçar uma nova vida, a vida sadia. Da mesma forma, os que estão próximos àquele que foi curado abrem-se a uma nova experiência com a pessoa, passando da relação de dependência para a relação de reciprocidade.
GRAÇA A PEDIR:
Peçamos a graça de estarmos sempre dispostas a recomeçar.
TEXTOS: At 3, 1-11; Mc.5,21-43; Jo 4, 1-30
DESENVOLVIMENTO:
Viver em comunidade é sempre um recomeço. A dinâmica do amar e ser amado pelo Senhor e no Senhor nunca encontra um ponto em que se estabiliza, pois a criatividade do Criador perpassa cada célula, cada partícula da criação num vai e vem contínuo, expressando o carinho e cuidado de que nunca abandona a obra amada. Assim, a comunidade sempre se renova. Cada pessoa, que dela faz parte, renova-se no contato com o Outro e com os outros com quem convive no dia-a-dia, reavaliando e reformulando suas convicções com base nas novas experiências vividas e assimiladas pela ótica da fé.
Desta forma, a vida comunitária é oportunidade para recomeçar a cada dia o processo de crescimento. Cabe a cada uma apropriar-se desse dom dispondo-se a viver novas experiências e re-significar as vividas acreditando que Deus age sempre de forma nova e criativa em si mesma e no outro.
REFLEXÃO PESSOAL:
COMPROMISSO: Re-significar experiências que podem ser fonte de conversão.
REFRÃO:
Senhor da vida, teu amor nos faz recomeçar.
Eu sei que a nossa vida é vida perdida pra quem não amar.
A CARIDADE DE CRISTO NOS IMPELE A:
DESINSTALAR
MOTIVAÇÃO INICIAL:
Os filhos de Deus são chamados a ser portadores da bênção. Para isso, precisam sair de si e estabelecer relações sem recuar frente às dificuldades que possam surgir. Desinstalar-se e colocar-se à disposição os dons e capacidades consiste em tornar a riqueza individual em riqueza de todos. À medida em que a pessoa torna-se capaz de “ir além”, tendo em vista às necessidades dos outros, vai tornando-se uma bênção, oportunizando que os outros também o sejam na construção de comunidade de comunhão.
GRAÇA A PEDIR: Peçamos a graça de um coração generoso capaz de doar-se.
TEXTOS: Ef. 4,17-24; Mc. 2,1-12; PM 31
DESENVOLVIMENTO:
Toda pessoa anseia por libertação e Jesus é o libertador por excelência, Aquele que é capaz de livrar da escravidão do pecado. No episódio narrado por Marcos, Jesus cura um paralítico trazido por quatro homens. Esses homens olharam ao seu entorno e sentiram a necessidade de libertação de alguém à margem da sociedade. Graças a esta disponibilidade, Jesus pode operar o seu plano de Salvação na vida do paralítico. Para que o fato se concretizasse, os quatro amigos, além de perceber, precisaram sair de si mesmos e dar um passo em direção a um relacionamento diferente daquele estabelecido com um necessitado. Da disposição de gastar as próprias energias para o bem nasce a experiência do amor de Deus e se instala uma nova comunhão nesta pequena comunidade.
REFLEXÃO PESSOAL.
COMPROMISSO:
Empenhar-se para estar disponível para gastar as energias em prol da comunidade.
REFRÃO:
Importa viver, Senhor, unidos no amor, na participação, vivendo em comunhão.
A CARIDADE DE CRISTO NOS IMPELE A:
SINALIZAR
MOTIVAÇÃO INICIAL:
João Batista, em sua pregação deixa bem claro não ser ele a luz, mas uma seta a indicar o caminho de conversão em preparação à vinda do Senhor. Seu papel foi o de ser “uma voz que grita no deserto” (Lc.3,4). Assim também a estrela a indicar o caminho de Belém aos magos que, por sua vez, foram sensíveis á luz que os devia guiar.
A tarefa de indicar o Salvador acontece, sobretudo, quando cada pessoa abre-se à sua ação libertadora e permite que dessa libertação brote a verdadeira fraternidade. Isso se dá, concretamente quando cada uma procura sair das trevas do seu egocentrismo e vir luz do verdadeiro amor que leva a acolher e amar a outra pessoa como ela é.
GRAÇA A PEDIR: Peçamos a graça de ser sinal de esperança.
TEXTOS: Lc 2, 8-20; Mt 2, 1-12; PM 238
DESENVOLVIMENTO:
O mundo precisa de sinais autênticos que indiquem o caminho da esperança e da paz. Somente a pessoa plasmada no amor que brota do Coração de Deus pode seguir iluminando com raios desta esperança e paz. A comunidade religiosa é sinal privilegiado do encontro com Deus, pois sinaliza a unidade em Cristo que, pela fraternidade, evindencia o “já o ainda não”, uma vez que trata-se de pessoas vivendo o amor e voltadas para a mesma esperança. Assim a comunidade, e cada um de seus membros podem refletir entre si e para os outros a alegria de viverem unidos no seguimento do Mestre.
REFLEXÃO PESSOAL:
COMPROMISSO: Ser um sinal visível de Deus para os outros.
REFRÃO:
Onde há ofensa que dói, que eu leve o perdão;
onde houver a discórdia, que eu leve a união
e tua paz.
A CARIDADE DE CRISTO NOS IMPELE A:
AGRADECER
MOTIVAÇÃO INICIAL:
A gratidão brota de corações sensíveis e humildes que sabem reconhecer em si e ao seu redor as maravilhas que silenciosamente Deus opera. Ser grato, na comunidade, consiste em, pela fé, contemplar a misericórdia de Deus que congrega pessoas tão diferentes para o serviço de seu Reino. A capacidade de reconhecer o bem recebido nasce da liberdade de amar e deixar-se amar por Deus e pelos irmãos. Essa gratidão é a raiz da qual nasce a generosidade gratuita.
GRAÇA A PEDIR: Peçamos a graça de um coração sensível às delicadezas do dia-a-dia.
TEXTOS: Ef. 1,3-14; Lc. 17,11-19; PM 160.
DESENVOLVIMENTO:
O louvor, a gratidão a Deus é a expressão de quem percebe sua manifestação salvando e revelando-se à humanidade. Paulo bendiz a Deus porque reconhece que a iniciativa em amar vem dEle e que por este amor a pessoa é modelada segundo sua santa vontade.
O próprio Jesus muitas vezes, nos evangelhos, bendiz ao Pai por seus dons. Ele, também, enfatiza a atitude do leproso samaritano que reconhecendo o bem recebido volta para expressar sua gratidão. Um coração livre, além de reconhecer as graças recebidas na própria ida, uni-se à comunidade para bendizer a Deus, pois crê que a abundância do amor do Coração de Cristo derrama-se, também, aos irmãos.
REFLEXÃO PESSOAL.
COMPROMISSO:
Retribuir, em gestos concretos, a bondade do Senhor.
REFRÃO:
Te louvo, meu Rei, pela maravilhas criadas em mim. (Bis)A CARIDADE DE CRISTO NOS IMPELE A:
TESTEMUNHAR
MOTIVAÇÃO:
Atenta ao apelo de Cristo, toda Igreja é missionária, ou seja, tem o encargo de levar todos os povos ao conhecimento da vida e dos ensinamentos do Mestre Jesus. O maior anúncio, porém, é o de uma vida inteiramente dedicada à Ele aos irmãos assim como Cristo doou-se totalmente por amor aos homens. A vida religiosa, enquanto tal, tem o dever de, por força da consagração, ser sinal da ação providente de Deus na história. Dessa missão, surge a necessidade uma profunda experiência de Deus para ver discernir os sinais dos tempos.
GRAÇA A PEDIR: Peça a graça de ser testemunha alegre diante dos homens no seguimento de Cristo.
TEXTOS: Jo 20,19-23; Mc 16,12-20; PM 70, 348
DESENVOLVIMENTO:
Madre Clélia desejou que, como os Apóstolos, suas filhas não tivessem outro objetivo a não ser “tornar Jesus conhecido e amado” (XIII Cap. Geral 19). Antes, porém, ressalta que “a comunidade é o primeiro lugar de missão” da Apóstola e que, nela, encontra forças e energias para realizar o apostolado (XIII Cap. Geral 87).
Segundo João Paulo II (VC 72), a vida religiosa será tanto mais apostólica quanto mais íntima for a sua dedicação ao Senhor Jesus, quanto mais fraterna for a sua forma comunitária de existência, quanto mais ardoroso for o seu empenho na missão específica do Instituto.” Desta forma, antes de realizar grandes obras, a comunidade é chamada a testemunhar a bondade e o amor de Deus refletida na comunhão entre irmãos que se reúnem para, em nome de Cristo, amar e servir. É chamada , também, a ser conteúdo de vida eterna para os irmãos.
REFLEXÃO PESSOAL
COMPROMISSO:
Testemunhar o Cristo vivo na comunidade e na missão que lhe foi confiada.
REFRÃO:
Vou levar muito de Deus ao meu irmão. Vou falar do que eu tenho no coração. Vou levar a quem precisa muito amor.
A CARIDADE DE CRISTO NOS IMPELE A:
SER LUZ
MOTIVAÇÃO INICIAL:
Deus é o criador da luz (Gn 1, 3-5). A luz do semblante de Deus é sua benevolência para com o homem (Nm 6, 25). Ser luz consiste em ser testemunha da bondade de Deus, brilhar com nossa vida levando claridão onde há trevas, alegria onde há tristeza, perdão onde há discórdia, fé onde há dúvidas, esperança onde há desespero e amor onde há ódio. Somos filhos da luz (Ts 5,5), como tal, nossa vida e testemunho pode e deve ser uma luz para aqueles que recebem nossa influência. Ser luz implica em ser pessoa que faz diferença na vida das pessoas, deixando raios do amor de Deus.
CANTOS: 765, 360, 768, 688...
GRAÇA A PEDIR:
Peçamos a graça de sermos testemunhas da bondade de Deus.
TEXTOS: Mt 5, 14-16; Ef 5,8; Jo 1, 1-17; PM 6; 66
DESENVOLVIMENTO:
Jesus apresenta-se como a luz do mundo, aquele que oferece a luz da vida capaz de iluminar todo homem. Pessoas iluminadas pela presença do Senhor não podem esconder o brilho que reflete da ternura do Coração de Deus. Manifestar este brilho é uma necessidade de comunicar as maravilhas que Deus realiza na própria vida e na história. Dessa forma, a pessoa é sempre impelida a ir além, ser mais, fazer diferença visando tão somente o bem do outro e a glória de Deus.
Cristo nos convida não apenas a refletir essa luz para o mundo, mas a ser luz do mundo, ou seja, elemento indispensável para que este conheça seu Fundamento e Criador. Desafio maior, é ser luz em nosso “pequeno mundo”, nosso entorno onde a primeira a ser iluminada é a própria comunidade.
Que na alegria da convivência fraterna saibamos reconhecer e bendizer a Deus pelos reflexos do amor de Deus expressos nos rostos luminosos de nossas coirmãs.
REFLEXÃO PESSOAL:
PARTILHA COMUNITARIA:
COMPROMISSO: Ser presença-testemunho que faz diferença
REFRÃO:
Minha luz é Jesus, e Jesus me conduz pelos caminhos da paz.
A CARIDADE DE CRISTO NOS IMPELE A:
SEGUÍ-LO
MOTIVAÇÃO INICIAL:
A vocação, enquanto chamada de Deus, e a vida religiosa é sempre um questionamento, um sinal para quem não consegue compreender e experienciar o dom de “apropriar-se” de Deus e ser propriedade dEle. Tal dinâmica, só é acolhida no âmbito da fé, pois VOCAÇÃO não é algo criado pela pessoa humana, mas iniciativa de um Deus apaixonado. Ele entra em contato com a pessoa e a convida ao seguimento que é serviço, doação, entrega.
CANTOS: 668; 660; 385
GRAÇA A PEDIR: Peçamos a graça de reacender, reafervorar, revigorar a chama do “primeiro amor”.
TEXTOS: Fl. 3,4-16; Mc.1,16-20; Mt.20,1-16; PM 346e 333
DESENVOLVIMENTO:
O seguimento é expressão de conversão permanente a Jesus Cristo e resposta ao convite de prosseguir em comunhão de fé e de amor à obra que o Espírito realiza e atualiza no povo de Deus. Deixar as redes e partir nas pegadas do Mestre implica na verdadeira liberdade de deixar tudo em cada dia e perscrutar o Coração daquele que chama e com Ele aprender a pescar. Requer a coragem de recomeçar a cada dia o processo de encantamento pela pessoa e doutrina de Cristo e ser pronta a deixar os “lixos” do dia-a-dia para dar espaço ao essencial.
REFLEXÃO PESSOAL.
PARTILHA COMUNITARIA.
COMPROMISSO: Permanecer em Cristo para enamorar-se
dEle.
REFRÃO:
Ó Jesus que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada vez mais.
A CARIDADE DE CRISTO NOS IMPELE A :
PARTILHAR.
MOTIVAÇÃO:
Todas somos enriquecidas com os dons e as graças de Deus que é amor. Partilhar é comunicar esses dons e graças para que a comunidade também seja enriquecida com aquilo que sou (e não apenas o que sei fazer) e com as inúmeras experiências da ação de Deus em minha vida. É fundamental colocar em evidência a riqueza dos dons que o Espírito Santo concedeu a cada um.
Feliz a comunidade que, dia-a-dia, pode contemplar as maravilhas da criação e da ação de Deus na história de cada membro!
GRAÇA A PEDIR:
Peçamos a graça de sairmos de si e do nosso egoísmo para ir ao encontro do outro.
TEXTOS: I Cor.12,4-11; Jo.6,1-15; PM-289.
DESENVOLVIMENTO:
“Ao pão compartilhado não há sabor que se compare”, diz Antoine de Saint-Exupéry. Muitos já fizeram a experiência de que o pão é mais saboroso quando partilhado com outros, que caminham ao nosso lado. Se um caminheiro não trouxer pão porque se enganou na distância, nós partilhamos do nosso pão. Este pão tem gosto melhor para nós e para ele. Evidentemente não só é o pão, mas o amor que nele colocamos que o torna mais saboroso.
A partilha de bens materiais e espirituais é característica herdada pela convivência entre Jesus e seus discípulos, assumida pelas primeiras comunidades cristãs e convite a nós hoje. A multiplicação dos pães é gesto de confiança de que nada falta àquele que dá com amor, sinaliza, ainda, o gesto de Jesus de dar sua própria carne como pão que alimenta para vida eterna a todos os membros da comunidade.
REFLEXÃO PESSOAL:
COMPROMISSO:
Partilhar, com alegria, os dons e talentos dos quais somos revestidos.
REFRÃO:
Se eu não partilhar em todos os momentos meus dons e meus talentos e os bens que tu me dás, jamais entenderei tua a eucaristia, milagre que estasia e trás tão grande paz...
A CARIDADE DE CRISTO NOS IMPELE A:
PERDOAR
MOTIVAÇÃO INICIAL:
No filho pródigo que mora em nós, encontramos a busca, o caminho da santidade. Quem se dispõe realmente nesta estrada e se deixa tocar pela Palavra de Deus, descobre sua fragilidade e, no perdão de Deus, descobre-se, também, um filho muito amado pelo Pai. A pessoa humana, fragilizada e marcada pelo pecado, necessita passar por esta experiência do perdão e da reconciliação tanto no nível pessoal, familiar ou comunitário. Quanto mais nos sentimos perdoados, mas nos embebemos do dom divino de ser misericordioso.
GRAÇA A PEDIR:
Peçamos a graça de deixarmos nos embeber pelas Palavras de misericórdia de Jesus para tornarmo-nos misericordiosas.
TEXTOS: Lc.15,11-32; Jo.8,1-11; Lc.23,39-43; PM-237; PM-319; Sl 50
DESENVOLVIMENTO:
Jesus, no relato do texto do filho pródigo, fala de um pai e de seus dois filhos. O ponto central que Ele quer mostrar é a prodigalidade do pai em amor incondicionalmente, acima de qualquer circunstância. O amor do Pai permanece fiel e confiante no retorno do filho mais novo.
Perdoar é sempre uma expressão de fortaleza e não de fraqueza. Quando a misericórdia de Deus é esperada, invocada, celebrada e vivida pessoalmente com a presteza e a maravilha com a qual o filho pródigo sentiu-se acolhido e abraçado pelo pai, acontece algo novo: Não mais uma simples absolvição e sim uma nova criação. Quem perdoa experimenta paradoxalmente a misericórdia Divina até mais do que quem é perdoado. Se o pecado é grande, a misericórdia de Deus é infinita.
REFLEXÃO PESSOAL:
COMPROMISSO:
Identificar situações que estão ocultas por falta de dar e acolher o perdão.
REFRÃO: Onde reina o amor, fraterno amor, onde reina o amor, Deus aí está.
A CARIDADE DE CRISTO NOS IMPELE A:
SERVIR.
MOTIVAÇÃO:
Um dos maiores exemplos que Jesus nos deixou foi o serviço. “Eu estou no meio de vós como aquele que serve!” (Lc 22,27b) Na dinâmica do Reino não há maior ou menor, mas todos estão dispostos a dar de si em prol do outro. Na comunidade, servir é condição para a própria edificação. Mas este serviço não se refere apenas à ação de ajudar, de dispor-se ao trabalho, antes, remete à forma de sentir a comunidade e viver o relacionamento com ela. Isso implica em acolher a comunidade como verdadeira e própria família. É o verdadeiro sentido de pertença: “dedico-me a fazer tudo para o bem, pois isto é meu e eu o amo!”
GRAÇA A PEDIR
Peçamos a graça de servir num real comprometimento com o Reino e com a comunidade.
TEXTO: Jo. 13, 1-20; Lc 22, 24-27 PM – Mãe e Mestra pág 254 Jo 2,1-12
DESENVOLVIMENTO:
Em Maria e, também, em Madre Clélia, encontramos uma verdadeira disponibilidade para servir. Maria coloca-se diante de Deus como serva. Madre Clélia sente em seu coração que não pode “dizer basta!”. Maria ensina a fazer tudo o que disser o Senhor. Nossa Fundadora, por sua vez, recomenda a generosidade de sacrificar tudo para a glória de Deus e a salvação dos outros nossos irmãos.
A exemplo destas santas mulheres, muitas Apóstolas doaram sua vida para manter acesa a chama do Carisma. Tendo aprendido do Coração de Cristo a humildade, fizeram-se servidoras na construção da comunhão, colocando à disposição seu tempo, dons e capacidades. Nós, igualmente, somos chamadas a ser sacramento de comunhão-serviço com e para a outra, na comunidade, em primeiro lugar, e na sociedade.
REFLEXÃO PESSOAL
COMPROMISSO: Tomar a iniciativa no servir, por amor à comunidade.
REFRÃO:
Como em Caná aqui é festa, conosco temos Jesus. Nossa água muda- se vinho, Jesus é Pão e é luz.A CARIDADE DE CRISTO NOS IMPELE A:
RENASCER
MOTIVAÇÃO:
A Ressurreição de Jesus é a razão da nossa fé e a certeza da nossa ressurreição. Ela nos convida a estarmos atentos, pois algo novo está nascendo entre nós, ao lado de outras realidades que morrem. Tocam-nos a agonia do que morre e a confiança do que nasce, surge em nós o desejo de nascer de novo, a partir da lógica da encarnação de Cristo.
A redenção é o evento que vivifica e enche a Igreja de esperança em seu caminho na realização do Reino. Essa é a herança deixada pelos Apóstolos que, envolvidos pela luz que emana do Ressuscitado, comunicam com a vida a esperança de também ressuscitar.
PEDIR A GRAÇA:
Peçamos a graça de sermos dóceis a ação do Espirito Santo e do despojamento de si mesmo.
TEXTO: Jo 3, 1-21 Lc.8, 40-56 PM. 24, 219, 273
DESENVOLVIMENTO:
O encontro entre Jesus e Nicodemos acontece a noite. A escuridão de Nicodemos busca a luz junto a Jesus. O entendimento de Nicodemos se dá, porém, num nível de compreensão meramente humana e Jesus fala a partir do Pai, de um nível transcendente.
Nicodemos entende as palavras de Jesus do seu jeito, permanecendo intocável em seu coração. Por isso, não se realiza o novo nascimento e “se alguém não nasce do alto, não poderá ver o Reino”.
A linguagem do amor é a linguagem universal que cativa e leva à conversão, ao renascimento na medida em que nos dispomos a ouvir e acolher a Palavra de Vida Eterna. Nascer do alto é expressão que evoca a compreensão no nível da fé e requer total despojamento das comodidades conquistadas pelo homem velho, para assumir os desafios do homem novo.
REFLEXÃO PESSOAL
COMPROMISSO:
Fazer renascer o que a correria do dia a dia faz “amornar”, enfraquecer.
REFRÃO:
Renova-me, Senhor Jesus, já não quero ser igual. Renova-me, Senhor Jesus põe em mim teu coração.
A CARIDADE DE CRISTO NOS IMPELE A:
ACOLHER.
MOTIVAÇÃO INICIAL:
Na experiência de Deus que nos acolhe em sua infinita misericórdia, encontramos a razão para acolher. A acolhida apresenta duas dimensões, uma incondicional, pautada na gratuidade em que me disponho a oferecer o que há de melhor em mim sem que, necessariamente, haja um retorno, é o acolher sem reservas; outra condicional, que nos faz atender ao outro segundo as nossas condições e preferências ou, até mesmo, interesses. Na comunidade, trata-se de proporcionar o “encontro” em que cada um possa comunicar e tornar visível a Deus que mora em cada irmã.
GRAÇA A PEDIR:
Peçamos a graça de sermos acolhedoras, sem fazer distinção de pessoas.
TEXTOS: Lc 19,1-10, Lc 7, 36-50, PM 23, 45, Caderno de Espiritualidade n 11 pag 26
DESENVOLVIMENTO:
No Antigo Testamento, o acolher remete à hospitalidade, pois para quem mora no deserto ou regiões áridas, ser acolhido é uma questão, muitas vezes, de sobrevivência. Quem é acolhido não paga nada, não se espera dele presentes ou retribuição na acolhida. Aceitar ser acolhido ou acolher alguém em sua casa consiste na reconciliação ou no fortalecimento de uma amizade já existente.
Jesus, no Novo Testamento, revela as atitudes do Pai acolhedor recebendo em sua CASA-CORAÇÂO as pessoas tão diferentes e muitas vezes, rejeitadas pela sociedade. O gesto de acolhida de Jesus expressava-se, principalmente, no acolher a cada um como é, ressaltar e, por vezes, restituir a dignidade de filhos de Deus levando à transformação.
Madre Clélia contemplou o altíssimo grau de amor com que Deus amou a humanidade e, assim, seu coração pôde acolher a todos os que dela se achegavam permitindo-se ter um único interesse: o bem do outro.
Que na transformadora experiência de sermos pessoas acolhidas e amadas, encontremos a motivação para tornar as outras pessoas amadas.
REFLEXÃO PESSOAL.
COMPROMISSO:
Ir ao encontro de quem está as margens dos relacionamentos.