Celebramos hoje o Dia da BÍBLIA.
E o lugar privilegiado para ler e acolher a Palavra de Deus
é a Comunidade na celebração dominical.
A Liturgia de hoje convida a ver os bens desse mundo,
como dons que Deus colocou em nossas mãos,
para que administremos, com gratuidade e amor.
Na 1ª Leitura: o Profeta AMÓS denuncia severamente
os ricos e poderosos do seu tempo,
que viviam no luxo e na fartura, explorando os pobres,
insensíveis diante da miséria e da desgraça de muitos.
O Profeta anuncia que Deus não aprova essa situação.
O castigo chegará em forma de exílio em terra estrangeira. (Am 6,11-16)
* As denúncias de Amós são ainda hoje atuais!
- Povos gastando fortunas matando gente em guerra,
enquanto outros morrem de fome por não ter o que comer.
- Quantos vivem na abundância, enquanto muitos morrem de fome e na miséria.
- Quantos satisfazem seus caprichos, sacrificando até seus familiares...
Na 2ª Leitura, Paulo denuncia a cobiça,
"Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males". (1Tm 6,10-16)
No Evangelho, temos o julgamento de Deus sobre a distribuição das riquezas.
A Parábola do homem Rico e do pobre Lázaro (Lc 16,19-31) tem três quadros:
- A Situação de vida do Homem rico e do Pobre "Lazaro".
- A mudança de cena para ambos após a morte...
- Um DIÁLOGO entre o rico e Abraão,
> Proposta: "Pai Abraão, se alguém entre os mortos
for avisar meus irmãos, certamente vão se converter..."
> Resposta: "Se não escutam a Moisés, nem aos profetas,
mesmo se alguém ressuscitar dos mortos, não acreditarão..."
A morte de ambos reverte a situação:
quem vivia na riqueza está destinado aos "tormentos",
quem vivia na pobreza se encontra na paz de Deus.
É uma Catequese sobre escatologia,
antecipa o amanhã para que valorizemos o presente.
O rico não é condenado por ser rico, mas porque prescinde de Deus.
O pobre se salva porque está aberto para Deus e espera a Salvação.
A pobreza não levou Lázaro ao céu, mas a humildade,
e as riquezas não impediram o rico de entrar no seio de Abraão,
mas seu egoísmo e a pouca solidariedade com o próximo.
* Na Parábola, o pobre tem "nome", o rico não...
+ "Escutem Moisés e os profetas!":
Essa advertência tem um significado todo especial no DIA DA BÍBLIA.
A expressão "Moisés e os Profetas", no tempo de Jesus, significava a Bíblia.
Por isso, Jesus queria dizer que não estamos precisando
de aparições duvidosas do além, de videntes ou prodígios milagrosos...
A BÍBLIA é a única Revelação segura que todo cristão deve acreditar...
Ela é suficiente para iluminar o nosso caminho.
Seguindo essa Luz, encontraremos, aqui na terra, a solidariedade, a fraternidade e, na outra vida, acolhida na casa de Deus, um lugar junto de Abraão.
Essa Palavra de Deus, podemos encontrá-la:
Na Catequese... na Liturgia... na Leitura Orante da Bíblia...
nos Grupos de Reflexão, nos Cursos de formação... na Leitura pessoal...
+ Quem são os LÁZAROS hoje?
Ainda hoje quantos ricos esbanjam na fartura, enquanto pobres "Lázaros" continuam privados até das migalhas que sobram...
Creio que os vemos diariamente nas ruas e na televisão...
Escutar Moisés, os Profetas, o Evangelho
favorece o desapego e abre os olhos às necessidade dos irmãos.
O Documento de Santo Domingo afirma:
"O crescente empobrecimento a que estão submetidos
milhões de irmãos nossos, que chega a intoleráveis estremos de miséria,
é o mais devastador e humilhante flagelo que vive a América Latina" (179).
No Brasil: O Salário mínimo irrisório... A aposentadoria miserável...
enquanto outros recebem supersalários... e inúmeros desvios...
No Brasil, milhões de Lázaros nos indicam o caminho da salvação...
- Se nos abrirmos ou não a eles...
- Se nos colocarmos ou não a serviço de sua libertação.
+ E conclui com uma ADMOESTAÇÃO:
"Há um abismo que nos separa... e não haverá mais volta..."
Após a morte, a situação se torna irreversível.
+ Como superar esse abismo que nos separa?
Abismo que não foi construído por Deus, mas pelos homens...
abismo que começa agora... e se prolonga no além...
A EUCARISTIA é um grande meio para vencer esse abismo,
desde que seja sempre uma verdadeira COMUNHÃO...
- que inicia AGORA (na Igreja, na família, na sociedade) e
- se prolonga por toda a ETERNIDADE junto de Deus.