Teológico Pastoral

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sábado, 28 de janeiro de 2012

Homilia da Liturgia do domingo - 29 de janeiro de 2012

JESUS CRISTO – PROFETA POR EXCELÊNCIA
(Liturgia do Quarto Domingo do Tempo Comum)

A missão profética é uma missão, de certo modo, ingrata. É uma missão que, na história, é confrontada com muitas rejeições, e até mesmo, ignorada.
Mas quem é o profeta? A Palavra de Deus neste quarto domingo do Tempo Comum nos avisa que não é aquele que prediz o futuro, porque o mundo está repleto de charlatões. Tampouco é aquele que fala em seu próprio nome. O mundo está cheio de pessoas inconstantes que facilmente mudam sua convicção e para os quais a palavra tem pouco ou nenhum valor. Também não é aquele que apresenta vaga-lumes, como se fossem faróis. Porque o mundo está cansado de gente que engana e ilude.
Então, quem é o verdadeiro profeta? O verdadeiro profeta é somente aquele e aquela que fala em nome de Deus, porque foi chamado pelo próprio Deus, para comunicar a Sua vontade paterna, em vista da salvação, seja do indivíduo ou da humanidade inteira.
Neste sentido, o Profeta único e absoluto é somente Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ele, na “plenitude dos tempos” levou a termo a vontade do Pai para restaurar, depois da trágica experiência do pecado, a possibilidade da salvação eterna a todos os homens que a desejarem, mediante a radical mudança de vida, sempre orientada pelo e para o bem.
A identidade do falso profeta, pelo contrário, é a grande ilusão do homem moderno de colocar o homem nas mãos do próprio homem. Para dizer a verdade, mãos que não podem sustentá-lo, como podemos ver todos os dias.
De acordo com Santo Agostinho, a identidade do verdadeiro profeta é a de quem é como Cristo crucificado por nós, por amor. O verdadeiro profeta do nosso tempo, não mais com medo, mas com alegria, não com vergonha, mas com “orgulho”, no melhor dos sentidos, faz como Cristo fez, de fato, da nossa a Sua morte e da Sua vida, a nossa vida. (Discursos).
A missão de Jesus é uma missão ingrata e ao mesmo tempo portentosa. Ingrata, porque encontra obstáculos no sentido social: “O que queres de nós, Jesus Nazareno”? E também é missão refutada no plano pessoal: “Viestes para nos destruir”? (Evangelho). É missão portentosa porque Jesus ensina como alguém que tem autoridade e não como os Escribas.  Age como alguém que, realmente, derrota as forças do mal. Ele, de fato, liberta o homem do espírito do mal. Jesus se comporta como um verdadeiro Filho de Deus, a tal ponto que o próprio adversário o reconhece: "Tu és o Santo de Deus"!
A missão de Jesus como Salvador é uma missão única, capaz não apenas de despertar o fascínio e a admiração, mas, sobretudo, portentosa pela capacidade de mudar a vida do ser humano e da sua sociedade. Depois de Cristo – dizia o Papa João Paulo II no Parlamento de Estrasburgo em 12-10-88 – não é mais possível idolatrar uma sociedade como grandeza coletiva devoradora da pessoa humana e do seu destino irredutível. Nenhum projeto de sociedade, jamais poderá estabelecer o projeto do Reino de Deus na Terra, sem Cristo!
Portanto, Jesus Cristo como Profeta único e absoluto continua a oferecer ainda hoje a salvação, mediante a Sua própria maneira de estar presente, isto é, na Igreja e nos seus ministros. Estes, como nos mostra a primeira leitura, não tem autorização para falar em seu próprio nome: “O profeta que tiver a ousadia de dizer, em meu nome, alguma coisa que não lhe mandei ou se falar em nome de outros deuses, esse profeta deverá morrer”!
Pelo contrário! Os verdadeiros ministros tem a missão de transmitir a verdade, que vem da revelação divina, e não de outros deuses, quero dizer, de referências meramente humanas.
Na segunda leitura, São Paulo sugere a todos, portanto, casados, solteiros ou pessoas consagradas, que tenham uma vida coerente com a sua opção. Isto é, Deus se agrada de todos os estados de vida que venhamos a escolher. Não se agrada, portanto, da infidelidade ou de uma vida contraditória.
Concluindo, diante do Profeta por excelência, que é Cristo e seus "porta-vozes", isto é, Seus ministros, através da Igreja, bem como de todos os batizados que vivem, de fato, o seu batismo na dinâmica do Reino de Deus, ninguém pode ficar indiferente, especialmente se é um cristão católico consciente, porque não é possível ter Deus como Pai, se não se tem a Igreja como mãe e seus ministros como irmãos. (Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA – Superior dos Missionários Inacianos).
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