Nesse tempo de Advento, a caminho do Natal de Jesus, somos convidados a olhar para Maria, a IMACULADA, e reconhecer nela o modelo de como acolher Jesus, que está chegando.
As leituras nos falam de duas Mulheres: Eva e Maria
e do Plano de Deus, no qual Maria foi inserida:
A 1a Leitura nos apresenta o episódio do Pecado Original:
A vitória da Mulher e de sua descendência contra a serpente (Gn 3, 9-15)
Esse texto não devemos tomá-lo ao pé da letra.
Com ele o autor sagrado quer explicar a origem do mal no mundo.
Ele vê ao redor de si a opressão, as injustiças e violências.
Será que foi esse o mundo criado por Deus?
A resposta é dada por imagens que devem ser interpretadas:
- Foi comido um fruto proibido:
O homem não aceitou sua condição de criatura e tomou o lugar de Deus.
- Essa auto-suficiência é comparada a uma serpente
que nos dá uma idéia falsa de Deus e nos leva a escolher o mal.
- A "nudez" (a condição de criatura) maravilhosa no corpo e na mente,
depois do pecado, começa a causar vergonha.
- O homem não está no seu lugar:
não considera mais Deus um amigo com o qual passeia no jardim
e passa a vê-lo como adversário e o evita (se esconde).
- O pecado rompe a confiança entre as pessoas:
Adão acusa Eva; Eva culpa a serpente...
- A Luta entre a "serpente" e o homem continuará até o fim do mundo,
mas a descendência da mulher prevalecerá e esmagará a cabeça da serpente.
A 2ª Leitura é um Hino de louvor a Deus pelas maravilhas
por ele realizadas em favor dos homens. (Ef 1,3-6;11-12)
No Evangelho, a saudação do anjo a Maria nos faz entender
quem é o Filho de Maria (Lc 1,26-38)
O texto não um relato histórico, mas uma CATEQUESE,
destinada a proclamar certas realidades salvíficas:
- O Anúncio do nascimento de um menino é freqüente na Bíblia
e revela que ele é um dom de Deus...
- O Messias é pobre entre os pobres: Num povoado desconhecido da Galiléia...
A uma mulher virgem (para uma mulher judia não ter filhos era uma vergonha)
- O Diálogo do anjo a Maria:
> "Ave Cheia de Graça": A Voz dos profetas na boca do anjo:
Realizam-se todas as promessas: "Uma Virgem conceberá..."
> Troca o nome: "Cheia de Graça":
Quando Deus troca o nome, destina a uma missão.
> Anúncio do nascimento confirma a profecia feita a Davi:
Jesus é o Messias esperado, cujo reino será eterno.
> Sobre Maria pousou a "sombra" do Altíssimo:
O próprio Deus se tornou presente nela.
É uma profissão de fé na divindade do filho de Maria.
> "Eis aqui a serva...": Maria reconhece que Deus a escolheu,
aceita com disponibilidade essa escolha e manifesta sua disposição
de cumprir,com fidelidade o Plano de Deus;.
+ O que esta festa nos diz?
- Deus ama os homens e tem um projeto de vida plena para lhes oferecer.
- Como Deus intervém na história e concretiza essa oferta de salvação?
A história de Maria responde:
Através de pessoas atentas aos seus projetos e
de coração disponível para o serviço dos irmãos,
Deus atua no mundo, manifesta aos homens o seu amor
e convida cada pessoa a percorrer
os caminhos da felicidade e da realização plena.
- Os instrumentos de Deus na realização de seus planos?
Deus age através de pessoas, independentemente de suas qualidades humanas.
O que é decisivo é a disponibilidade e o amor
com que acolhem e testemunham as propostas de Deus.
- Como responder aos apelos de Deus?
Confrontada com os planos de Deus,
Maria responde com um "Sim" total e incondicional,
renunciando seu programa de vida e os seus projetos pessoais.
- Como Maria chegou a esta confiança incondicional em Deus?
. Com uma vida de diálogo, de comunhão, de intimidade com Deus.
. Deus ocupava o primeiro lugar e era a sua prioridade fundamental.
. Era uma pessoa de oração e de fé, que fez a experiência
do encontro com Deus e aprendeu a confiar totalmente nele.
* No meio da agitação de todos os dias,
encontro tempo e disponibilidade para ouvir Deus,
para viver em comunhão com ele, para tentar perceber os seus sinais
nas indicações que ele me dá dia a dia?
Como você está se preparando para o Natal?
Imitar Maria na sua fidelidade à Vontade de Deus,
é o melhor caminho para um Natal mais cristão..
Pe. Antônio G. Dalla Costa - 08.12.2013