Como seres humanos, marcados pela fragilidade, continuamente nos vemos cercados por problemas e situações totalmente inesperadas. Por vezes, as quedas são inevitáveis e os erros acabam acontecendo. Talvez por falta de análises mais sólidas, outras vezes porque as ações foram muito pautadas no instinto, as decisões tomadas seguiram uma direção errada. Nessas horas é preciso agir com calma e pontuar a situação com uma análise mais racional.
Errar faz parte da nossa raça humana, e o próprio Jesus afirmou aos fariseus, prontos para condenar a mulher pecadora, ‘quem não tiver pecados, atire a primeira pedra’. Em silêncio, todos se retiraram, começando pelos mais velhos, que com certeza tinham pecado mais pela simples realidade de terem vivido mais que os jovens.Existe um dizer que eu gosto muito de repetir, ‘um erro só é um erro quando não se tira nenhuma lição dele e se continua a agir do mesmo modo’. Na escola da vida, os erros podem ser os nossos grandes mestres, quando ouvidos atentamente e levados a sério. Do contrário, podem se tornar os nossos grandes adversários, nos colocando numa situação de culpa e de condenação.
Ao longo da história, conhecemos personagens muito famosos, marcados por uma vida totalmente desregrada, que de repente mudaram radicalmente de vida. Os erros cometidos ao longo da vida foram para eles como que sinais, apontando uma nova direção. É possível mudar, e transformar a nossa existência, tomando um novo rumo.
Muitas pessoas, diante dos erros cometidos, se colocam na atitude de auto-condenação, retornando seguidamente para trás, ao ato cometido, e se culpam, se condenam, entrando por vezes numa verdadeira depressão. Essa atitude demonstra claramente a falta de coragem em assumir o erro cometido, e colocar-se numa dinâmica de mudança e transformação.
Perdoar a si mesmo pode ser um problema sério, mas perdoar o outro, pode ser muito mais exigente e difícil. Quantos lares se desfazem por causa da falta de perdão frente a um erro cometido pelo parceiro. Quantas vezes o erro do outro acaba acarretando verdadeiras discussões e até vinganças. Perdoar não é fácil, mas é uma atitude nobre e divina. Deus sempre nos perdoa, mesmo quando nos desviamos do seu caminho. A sua alegria é a nossa conversão, porque para Deus existe muito mais motivo de festa por um pecador que se converte e vive, do que por causa de 99 justos que se acham perfeitos e imaculados.
Frente a um erro cometido, a primeira atitude deve ser de humildade em reconhecer a falha e buscar meios de superá-la. Se por um lado existem pessoas que se condenam e se culpam por um erro cometido, por outro, existem aqueles que vivem justificando suas falhas, alegando sempre o outro como o culpado. Talvez esses sejam ainda piores, porque não tem a humildade em reconhecer a sua fragilidade. Aliás, quantos problemas de família exatamente porque as pessoas são incapazes de perceber o seu erro, admitir a falha e colocar-se na dinâmica da mudança.
Seja lá como for, seres humanos que somos, nascidos do pó e pó um dia seremos, nada melhor do que a atitude de pequenez frente a um erro cometido. O orgulhoso, o arrogante sempre se sentirá na razão; o humilde, o pequeno, será capaz de rever a sua atitude e pedir perdão.
A sua atitude de humildade será fundamental para que a vida aconteça de modo digno e saudável. O orgulhoso e o arrogante, vão morrer pelo seu próprio veneno. O humilde vai reviver e se reerguer pela força interior que move sua vida. Seja humilde, e sua vida será plena de vida e de esperança.
Dr. Pe. André Marmilicz